Agência europeia aprova novo local de produção de vacinas da AstraZeneca na Holanda

  • Lusa
  • 26 Março 2021

O novo local de produção ficará localizado em Leiden, na Holanda. A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, veio já saudar a decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou esta sexta-feira um novo local de produção de vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca na Holanda, farmacêutica envolta em polémica devido a atrasos na entrega de vacinas para a União Europeia (UE).

“Foi aprovado um novo local de fabrico para a produção da substância ativa [de vacina contra a covid-19] da AstraZeneca. O local de Halix está localizado em Leiden, na Holanda, e elevará para quatro o número total de locais de fabrico licenciados para a produção da substância ativa da vacina”, informa a EMA, em nota de imprensa.

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, já veio reagir à aprovação e, numa nota enviada à agência Lusa, saúda esta ‘luz verde’ ao local de produção de Halix dizendo esperar “que as vacinas produzidas por esta fábrica sejam entregues nos próximos dias aos Estados-membros da UE como parte da obrigação contratual e do compromisso assumido pela AstraZeneca para com os cidadãos europeus”.

“Alguns dos nossos Estados-membros foram gravemente afetados pela dececionante redução das entregas de vacinas AstraZeneca”, critica Stella Kyriakides, notando que, “se não tivessem sido as entregas abaixo do acordado” com esta farmacêutica, “as taxas de vacinação da UE poderiam ter sido quase duas vezes mais elevadas”.

Também aprovado esta sexta-feira pela EMA foi um novo local de produção (tanto de substância ativa como de produto final) da vacina BioNTech/Pfizer em Marburgo, na Alemanha, afirmando Stella Kyriakides na nota enviada à Lusa que esta “é uma notícia muito boa”, que revela que a UE está a “trabalhar a toda a velocidade para aumentar a capacidade de produção de vacinas contra a covid-19”.

Como qualquer medicamento na UE, as vacinas contra a covid-19 só podem ser fabricadas em locais aprovados pelo regulador europeu.

No que toca à campanha de vacinação europeia, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada, segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia na quinta-feira.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da AstraZeneca para a UE, exigindo o executivo comunitário que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.

Datados de final desta semana, os dados divulgados pela instituição revelam também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da AstraZeneca (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da AstraZeneca (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido à incapacidade de distribuição para a UE e também à exportação de vacinas de fábricas na UE para países terceiros, nomeadamente para o Reino Unido, o que levou Bruxelas a criar em janeiro passado um sistema de controlo de tais operações.

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Portugal regista mais cinco mortes e 488 casos de Covid-19

  • ECO
  • 26 Março 2021

Nas últimas 24 horas foram identificados 488 novos casos de coronavírus. O número de pessoas recuperadas desde o início da pandemia é 771.339.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 488 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 819.698 o número de infetados desde o início da pandemia. O número total de vítimas mortais subiu para 16.819, depois de terem sido registadas mais cinco mortes nas últimas 24 horas. É o número mais baixo de mortes desde outubro.

O boletim epidemiológico desta sexta-feira dá conta de um total de 771.339, mais 891 que no dia anterior. O número de casos ativos continua a diminuir, estando agora nos 31.540, menos 408 que na quinta-feira.

A maioria dos casos ativos encontra-se a recuperar em casa, mas estão ainda 669 pessoas hospitalizadas (menos 25 que no dia anterior), das quais 155 nos cuidados intensivos (mais uma).

Boletim de 26 de março

Esta segunda-feira é o dia com menos óbitos desde 10 de outubro (quando também foram registados cinco). As mortes ocorreram em três regiões do país: Lisboa e Vale do Tejo (duas), Centro (duas) e Alentejo (uma). Quanto aos novos casos, Lisboa e Vale do Tejo registou quase metade (210). Segue-se o Norte (120), Centro (53), Alentejo (52), Madeira (34), Açores (11) e Algarve (oito).

O boletim epidemiológico dá, por fim, conta de mais 264 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 15.299 pessoas nesta situação.

Rt sobe e incidência desce. Portugal continua “verde”

Os dados divulgados pela DGS fazem ainda referência à “bússola” que guia o desconfinamento português. Mais precisamente, ao Rt (índice de transmissibilidade) e à incidência.

Segundo o boletim, a média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias em Portugal é 75,7 (em território continental é apenas 66,8), uma descida face à última atualização em que registava 77,6.

