Parlamento aprova “período de nojo” entre banca comercial e Banco de Portugal

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

Continuará sem existir na legislação a obrigação de um intervalo temporal entre o exercício de cargos políticos e a ida para governador ou administrador do Banco de Portugal.

A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, em votação final global, o diploma que fixa um ‘período de nojo’ de três anos entre o exercício de funções na banca comercial e a administração do Banco de Portugal.

O texto final esta sexta-feira aprovado – com votos contra do CDS-PP e a favor de PS, PAN, Chega e Iniciativa Liberal (abstenções das restantes bancadas e deputados) – , não inclui propostas do PAN e do PSD para que também fosse existisse um limite temporal entre o exercício de certos cargos governativos (primeiro-ministro e os relacionados com as Finanças) e funções de administração do Banco de Portugal (BdP).

O PAN, o autor original da iniciativa, e o PSD voltaram a obrigar à votação desses artigos esta sexta-feira em plenário – que tinham sido chumbados na quarta-feira em comissão -, mas voltaram a ser rejeitados por PS, BE, PCP, PEV e pelas duas deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Continuará, assim, sem existir na legislação a obrigação de um intervalo temporal entre o exercício de cargos políticos e a ida para governador ou administrador do Banco de Portugal, tema que gerou polémica na recente nomeação do ex-ministro das Finanças Mário Centeno para dirigir o banco central.

Passará a vigorar na lei que regula as regras de nomeação e dos demais membros do conselho de administração do BdP um ‘período de nojo’ de três anos (o PAN propunha cinco, mas o PS introduziu uma alteração para três) para quem tenha exercido funções no setor privado (que até agora não existia).

O PCP ainda avocou para plenário a alteração da data de entrada em vigor da lei prevista no texto final – 01 de janeiro de 2021 -, mas essa pretensão foi ‘chumbada’ por PS e PSD. No debate das avocações em plenário, repetiram-se as trocas acusações entre as várias bancadas que existiram antes da nomeação de Mário Centeno.

O deputado do PSD Duarte Pacheco admitiu que, se no passado também governantes do seu partido passaram diretamente para o Banco de Portugal, ”a democracia evoluiu e os procedimentos têm de ser alterados”. “Há aqui um bloco de todas as esquerdas para continuar a permitir que os membros do Governo passem diretamente para a governação do Banco de Portugal”, criticou.

Pelo PS, Fernando Anastácio considerou que se o parlamento tivesse aprovado uma lei ‘ad hominem’ – antes da nomeação de Mário Centeno – tal “envergonharia o regime parlamentar”.

“Não temos dúvidas que o interesse público deve ser defendido no exercício de cargos políticos, na administração pública, na administração do Banco de Portugal, não há aqui qualquer incompatibilidade, há sim entre quem vem dos regulados e o BdP”, defendeu, considerando que foi feita “uma boa lei que permite mais escrutínio e transparência”.

A líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, concordou que existiu “um enorme avanço”, mas lamentou que tenha ficado de fora o ‘período de nojo’ para o poder político. “A porta giratória também funciona entre Governo e Banco de Portugal”, disse, apelando a BE e PCP para que não “façam este jeito ao Bloco Central”, antes de serem rejeitadas as alterações.

Inês Sousa Real criticou igualmente que o diploma apenas preveja a entrada em vigor em 01 de janeiro de 2021, considerando que tal significa “dar ao Governo um kit de mãos livres” para as nomeações que ainda falta fazer para a administração do banco central.

Duarte Alves, pelo PCP, concordou com este último ponto, por permitir que às nomeações feitas nas próximas semanas não se apliquem as novas regras, mas defendendo que “não existe qualquer conflito de interesses entre o exercício de cargos públicos e o Banco de Portugal, mas sim entre o setor que é regulado e o que o regula”.

Na mesma linha, a deputada do BE Mariana Mortágua defendeu que o partido não alterou “um milímetro” a sua posição, rejeitando igualmente que haja incompatibilidade “entre quem defende interesse público e quem defende interesse público”. A deputada lamentou que tenha sido rejeitada a proposta do BE para que a nomeação do governador do Banco de Portugal passasse a depender de um parecer vinculativo do parlamento.

