Rupert Symington: “Como CEO não estou a vigiar os meus diretores para ver se põem o pé no sítio errado”

  • ECO
  • 30 Março 2021

Quarta geração de uma família ligada ao vinho do Porto há 129 anos, Rupert Symington, CEO da companhia com o seu apelido, é finalista do EY Entrepreneur of the Year.

Rupert Symington tem 57 anos e nasceu “com o mundo do vinho à volta”. A empresa com o seu apelido lançou raízes no Douro em 1882 e tem passado de geração em geração desde então. “O meu pai levava-me ao porto de Leixões para ver as pipas a serem carregadas”, conta ao ECO. Teria, recorda, uns 5 anos. “As famílias do vinho não se afastam muito da realidade do vinho. Todas as situações envolviam vinho. Havia clientes que ficavam na casa dos meus pais, havia visitas às vinhas. As visitas ao Douro tinham uma magia especial”. Em 2021, o CEO da companhia é um dos cinco finalistas do prémio EY Entrepreneur of The Year.

De Massarelos, onde nasceu, a Gaia, onde a Symington tem a sua sede, há um mundo inteiro que Rupert percorreu até que em 1992 voltou. Depois do infantário na Foz e do colégio britânico até aos 13 anos, cumpriu a tradição da família e foi estudar para um colégio interno na Inglaterra, “para ver um bocadinho da cultura britânica”, conta.

Seguiu-se o curso de Matemática na Universidade de Oxford, onde, pela primeira vez, entrou num concurso de provas de vinho contra a arquirrival Universidade de Cambridge. Acertou, “tinha bebido aquele vinho semanas antes”. Mas não foi essa experiência que o aproximou do negócio da família. Depois da licenciatura, viajou pela América do Sul – México e Peru. No regresso à Europa, “arranjei um emprego na city de Londres, trabalhei cinco anos na bolsa, a fazer análise e balanços”.

Havia de trocar esse trabalho por mais viagens: África, Austrália e EUA. “Fiz um estágio no nosso importador lá. Uma empresa de cinco pessoas, em São Francisco. Foi ali que conheci a minha mulher, que é de lá. Um plus que correu bem”, diz. Cruzou o Atlântico e um MBA do Insead depois, em 1992, “vim trabalhar permanentemente no Porto”, recapitula, no seu português com sotaque britânico e portuense.

Abre-se um parêntesis na conversa. Rupert Symington explica que apesar de ter aprendido português em pequeno e do pai, Ron, também falar, acabou por ter pouco contacto com ela. “Não tive essa imersão na língua”, afirma. E, na empresa, onde partilha responsabilidades com outros membros da família, “os meus primos têm tendência a falar inglês comigo”. E, de resto, tem sido sempre nesse balanço entre português e inglês que se tem desenrolado o trabalho.

Terá sempre estado destinado a dirigir a Symington? Recua de novo no tempo. “O meu pai quando eu tinha por volta dos 18 anos, disse-me: Se tu queres ficar com a minha posição na empresa, tens de iniciar esse percurso“. “Ele queria que fosse a Oxford e depois fazer dois ou três anos em Londres, para ganhar experiência, depois fazer um MBA e voltar”, resume. “Acabei por fazer tudo o que ele queria, mas havia uma cenoura – se eu quiser aceitar o desafio, ele entregava a sua posição. Eu tinha um emprego mas queria também uma posição na empresa”, diz.

Sempre achei que não queria voltar sem ter alguma experiência externa, não queria entrar como empregado, queria entrar como gestor, mas também não entrei diretamente no conselho de administração”, explica.

Num ponto fugiu da tradição: “Passar seis meses na sala de provas. Nunca tive oportunidade de fazer isso, entrei e fiquei logo envolvido num processo de reestruturação da empresa”, refere. A formação de matemática e a experiência como analista valiam mais.

A Symington que herdou do pai cresceu muito. “Na geração do meu pai, ele trabalhava com quatro primos, eram mais hands on, a empresa tinha 40 pessoas. Dividiam a parte comercial por mercados”, refere. O pai de Rupert pegou nos EUA e no extremo Oriente.

Trabalhou cinco anos com o pai, que lhe deu a responsabilidade do mercado americano, que ainda assume. Depois, “fiquei responsável pelo planeamento financeiro da empresa, tudo o que é previsões financeiras, não faço tesouraria do dia dia dia, mas gosto de fazer planos. Em 2006 tivemos oportunidade de comprar um grande concorrente, fiz os modelos de rentabilidade futura.”

Nestas duas décadas lembra outro projeto que pôs de pé: o departamento do Douro Doc, vinhos de mesa do Douro. “Montei um grupo de trabalho, para criar uma divisão nova na empresa. Tive de planear a política comercial, preços por garrafa, fiz a maior parte do planeamento, o business plan”. Atualmente, 480 pessoas trabalham na Symington.