Pelo contrário o Rt subiu, encontrando-se agora nos 0,93, face aos 0,91 dos últimos dados. Isto quer dizer que cada pessoa infetada, irá contrair o vírus a 0,93 pessoas.

Com estes valores Portugal mantém-se a “verde” e “livre” para continuar a seguir em frente no desconfinamento.

(Notícia atualizada às 14h26)

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Boletim Digital #3: Tesla reforça na bitcoin, Google faz mira às falsas vacinas

Se tiver umas bitcoins a mais na carteira, já pode usá-las para comprar um Tesla. Descubra também quantos anúncios de curas milagrosas e falsas vacinas da Covid teve a Google de bloquear.

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Já pode comprar um Tesla e pagar em bitcoins, com a certeza de que a marca não planeia converter o pagamento para dólares ou euros. Palavra de Elon Musk, “Technoking” da fabricante de carros elétricos.

A Google bloqueou milhares de milhões de anúncios publicitários em 2020. A Covid-19 fez disparar os esquemas fraudulentos de curas milagrosas e até falsas doses de vacinas contra o coronavírus.

No streaming, a Netflix continua líder, mas terá de acelerar o passo: se nada fizer, a Walt Disney alcança o primeiro lugar do pódio já em 2024. A plataforma Disney+ bateu em 16 meses a meta que a Netflix levou 10 anos a alcançar.

O Boletim Digital é uma produção semanal do ECO, pela voz do jornalista Flávio Nunes. Siga-o no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts ou onde quer que oiça os seus podcasts.

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UE tem novo programa de 5,1 mil milhões para reforçar setor da saúde

  • Lusa
  • 26 Março 2021

Em causa está a entrada em vigor do EU4Health, que prevê a alocação de 5,1 mil milhões de euros para reforçar a resiliência dos sistemas sanitários.

A União Europeia (UE) conta, a partir desta sexta-feira, com um novo programa comunitário para o setor da saúde, o EU4Health, que prevê a alocação de 5,1 mil milhões de euros para reforçar a resiliência dos sistemas sanitários.

Em causa está a entrada em vigor do EU4Health, no dia em que é feita a publicação no Jornal Oficial da UE, que surge numa altura em que se assiste a um ressurgimento das infeções de covid-19 no espaço comunitário, com Estados-membros a apertarem medidas de contenção.

A Comissão Europeia já veio saudar esta entrada em vigor, afirmando em comunicado que isso “marca o passo final no sentido de disponibilizar 5,1 mil milhões de euros para reforçar a resiliência dos sistemas de saúde e promover a inovação no setor da saúde”, após a aprovação pelos colegisladores (o Conselho a 17 de março e o Parlamento a 09 de março).

De acordo com o executivo comunitário, o EU4Health “contribuirá significativamente para a recuperação depois da covid-19, tornando a população da UE mais saudável, apoiando a luta contra as ameaças sanitárias transfronteiriças e reforçando a preparação e a capacidade da UE para responder eficazmente a futuras crises sanitárias, como parte de uma futura e forte União Europeia da Saúde”.

Citada pela nota de imprensa, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, afirma que “a partir de hoje, se começa a traçar um novo rumo para a política de saúde da UE”.

“A entrada em vigor do nosso programa EU4Health dar-nos-á as ferramentas necessárias para efetuar mudanças duradouras na saúde pública [já que] este orçamento sem precedentes de 5,1 mil milhões de euros permitir-nos-á fazer investimentos direcionados para melhorar a nossa preparação para crises e construir sistemas de saúde mais fortes, mais resilientes e mais acessíveis”, conclui.

O EU4Health é um programa de financiamento para 2021-2027 destinado a assegurar maior proteção da saúde humana em todas as políticas e atividades da União. Foi proposto pela Comissão Europeia em maio de 2020 como resposta da UE à crise da covid-19, que tem tido um grande impacto nos sistemas de saúde europeus. Apesar de o programa não dar resposta direta à pandemia, foi esta crise sanitária que acelerou a sua introdução.

Sendo este o maior programa de saúde de sempre em termos monetários ao nível europeu, visa fornecer financiamento aos países da UE e organizações, proteger os cidadãos contra ameaças sanitárias transfronteiriças graves, aumentar a disponibilidade e acessibilidade económica de medicamentos e dispositivos médicos e ainda reforçar os sistemas sanitários, a sua resiliência e a eficiência de recursos.

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Ao contrário do esperado, carga fiscal aumentou para novo recorde de 34,8% do PIB em 2020

Ao contrário do esperado pelo Governo, a carga fiscal aumentou em 2020 e atingiu os 34,8% do PIB, um novo recorde.