Pelo CDS-PP – único partido que votou contra o texto final -, a deputada Cecília Meireles classificou como “uma triste história” a desta legislação. “O PS conseguiu que tudo o que seja aprovado hoje não se aplique a Mário Centeno”, lamentou, responsabilizando quer BE e PCP, mas também o PSD por não se ter oposto à nomeação do ministro das Finanças antes da discussão das novas regras.

O deputado único e líder do Chega, André Ventura, lamentou igualmente que a lei não tenha sido aprovada antes da nomeação de Centeno, enquanto João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, considerou que este processo “mostra muita das coisas que estão mal na política em Portugal” e deixou críticas ao PSD.

“O PSD não fica isento de responsabilidades, não permitiu que se discutisse este caso antes de se fazer a nomeação de Mário Centeno e temo que esta história da entrada em vigor da lei tenha a ver com interesses que tenham nos próximos administradores do Banco de Portugal”, alertou.

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Há 888 novos casos de Covid-19. Morreram mais seis pessoas

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

O número de pessoas infetadas com coronavírus continua a aumentar e, nas últimas 24 horas, registaram-se 888 novos casos. A maioria continua a concentrar-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Foram registados 888 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 77.284 o número total de pessoas infetadas com a doença. A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 43% do total. Morreram mais seis pessoas desde esta quinta-feira.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que apenas 682 estão internados em unidades hospitalares, dos quais 107 nos cuidados intensivos. Há mais de 45 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte a 1.983 pessoas, seis das quais nas últimas 24 horas. A taxa de letalidade está atualmente nos 2,6%, aumentando para os 13,3% no caso de pessoas acima dos 70 anos, adiantou o secretário de Estado da Saúde, na conferência de imprensa desta sexta-feira. O número de recuperados está atualmente nos 49.359.

Boletim epidemiológico de 2 de outubro

Tal como se tem observado nos últimos tempos, a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra a maioria das novas infeções. Dos 888 novos casos registados nas últimas 24 horas, 381 foram nesta região: 42,91% do total do país.

Lisboa é a região com mais casos registados até ao momento (39.488 casos de infeção e 775 mortes), à frente do Norte (27.732 casos e 888 mortes), do Centro (6.294 casos e 263 mortes), do Algarve (1.743 casos e 19 mortes) e do Alentejo (1.512 casos e 23 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 280 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 235 pessoas infetadas.

Governo abre dois novos centros SNS24 e contrata mais profissionais

No dia em que faz sete meses desde que surgiram os dois primeiros casos de infeção em Portugal, o secretário de Estado da Saúde sublinhou a importância da Linha SNS24, que considera ser “uma das peças essenciais nos cuidados de saúde prestados”. Diogo Serra Lopes adiantou que, no ano passado, o número de chamadas atendidas no SNS24 aumentou 24% e, este ano, claramente devido à pandemia, disparou 82%.

“O crescimento de 2020 é ligado à pandemia, mas só foi possível através de um investimento significativo”, disse o secretário de Estado, adiantando que o Governo vai continuar a apostar no SNS24. Assim, está já numa fase experimental um novo call center na Covilhã e será aberto “muito brevemente” outro em Vila Nova de Gaia. Além disso, serão contratados mais profissionais, “passando dos 1.250 para os 2.000 durante ainda o outono”.

Na mesma conferência de imprensa estava o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que sublinhou o “crescimento do SNS24 ao longo dos anos, desde a sua criação em 2017”. Luís Goes Pinheiro notou que, até ao início da pandemia, janeiro de 2019 tinha sido o mês com mais chamadas atendidas, com pouco mais de 200.0000. “Este ano esse número foi passado em vários meses e, em dois meses — março e setembro –, foi até ultrapassada a barreira das 300.000 chamadas”, disse.

Luís Goes Pinheiro adiantou ainda que a aplicação Stayaway Covid já foi transferida mais de um milhão de vezes: 1.264.000, mais concretamente.

(Notícia atualizada às 15h12 com mais informação)

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Governo quer “colocar poupanças dos portugueses ao serviço da economia nacional”

"Se não desenvolvemos mercado nacional, poupanças dos portugueses vão buscar aplicações no exterior", alerta o ministro da Economia.

