Portugal retoma administração da vacina da AstraZeneca na segunda-feira

Portugal vai retomar na próxima segunda-feira, 22 de março, a administração da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, anunciou o Infarmed e a Direção-Geral da Saúde (DGS) numa conferência de imprensa esta quinta-feira. Foi na segunda-feira que as autoridades de saúde decidiram suspender a toma desta vacina por causa dos efeitos adversos que tinham ocorrido em algumas pessoas na Europa.

“Como sabem o plano de vacinação sofreu uma pausa no que concerne a vacina da AstraZeneca e vai ser posto em marcha outra vez a partir de segunda-feira. Vamos retomar o plano, acelerando-o e recuperando o atraso que foi feito“, garantiu o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, referindo que os docentes e não docentes começam a ser vacinados no fim de semana de 27 e 28 de março. Graças Freitas acrescentou que esta vacinação dos professores e funcionários, por terem sido os primeiros a desconfinar, decorre em paralelo à vacinação das populações mais frágeis incluídas na primeira fase de vacinação.

Houve 120 mil pessoas que viram a sua vacinação adiada esta semana por causa da suspensão da vacina da AstraZeneca, mas Gouveia e Melo especificou que o atraso será compensado na próxima semana e meia. No segundo trimestre, Portugal receberá 1,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca em vez das 4,4 milhões de doses inicialmente indicadas pela empresa anglo-sueca, sendo que o plano de vacinação já está adaptados aos números mais recentes.

Esta conferência de imprensa no Ministério da Saúde com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, do presidente do Infarmed, Rui Ivo, e do coordenador da task-force para a vacinação contra a COVID-19, Henrique Gouveia e Melo, ocorreu depois de a Agência Europeia do Medicamento ter concluído que os benefícios de tomar a vacina da AstraZeneca continuam a ser muito superiores aos riscos. “Esta é uma vacina eficaz e segura”, disse Emer Cooke, diretora executiva do regulador do medicamento europeu, afirmando que esta “não está associada ao aumento do risco geral de evento de tromboembolismo ou coágulos”.

Também Sabine Traus, responsável pelo comité de farmocovigilância da EMA, sublinhou que “os benefícios são maiores do que os riscos”, referindo que tendo em conta a informação disponível não foi encontrado “nenhum problema com os lotes das vacinas que justificassem os casos de coágulos no sangue”. Os dados “não são suficientes para concluir com certeza se estes casos são de facto causados ​​pela vacina ou não”, aponta.

O presidente do Infarmed justificou a retoma da vacinação com a vacina da AstraZeneca com o facto de os benefícios da vacina serem “claramente superiores a quaisquer riscos” que possam existir. A diretora-geral da Saúde garantiu que se uma vacina estiver a ser administrada é porque tem “qualidade” e, por isso, apela aos portugueses para não rejeitarem nenhuma “marca” em particular. “A recusa de uma vacina é recusar proteger-se contra uma doença grave”, disse, referindo que a “alternativa é continuarem vulneráveis e suscetíveis a contrair uma doença que pode ser letal”.

Portugal junta-se assim a países como Itália e França que já anunciaram que vão retomar a vacinação da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca. Em França, o primeiro-ministro francês irá tomar a primeira dose desta vacina para dar o exemplo.

(Notícia atualizada às 19h21 com mais informação)