Défice em ano de pandemia ficou em 5,7% em 2020, aquém da meta do Governo

Após em 2019 se ter atingido o primeiro excedente da democracia, a pandemia provocou uma deterioração significativa nas contas públicas. O défice de 5,7% do PIB em 2020 é o maior desde a troika.

A pandemia provocou um choque nas contas públicas em 2020. O excedente orçamental de 0,1% do PIB alcançado em 2019, o primeiro da democracia portuguesa, transformou-se em apenas um ano num défice orçamental de 5,7% do PIB, de acordo com a estimativa divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Tal como o Ministério das Finanças já tinha antecipado, o valor fica mais próximo do estimado no Orçamento Suplementar (6,3% do PIB) em junho do que o previsto no Orçamento do Estado para 2021 (7,3% do PIB).

“Os dados preliminares relativos a 2020 revelam que o saldo global das AP [administrações públicas] se deteriorou em 11,7 mil milhões de euros entre 2019 e 2020, originando uma necessidade de financiamento de 11,5 mil milhões de euros em 2020 (-5,7% do PIB)“, revela o INE, especificando que “esta evolução negativa resultou, em simultâneo, de um acréscimo na despesa (+7,8%) e de uma redução na receita (-5,0%)“.

O défice de 5,7% do PIB registado em 2020 é o maior desde 2014, ano em que o país saiu do programa de ajustamento em maio e em que o BES foi resgatado no verão, tendo o défice desse ano atingido os 7,4% do PIB. Desde 2014 que o défice orçamental desceu gradualmente até atingir o excedente orçamental de 2019.

O gabinete de estatísticas estima que o impacto direto das medidas criadas para apoiar a economia face ao impacto da pandemia foi de “cerca de 2,3% do PIB”, ou seja, entre 4 a 5 mil milhões de euros.

Pela primeira vez desde 2014, o saldo primário (que desconto a fatura com os juros da dívida) foi negativo em 5,7 mil milhões de euros.

O INE estima ainda que a dívida pública tenha subido para os 133,6% do PIB em 2020, aumentando 16,8 pontos percentuais face a 2019 (116,8% do PIB).

Despesa sobe 7,8% e receita encolhe 5%

Tanto a despesa como a receita contribuíram para a deterioração do saldo orçamental. A despesa pública cresceu 7,8% no ano passado “em consequência do acréscimo simultâneo da despesa corrente e da despesa de capital, refletindo as medidas tomadas pelo Governo no âmbito do combate à pandemia COVID-19”. A despesa corrente cresceu 5,9% ao passo que a despesa de capital aumentou em 33,6%, influenciada pela injeção na TAP.

“Para o aumento da despesa corrente contribuiu principalmente o incremento de 4,1% das prestações sociais, exceto transferências sociais em espécie, correspondente a 1,4 mil milhões de euros, e também o aumento de 3,7% das remunerações (+838 milhões de euros)”, explica o gabinete de estatísticas, acrescentando que a redução da fatura com juros (-8,6 ou menos 544 milhões de euros) ajudou a colmatar o impacto.

No total, cerca de metade do aumento da despesa verificado em 2020 é explicado pelo impacto direto da Covid-19, correspondendo a 3,6% da despesa pública. “Entre os encargos públicos com a pandemia, destacam-se a despesa em subsídios às empresas (2,2% da despesa total em 2020) e o apoio social às famílias (0,2%)“, detalha o INE.

No caso da despesa de capital, não há dúvidas de que o aumento é “em larga medida” explicado pelo empréstimo de 1,2 mil milhões de euros da Direção Geral do Tesouro e Finanças à TAP Air Portugal.

O INE recorda ainda que do lado da despesa há um efeito que ainda não está contabilizado, mas que pode vir a materializar-se durante os próximos anos: as garantias estatais às linhas de crédito para as empresas. “Em contas nacionais, as garantias constituem um passivo contingente (dívida potencial) no momento em que são concedidas, sendo apenas registadas como despesa caso sejam executadas e no momento da sua execução”, explica o INE, revelando que foram concedidas em 2020 garantias no valor de 7.160 milhões de euros.

A receita pública caiu 5% face a 2019 “determinada sobretudo pelo decréscimo dos impostos sobre a produção e a importação [como o IVA] e dos impostos correntes sobre o rendimento e património [como o IRS e o IRC], refletindo a forte redução da atividade económica em 2020“. Entraram menos 4,6 mil milhões de euros nos cofres do Estado.