Após a saída do primo Paul, Rupert Symington assumiu a posição de CEO. “Antigamente partilhava essa responsabilidade com os primos Johnny e Paul. Agora é mais tradicional”, explica. Na Symington, “definir responsabilidades” é, segundo Rupert, muito importante. “No momento em que duas pessoas começam a lutar por uma responsabilidade há um problema”. E acrescenta: “Mesmo como CEO não estou a vigiar os meus diretores para ver se põem o pé no sítio errado. Fazem as coisas com muita autonomia, o que é importante é o governance”.

Por outro lado, Rupert acredita que uma companhia familiar tem as suas mais-valias. “Os sócios desentendem-se, mas quando há sangue em comum pessoas têm outro interesse em manter a empresa”. Na Symington, 100% das ações são detidas pela família, mas, como explica o gestor, apenas cinco em onze diretores têm este apelido. “É sempre um erro quando uma família acha que o negócio é a conta bancária da família”, diz. Na empresa, criaram uma série de regras internas que gerem o comportamento, a experiência dos membros da família, o que acontece se uma pessoa não se consegue integrar. “Não é para criar anticorpos mas é para ter uma empresa saudável para o futuro”.

Atualmente, uma mão cheia de membros da quinta geração da família Symington está a trabalhar nas sucursais de distribuição da empresa. “O meu filho está na mesma empresa onde trabalhei há 25 anos”.

“Estamos a planear melhorias na Quinta do Bonfim, um novo restaurante, a primeira adega certificada de sustentabilidade. Estamos a investir no futuro. As coisas vão melhorar. O turista vai voltar e vai ser diferente. Vamos demorar a ter o turista de fim de semana, mas Portugal tem esta reputação de ser seguro e não muito caro, e a enorme vantagem de não se ter de se voar mais de três horas na Europa”.

Rupert Symington

2020 foi um ano “complicadíssimo”, admite Rupert Symington, “mas fechámos o ano com resultados muito bons”. “As previsões pareciam um desastre em abril do ano passado, mas as coisas correram bem”. Em vez dos 98,8 milhões de euros de 2019, faturaram 98,3 milhões. Saíram, crê, beneficiados pelas boas relações com Europa e EUA, mas penalizados nas vendas em lojas francas e tudo o que está relacionado com enoturismo, que caiu 80 ou 90%. “Nos mercados de exportação é verdade que vendemos mais. Gastaram o mesmo dinheiro”. Em Portugal, houve quebras, “o turista é um cliente muito importante.”

Para Rupert, a Symington passou dois testes importantes. Gerou confiança entre os trabalhadores (quem não está em teletrabalho é testado semanalmente) e clientes. Também ultrapassou as dúvidas em relação à logística, um dos seus “receios” há um ano. Só se lembra de um obstáculo que foram incapazes de ultrapassar: “Um fabricante de caixas em Ovar não conseguia entregar porque havia um cordão sanitário”.

Diz-se “cauteloso” em relação a 2021, mas confiante em relação a 2022. “Estamos a planear melhorias na Quinta do Bonfim, um novo restaurante, a primeira adega certificada de sustentabilidade. Estamos a investir no futuro. As coisas vão melhorar. O turista vai voltar e vai ser diferente. Vamos demorar a ter o turista de fim de semana, mas Portugal tem esta reputação de ser seguro e não muito caro, e a enorme vantagem de não se ter de se voar mais de três horas na Europa”.

“Eu faço parte da equipa, não sou eu sozinho que faço estas coisas”

Nesta 8.ª edição do prémio EY Entrepreneur of The Year, Rupert Symington junta-se a outros quatro finalistas – António Oliveira (OLI – Sistemas Sanitários), Carlos Mendes Gonçalves (Mendes Gonçalves), Guy Villax (Hovione) e António Carlos Rodrigues (Casais). “É uma honra para mim e para a nossa empresa ser escolhido”, diz ao ECO. “Eu faço parte da equipa, não sou eu sozinho que faço estas coisas. Sou mais low profile, não tenho grande vontade para esticar o pescoço, mas tudo o que a empresa pode receber em termos de reconhecimento é ótimo”.

Em anteriores edições do prémio foram distinguidos Belmiro de Azevedo (Sonae), Carlos Moreira da Silva (BA Glass), Dionísio Pestana (Grupo Pestana), Carlos e Jorge Martins (Martifer), Manuel Alfredo de Mello (Nutrinveste) e Bento Correia e Miguel Leitmann (Vision-Box) e António Rios de Amorim (Corticeira Amorim).

O prémio EY Entrepreneur of The Year é atribuído desde 1986, e é considerado o mais antigo a nível global. É organizado atualmente em 145 cidades e mais de 60 países. Todos os anos, cerca de 10 mil candidaturas são analisadas. Entre os vencedores estão Michael Dell (Dell Computers), Jeff Bezos (Amazon), Jeff Weiner (LinkedIn) ou Serguei Brin/Larry Page (Google).

