Novo confinamento está a ter menos impacto nas empresas. Maioria aguenta seis meses sem novos apoios
Há mais negócios a conseguirem continuar a funcionar em teletrabalho e com todo o comércio e serviços não essenciais fechados. Ainda assim, as empresas sublinham a importância dos apoios.
Há mais empresas a conseguir manter a atividade no segundo confinamento do que no primeiro, revela o inquérito do Banco de Portugal (BdP) e do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Em consequência, também o volume de negócios está a sofrer um impacto menor do que no ano passado e os gestores esperam aguentar mais tempo sem precisar de apoios adicionais.
“Na primeira quinzena de fevereiro de 2021, 92% das empresas estavam em produção ou funcionamento, mesmo que parcialmente, o que compara com 82% na primeira quinzena de abril de 2020 (primeiro confinamento)”, diz o relatório. A percentagem de empresas em funcionamento aumenta com a dimensão da empresa, variando de 86% nas micro empresas e 98% nas grandes empresas.
Com as empresas mais ao teletrabalho e ao confinamento, são — sem surpresas — os setores encerrados os mais penalizados. O alojamento e restauração apresenta a menor percentagem de empresas em funcionamento na primeira quinzena de fevereiro de 2021 (62%), com 36% das empresas encerradas temporariamente e 2% encerradas definitivamente.
Quanto ao volume de negócios, 62% das empresas referiram uma redução na primeira quinzena de fevereiro, face ao registado no mesmo período do ano anterior, antes dos efeitos da pandemia. Esta percentagem compara com 81% durante o primeiro confinamento, na primeira quinzena de abril de 2020. “A redução foi superior a 50% para 19% destas empresas. Apenas 4% das empresas reportaram um aumento do volume de negócios, enquanto 34% referiram que esta variável se manteve inalterada”.
Também neste caso é o setor do alojamento e restauração que concentra as maiores percentagens de empresas a assinalar uma redução no volume de negócios — de 96% –, seguido dos transportes e armazenagem com 78%. Em sentido contrário, esta percentagem foi menor na construção e atividades imobiliárias (44%).
Com o novo confinamento, o Governo anunciou igualmente uma vaga de novos apoios incluindo linhas de crédito e apoios a fundo perdido, sendo que a grande maioria das empresas que recorreram considera estas medidas “muito importantes” para a sua situação de liquidez. 58% das empresas recorreram ao lay-off simplificado ou ao apoio à retoma progressiva, enquanto 24% beneficiam da moratória de crédito, por exemplo.
“Nas circunstâncias atuais e na ausência de medidas adicionais de apoio, 68% das empresas estimam conseguir permanecer em atividade por um período superior a seis meses“, refere ainda o relatório. “Na ausência de medidas de apoio desde o início da pandemia, 10% das empresas não se encontrariam em funcionamento e 25% das empresas ter-se-iam mantido em atividade apenas com alguma probabilidade”.
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