A carga fiscal situou-se em 34,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 segundo a estimativa divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). De acordo com o INE, a carga fiscal, que inclui receita de impostos e contribuições efetivas, foi de 70.377,0 milhões de euros, correspondendo a 34,8% do PIB.

O Governo esperava uma redução da carga fiscal por causa da crise económica, período em que, normalmente, a receita fiscal tende a cair mais do que a contração do PIB (recorde-se que o conceito de carga fiscal traduz-se num rácio). Contudo, não foi isso o que aconteceu: a carga fiscal não só não baixou para mínimos de vários anos, ao contrário do esperado, como subiu para um novo recorde.

A receita pública que conta para a carga fiscal (receita fiscal e contributiva) contraiu 4,7%, abaixo da redução histórica de 7,6% do PIB em 2020. Este desempenho — em parte refletindo a resiliência do mercado de trabalho — explica o porquê de a carga fiscal ter subido em 2020, ainda que não tenha existido uma subida generalizada dos impostos.

Carga fiscal atinge recorde em 2020

Contribuições sociais atingiram o valor mais elevado de sempre

Em 2019, o valor total de receitas de impostos e contribuições sociais ascendeu a 73.837,9 milhões de euros (correspondendo a 34,5% do PIB), sendo este o montante mais elevado de sempre desde pelo menos 1995, ano do início da série disponibilizada pelo INE.

O conceito de carga fiscal define-se pelos impostos e contribuições sociais efetivas (excluindo-se as contribuições sociais imputadas) cobrados pelas administrações públicas nacionais e pelas instituições da União Europeia.

Medida em percentagem do PIB, a carga fiscal registada em 2020 é a mais elevada de sempre, sendo que os valores hoje divulgados pelo INE reveem em baixa o anteriormente projetado para 2019, que recua de 34,8% para 34,5%.

De acordo com os dados ainda provisórios divulgados pela autoridade estatística nacional esta sexta-feira, as receitas tributárias (impostos sobre os rendimentos, de produção e importação e de capital) totalizaram 49.575,6 milhões de euros em 2020, menos do que os 53.273,5 milhões de euros de 2019.

O valor das receitas tributárias de 2020 é também inferior ao de 2018, ano em que estas atingiram 51.982,3 milhões de euros e a carga fiscal se fixou em 34,7% do PIB.

Já as contribuições sociais efetivas das famílias ascenderam a 8.284,3 milhões de euros, sendo este o valor mais elevado desde o início da série disponibilizada pelo INE.

O PIB caiu 7,6% em 2020, registando a contração “mais intensa” da atual série de Contas Nacionais do INE, depois de em 2019 se ter expandido 2,5%.

As Administrações Públicas registaram um défice de 5,7% do PIB em 2020, em contabilidade nacional, correspondente a 11.501,1 milhões de euros, regressando a terreno negativo após o excedente de 2019.

Após ter registado em 2019 o primeiro excedente das contas públicas desde 1973, com um saldo positivo de 0,1% do PIB, a economia portuguesa regressa a uma situação deficitária em 2020, um ano em que o cenário económico ficou fortemente marcado pelos efeitos da pandemia.

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Novo Banco: “Necessariamente um ou outro banco tinham que ser resolvidos”

  • Lusa
  • 26 Março 2021

O ex-diretor de supervisão do Banco de Portugal, Carlos Albuquerque, disse que face à opção de utilizar os 12 mil milhões da capitalização da 'troika', "um ou outro banco tinham que ser resolvidos".

O ex-diretor de supervisão do Banco de Portugal (BdP) Carlos Albuquerque disse esta sexta-feira que face à opção de utilizar os 12 mil milhões da capitalização da ‘troika’, “necessariamente um ou outro banco tinham que ser resolvidos”.

Ao deputado Miguel Matos (PS), falando na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, Carlos Albuquerque disse que o Banco de Portugal “assumiu todo o risco de supervisão” no período em que estava disponível a linha de capitalização da ‘troika’, de 12 mil milhões de euros.

“Se o Banco de Portugal tivesse optado ou tivesse sugerido que a solução portuguesa fosse igual à solução irlandesa, por exemplo, em que houve um resgate total ao sistema bancário, seriam necessários 40 a 45 mil milhões de euros em vez de 12”, disse. Nessa situação, “o risco de supervisão era baixíssimo”, acreditando Carlos Albuquerque que “mais nenhum banco seria resolvido”.