Pedro Siza Vieira defende a importância de “colocar as poupanças dos portugueses ao serviço da economia nacional”, no seguimento de um relatório da OCDE sobre o mercado de capitais nacional. O ministro de Estado, Economia e Transição Digital apontou que é necessário evitar que os portugueses vão procurar aplicações no exterior.

O relatório é uma “fundamentação para precisar de apoiar mais decididamente o mercado de capitais”, frisou, na sessão de apresentação do relatório. “Vamos ter seguramente mercado único de capitais na União Europeia e depois um conjunto de aplicações nacionais”, sendo que o problema é que “se não desenvolvemos mercado nacional, poupanças dos portugueses vão buscar aplicações no exterior”, argumentou.

Se forem buscar outras aplicações “veremos desviadas poupanças dos portugueses”, o que é “negativo”, reforçou o ministro. Desta forma, Siza Vieira aponta que é essencial tomar medidas para que estas sejam aplicadas na economia nacional.

Atualmente, existe ainda outro desafio que se prende com “dificuldades” dos portugueses de encaminhar as poupanças “por causa de traumas recentes que ainda perduram”, nomeadamente devido a algumas grandes operações de levantamento que acabaram por falhar poucos meses depois.

Entre os constrangimentos encontrados no mercado de capitais, o ministro da Economia sinalizou também que os “investidores institucionais se confrontam com dificuldade de encontrar aplicações”. Para além disso, a regulamentação é “muito desajustada”, sublinha, sendo que para empresas da dimensão que existem em Portugal os custos de cumprimento das regras e de perceção das necessidades “são tão elevados que são desadequados”.

Antes de Siza Vieira, João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, adiantou também que o Ministério das Finanças está “100% disponível” para criar uma task force, uma “equipa especial” para tentar “implementar recomendações” mais adequadas. A OCDE desenhou cerca de 20 recomendações para Portugal.

Questionado sobre as recomendações de que o Governo deveria pôr as empresas públicas em bolsa, o ministro da Economia aponta que, no momento que se vive atualmente, o “mais importante é encontrar formas para empresas privadas poderem aceder a fontes de financiamento mais diversificadas”.

Leão destaca importância de “contribuir para a promoção do mercado de capitais”

O ministro das Finanças, a sessão de abertura, reiterou também que as recomendações da OCDE “serão cuidadosamente analisadas e ponderadas”. João Leão defendeu que “é da maior importância contribuir para a promoção do mercado de capitais”, apontando que este é “essencial para a captação de poupança”.

O ministro responsável pela pasta das Finanças salientou que, no atual contexto de apoio à recuperação da economia”, o mercado de capitais “pode e deve” ter um papel importante na captação de financiamento das empresas, bem como na captação de poupança.

Para além disso, apontou também que a “solidez do sistema financeiro não é avaliada apenas pelo sistema bancário”, sendo que não está “dissociada do contexto global de financiamento das empresas”. O ministro argumentou assim que “todos beneficiam da concorrência entre mercado capitais, seguros e banca”.

Há fatores que “ultrapassam a atuação do regulador”, diz presidente da CMVM

A presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), também presente na apresentação, disse que “saúda veementemente a análise e recomendações” da OCDE, destacando a proposta de revisão do Código de Valores Mobiliários. Sublinhou, ainda assim, que há fatores que “ultrapassam a atuação do regulador”.

A revisão projetada do Código de Valores Mobiliários, recomendada pela OCDE, “prossegue objetivos de simplificação, de redução de cargas regulatórias, de previsibilidade na atuação da atividade reguladora e maior flexibilidade normativa sempre com a necessária proteção dos investidores e do mercado”, sinalizou a presidente do regulador.

Gabriela Figueiredo Dias apontou, no entanto, que a CMVM “não é o único destinatário” das recomendações da OCDE, sublinhando que “há um conjunto de fatores políticos e legislativos que ultrapassam a atuação do regulador e que afetam de modo decisivo os termos em que atividade é desenvolvida pelos diversos participantes do mercado”.

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Sp. Braga e Benfica já conhecem adversários na Liga Europa

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

Na fase de grupos da Liga Europa, o Benfica encontrará pelo caminho o Standard Liège, Rangers e Lech Poznan. No caso do Sp. Braga, a equipa defrontará o Leicester City, AEK Atenas e Zorya Luhansk.