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Os grandes desafios do licenciamento de projetos de eletricidade renovável

  • Capital Verde + APREN
  • 30 Março 2021

Susana Serôdio, da APREN, reflete sobre os entraves ao licenciamento de projetos de eletrcidade renovável em Portugal no seguimento da última sessão da iniciativa Debates Renováveis.

A APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis – tem em curso um projeto, em parceria com a Bioinsight, que pretende definir um conjunto de propostas de otimização e simplificação do processo de licenciamento de projetos de eletricidade renovável em Portugal.

Trata-se de uma iniciativa que surge na sequência de um trabalho já iniciado pela associação junto da Agência Portuguesa do Ambiente e Direção Geral de Energia e Geologia, e promovido pela Secretaria de Estado da Energia. A associação acredita que é possível simplificar processos e desbloquear os principais entraves que se verificam no momento, e assim alinhar o cronograma do processo de licenciamento, que hoje se prolonga, em média por quase quatro anos, com os requisitos da Diretiva das Energias Renováveis (RED II), que estabelece um limite de dois anos para este processo, podendo ascender, no máximo aos três anos.

Numa reflexão entre o passado e o presente do processo de licenciamento de projetos de eletricidade renovável em Portugal, o presidente da Assembleia Geral da APREN, António Sá da Costa, constatou que nunca foi tão “moroso, complicado e imprevisível”, o qual foi um dos oradores da iniciativa Debates Renováveis 3 – Licenciamento em Portugal, que a Associação organizou a 8 de março e que me coube moderar.

Há 10 anos era mais simples licenciar um projeto, concordou Ana Guerreiro da Generg. Os prazos eram cumpridos e o desfecho mais previsível, ainda que fossem necessárias muitas vezes medidas adicionais de minimização de impactes. Uma década depois verifica-se que os níveis de burocracia aumentaram, tal como a entropia entre entidades, conduzindo a elevados níveis de incerteza.

Uma questão que tem agravado os prazos e dificuldade de licenciamento recai na possibilidade de expropriação de terrenos e posse administrativa para a passagem das linhas de interligação deixou de existir, o que em nada ajuda a agilizar processos, lembrou António Sá da Costa.

Timóteo Monteiro, da EDP Renováveis, reforçou que o licenciamento também se tornou mais complicado devido à escassez de sítios adequados para novos projetos. Tendo em conta esta dificuldade perspetiva-se que seja difícil cumprir as metas do PNEC (Plano Nacional de Energia e Clima) que prevê mais 15 GW de capacidade renovável instalada no sistema eletroprodutor renovável até 2030.

Susana Serôdio, APREN

Nesta perspetiva, uma possibilidade seria uma reavaliação das cartas existentes e identificação de áreas especificas onde se pudessem realizar novos projetos. Mas, na ótica de António Sá da Costa, esta abordagem pode não ser a mais fiável, já que levaria ao aumento especulativo do custo dos terrenos.

Importa sobretudo olhar para os locais onde estão os recursos e depois para a rede – e não o contrário – de forma a garantir que os projetos são implementados da forma mais custo-eficiente possível. Libertar terrenos para a construção de centrais de natureza renovável é, agora mais do que nunca, uma aventura kafkiana.

Outra barreira que surge presentemente é, ao nível local, alguns municípios começam a levantar dificuldades ao desenvolvimento de novos projetos através da introdução nos seus regulamentos de taxas desincentivadoras à instalação de centros eletroprodutores, nomeadamente, para a tecnologia solar fotovoltaica.

Os municípios não vislumbram grande interesse em ter grandes áreas ocupadas com centrais solares ou eólicas, onde os impactos ambientais e visuais, locais ou regionais, são palpáveis, mas os positivos são maioritariamente mesuráveis ao nível nacional ou global. Cria-se o cenário ideal para o chamado efeito “no meu quintal, não!”.

Timóteo Monteiro admite que um dos fatores de sucesso da expansão eólica em Portugal foi o pagamento de 2,5% por cento da tarifa a nível local, que funcionou como uma compensação às autarquias pelos impactos locais associados às centrais.

Para António Sá da Costa mais vale tarde do que nunca e, por isso, com vista a corrigir procedimentos, seria uma boa ideia sentar à mesa Governo, autarquias e a APREN de forma a chegar a um consenso. É importante garantir que se cumprem as metas do PNEC, por um lado, mas urge evitar transformar os promotores nos financiadores de ambições municipais de investimento que podem inviabilizar alguns projetos renováveis.

Se as centrais eólicas beneficiavam de uma tarifa feed-in, que já considerava os 2,5% da receita bruta a pagar aos municípios, o mesmo modelo não pode ser seguido atualmente numa altura em que é o mercado que dita as regras.