No entanto, com 12 mil milhões, com aquela decisão, “necessariamente um ou outro banco tinham que ser resolvidos, ou entrar em liquidação, ou não suportariam” as circunstâncias, disse. Anteriormente, em resposta ao deputado João Cotrim Figueiredo, o atual administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já tinha afirmado que entre 2007 e 2017 os bancos portugueses constituíram 48 mil milhões de imparidades, dos quais 23 mil milhões entre 2011 e 2014.

O Novo Banco era “igual” aos outros bancos nacionais, mas sem os ativos como os do BES, disse ainda Carlos Albuquerque, realçando o caráter sistémico dos problemas.

O Novo Banco era um banco bom no sentido em que estava completamente limpo? Não era. Era um banco igual à generalidade dos bancos portugueses, sem aquele tipo de ativos e passivos que geraram e foram na altura considerados no princípio que foi utilizado” para a separação do BES, disse hoje Carlos Albuquerque no parlamento.

O diretor de supervisão prudencial do BdP entre 2014 e 2017 referiu que “não haveria capital” para ‘limpar’ o balanço da instituição. “Se calhar precisava de mais seis, sete, oito ou nove mil milhões, não sei, dentro daquele momento, dentro dos tais 45 [mil milhões] que eu acho que seriam necessários”, disse, referindo-se ao número que acreditava ser preciso para ‘limpar’ o sistema bancário nacional.

Carlos Albuquerque disse que os valores de exposições não produtivas do Novo Banco “não são excecionalmente superiores aos outros bancos”, sendo “muito próximos daquilo que é o sistema”. “Chamou-se banco bom e banco mau de uma forma que eu acho que não é absolutamente correta. Não foi o banco bom e o banco mau, porque efetivamente o Novo Banco foi um banco que ficou, grosso modo, igual aos outros bancos do sistema”, reforçou.

Mais tarde, disse que “se todos os ativos segregados que deram origem ao Novo Banco tivessem ficado no BES, os números que disse eram muito mais graves”, respondendo à enumeração de imparidades feita por Miguel Matos.

O deputado socialista tinha comparado o Novo Banco face aos restantes cinco maiores bancos, referindo, em 2015, “o peso mais elevado de créditos não produtivos, menos 15 pontos percentuais de crédito a clientes, o ‘portfolio’ de crédito em risco, de 20% comparado com 11%, e um rácio de solvabilidade inferior, de 9% versus 11%”.

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Regulador chinês pune Haitong Securities por falhas de controlo interno

  • ECO
  • 26 Março 2021

Regulador chinês proibiu a Haitong Securities, que detém indiretamente o banco Haitong, de exercer atividade de consultoria de investimento em títulos para institucionais durante um ano.

O regulador do mercado chinês proibiu a Haitong Securities de realizar trabalho de consultoria de investimento em obrigações para investidores institucionais durante um ano, depois de ter detetado várias falhas internas na maior corretora chinesa que detém indiretamente o banco de investimento português Haitong Bank (ex-BESI).

De acordo com a imprensa chinesa, o caso está relacionado com uma emissão de dívida da empresa estatal Yongcheng Coal, que em novembro entrou em default no valor de mil milhões de yuan (cerca de 130 milhões de euros) pouco tempo depois da operação.

Este evento de incumprimento chamou as atenções das autoridades junto de quem ajudou a montar a operação financeira. A Associação Nacional de Investidores Institucionais do Mercado Financeiro (NAFMII) disse ter encontrado violações regulatórias na Haitong Securities e três instituições relacionadas com o grupo que também estiveram envolvidas no default da Yongcheng. Os casos foram encaminhados para o Banco Popular da China e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC).

Na altura, a Haitong Secutiries assegurou que ia tomar as medidas necessárias para corrigir as falhas nas suas operações comerciais, incluindo o reforço da formação de pessoal e melhoria dos controlos internos.

Contudo, esta semana, a CSRC (equivalente à CMVM) anunciou a suspensão da Haitong Securities de exercer atividade de consultoria de investimento em títulos para investidores institucionais durante um ano. A Haitong Securities detém 100% da Haitong Holding Internacional, que é dona do português Haitong Bank.

O polícia dos mercados de Shanghai considerou que a Haitong Secutiries foi responsável por más práticas no curso das operações comerciais que causaram “sérios efeitos negativos” no mercado: 1) falhou no controlo e prevenção de riscos de forma eficaz enquanto conduzia determinadas atividades de consultoria de investimento e gestão de ativos privados; 2) não conseguiu incorporar práticas relevantes no sistema de controlo de risco de compliance; 3) não separou de forma efetiva as áreas de subscrição de títulos de dívida e gestão de ativos, e não existia um mecanismo de revisão de conflito de interesses.