Benfica e Sp. Braga já conhecem os adversários que irão defrontar na fase de grupos da Liga Europa. O sorteio realizado esta sexta-feira, em Nyon, ditou que o clube liderado por Jorge Jesus medirá forças com os belgas do Standard Liège, os escoceses do Rangers e os polacos do Lech Poznan no grupo D. Já os “arsenalistas” irão enfrentar os ingleses do Leicester City, os gregos do AEK Atenas e os ucranianos do Zorya Luhansk no grupo G.

A título de curiosidade, esta será apena a segunda vez que o Benfica marca presença na fase de grupos da Liga Europa. A primeira e última vez que a equipa esteve nesta fase da competição foi há 11 anos, mais especificamente na temporada 2009/10. No caso do Sp. Braga, o emblema minhoto soma a sexta presença na fase de grupos da prova.

A fase de grupos da Liga Europa, com participação do “encarnados” e dos “arsenalistas”, arranca a 22 de outubro e termina a 10 de dezembro. Apuram-se para os dezasseis-avos de final os dois primeiros classificados de cada grupo.

Constituição dos grupos:

Grupo A: AS Roma, Young Boys, Cluj, CSKA Sófia.

Grupo B: Arsenal, Rapid Viena, Molde, Dundalk.

Grupo C: Bayer leverkusen, Slavia Praga, Hapoel, Nice.

Grupo D: Benfica, Standard Liège, Rangers, Lech Poznan.

Grupo E: PSV Eindhoven, PAOK, Granada, Omonoia.

Grupo F: Nápoles, Real Sociedad, AZ Alkmaar, Rijeka.

Grupo G: Sp. Braga, Leicester City, AEK Atenas, Zorya Luhansk.

Grupo H: Celtic, Sparta Praga, AC Milan, LOSC Lille.

Grupo I: Villarreal, Qarabag, Maccabi Tel-Aviv, Sivasspor.

Grupo J: Tottenham, Ludogorets, LASK Linz, Antuérpia.

Grupo K: CSKA Moscovo, Dínamo Zagreb, Feyenoord, Wolfsberg.

Grupo L: Gent, Crvena Zvezda, Hoffenheim, Slovan Liberec.

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Salgado podia ter sido afastado do BES antes da resolução do banco

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, poderia ter sido afastado do cargo um ano antes da resolução do banco. A competência estava no Banco de Portugal.

A resolução do Banco Espírito Santo (BES) deu-se a agosto de 2014, mas Ricardo Salgado poderia ter sido afastado um ano antes. Segundo referiu a Comissão de Auditoria Independente (CAI) ao jornal Público, o Banco de Portugal (BdP) detinha poderes legais para afastar o presidente do BES.

No relatório final de avaliação da ação do BdP ao caso GES/BES apresentado em 2015, a CAI identificou ainda várias “insuficiências no acompanhamento do caso e explicações pouco convincentes para as decisões tomadas” durante o colapso do BES.

Considerado matéria reservada, o relatório foi coordenado pelo ex-vice-governador João Costa Pinto e teve como principal objetivo analisar a atuação do BdP nos casos GES/BES. O resultado da avaliação é “muito crítico da atuação do BdP”, relativamente ao acompanhamento ao GES e BES, segundo apurou o Público.

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Bloco quer a banca a capitalizar diretamente o Novo Banco

O Bloco de Esquerda defende que têm de ser os bancos a financiar diretamente as injeções no Novo Banco, e não através do Fundo de Resolução, e que estas operações têm de ser fiscalizadas.

O Bloco de Esquerda (BE) não concorda com a proposta que está a ser preparada pelo Governo relativamente ao Novo Banco, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021). O Executivo pretende que sejam os bancos a emprestar dinheiro ao Fundo de Resolução, o que significa que os contribuintes garantem em última instância o financiamento do banco, dado que o Fundo é uma entidade pública. Assim, os bloquistas propõem que futuras injeções no Novo Banco sejam feitas diretamente pelos restantes bancos, sem passar pelo Fundo de Resolução.