Em sentido contrário, a receita pública beneficiou de um aumento de 1,2% das contribuições sociais graças à resiliência do mercado de trabalho e a um reforço das verbas com origem na União Europeia na ordem dos 20%, as quais, em parte, foram direcionadas para o financiamento de medidas de apoio à economia face ao impacto da pandemia.

(Notícia atualizada às 12h33 com mais informação)

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“Há condições para continuar desconfinamento a conta-gotas”. Medidas a partir de 5 de abril decididas dia 1

O Governo promove esta sexta-feira uma conferência de imprensa para explicar as decisões tomadas pelo Conselho de Ministros, incluindo a obrigação de teletrabalho até 31 de dezembro de 2021.

O Conselho de Ministros esteve reunido na quinta-feira e algumas decisões já são conhecidas. Entre elas está a manutenção do regime de teletrabalho sempre que possível, pelo menos, até ao fim do ano, assim como o desfasamento de horários de trabalho.

Agora, numa conferência de imprensa a poucos dias da Páscoa, o Executivo explica as decisões tomadas e vai apelar aos portugueses para que se mantenham em confinamento. Há um plano de reabertura em curso, mas só pode continuar se a situação pandémica continuar a aliviar.

Também esta sexta-feira, a partir da meia-noite, os portugueses ficaram formalmente impedidos de saírem dos respetivos concelhos de residência. A proibição vai manter-se em vigor por dez dias, até 5 de abril, já depois da Páscoa, numa decisão que foi tomada de surpresa esta semana.

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Governo flexibiliza impostos e contribuições sociais

O Governo já publicou o diploma que estabelece o regime de exceção para pagamento de impostos e contribuições em prestações.

O decreto-lei que flexibiliza as obrigações fiscais e contributivas aos cidadãos e empresas já foi publicado pelo Governo em Diário da República. O diploma surge no âmbito da pandemia e estabelece “um regime excecional de pagamento em prestações para dívidas tributárias e dívidas de contribuições à Segurança Social“.

Com vista a “assegurar liquidez às empresas e preservar a atividade destas”, o Governo decidiu permitiu o diferimento de algumas obrigações fiscais. Assim, no primeiro semestre de 2021, as retenções na fonte de IRS e IRC passar a poder ser entregues em prestações (três ou seis) ao Fisco, tendo cada tranche o valor mínimo de 25 euros. Também o IVA devido entre janeiro e junho, poderá ser entregue à Autoridade Tributária em prestações, à semelhança do que aconteceu, na primavera de 2020.

Isto para os sujeitos passivos que:

  • Tenham obtido em 2019 um “volume de negócios até ao limite máximo da classificação como micro, pequena e média empresa”, e que cumulativamente declarem e demonstrem uma diminuição da faturação comunicada através do e-fatura de, pelo menos, 25 % da média mensal do ano de 2020, face ao período homólogo do ano anterior;
  • Ou tenham atividade principal enquadrada na classificação de atividade económica de alojamento, restauração e similares, ou da cultura;
  • Ou tenham iniciado ou reiniciado a atividade em ou após 1 de janeiro de 2020.

Por outro lado, o decreto-lei agora publicado estabelece que “para as empresas em insolvência, processo especial de revitalização ou regime extrajudicial de recuperação de empresas com plano aprovado e a cumprir esse plano, [passa a] prever-se a possibilidade de incluir nos planos de recuperação de empresas em curso as dívidas fiscais cujo facto tributário ocorra entre 1 de janeiro e 31 de março de 2021“.

Nesses casos, se os planos prestacionais em cursos terminarem antes de 31 de dezembro de 2021, o número de prestações aplicável às novas dívidas pode ser estendido até essa data, não dependendo essa reformulação de quaisquer garantias adicionais.

O diploma prevê também a flexibilização das dívidas tributárias e de contribuições devidas à Segurança Social em execução fiscal. No caso de estarem em causa factos ocorridos entre 1 de janeiro e 31 de março de 2021, o pagamento da primeira prestação é efetuado no segundo mês seguinte àquele em que for notificado o despacho de autorização do pagamento em prestações, “aplicando-se a mesma dilação à retoma do pagamento das prestações de planos aprovados antes de 1 de janeiro de 2021”, lê-se no decreto-lei.