Além da suspensão de um ano, a Haitong Securities terá de fazer inspeções regulares ao sistema de compliance e informar o regulador acerca dos resultados das inspeções. A empresa terá oportunidade de se defender perante a CSRC.

O ECO contactou o Haitong Bank sobre os potenciais impactos desta decisão mas ainda não recebeu resposta.

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“Dear CTO”. Uma carta aberta que vai fazê-lo pensar na sua empresa

"Quer queira ou não, o teletrabalho veio para ficar. É adorável que a sua empresa não seja adepta do trabalho remoto, mas saiba que isso trará, inevitavelmente, consequências", lê-se na carta.

O trabalho remoto veio para ficar e vai mudar a realidade das empresas para sempre. Esta é uma das conclusões que alguns estudos e especialistas têm vindo a avançar e com a qual o engineering manager João Alves, de 29 anos, não podia estar mais de acordo. Numa carta que escreveu aos CTO (chief technical officer), intitulada “Dear CTO, remote will change your company forever”, defende que o trabalho remoto, já implementado por algumas empresas e, sem dúvida, acelerado com a pandemia mundial, é incontornável. E que cabe às empresas adaptarem-se a esta nova realidade.

“Quer queira ou não, o teletrabalho veio para ficar. Não há problema se acreditarmos que as equipas no local trabalham melhor. É adorável que a sua empresa não seja adepta do trabalho remoto, mas saiba que isso trará, inevitavelmente, consequências ao nível do talento. Está disposto a fazer essa troca?”, começa por questionar o profissional, que gere uma equipa de desenvolvimento de software de 10 pessoas na Adevinta, uma empresa com cerca de 5.000 trabalhadores.

Ser uma empresa remote first significa aumentar o leque de talento, podendo ir procurar e contratar a qualquer parte do mundo. Mas isso traz também alguns desafios para as empresas, nomeadamente no que toca ao estabelecimento de uma distância tolerada na hora de contratar, que pode ser apenas dentro do mesmo país, em países com fusos horários semelhantes ou até em qualquer parte do globo, sem restrições.

Por outro lado, João Alves refere, também, desafios ao nível da decisão dos benefícios, que podem ou não variar consoante a localização do colaborador, e das ferramentas e processos necessários para apoiar esta transição para o trabalho à distância, são algo que considera “fundamental”.

Abraçar o remote, renovar a cultura empresarial

Outro benefício que o profissional tecnológico considera que o trabalho remoto traz é o maior equilíbrio entre aquilo que é a vida pessoal e a vida profissional das pessoas. “Se as pessoas confiarem na comunicação assíncrona, podem levar os seus filhos à escola, tomar conta de um familiar ou assistir a uma aula de ioga às 10 horas da manhã”, refere, acrescentando que é uma questão de renovar a cultura empresarial. E, com projetos e produtos bem geridos e com propósitos definidos, as pessoas também tenderão a ficar mais tempo nas empresas, o que contribuirá para diminuir a taxa de rotatividade.

Além disso, João Alves considera a contratação de talento júnior e inexperiente um investimento importante. Apesar de as ofertas para cargos de trabalho remoto serem, sobretudo, para engenheiros sénior, o programador afirma que é impressionante ver como os colaboradores júnior se adaptam às novas formas de trabalho, absorvem a cultura empresarial e começar a produzir.

"Até podemos pensar que ter equipas on-site é melhor. Mas, gostemos ou não, a possibilidade de os trabalhadores conseguirem oportunidades em remoto muda as regras do jogo. E muda-as de uma maneira drástica.”

João Alves

Gestor de engenharia

“Se tiver a cultura certa e lhes der uma oportunidade de crescer, também criará uma ligação com eles”, escreve, acrescentando que, talvez, também contribua para as melhores métricas de retenção das empresas. No entanto, para isso, é preciso melhorar os processos de onboarding, desenvolver as capacidades de coaching dos profissionais séniores, bem como documentar melhor os sistemas e práticas da empresa.

