Eduardo Catroga sai da EDP ao fim de 15 anos. “Quero entrar num novo ciclo”, diz o gestor
Eduardo Catroga vai deixar a EDP. Após 15 anos na elétrica, o gestor e economista português deixará de ser o representante da CTG no conselho geral e de supervisão da EDP.
O atual membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, em representação dos chineses da China Three Gorges (CTG), vai deixar o cargo. Após 15 anos na EDP, Eduardo Catroga revela em entrevista ao ECO que não se disponibilizou para continuar, optando por fechar um ciclo e abrir outro. Aos 78 anos, o gestor e economista promete que não se irá reformar, continuando a dedicar o seu tempo a projetos empresariais.
“No último mandato tomei um compromisso apenas para mais um mandato e esse mandato já chegou ao fim“, revela Catroga ao ECO numa entrevista publicada esta quarta-feira, referindo que não se disponibilizou para continuar a representar a CTG no próximo mandato do conselho geral. O atual mandato acaba a 5 de abril de 2021.
Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças do PSD quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, chegou à EDP em 2006 para ser membro independente do Conselho Geral e Supervisão, cargo que ocupou durante três mandatos. Posteriormente, passou a representar o acionista maioritário, a CTG. A vontade do economista é agora a de dedicar o seu tempo a outras empresas.
“Ao fim de 15 anos, chega. Quero entrar num novo ciclo de repartição do meu tempo profissional por outros projetos de natureza vária“, explica ao ECO, assinalando que há “novos ciclos e novos desafios” para começar. O gestor está no conselho de administração de várias empresas do setor privado em funções “semi-executivas ou consultivas” e assim continuará, apesar de não revelar quais serão os projetos que tem na calha.
Catroga refere que tem estado “ligado a vários setores, desde o setor bancário através de um pequeno banco de investimento, ao qual estou ligado desde a sua fundação, também estive ligado ao setor dos produtos de grande consumo, produtos químicos e no âmbito desta função de economista/gestor em profissão liberal, ao comité de investimentos de uma venture capital gerida pelo FEI (Fundo Europeu de Investimento)”.
"Ao fim de 15 anos, chega. Quero entrar num novo ciclo de repartição do meu profissionais por outros projetos de natureza vária.”
Certo é que não irá parar. “Quando cheguei aos 60 anos disse que não me ia reformar. Cumpri a promessa. Aos 78 digo que não me vou reformar“, assegura.
EDP investirá nos países com melhores oportunidades
No momento da saída, o gestor fala do futuro da EDP, assegurando que Portugal continuará a ser a sede da empresa, mas que os próximos investimentos dependem dos locais com melhores oportunidades. “A EDP vai continuar a investir onde existem as oportunidades, as quais podem existir em Portugal, Espanha, EUA ou num outro país qualquer”, responde ao ser questionado sobre o desinvestimento da elétrica em território nacional.
Porém, Catroga admite que “é natural que venha a investir proporcionalmente mais onde existem maiores oportunidades de crescimento que possam satisfazer os seus critérios estratégicos“, mas garante que a sede manter-se-á em Portugal. “A EDP vai continuar a ser uma empresa de base portuguesa, mas virada para as oportunidades nos mercados onde tem know how [conhecimento] e um footprint [pegada]”, detalha.
Questionado sobre se a venda de parte da participação da CTG significa um desinteresse dos chineses, o ainda representante da empresa estatal chinesa garante que não sentiu nenhuma falta de interesse. “Interpreto isso como tendo aproveitado boas oportunidades do mercado de capitais“, justifica, notando que a CTG “continua com cerca de 20% do capital, sendo de longe o maior acionista a título individual”.
“A EDP não é uma empresa chinesa nem espanhola, é uma empresa que está no mercado de capitais que detém a maioria do capital da empresa”, concluiu.
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