BCE admite euro digital dentro de quatro ou cinco anos
O BCE continua a analisar a possibilidade de avançar com o euro digital como forma de pagamento na Zona Euro até daqui a cinco anos. Cada europeu poderá deter até 3.000 euros digitais.
O euro digital pode vir a tornar-se numa realidade dentro de “quatro ou cinco anos” e com um limite em torno de 3.000 euros por pessoa. A informação foi avançada ao Der Spiegel por Fabio Panetta, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE).
“Quatro ou cinco anos é um prazo realista” para o euro digital, afirmou Panetta, que salientou, porém, que ainda não está fechada a decisão de avançar com a medida. Porém, o BCE não quer concorrer com os bancos comerciais nem com outros serviços financeiros, pelo que existirão limites.
Questionado se um europeu poderá converter todo o seu dinheiro em euros digitais no caso de haver uma crise financeira, Panetta descartou esse cenário: “Isso não será o caso. Poderemos permitir apenas deter euros digitais até um certo limite. Por exemplo, o limite pode rondar os 3.000 euros, que já será bem mais do que os requisitos de dinheiro que a maioria das pessoas tem hoje em dia. Mas isto ainda está a ser discutido.”
Para já, o BCE concluiu recentemente aquela que foi uma das consultas públicas mais participadas de sempre. “Recebemos 8.000 respostas”, lembrou o responsável. Alem disso, em janeiro, a presidente do BCE, Christine Lagarde, também falou sobre o euro digital, assumindo que vê esta nova forma de divisa como meio de pagamento em toda a Zona Euro, disponibilizada através de intermediários autorizados.
“O euro digital poderia ser disponibilizado de forma totalmente harmonizada em todos os países da Zona Euro através de intermediários supervisionados, que poderiam alavancar os seus serviços direcionados aos clientes e evitar o custo da duplicação de processos. Tal como o numerário, o euro digital poderia complementar formas de dinheiro dos bancos comerciais, aumentando assim a concorrência e a escolha dos consumidores e a acessibilidade dos pagamentos eletrónicos”, afirmou Lagarde no mês passado.
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