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Bruxelas exige que AstraZeneca recupere atrasos nas vacinas e honre acordo

  • Lusa e ECO
  • 26 Março 2021

Von der Leyen insistiu que “as empresas têm de honrar o seu contrato com a UE e elogia o reforço do mecanismo de transparência e de autorização para exportações de vacinas. Líderes não concordam.

A Comissão Europeia exigiu que a farmacêutica AstraZeneca, envolta em polémica devido à incapacidade de produção de vacinas contra a Covid-19 para a União Europeia (UE), recupere os atrasos e honre o acordado antes de exportar para fora. Mas os líderes da União Europeia não apoiaram Bruxelas no uso de novos poderes para bloquear as exportações de vacinas.

“É claro que, em primeiro lugar, a empresa tem de recuperar o atraso, tem de honrar o contrato que tem com os Estados-membros europeus antes de poder voltar a exportar vacinas”, declarou quinta-feira Ursula von der Leyen, quando questionada sobre os problemas de distribuição da AstraZeneca para a UE.

Respondendo aos jornalistas no final de uma cimeira virtual de líderes consagrada aos problemas com a campanha de vacinação contra a Covid-19 na UE, a líder do executivo comunitário insistiu que “as empresas [farmacêuticas] têm de honrar o seu contrato com a União Europeia, antes de exportarem para outras regiões do mundo”, de forma a assim garantir que os cidadãos europeus “recebem a sua quota-parte justa” de doses de vacinas.

A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido à incapacidade de distribuição para a UE e também à exportação de vacinas de fábricas na UE para países terceiros, nomeadamente para o Reino Unido, o que levou Bruxelas a criar em janeiro passado um sistema de controlo de tais operações.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou um reforço deste mecanismo de transparência e de autorização para exportações de vacinas, num esforço para assegurar o acesso atempado aos fármacos contra a Covid-19 através da introdução dos princípios de reciprocidade e proporcionalidade.

“É muito bom que tenhamos introduzido este mecanismo porque o que queríamos era, antes de mais, transparência, e criámos transparência, e isso é uma transparência sobre exportações de que nos podemos orgulhar”, disse Ursula von der Leyen aos jornalistas.

Ao todo, até hoje, foram já exportadas 77 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 da UE para países terceiros, montante que inclui a entrega de 31 milhões para 54 países de rendimento baixo e médio constantes da lista do mecanismo COVAX (Acesso Global às Vacinas da Covid-19).

Já questionada na conferência de imprensa sobre a descoberta de 29 milhões de vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca armazenadas numa fábrica em Itália, perto de Roma, Ursula von der Leyen disse que “a companhia deixou claro que, do total, 13 milhões são para o COVAX e 16 milhões são para os Estados-membros europeus”.

“E de facto é importante para nós que as vacinas estejam a ser entregues ao COVAX, que é o principal pilar para garantir que os países de rendimento baixo e médio têm acesso às vacinas”, adiantou a líder do executivo comunitário.

Presente na ocasião, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, admitiu existirem “algumas preocupações sérias em relação a esta única empresa”, a Astrazeneca. “E esperamos que, com o apoio deste instrumento [o mecanismo de autorização para exportação], seja possível não só aumentar a produção e a entrega, mas também aumentar não só a produção, como também as entregas”, adiantou Charles Michel.

O agravamento da situação epidemiológica relativa à Covid-19 na UE foi ainda mencionado por Ursula von der Leyen, que disse aos jornalistas que, neste que é o início da terceira vaga na Europa, o aumento das infeções é “de grande preocupação”, apesar de se registarem “níveis mais baixos” de mortalidade, devido à vacinação dos idosos.

Líderes europeus não apoiam proibições de exportação de vacinas

Os líderes da União Europeia não apoiaram Bruxelas no uso de novos poderes para bloquear as exportações de vacinas contra a Covid-19 para países altamente vacinados, apesar de terem sido informados de que 21 milhões de doses foram enviadas para o Reino Unido, segundo declarações prestadas depois da cimeira virtual de líderes consagrada aos problemas com a campanha de vacinação contra a Covid-19 na UE.

“Em relação ao regime de exportação, dissemos que não tínhamos absolutamente nenhum desejo de perturbar a cadeia de abastecimento global“, revelou a chanceler alemã, Angela Merkel, citada pelo The Guardian.

