Além das máscaras, empresas portuguesas apostam em acessórios para a pandemia
Da Adalberto à Daily Day, empresas portuguesas apostam em acessórios para a pandemia como porta-máscaras, fixadores e até fitas para pendurar a máscara ao pescoço.
Desde que as máscaras começaram a fazer parte do nosso dia-a-dia, criou-se um novo nicho de negócio. Existem algumas empresas portuguesas a produzir porta-máscaras, fixadores e até fitas para pendurar a máscara ao pescoço.
Empresas como a Adalberto, Protect Others, Daily Day e a Culto da Imagem viram neste segmento uma oportunidade de negócio que nasce da necessidade das pessoas guardarem a máscaras num local seguro, ora não fosse uma recomendação da DGS.
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A portuguesa Protect Other produz, desde o início da pandemia, bolsas e fixadores para as máscaras. “Começámos desde o início da pandemia a produzir este tipo de produtos. Percebemos rapidamente que as pessoas tinham o problema de saber onde guardar as máscaras e as mesmas devem ser guardadas de forma segura”, explica ao ECO, Lourenço Aroso, responsável operacional da Protect Others.
Lourenço Aroso adianta que a procura por este tipo de produtos — porta-máscaras e fixadores — é inferior às máscaras. “As bolsas não têm tanta saída quando as máscaras, mas ainda se vende bastante”, conta. No entanto, reconhece o responsável operacional da Protect Others que as bolsas têm mais procura que os fixadores.
As bolsas para guardar a máscara são feitas na mesma matéria-prima que as máscaras certificadas pelo Citeve. O preço ronda 1,50 euros e podem ser encomendadas na loja online da empresa. Já os fixadores custam 0,75 cêntimos.
A Protect Other dedicava-se à produção de artigos de desporto e merchandising, com a pandemia reinventou-se e passou a produzir máscaras e equipamentos proteção individual. Atualmente este nicho de negócio das máscaras já representa cerca de 45% do volume de negócios da empresa, o ano passado.
Quando a máscaras se tornaram obrigatório sentimos que as pessoas se queixavam que os elásticos das mascaras apertavam nas orelhas. Percebemos que existia ai um nicho de mercado.
À semelhança da Protect Other, a Daily Day também viu neste nicho uma oportunidade de negócio e começou a produzir bolsas para guardar as máscaras duas semanas depois de obter a certificação das máscaras comunitárias por parte do Citeve — foi mesmo uma das primeiras empresas têxteis portuguesas a conseguir essa certificação.
“Duas semanas depois de dar resposta aos pedidos de máscaras comunitárias, começámos a produzir bolsas para as máscaras comunitárias. Já vendemos mais de 30 mil porta-máscaras desde maio e é um produto que continua a ter procura”, conta o presidente da Daily Day, Filipe Prata.
Têm algumas opções disponíveis em várias cores, como bolsas de máscaras tipo envelope em malha, porta-máscaras dobrável ou caixa multiusos. Estes porta máscaras são vendidos no site da empresa e os preços variam dos 2,80 aos 4,80 euros.
Para além do porta-máscaras, a empresa vende fitas para pendurar a máscara ao pescoço, produzidas em malha 100% algodão mercerizado. Estão à venda por 6,40 euros.
A esta corrida juntou-se também a Adalberto, em junho do ano passado. As bolsas estão à venda no site da empresa pelo preço de cinco euros e são compostas pelo mesmo tecido das máscaras. A CEO da Adalberto, Susana Serrano, adianta que “este tipo de produto tem muita procura, principalmente as bolsas para crianças”.
Empresa de produção de publicidade reinventa-se em tempos de pandemia
O negócio das máscaras e dos seus sucedâneos foi a tábua de salvação para muitas empresas mesmo sem serem do setor têxtil. A Culto da Imagem é apenas um exemplo. A empresa de publicidade começou a produzir viseiras em março de 2020, posteriormente fixadores para máscaras com as sobras das viseiras até chegar às bolsas para as máscaras. A empresa readaptou-se em tempos de pandemia e este nicho de negócio representou 60% do volume de negócios da empresa o ano passado.
“Foi a nossa salvação, nunca parámos e contratámos mais cinco pessoas. Felizmente tínhamos as máquinas para produzir isto tudo e aproveitámos esta oportunidade para conseguir sobreviver às quebras”, explica com orgulho André Ferreira, sócio gerente da Culto da Imagem.
No início da pandemia começaram a produzir viseiras e foram, “possivelmente, o maior fornecedor a nível nacional”, admite André Ferreira. “Chegámos a produzir 18 mil por dia”. Todavia, depois de a DGS tornar obrigatório o uso de máscaras em locais públicos, a “febre” das viseiras passou e que se aperceberam de outra necessidade, conta.
“Quando a máscaras se tornaram obrigatório sentimos que as pessoas se queixavam que os elásticos apertavam nas orelhas. Percebemos que existia aí um nicho de mercado, começámos a produzir fixadores com o resto dos materiais da parte frontal da viseira. Reaproveitámos estas sobras para criar outro subproduto”.
Mas a procura por fixadores diminuiu. “No início da pandemia, a procura por fixadores era uma loucura. Tínhamos encomenda de 100 mil fixadores em maio e junho. Agora sentimos uma diminuição da procura, mas é uma tendência natural em alturas de confinamento, tendo em conta que as pessoas estão fechadas em casa”, diz André Ferreira. O responsável está convicto que quando o confinamento acabar, a procura volta a disparar.
A empresa vende os fixadores a outras empresas e não ao consumidor final. Os preços podem variar entre os 0,20 cêntimos e 1 euro, dependendo se é personalizado ou não. Ao contrário da Protect Others, no Culto da Imagem são os fixadores que têm mais procura quando comparados com as bolsas para as máscaras. O sócio-gerente explica que o motivo principal é o preço competitivo dos fixadores em relação aos concorrentes.
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