“Se as pessoas sentirem que pertencem à organização, criarão uma ligação à sua empresa que será mais difícil de destruir”, afirma João Alves. E questiona os CTO: “Quando foi a última vez que implementou uma ideia de um trabalhador no seu produto ou empresa? Preocupa-se com a saúde física e mental do seu empregado? Que ações levou a cabo para melhorá-la?”. Empresas que têm uma missão e um conjunto de valores para além do seu EBITDA, e que se preocupam com a felicidade dos seus colaboradores, estão claramente em “significativa”.

Em conversa com a Pessoas, o gestor de engenharia assinala que a intenção desta “carta aberta” era, sobretudo, fazer uma “reflexão acerca do que significa este movimento do trabalho remoto, sobretudo em empresas de base tecnológica”. “O cerne da questão vai além daquilo que eu, ou o CEO/CTO de uma empresa possamos pensar. Até podemos pensar que ter equipas on-site é melhor. Mas, gostemos ou não, a possibilidade de os trabalhadores conseguirem oportunidades em remoto muda as regras do jogo. E muda-as de uma maneira drástica”, sublinha.

De acordo com dados recolhidos pela CTO’s Portugal, organização sem fins lucrativos que junta cerca de três centenas de diretores de tecnologia em Portugal, quase metade dos CTO portugueses acredita que o futuro do trabalho no país passará por um modelo híbrido que permita aos trabalhadores laborar, a partir de outro local, determinados dias por mês, coordenando-os com outros tantos dias a trabalhar a partir do escritório. Considerando os modelos híbrido, remote first ou 100% remoto, a percentagem de profissionais técnicos que acredita que o futuro assentará nestes é de 88% (quase nove em cada dez).

João Alves conta ainda que, se há um ano conhecia entre 10 a 15 pessoas a trabalharem em empresas americanas a partir do Porto, de Lisboa ou de Barcelona, atualmente conhece “50”. “Aqui há várias coisas que devemos analisar. E são essas perguntas que eu mesmo me faço, e que tento provocar no leitor. Estamos preparados para que uma empresa que paga cinco vezes mais mais venha concorrer connosco? Como é que nos preparamos? Que tipo de riscos corremos? Se acabamos a ceder ao trabalho remoto — por convicção ou por forças do mercado — há toda uma panóplia de perguntas que surgem de seguida”.

Com Mariana de Araújo Barbosa.

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Noruega prorroga suspensão da vacina da AstraZeneca até 15 de abril

  • Lusa
  • 26 Março 2021

As autoridades de saúde norueguesas prorrogaram a suspensão da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca até 15 de abril.

As autoridades de saúde norueguesas prorrogaram esta sexta-feira a suspensão da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca até 15 de abril, considerando necessário examinar os seus possíveis efeitos colaterais após o surgimento de casos graves de coágulos sanguíneos.

A Noruega junta-se assim à Dinamarca, que também prorrogou a suspensão do medicamento, enquanto a maioria dos outros países europeus retomou o uso da vacina AstraZeneca, que foi declarada “segura e eficaz” pelo regulador europeu.

“É uma decisão difícil, mas justificada, para prolongar a pausa da vacina da AstraZeneca”, disse Geir Bukholm, funcionário do Instituto Norueguês de Saúde Pública (FHI), em um comunicado. “Acreditamos que haja necessidade de mais estudos sobre esses casos para poder dar o melhor conselho possível sobre a vacinação à população norueguesa”, acrescentou.

No país nórdico, vários profissionais de saúde com idade inferior a 55 anos e até então com boa saúde apresentaram uma combinação de sintomas atípicos de coágulos sanguíneos, hemorragia e queda das plaquetas, poucos dias após receberem a vacina da AstraZeneca. Três morreram e outra pessoa, também relativamente jovem e sem nenhum problema de saúde conhecido, morreu de hemorragia cerebral.

Nenhuma ligação foi estabelecida, até agora, entre estes problemas e a vacina do laboratório anglo-sueco, mas uma equipa médica norueguesa disse ter visto nesses casos raros, mas graves, a consequência de uma “poderosa resposta imunológica” desencadeada pela vacina. “A coisa mais importante é determinar se há uma ligação causal entre a vacinação e esses efeitos colaterais muito graves, como suspeitamos”, disse a chefe da FHI, Camilla Stoltenberg, à rádio NRK.

A suspensão deve atrasar o programa de vacinação da Noruega em uma a duas semanas, disse o instituto. Pessoas que já receberam a primeira dose da vacina não receberão uma segunda injeção neste momento, segundo o instituto. Entre os primeiros a suspender a vacina AstraZeneca, os países nórdicos estão, agora, a atuar de forma dispersa.