“Somos, como UE, a parte do mundo que não só se abastece, mas também exporta para o resto do mundo — ao contrário dos EUA ou do Reino Unido. E então, por um lado, o nosso objetivo é respeitar as cadeias de abastecimento globais e combater o protecionismo, mas, por outro lado, é claro que queremos fornecer a nossa própria população”, continuou.

Mas, Macron reiterou o apoio à ação contra empresas, como a AstraZeneca, que descumpriram sua obrigação contratual de entrega ao bloco. “É o fim da ingenuidade”, disse.

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Nas notícias lá fora: Covid-19, Canal do Suez e Santader

  • ECO
  • 26 Março 2021

Com a Covid-19 fábricas de automóveis fecham no Brasil e líderes europeus discordam das decisões de Bruxelas. Canal do Suez continua impedido. Santander lança oferta à sua filial mexicana.

A pandemia de Covid-19 continua a ser destaque nos meios internacionais, tendo os novos confinamentos grandes custos para as economias, como é o caso da italiana, onde Draghi precisa de criar novos estímulos para suportar os seus custos. Na Europa, os líderes da União Europeia não apoiam Bruxelas nas proibições de exportação de vacinas. Já no Brasil, com o avançar da pandemia, Nissan e Toyota paralisaram as suas fábricas de automóveis. Esta sexta-feira, destaque para o Canal do Suez que continua interrompido, sem estimativa de desbloqueio e também para o Santander, que pretende ficar com 100% da sua filial mexicana.

Bloomberg

Draghi precisa de novos estímulos para financiar custos do confinamento italiano

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, precisa de um novo programa de estímulos dentro de semanas para financiar os custos mensais do novo confinamento e manter a economia a funcionar. Com a campanha de vacinação lenta devido à escassez de vacinas e diversas polémicas, a fatura do Governo italiano está a aumentar. Os custos mensais anteriormente chegavam a dez mil milhões de euros e agora podem ir até 15 mil milhões.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

The Guardian

Líderes europeus não apoiam proibições de exportação de vacinas

Os líderes da União Europeia não apoiaram Bruxelas no uso de novos poderes para bloquear as exportações de vacinas contra a Covid-19 para países altamente vacinados, apesar de terem sido informados de que 21 milhões de doses foram enviadas para o Reino Unido. “Somos, como UE, a parte do mundo que não só se abastece, mas também exporta para o resto do mundo — ao contrário dos EUA ou do Reino Unido. E então, por um lado, o nosso objetivo é respeitar as cadeias de abastecimento globais e combater o protecionismo, mas, por outro lado, é claro que queremos fornecer a nossa própria população”, declarou a chanceler alemã, Angela Merkel, depois da cimeira virtual de líderes consagrada aos problemas com a campanha de vacinação contra a Covid-19 na UE.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Reuters

Canal do Suez interrompido há três dias sem estimativa de desbloqueio

Um porta-contentores encalhado interrompeu a circulação pelo Canal do Suez há três dias, fez disparar o preço do petróleo e lançou a incerteza, já que os trabalho para libertar o navio, ainda que ininterruptos, podem demorar várias semanas. As autoridades egípcias reabriram, entretanto, uma passagem antiga do canal para desviar algumas embarcações, mas reabrir o via principal poderá levar semanas, apesar de as equipas que estão no local estarem a trabalhar incansavelmente para desencalhar o MV Ever Given. As transportadoras marítimas enfrentam atrasos e perturbações na entrega de bens aos consumidores e de petróleo.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Agência Brasil

Nissan e Toyota paralisam fábricas de automóveis no Brasil

As filiais no Brasil das multinacionais Nissan e Toyota juntaram-se à paralisação de várias fábricas do setor automóvel devido ao avanço da pandemia de Covid-19 no país. A Nissan Brasil decidiu conceder férias coletivas aos seus funcionários, sendo que a linha de montagem na cidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro e que é a principal da empresa, ficará suspensa entre 26 de março e 9 de abril, retomando as atividades em 12 de abril. A Toyota, por sua vez, informou que as suas quatro fábricas no estado de São Paulo, vão parar por dez dias a partir de segunda-feira. O objetivo é garantir a segurança dos trabalhadores.

Leia a notícia completa Agência Brasil (acesso livre).