“A proposta que sabemos que o Governo está a adiantar — de colocar os bancos a emprestarem ao Fundo de Resoluçãoé outra forma de pôr o Fundo de Resolução e o dinheiro dos contribuintes a garantir o financiamento do Novo Banco“, disse a deputada do BE esta sexta-feira, numa conferência de imprensa transmitida pela RTP3.

Para Mariana Mortágua, essa é uma proposta que o Bloco tem “muitas dificuldades em aceitar”. “Porque sabemos que o Fundo de Resolução está a ser garantido por dinheiro dos contribuintes, que essa injeção vai a défice e que há um conjunto de operações no Novo Banco que têm de ser fiscalizadas e não estar a ser”, justificou.

Assim, o BE propõe que haja uma “fiscalização das contas do Novo Banco” e que se garanta que “qualquer injeção que venha a ser necessária é feita pelos bancos”: “Não através do empréstimo ao Fundo de Resolução, que é uma entidade pública, mas diretamente pondo os bancos a capitalizar o Novo Banco”, sublinhou a deputada bloquista.

Bloco propõe auditoria à gestão “abusiva” da Lone Star

“Portugal não pode saber que há um fundo abutre [Lone Star] a gerir um banco e que os contribuintes estão a pagar os prejuízos desse banco sem ter nenhum controlo sobre as operações da Lone Star”, disse Mariana Mortágua, referindo que “a Lone Star está a fazer uma gestão abusiva de um contrato, para não dizer fraudulenta” e que “tem de ser investigado”.

“Não podemos continuar a permitir que esse contrato se mantenha à custa do dinheiro dos contribuintes”, afirmou, adiantando que o Bloco defende que seja feita uma “auditoria independente por parte do Tribunal de Contas às contas e à gestão da Lone Star”, tal como defende o PSD.

Questionada pelos jornalistas se a aprovação do OE2021 depende da aprovação desta proposta bloquista, Mariana Mortágua não respondeu diretamente, dizendo apenas: “O Bloco apresentou um conjunto de propostas para este Orçamento do Estado. A proposta que apresentamos sobre o Novo Banco trava os abusos do Lone Star, protege os interesses dos contribuintes e a estabilidade financeira“.

Esta sexta-feira, o Governo comprometeu-se a não emprestar mais dinheiro ao Fundo de Resolução através do Novo Banco, afirmando que a alternativa seria os bancos emprestarem capital ao Fundo de Resolução que, por sua vez, irá injetá-lo no Novo Banco. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares explicou que o Governo sentiu necessidade de fazer um ponto de situação depois de os partidos de esquerda terem sugerido não tem havido propostas concretas no OE2021.

Os partidos têm pedido para que o Estado não coloque nem um cêntimo de dinheiro público no Fundo de Resolução e o Executivo está a tentar responder a essas exigências. “Estamos a trabalhar para que, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, não haja um empréstimo público do Estado para o Fundo de Resolução”, disse Duarte Cordeiro.

Contudo, relativamente à proposta feita pelo Bloco de Esquerda, o secretário de Estado disse que esta pode “acarretar riscos sistémicos”.

(Notícia atualizada às 12h46 com mais informação)

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SATA agrava prejuízos para 42 milhões de euros no primeiro semestre

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

O grupo SATA esteve quase parado até junho, devido à Covid-19. Neste período, a Azores Airlines registou perdas de 34,5 milhões de euros e a SATA Air Açores de cerca de 7,6 milhões de euros.

As duas transportadoras aéreas do grupo SATA fecharam o primeiro semestre com prejuízos de cerca de 42 milhões de euros, que comparam com perdas de 33,5 milhões no período homólogo, indicam documentos oficiais a que a Lusa teve acesso.

De acordo com as demonstrações financeiras das empresas públicas regionais, enviadas esta sexta-feira pelo executivo açoriano ao parlamento da região, é referido que a Azores Airlines (que opera de e para fora do arquipélago) teve prejuízos de 34,5 milhões de euros entre janeiro e junho, ao passo que a SATA Air Açores, que voa no arquipélago, teve perdas de 7,6 milhões de euros.

A operação da SATA no período foi fortemente condicionada pela pandemia de covid-19, tendo a empresa parado a operação durante a maior parte do segundo trimestre.