Enquanto a Dinamarca anunciou na quinta-feira uma extensão de três semanas do intervalo para ter tempo de examinar mais de perto os possíveis efeitos colaterais da vacina, a Finlândia, a Islândia e a Suécia retomaram o uso da vacina, reservando-a, no entanto, para idosos.

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B&B Hotel Lisboa Aeroporto vendido a fundo francês por 14 milhões

  • Lusa
  • 26 Março 2021

Esta operação encaixa-se na estratégia do Grupo B&B Hotels, que vai continuar no edifício como arrendatária. Negócio foi fechado com fundo francês MNK Partners.

A cadeia hoteleira B&B Hotels anunciou esta sexta-feira que vendeu o B&B Hotel Lisboa Aeroporto, localizado junto ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ao fundo francês MNK Partners por 14 milhões de euros.

O B&B Hotel Lisboa Aeroporto foi construído pelo Grupo Casais, e promovido e financiado pela B&B Hotels com o objetivo de o vender e alugar em simultâneo a um fundo imobiliário através de um contrato de arrendamento garantido a longo prazo, explica o grupo hoteleiro em comunicado.

Com a venda deste hotel, a B&B Hotels “desvia 100% dos seus ativos imobiliários em Portugal”, consolidando o seu modelo de negócio ‘asset light’ na Península Ibérica, “chave para manter as suas fortes taxas de crescimento”. Além disso, também se consolida como um dos inquilinos mais “atraentes e solventes” para a valorização de ativos hoteleiros, de ativos familiares e todos os tipos de fundos imobiliários, lê-se no comunicado.

O grupo hoteleiro, que foi adquirido em 2019 pela Goldman Sachs juntamente com a sua equipa de gestão, conta com 37 hotéis abertos em Espanha e cinco em Portugal, todos em regime de arrendamento de longa duração. Deste modo, a cadeia hoteleira assegura o desenvolvimento de novos projetos em estreita colaboração com fundos especializados no investimento imobiliário, que veem nesta estrutura de investimento um “perfil muito atrativo” ao nível do risco assumido e da rentabilidade esperada.

A presidente executiva da B&B Hotels para a Espanha e Portugal, Lucía Méndez-Bonito, comentando a transação, afirmou que “a venda dos hotéis com aluguer garantido de longa duração é uma operação estratégica para a B&B Hotels, uma vez que permitem aligeirar o equilíbrio em Espanha e Portugal de forma a manter um forte ritmo de crescimento no futuro em toda a Península Ibérica”.

E prosseguiu: “Atualmente contamos com um amplo número de projetos em curso e continuamos a procurar oportunidades para seguir o nosso crescimento sustentado em toda a região com o propósito de ampliar a nossa rede com 10 hotéis em Portugal em 2021”. “Espanha e Portugal são dois mercados-chave para o desenvolvimento do grupo B&B Hotels na nossa ambição por continuar a ser o líder indiscutível dos hotéis económicos”, salientou a gestora.

A cadeia hoteleira B&B Hotels tem atualmente cinco hotéis abertos em Portugal, que estão localizados nas regiões de Coimbra, Braga, Felgueiras, Setúbal e Lisboa, sendo que prevê “anunciar mais cinco hotéis ainda este ano”, disse Torcato Faria, responsável da empresa em Portugal. O B&B Hotel Lisboa Aeroporto, localizado junto ao aeroporto da capital portuguesa, é uma unidade com 188 quartos duplos e familiares.

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Caixa de Previdência dos advogados só tem sustentabilidade por 15 anos

Relatório de grupo de trabalho da OA e da CPAS - cujas conclusões o ECO/Advocatus teve acessso - revela que os advogados deviam 600 mil euros de contribuições só nos meses de Março a Julho de 2020.

A Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores (CPAS) tem uma sustentabilidade em que apenas os advogados com mais de 45 anos sabem que a CPAS ainda estará ativa aos 60 anos. Segundo o relatório do Grupo de Trabalho que estudou a sustentabilidade da CPAS — que abarca cerca de 35 mil beneficiários — concluiu-se que este mesmo sistema de previdência rem uma sustentabilidade por 15 anos.

Segundo o mesmo documento — que ainda não está finalizado mas cujas conclusões o ECO/Advocatus teve acesso e que conta com membros da Ordem dos Advogados e da própria CPAS — as dívidas das contribuições para este sistema de previdência, entre março e Julho de 2020, ultrapassaram os 600 mil euros. A CPAS fez ainda 125 acordos de pagamento das contribuições em prestações neste período –– para que os advogados pagassem a contribuição a prestações — data que corresponde ao primeiro confinamento, na sequência da pandemia.