A limitação de recursos das entidades licenciadores é outro entrave ao licenciamento, a par da falta de consenso entre as próprias entidades, sublinha Ana Guerreiro, mas nem tudo se resume a números, observa Sá da Costa.

O ritmo a que evolui este setor não se compadece com constrangimentos de secretaria. O lugar que deixarmos em branco será ocupado por outros. Obter o licenciamento amanhã poderá ser tarde e por isso estamos empenhados em ajudar a propor medidas que tornem mais célere, transparente e democrático o processo de licenciamento.

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Vodafone abre candidaturas para programas de estágios

A empresa procura jovens para estágios e para integrarem os quadros em áreas como technology, marketing & commercial, digital, data analytics e corporate functions.

Já estão abertas as candidaturas para os programas de estágios da Vodafone, destinados a jovens talentos que ambicionam complementar a sua experiência académica com a profissional. Consoante as áreas de interesse e habilitações académicas, serão disponibilizados três programas diferentes.

A empresa procura jovens para estágios e para integrarem os quadros em áreas como technology, marketing & commercial, digital, data analytics e corporate functions. As candidaturas devem ser realizadas através do site da Vodafone Portugal.

“O Vodafone Youth Discover Graduates, com uma duração de 24 meses, é o programa que seleciona e integra finalistas de mestrado e recém-mestres de elevado potencial nos quadros da Vodafone Portugal e prepara-os para serem os próximos líderes”, explica a empresa em comunicado, acrescentando que, nos últimos dez anos, integrou mais de 250 jovens nos quadros no âmbito destes estágios.

O programa oferece, ainda, aos selecionados a possibilidade de passarem por áreas de negócio distintas, em rotação de funções. A fluência na língua inglesa é um requisito obrigatório e a experiência internacional é valorizada. As candidaturas estão abertas durante todo o ano no site da Vodafone, bem como para o Vodafone Youth Internships, que são estágios que acontecem durante o ano e são pensados para alunos de licenciatura e de mestrado.

Finalmente, o terceiro programa da empresa do setor das telecomunicações é o Vodafone Youth Summer Internships, o programa de estágios de verão da organização. Decorre entre os meses de junho e setembro, com uma duração até três meses e o período de candidaturas estende-se até maio.

Seja qual for o programa que integrem, os jovens farão parte de “equipas dinâmicas”, “com projetos inovadores, onde terão a oportunidade de responder a desafios reais e de propor as suas próprias ideias”, sempre acompanhados por um mentor que os ajudará na execução das tarefas diárias que lhes são propostas.

Tal como já aconteceu no ano passado, e devido às restrições impostas pela pandemia mundial, os estágios podem ser realizados num formato 100% digital. Os interessados podem esclarecer as suas questões através da página da FAQs Vodafone.

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Estender moratórias à margem da Europa pode ser “armadilha”, diz Centeno

Mário Centeno admitiu que probabilidade de a EBA estender as moratórias é "muito, muito baixa". Sem esse enquadramento, empresas e famílias correm o risco de cair numa "armadilha" no futuro.

O governador do Banco de Portugal recusa “estender indiscriminadamente” as moratórias do crédito à margem das regras europeias pois isso teria “um efeito ricochete indesejável” nos bancos e também nas famílias e empresas. Ouvido no Parlamento, Mário Centeno não quer que a economia seja apanhada numa “armadilha” em que os clientes vejam os seus créditos marcados como estando em reestruturação e que isso impeça o acesso a crédito no futuro.

“Estender indiscriminadamente [as moratórias] sem o enquadramento da EBA [Autoridade Bancária Europeia] teria um efeito ricochete na atividade bancária e dos clientes muito significativo”, afirmou Mário Centeno esta terça-feira numa audição parlamentar a pedido do Bloco de Esquerda.

O governador explicou que tal situação levaria marcação generalizada de incumprimentos na banca, no que seria “uma verdadeira armadilha para as empresas”, pois ficariam “sem acesso a crédito bancário” no futuro.

“Fora do contexto da EBA, que é o quadro regulamentar europeu, essa extensão levaria a que os créditos considerados em moratória no âmbito dessa prorrogação passassem a estar como crédito reestruturado, era uma reestruturação em massa”, apontou Mário Centeno em resposta ao deputado do PCP, Duarte Alves, que anunciou que o partido vai apresentar uma proposta para prolongar os prazos da moratória. Segundo o governador do Banco de Portugal, contudo, fazê-lo à margem da EBA teria um “efeito ricochete indesejável” pois os clientes teriam um acesso muito limitado aos serviços bancário. Não há indicações do regulador europeu nesse sentido e o próprio Mário Centeno reconheceu isso: “A probabilidade de a EBA vir a estender as orientações é muito, muito baixa”.