Todavia, em 2019, os prejuízos globais do grupo haviam já sido de 53 milhões de euros, valor em linha com a perda registada em 2018.

A SATA pediu recentemente um auxílio estatal de 133 milhões de euros, operação aprovada por Bruxelas.

No entanto, a Comissão Europeia abriu um procedimento para Portugal provar que os três aumentos de capital recentes na transportadora açoriana não foram ajudas do Estado, decorrendo atualmente o prazo para o país responder.

Ainda de acordo com o documento entregue aos parlamentares açorianos, os três hospitais da região registaram no primeiro semestre prejuízos acumulados de 16 milhões de euros: 8,8 milhões na unidade de Ponta Delgada, 4,3 no hospital de Angra do Heroísmo e 3 milhões de euros de perda na Horta.

A Portos dos Açores registou também perdas (-1,3 milhões de euros), ao passo que as empresas da Eletricidade dos Açores (EDA) segue o rumo de lucros: 5,33 milhões de euros na EDA e 5,41 milhões de euros na EDA Renováveis.

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Novo apoio social abrangerá mais de 100 mil pessoas e custará “várias centenas de milhões”

O novo apoio social temporário e extraordinário para os que não têm proteção social deverá abranger mais de 100 mil pessoas e custará "várias centenas de milhões de euros".

O novo apoio social que o Governo está a negociar com os partidos à esquerda e o PAN deverá abranger mais de 100 mil beneficiários e custará “várias centenas de milhões de euros”. É um “impacto financeiro muito grande e que envolve muitas pessoas“, admite o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Em declarações no Parlamento transmitidas pela RTP3, Duarte Cordeiro anunciou a disponibilidade do Executivo para avançar com este novo apoio que terá como referência o limiar da pobreza, que atualmente está na casa dos 500 euros. Em entrevista ao ECO, o PAN adiantou que estava a negociar com o Governo valores entre os 381 e os 451 euros.

Duarte Cordeiro assinalou que o apoio será temporário uma vez que permanecerá enquanto a crise pandémica atingir a economia portuguesa. Esta nova ferramenta de proteção social visa aqueles que perderam rendimento e que não estavam protegidos pelas mais variadas razões, nomeadamente por não fazerem descontos.

Queria tornar absolutamente clara a disponibilidade do Governo para a criação deste apoio e para procurarmos entendimentos relativamente a estas matérias“, disse, numa declaração que visou dar a conhecer as cedências do Executivo face às exigências do BE, PCP, PAN e PEV, os partidos que estão a negociar o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), cuja proposta será entregue ao Parlamento a 12 de outubro.

Esta sexta-feira o Público revelou que há 63 euros a separar o Governo do Bloco de Esquerda. Em causa está a diferença entre o subsídio de desemprego mínimo (438,81 euros) e o limiar de pobreza (cerca de 500 euros). A questão levanta-se: ter esta referência para o novo apoio social obriga a aumentar o subsídio de desemprego mínimo para ajudar quem precisa sem prejudicar quem fez descontos? As negociações continuam na próxima semana.

(Notícia atualizada às 12h08 com mais informação)

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Casa do Impacto comemora dois anos com investimento de 1,5 milhões de euros

Dois anos depois da abertura, a Casa do Impacto investiu 1,5 milhões de euros em inovação para o impacto. Conta com 200 empreendedores residentes no espaço, em Lisboa.

Cinco programas de aceleração e capacitação, sete programas de ignição, 28 startups com sede no local e 48 a participar nos seus programas. Dois anos depois da inauguração, a Casa do Impacto celebra com números o seu impacto (passe a repetição) no ecossistema.

De acordo com os números do hub de empreendedorismo e inovação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Casa do Impacto investiu, desde a sua criação, cerca de 1,5 milhões de euros em projetos de inovação para o impacto contando, atualmente, com 200 empreendedores residentes.

Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, explica que o objetivo da Casa é “continuar a formar empreendedores através do programa de aceleração Rise for Impact, a alavancar projetos com recurso ao Fundo +Plus e a desafiar mentes empreendedoras, através do RISE for Impact ou do Santa Casa Challenge”. A missão passa, por isso, por “chegar a mais empreendedores, de diferentes países, géneros, etnias, classes sociais, backgrounds e idades, para trazer mais diversidade e inclusão ao empreendedorismo, de forma a potenciar soluções de resposta abrangente a toda a sociedade”, assinala. Na Casa do Impacto existem 20 fundadoras mulheres e 13 nacionalidades representadas.