Esta sexta-feira, os advogados realizam a primeira assembleia-geral convocada pela classe para decidir se existirá ou não um referendo para que os advogados possam escolher o seu sistema: a CPAS ou o regime geral da Segurança Social. O mesmo documento denuncia ainda que não foi dado por parte do Governo qualquer apoio extraordinário por conta da pandemia e que foram vários os pedidos para reunião com membros do Ministério da Justiça e do Trabalho e Segurança Social, mas sem sucesso.

De acordo com o mesmo documento, entre maio e junho de 2020, foram aceites 538 pedidos de advogados que pediram para reduzir o escalão, de forma a pagar um valor mais baixo de contribuição e 611 pedidos de pagamento em prestações. Atualmente, no mínimo, qualquer advogado tem de pagar 251 euros à CPAS, independentemente do valor que ganhem ao final do mês.

Mas houve também 200 advogados que pediram a redução de escalão que não foram aceites por não preencherem os requisitos necessários, na sua maioria beneficiários já com dívida de contribuições e também alguns beneficiários reformados ou com inscrição cancelada ou suspensa.

Apesar de vários advogados terem solicitado a suspensão do pagamento das contribuições, cujo valor mínimo é de 251,38 euros, devido à quebra de rendimentos causada pela pandemia, a CPAS apenas aprovou um Regulamento que estabeleceu medidas excecionais e temporárias como a possibilidade de diferimento de contribuições (pagamento em prestações) ou de redução do escalão contributivo.

Recomendações do grupo de trabalho:

  • Necessidade urgente de rever o regime de contribuição da CPAS para aumentar a contribuição dos escalões de rendimentos superiores, “para suportar a solidariedade intergeracional, base do princípio do sistema de repartição da CPAS, e para aumentar a componente de solidariedade intergeracional que atualmente não existe na CPAS”;
  • Suspensão temporária da obrigação contributiva, com possibilidade de prorrogação, em contexto de comprovada quebra de rendimentos;
  • Constituição de fundo de assistência 100 % orientado para a situação excecional de pandemia; Esse fundo “deve ser objeto de dotação de recursos com base nas reservas da CPAS. A ideia é a utilização de recursos de reserva em situação extraordinária sem que se altere a estrutura de contribuições, permitindo, por exemplo a suspensão total para quem continua a exercer”, lê-se no documento.
  • Fazer um estudo que avalie qual a sustentabilidade da CPAS por 25 anos.

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Santander fecha escritórios com teletrabalho. Encerra 111 agências no Reino Unido

  • ECO
  • 26 Março 2021

5.000 funcionários serão afetados pelas mudanças nos escritórios, mas serão oferecidas alternativas, como teletrabalho. Agências fechadas ficam a menos de cinco quilómetros das que permanecem abertas.

O Santander vai fazer alterações aos seus escritórios, encerrando alguns deles, avança o The Guardian. Estas mudanças vão afetar cerca de 5.000 pessoas. Segundo o banco, esta decisão representa uma resposta à mudança para o banco digital, acelerada pela pandemia. Adicionalmente, 111 agências vão encerrar no Reino Unido (um quinto da sua rede no país).

A mudança nos escritórios resulta no encerramento de quatro locais e na mudança de sede de Londres para Milton Keynes. Cerca de 5.000 funcionários foram afetados pelo anúncio da mudança de escritórios, mas o Santander diz que serão oferecidas alternativas, uma das quais o trabalho remoto. Outra opção poderá passar por trabalharem em “espaços locais projetados para permitir a colaboração da equipa”.

No que diz respeito às 111 agências que vão encerrar, a maioria fica a menos de cinco quilómetros de outra agência do Santander, sendo que a maior distância é mesmo de cinco quilómetros. O banco notou também que poderão ser feitas transações bancárias nas 11.000 agências dos Correios.

O programa de encerramento terá início a 24 de junho, com quatro agências em Londres e uma em Glasgow entre as primeiras a fechar. Todas as 111 devem encerrar até o final de agosto.

O jornal britânico explica que o encerramento de parte da rede de agências bancárias está a ser feito por muitos dos grandes bancos, pois os clientes estão a rejeitar os serviços tradicionais ao balcão, preferindo utilizar os serviços online ou por telefone. Vários bancos afirmaram que a pandemia acelerou esse processo.

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