“Portugal não pode ficar isolado nesta dimensão”, acrescentou Mário Centeno, argumentando que os bancos devem trabalhar junto dos seus clientes no sentido de encontrar soluções individualizadas para os seus problemas e devem ainda constituir uma rede de segurança com imparidades e provisões para antecipar eventuais defaults no futuro. “Saudámos a criação de 2000 milhões de imparidades que são perdas assumidas e consomem capital e são uma resposta à crise”, lembrou Centeno.

O governador do Banco de Portugal abordou ainda o fim das moratórias da casa da Associação Portuguesa de Bancos (APB), no valor de 3,7 mil milhões de euros e que terminam esta quarta-feira. Mário Centeno fez questão de sublinhar que as respostas para eventuais problemas com a retoma das prestações devem ser encontradas dentro dos bancos, caso a caso. “A negociação tem de ser bilateral. A reestruturação dos créditos deverá ser vista em ligação direta com os clientes. Os bancos estão a seguir muito de perto esta evolução. Os instrumentos para fazer face a essa dificuldade residem dentro dos bancos”, referiu.

Centeno adiantou ainda que desde o pico em junho que o crédito hipotecário em moratória privada caiu cerca de dois mil milhões de euros.

Ao longo da audição, o governador do Banco de Portugal foi destacando a resposta de Portugal e da Europa à pandemia, argumentando que “não se pode tirar um único euro de apoio de forma precoce”, devendo-se antes “adaptar os apoios em função da evolução da crise pandémica”.

20% das moratórias com risco moderado

Já na sua última intervenção, Mário Centeno tentou afastar a tese de “tsunami” de incumprimentos ou de “bomba relógio” das moratórias apresentando vários números:

  • dos 10% de crédito que já saiu da moratória, por várias razões, “os dados mostram que nos quatro maiores bancos há uma taxa de incumprimento de 4%, muito abaixo do que é a média do sistema”;
  • nas empresas dos setores considerados vulneráveis, 20% das moratórias são de crédito com garantia pública. “São garantias públicas dadas antes de março de 2020 e que agora esse crédito está em moratória”, precisou Centeno. Mais: as garantias reais representam 48% do valor das moratórias nos setores vulneráveis. “Se somarmos estes dois números, há aqui uma sobreposição entre eles, temos quase 70% do crédito em moratória nos setores mais vulneráveis, os mais preocupantes e que deve ocupar o nosso tempo nas próximas semanas e meses, que tem alguma forma de garantia. Isto é uma proteção para o sistema bancário”, frisou Centeno;
  • “mais ou menos” 20% das moratórias encontram-se em termos de risco em stage 2, o que é considerado um risco moderado, e as moratórias marcadas como NPL andam em torno dos 6%. “Mas quero sublinhar que estes 6% de NPL têm uma cobertura de provisões mais de 40%”, disse Centeno.

(Notícia atualizada às 19h54)

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Novo voo da TAP entre São Paulo e Lisboa em 09 de abril

  • Lusa
  • 30 Março 2021

A TAP irá contactar os portugueses ou estrangeiros residentes em Portugal afetados pela suspensão das ligações aéreas devido à Covid-19. Passageiros terão de apresentar teste PCR negativo para viajar.

Um novo voo da TAP autorizado pelo Governo português entre São Paulo (Brasil) e Lisboa será realizado em 09 de abril, destinado aos portugueses ou estrangeiros residentes em Portugal afetados pela suspensão das ligações aéreas devido à Covid-19.

De acordo com o Governo português, este voo partirá em 09 de abril do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Lisboa, segundo “as medidas aplicáveis ao tráfego aéreo com destino e a partir de Portugal continental, no contexto da situação epidemiológica provocada pelo vírus SARS-CoV-2”.

A mesma fonte referiu que a TAP Air Portugal irá contactar “os passageiros que, sendo portugueses ou cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, foram afetados pela suspensão dos voos e manifestaram, junto dos postos consulares portugueses no Brasil, necessidade de regresso imediato a território nacional”.

Para poderem usufruir deste voo os passageiros têm de apresentar um comprovativo da realização de teste laboratorial (RT-PCR) para rastreio da infeção por SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, com resultado negativo.

Este teste tem de ser realizado nas 72 horas anteriores ao momento do embarque, com exceção das crianças que não tenham completado 24 meses de idade.

Além disso, têm de cumprir, após a entrada em território português, um período de isolamento profilático de 14 dias, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde portuguesas.

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Deputados aprovam por unanimidade audição urgente da diretora-geral da AT sobre barragens da EDP

  • Lusa
  • 30 Março 2021

No requerimento, o PS considera ser “crucial esclarecer e concluir se houve ou não planeamento fiscal agressivo ou abusivo na transmissão dos títulos” na venda das barragens pela EDP.

Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram esta terça-feira por unanimidade o requerimento do PS para audição urgente da diretora-geral da AT sobre o trespasse da concessão de seis barragens entre a EDP e a Engie.

O PS anunciou em 23 de março, durante uma audição aos ministros de Estado e das Finanças, João Leão, e do Ambiente e da Transição Digital, Matos Fernandes, que pretendia requerer a audição da diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) sobre a venda da concessão de seis barragens no Douro pela EDP.

No requerimento, os deputados do PS sublinham ser “crucial esclarecer e concluir se houve ou não planeamento fiscal agressivo ou abusivo na transmissão dos títulos” das barragens e justificam a chamada de Helena Borges por caber à AT “inspecionar o negócio”.

“A EDP e a Engie adotaram um modelo de negócio para a transmissão dos títulos de utilização dos recursos hídricos das seis barragens do Douro no valor de 2.200 milhões de euros”, refere o requerimento, assinalando que o negócio ficou concluído no final de 2020, tendo sido “sujeito a um modelo que consideramos complexo e, no mínimo, criativo”.

Os deputados do PS referem ainda que a comissão de Orçamento e Finanças já ouviu, no âmbito deste processo de venda, o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, mas consideram que o gestor “foi incapaz de dar respostas claras que contribuíssem para o esclarecimento da operação”.

“Não conseguiu explicar qual foi o fim específico do modelo de negócio adotado. Só se recorre a um modelo de negócio tão complexo e criativo quando está em causa um fim específico”, lê-se no documento.

Em 13 de novembro de 2020 foi anunciado que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tinha aprovado a venda de barragens da EDP (Miranda, Bemposta, Picote, Baixo Sabor e Foz-Tua) à Engie.

A EDP concluiu, em 17 de dezembro, a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens na bacia hidrográfica do Douro a um consórcio de investidores formados pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova.

O negócio tem levado os partidos da oposição a lançar várias dúvidas, nomeadamente sobre o facto de a EDP não ter pagado o Imposto do Selo no valor de 110 milhões de euros.

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Groundforce já pagou salários de março. Abril está garantido mas maio não

Dinheiro da venda dos equipamentos à TAP está a esgotar-se e o apoio da Segurança Social vai diminuir no próximo mês, colocando em causa o pagamento dos salários dos 2.400 trabalhadores em maio.

Os trabalhadores da Groundforce já receberam os salários referentes a março. As transferências chegaram às contas entre esta segunda e terça-feira, apenas uma semana depois de terem recebido os salários de fevereiro. A gestão da empresa de handling garante ter capacidade para pagar o próximo mês, mas maio já não é assegurado.

O impacto da pandemia na aviação e na atividade da Groundforce levou a uma rutura de tesouraria e à impossibilidade de pagar a horas os salários de fevereiro aos 2.400 trabalhadores. Após avanços e recuos nas negociações entre Governo e acionista para encontrar uma solução, a Groundforce e a TAP fecharam, no dia 19 de março, uma operação de venda de todos equipamentos da primeira à segunda, o que permitiu desbloquear 7 milhões de euros para remunerações, impostos e pagamentos a fornecedores.

Tendo em conta que foram pagos apenas a 22 de março, os trabalhadores temiam pelos salários, mas o atraso não voltou a acontecer e os salários de março foram já transferidos. Esta segunda-feira, o CEO Paulo Leite e o diretor de Recursos Humanos Eric Teixeira chamaram a Comissão de Trabalhadores (CT) e os principais sindicatos para uma reunião na qual lhes informou que, em abril, os salários estão também garantidos graças à venda dos equipamentos, bem como às verbas do apoio à retoma e ainda à faturação.

Com uma queda da atividade superior a 75%, a empresa tem recorrido desde agosto ao apoio à retoma. Em abril, cerca de 400 trabalhadores manter-se-ão com redução máxima e mais de 600 com reduções superiores a 50%. Mas no próximo mês, o valor do apoio pode diminuir. “Em maio perspetiva-se uma ligeira retoma da atividade, deixando a empresa de se enquadrar na quebra máxima prevista no apoio à retoma (mas mantendo o enquadramento nos níveis inferiores de quebra previstos na legislação)”, refere um comunicado conjunto de sete sindicatos, após o encontro.

O dinheiro da operação de sale and lease back vai terminar e o que vem da Segurança Social e dos clientes pode não chegar para pagar salários em maio. A solução encontrada sempre foi vista como temporária e ambos os acionistas — a TAP que detém 49,9% e a Pasogal de Alfredo Casimiro com os restantes 50,1% — concordam que é preciso encontrar uma alternativa mais alargada.

Esta solução poderá ser o empréstimo bancário de 30 milhões de euros com garantias públicas, que está a ser trabalhado e que deverá contar com uma garantia pública de 90%, assegurada pelo Banco Português de Fomento através da linha Produto Garantias Financeiras Covid-19. “A empresa continua empenhada em obter o financiamento de 30 milhões de euros, de forma a poder encarar o futuro próximo com estabilidade”, sublinha a Comissão de Trabalhadores, num outro comunicado sobre o mesmo encontro com o CEO.