Entre os temas no radar do hub de empreendedorismo e inovação estão a saúde mental, a sustentabilidade ambiental, a diversidade, a inclusão e a igualdade de género.

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Governo quer aumento do salário mínimo superior a 20 euros em 2021

  • ECO e Lusa
  • 2 Outubro 2020

O Governo anunciou esta sexta-feira que quer um aumento do salário mínimo nacional em linha com os aumentos médios na última legislatura. A meta do Governo é que o salário mínimo chegue aos 750 euros.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, anunciou esta sexta-feira que o Governo quer um aumento do salário mínimo nacional em linha com os aumentos médios na última legislatura, em conferência de imprensa na Assembleia da República sobre as negociações em curso para o Orçamento do Estado. O aumento médio do salário mínimo na última legislatura foi de 23,75 euros.

“Queria referir a disponibilidade, que teria de seguir o processo normal de concertação social, para um aumento significativo do salário mínimo nacional em linha com os aumentos que tivemos em média na última legislatura”, disse o governante.

Em 2016, já com António Costa, o salário mínimo nacional aumentou 25 euros para 530 euros (+ 5%). Nos anos seguintes a tendência de subida manteve-se e o salário mínimo chegou aos 580 euros em 2018 (mais 23 euros, subiu4%) e em 2019 atingiu a marca dos 600 euros, com um acrescento de 20 euros nesse ano (+3,45%). Nesse intervalo temporal que abrangeu a primeira legislatura do Governo de Costa o salário mínimo aumentou em média 23,75 euros (4,4% por ano).

Duarte Cordeiro garantiu que o Governo mantém o objetivo de atingir o valor de 750 euros para o salário mínimo nacional no final da legislatura, em 2023.

Nas entrelinhas, ficou a possibilidade de o Governo aumentar o salário mínimo nacional para os 658,75 euros, mas esse valor, como referiu o membro executivo, terá de ser negociado em concertação social.

(Notícia atualizada às 14h57)

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Governo quer aumento extraordinário das pensões em agosto de 2021

Duarte Cordeiro anunciou que o Governo está disponível para fazer um aumento extra das pensões em agosto de 2021, se a esquerda viabilizar o Orçamento. A acontecer, será o quinto ano de subidas extra.

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, anunciou esta sexta-feira as medidas que o Governo está disposto a tomar para garantir a viabilização do Orçamento do Estado para 2021 por parte do Bloco de Esquerda e do PCP.

Uma das medidas admitidas pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares é um aumento extra das pensões em agosto do próximo ano, sem no entanto adiantar um valor. Nos últimos anos, estes aumentos extraordinários têm variado entre os 6 e os 10 euros.

Este aumento é particularmente importante porque com a quebra do PIB e com a inflação em valores negativos, este ano, os aumentos regulares das pensões em janeiro no próximo ano deverão ser nulos.

Nos últimos anos, o Governo tem sistematicamente
aceitado fazer aumentos extraordinários das pensões como uma das contrapartidas para garantir a viabilização dos orçamentos de Estado.

Em 2017, fez um aumento extra de 10 euros para as pensões entre os 275 euros e os 628 euros (que não tinham sido alvo de atualizações entre 2011 e 2015), pago a partir de agosto. Tal medida custou, na altura, 79 milhões de euros aos cofres do Estado.

O modelo foi, depois, replicado em 2018, tendo sido incluída uma nuance nesta medida: as pensões que tinham sido atualizadas entre 2011 e 2015 beneficiaram de um aumento extra até seis euros, mantendo-se os dez euros para todas as outras abaixo dos 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais.

No ano passado, o Executivo acrescentou outra alteração a esse modelo: começou a pagar o reforço extra a partir de janeiro. Em 2017 e 2018, os pensionistas tinham visto as suas pensões crescer pela via normal em janeiro, tendo sido reforçadas novamente em agosto de modo a perfazer um aumento de dez euros. Em 2019, os dois aumentos chegaram em simultâneo, no arranque do ano.

