EDP cria novas unidades de negócio para explorar hidrogénio verde e armazenamento de energia
Duas novas unidades foram anunciadas menos de uma semana antes de a EDP apresentar o seu novo plano estratégico ao mercado.
A EDP lançou duas novas unidades de negócio focadas nas energias renováveis. A primeira, a H2 Business Unit (H2BU), será o novo braço do grupo para o desenvolvimento de projetos de hidrogénio verde, enquanto a outra unidade será dedicada ao armazenamento. Constituída na América do Norte, esta segunda pretende atingir uma capacidade de 1 GW em armazenamento em cinco anos. O anúncio é feito a dias de a empresa apresentar o seu novo plano estratégico.
Com a criação da nova unidade de negócio, a EDP diz pretender reforçar a integração do hidrogénio verde no portefólio do grupo de forma estratégica e transversal e promover o investimento nas renováveis. A H2BU — que será liderada por Ana Quelhas, até aqui diretora de Planeamento Energético do grupo — irá focar-se no desenvolvimento de oportunidades de hidrogénio verde junto de setores como a indústria do aço, química, refinarias e cimentos, bem como transportes pesados de longo curso.
A EDP é uma das empresas (a par da Galp, REN, Martifer e Vestas) que faz parte do mega-consórcio pan-europeu que vai criar uma central de produção de hidrogénio verde em Sines. A elétrica tem também um projeto-piloto na Central do Ribatejo, a parceria no H2Sines e a uma colaboração com a Câmara Municipal de Alenquer, entre outras entidades. A nível internacional, está a desenvolver o projeto Behyond, uma parceria entre Portugal e a Noruega para estudar a viabilidade da produção de hidrogénio offshore.
A H2BU irá, assim, agregar os projetos de hidrogénio, onde a elétrica quer apostar não só pelo contributo para os objetivos de descarbonização, mas também pela redução de custos que se tem verificado, esperando que seja atingida a competitividade ainda esta década. Os mercados prioritários serão EUA e a Europa.
“A combinação das renováveis na geração de eletricidade com a eletrificação dos consumos será o caminho mais custo-eficaz para a descarbonização da maior parte dos usos de energia final. Mas, se queremos cumprir os objetivos de neutralidade carbónica, vamos precisar de recorrer a outros vetores energéticos, como o hidrogénio verde, para dar resposta aos setores onde a eletricidade não é uma opção tecnicamente viável ou economicamente atrativa“, diz Miguel Stilwell d’Andrade, em comunicado.
O CEO da empresa sublinha ainda que “a crescente penetração de renováveis exige cada vez mais a integração com sistemas de armazenamento, como sejam as baterias, para proporcionar a flexibilidade necessária ao sistema elétrico e assim potenciar o próprio crescimento das renováveis”. É por isso que a EDP criou também uma nova unidade para agregar projetos de armazenamento de energia.
Esta unidade estará associada à operação da EDP Renováveis nos Estados Unidos e irá dedicar-se ao desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia. Também no caso do armazenamento, a EDP já estava a trabalhar nesta área, nomeadamente com o projeto Re-charge nos EUA. Em 2018, a empresa inaugurou uma instalação pioneira para o armazenamento de energia eólica em baterias do parque eólico de Cobadin, na Roménia, e no ano seguinte lançou um sistema de baterias associado a um parque solar no mesmo país.
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