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VPQ Advogados é o novo escritório da Morais leitão em Cabo Verde

A VPQ Advogados presta assessoria a clientes nacionais e internacionais, sempre em estreita relação com os restantes escritórios da rede Morais Leitão.

A sociedade de advogados Morais Leitão abriu um novo escritório em Cabo Verde. Com sede na Praia, a VPQ Advogados presta assessoria a clientes nacionais e internacionais, sempre em estreita relação com os restantes escritórios da rede Morais Leitão.

O novo escritório vai ser liderado pela sócia Vera Querido, advogada registada em Portugal e em Cabo Verde, integrando também o sócio Oliver Araújo.

“A VPQ Advogados insere-se na missão da Morais Leitão Legal Circle de responder às necessidades crescentes dos clientes um pouco por todo o mundo, nomeadamente no que diz respeito ao investimento em países de expressão portuguesa. Cabo Verde tem uma importância estratégica crescente em vários setores, permitindo-nos ligar os potenciais investidores às oportunidades locais”, refere a Morais Leitão em comunicado.

Com um ambiente de negócios profundamente virado para o investimento externo, a VPQ Advogados pretende centralizar os seus serviços em áreas e setores inseridos em estratégias claras de desenvolvimento: turismo e construção, mar, infraestruturas, energia e a melhoria e aprofundamento do Estado e suas instituições.

“A estratégia internacional da Morais Leitão tem sido muito consistente: trabalhamos de forma muito próxima com parceiros de talento comprovado e com capacidade para fornecer serviços jurídicos excecionais nos mercados em que operam, de acordo com padrões uniformizados de elevada qualidade. Vários dos nossos clientes operam em Cabo Verde – e nós com eles, como habitualmente. Há cerca de três anos que trabalhávamos regularmente neste mercado, nos mais variados projetos. As semelhanças em termos de ordenamento jurídico são grandes, facilitando muito a nossa experiência local. Cabo Verde foi, neste contexto, um passo natural. Trata-se de um país muito dinâmico e com crescimento económico promissor. Confirmamos também a nossa vocação no desenvolvimento do Estado de Direito, uma causa em que estamos profundamente comprometidos e que desde sempre fez parte da nossa missão”, nota Nuno Galvão Teles, managing partner da Morais Leitão.

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Afinal era uma piada. VW continua Volkswagen nos EUA

Volkswagen não se vai chamar Voltswagen nos EUA, como a própria empresa tinha anunciado. O nome fazia parte de uma estratégia de marketing do dia das mentiras.

A Volkswagen não se vai chamar Voltswagen, como a fabricante de automóveis alemã tinha anunciado esta terça-feira. O nome fazia parte de uma piada do dia das mentiras, a 1 de abril, para a estratégia de marketing do modelo ID.4, que é totalmente elétrico, de acordo com a CNBC. É expectável que a empresa divulgue um comunicado esta quarta-feira a explicar a jogada de marketing.

Parecia que era uma gralha, mas na realidade tratava-se de uma piada. “Voltswagen”: era este o nome da nova designação da Volkswagen no mercado norte-americano, segundo um anúncio da empresa que foi veiculado pelos órgãos de comunicação social norte-americanos.

A fabricante germânica teria trocado o “k” pelo “t” nos EUA, procurando desta forma ser associada ao fenómeno da mobilidade elétrica. “Podemos estar a mudar o nosso ‘k’ por um ‘t’, mas não estamos a alterar o nosso compromisso de fabricar os melhores automóveis da sua classe”, dizia Scott Keogh, presidente executivo da Voltswagen of America em comunicado citado pela Reuters.

O “k” manter-se-ia a nível mundial, sendo substituído pelo “t” apenas no mercado norte-americano. Em inglês, uma letra apenas fazia toda a diferença: passava a ler-se “volt”, ou seja, a unidade internacional de potencial elétrico.

O objetivo era simples: tornar imediatamente identificável a fabricante alemã como um player no crescente mercado de automóveis elétricos, principalmente num mercado em que o seu nome ficou manchado pelo chamado “dieselgate”.

A designação Voltswagen iria surgir na carroceria de todos os modelos elétricos da marca, enquanto as restantes receberão apenas o logo “VW”. Ou seja, não iam dizer Volkswagen.

A marca pretende investir 16 mil milhões de euros na eletrificação e digitalização dos seus veículos até 2025. Acredita que será por aqui que conseguirá aumentar as vendas e impulsionar os lucros.