Este ano, além da atualização regular do valor das pensões em janeiro (de 0,7% para as pensões até aos 871,52 euros), os reformados receberam um aumento extra pelo quarto ano consecutivo.

Este aumento extraordinário abrangeu pensões até 658,22 euros, ou seja, o equivalente a 1,5 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS). O aumento extraordinário, somado ao regular, teria de perfazer 10 euros de aumento total, ou apenas 6 euros no caso das pensões que tenham sido atualizadas entre 2011 e 2015, o que inclui pensões sociais, rural e do primeiro escalão.

Estes aumentos extraordinários no corrente ano foram pagos no mês seguinte ao da publicação do Orçamento de Estado, ou seja, a partir de maio de 2020.

Para 2021, se o valor de atualização extra for idêntico ao dos anos anteriores, o Governo terá de fazer um esforço financeiro superior já que, ao não haver aumentos reguladores previstos pela lei em janeiro, terá de pagar mais aos pensionistas para garantir que estes consigam aumentos que perfaçam os 6 ou os 10 euros.

(Notícia atualizada às 10h19)

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Governo assume compromisso de não fazer mais empréstimos ao Fundo de Resolução

"Vamos procurar não considerar um empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução em 2021" para pagar ao Novo Banco, disse o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

O Governo assumiu esta sexta-feira o compromisso de não fazer um novo empréstimo ao Fundo de Resolução para injetar mais dinheiro no Novo Banco, satisfazendo assim as exigências dos partidos da esquerda, mas também do PSD.

Duarte Cordeiro, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, fez um ponto de situação da evolução das negociações para o Orçamento do Estado para 2021 onde revelou o compromisso do Governo. “Vamos procurar não considerar um empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução em 2021″, disse o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, especificando que o Executivo sentiu a necessidade de fazer um ponto de situação depois de os partidos de esquerda terem sugerido que, no âmbito das negociações, não tem havido propostas concretas.

“As negociações vão continuar na próxima semana, mas estas são desde já algumas das matérias que o Governo sinaliza a sua disponibilidade, em medidas específicas que foram colocadas pelos partidos de esquerda com quem o Governo está a negociar para garantir uma viabilização do Orçamento”, precisou Duarte Cordeiro. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares frisou claramente que “as conversas têm tido avanços”, “com graus de compromisso muito significativos em muitos domínios”.

O compromisso assumido ao nível do Novo Banco “é para responder à solicitação colocada ao nível dos partidos”, justificou. Os partidos têm pedido para que o Estado não coloque nem um cêntimo de dinheiro público no Fundo de Resolução. “Estamos a trabalhar para que, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos não haver um empréstimo público do Estado para o Fundo de Resolução”.

O Novo Banco já recebeu três mil milhões de euros do Fundo de Resolução que tem sido financiado por injeções do Orçamento do Estado. De acordo com o contrato assinado com o Lone Star ainda é possível que venham a ser injetados mais 900 milhões.

Duarte Cordeiro admite que a proposta do Bloco de Esquerda para que o Fundo de Resolução não faça mais injeções no Novo Banco pode “acarretar riscos sistémicos”. Mas esclarece que do ponto de vista do Orçamento do Estado, o que o Governo “consegue controlar” e lhe “parece evidente” é não haver um empréstimo público ao Fundo de Resolução. “Vamos tentar concretizar uma proposta em que o Estado não empresta ao Fundo de Resolução”, disse, recusando porém responder se o Governo está a estudar uma outra possibilidade de reforço de capital para a instituição liderada por António Ramalho.

O Bloco de Esquerda esta sexta-feira clarificou a sua posição relativamente ao Novo Banco. Não só não querem que o Orçamento do Estado financie o Fundo de Resolução, como também não querem que os bancos o façam, porque alegam que a utilização do Fundo de Resolução apenas serve para dar uma garantia pública a esse empréstimo. Luís Marques Mendes, no seu comentário semanal na Sic, já tinha avançado que o Bloco de Esquerda queria proibir o Fundo de Resolução de pagar fosse o que fosse ao Novo Banco e que inclusivamente já tinha sido criado uma espécie de sindicato bancário para assegurar as transferências dos bancos para o Fundo de Resolução.

(Notícia atualizada)

 

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