(Notícia atualizada às 22h06 com a correção da notícia)

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Wall Street recua com investidores atentos ao juro da dívida

  • Lusa
  • 30 Março 2021

Depois das descidas relacionadas com a forte liquidação de ativos do fundo Archegos Capital, os bancos sobem esta terça-feira, com o Morgan Stanley a ganhar 2,03% e o Goldman Sachs 1,89%.

Os três principais índices da bolsa de Nova Iorque iniciaram a sessão desta terça-feira no vermelho, com as empresas tecnológicas a destacarem-se nas quedas e com os investidores atentos aos juros da dívida norte-americana.

Às 14h50 (hora de Lisboa), o índice Dow Jones descia 0,29% para 33.076,67 pontos e o Nasdaq recuava 0,89% para 12.944,71 pontos. O índice alargado S&P 500 baixava 0,28% para 3.959,54 pontos. Os juros das obrigações do Tesouro norte-americano a 10 anos subiam hoje para 1,76%.

Na segunda-feira, a bolsa nova-iorquina terminou a sessão sem uma tendência definida, com os investidores a alienarem ações das tecnológicas. Este comportamento sugere um otimismo crescente quanto à recuperação da economia dos Estados Unidos, em particular de setores como a aviação, hotelaria ou restauração, graças às medidas de relançamento adotadas pela administração liderada por Joe Biden e aos progressos da campanha de vacinação.

A bolsa de Nova Iorque registou também na sessão anterior alguma volatilidade, no meio da tensão provocada pela forte liquidação de ativos do fundo Archegos Capital no final da semana passada, que atingiu outras empresas. Depois das descidas de segunda-feira, os bancos sobem esta terça-feira, com o Morgan Stanley a ganhar 2,03% e o Goldman Sachs 1,89%.

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SPS nomeia três novos associados coordenadores

David Martins Cardoso, Neuza Ferreira Serafim e Rita Santos são os novos associados coordenadores da SPS Advogados.

A SPS Advogados nomeou três novos associados coordenadores: David Martins Cardoso, Neuza Ferreira Serafim e Rita Santos. Esta aposta surge no seguimento da reestruturação estratégica de gestão definida para 2021 da firma.

Rita Santos conta com 11 anos de experiência desenvolvida nas áreas de Bancário & Financeiro, Insolvências e Recuperação de Empresas, David Martins Cardoso possui nove anos de experiência em Insolvências, Bancário, Contencioso Civil e Executivo, e, por fim, Neuza Ferreira Serafim tem cerca de oito anos de experiência desenvolvida nas áreas de Bancário & Financeiro e Comercial.

“Esta medida reflete o desenvolvimento e crescimento transversal da SPS Advogados e a coesão da sua estrutura, alicerçada no seu maior ativo dentro e fora da organização, que são as pessoas, reconhecendo ao mesmo tempo o trabalho e dedicação destes advogados desenvolvido ao longo de já vários anos”, refere a firma em comunicado.

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Juiz revoga caução de um milhão de euros a António Mexia e Manso Neto

A medida tinha sido aplicada pelo magistrado Carlos Alexandre e agora Ivo Rosa considera que com alteração de circunstâncias, não faz sentido manter a mesma.

O juiz de instrução Ivo Rosa revogou a caução de um milhão de euros a António Mexia e João Manso Neto, relativa ao caso EDP. A medida tinha sido aplicada pelo magistrado Carlos Alexandre mas Ivo Rosa defende que houve uma “alteração de circunstâncias” e por isso, os arguidos em causa ficam apenas sujeitos ao Termo de Identidade e Residência (TIR). Segundo o despacho do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) — a que o ECO teve acesso —

A caução era uma contrapartida para os arguidos do caso EDP terem de cumprir várias obrigações, como a suspensão de exercício de funções e a proibição de contactar com arguidos e testemunhas.

“Deixaram de subsistir os pressupostos de facto e de direito que levaram à aplicação da medida de caução aos arguidos”, diz o despacho.

O processo das rendas excessivas da EDP está há cerca de oito anos em investigação no DCIAP e tem sete arguidos: António Mexia, João Manso Neto, o ex-ministro Manuel Pinho, o administrador da REN e antigo consultor de Pinho, João Conceição, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas, a própria EDP, e Artur Trindade.

O Ministério Público (MP) tinha concordado com o levantamento da caução, mas apenas em relação a João Manso Neto dado o “corte da sua ligação umbilical à EDP”. Mas não em relação a António Mexia entendeu que a caução devia manter-se já que o “acordo de não concorrência principescamente remunerado“, com o qual vai receber 800 mil euros por ano da EDP até 2023, revela na perspetiva do MP uma “forte ligação” do arguido à elétrica e um “perigo de perturbação do inquérito”, nomeadamente, com o “condicionamento dos depoimentos de colaboradores da EDP. Mas o juiz Ivo Rosa considerou que “não faz qualquer sentido a distinção que o Ministério Público faz quanto aos arguidos”.

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