Cinco Días

Santander lança uma oferta de 8,3% da sua filial no México para a retirar da Bolsa

O Banco Santander pretende controlar 100% de sua subsidiária mexicana, em vez dos 91,7% que possui atualmente, e irá retirá-la de bolsa. A entidade oferecerá aos acionistas minoritários, que controlam 8,3% do capital disperso em bolsa do Santander México, 24 pesos mexicanos (menos de um euro) por cada título. A aquisição implica um investimento para o Santander de 550 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol)

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Economia espanhola com queda de 10,8% em 2020

  • Lusa
  • 26 Março 2021

A economia espanhola caiu 10,8% em 2020, como resultado do impacto da pandemia de Covid-19 na atividade económica, de acordo com dados do INE.

A economia espanhola caiu 10,8% em 2020, como resultado do impacto da pandemia de Covid-19 na atividade económica, de acordo com dados definitivos publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O número é duas décimas mais positivo do que a primeira estimativa sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol (-11%) no ano passado, feita em 29 de janeiro pelo INE espanhol.

A queda da economia em 2020 interrompe seis anos consecutivos de crescimento, com a procura interna (consumo e investimento) a serem responsáveis por 8,8 dos 10,8 pontos percentuais da contração, enquanto a contribuição negativa da procura externa (exportações e importações) foi de dois pontos.

O INE também fez a revisão da evolução durante o quarto trimestre do ano passado, no qual o PIB se manteve sem alterações (em comparação com o aumento de 0,4% anteriormente anunciado), o que representa uma moderação significativa em relação ao crescimento de 17,1% verificado no terceiro trimestre.

Desde a guerra civil espanhola, nos finais dos anos 30 do século passado, que a economia espanhola não tinha uma contração como a verificada no ano passado.

A pandemia provocou pelo menos 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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CaixaBank conclui fusão com Bankia. Fernando Ulrich no “board” do maior banco de Espanha

O CaixaBank e o Bankia já são formalmente um só banco, o maior do mercado doméstico espanhol. Fernando Ulrich, chairman do BPI, foi confirmado como um dos administradores.

O CaixaBank fundiu-se oficialmente com o Bankia. Estão finalizados todos os “trâmites legais” da operação, incluindo a escritura no Registro Mercantil em Espanha. A informação foi avançada pelo CaixaBank num comunicado.

A fusão dá origem ao maior banco no mercado doméstico espanhol, com 20 milhões de clientes, 623,8 mil milhões de euros em ativos totais, uma capitalização bolsista superior a 20,5 mil milhões e “uma posição relevante a nível europeu”. Irá manter a marca CaixaBank, desaparecendo a marca Bankia.

O banco tem uma quota de mercado de 26% no crédito, de 24% nos depósitos e de 29% na poupança a longo prazo (incluindo seguros de poupança, fundos de investimento e planos de pensões), de acordo com os números do próprio banco. Conta ainda com dez milhões de clientes digitais no mercado espanhol.

O conselho de administração é formado por 15 membros, dos quais nove homens e seis mulheres. Do total de administradores, 60% são independentes e um dos nomes que ressalta à vista é o de Fernando Ulrich, ex-presidente executivo do Banco Português de Investimento (BPI) e atual chairman, que é assim confirmado um dos novos administradores do “novo” CaixaBank. O CaixaBank é dono do BPI.

“Tal como se indicou no projeto de fusão, a entidade combinada resultante da fusão será presidida por José Ignacio Goirigolzarri, atual presidente do Bankia”, lê-se no comunicado. A confirmação deverá ser feita assim que o board se reúna pela primeira vez, o que está previsto acontecer “nos próximos dias”. Na cadeira do presidente executivo sentar-se-á Gonzalo Gortázar.

“O objetivo da entidade é continuar a ser um fator chave de apoio a famílias e empresas, e converter-se num protagonista muito relevante para a recuperação socioeconómica de Espanha”, salienta a nota de imprensa. Ainda assim, “a entidade alcança uma presença geográfica equilibrada e diversificada, com a rede de balcões mais extensa e especializada do setor, e pretende manter a proximidade ao território e a inclusão financeira que o CaixaBank e o Bankia sempre demonstraram”, acrescenta.

Feitas as contas, o CaixaBank passa a estar presente em “cerca de 2.200 municípios” em Espanha. Em 299, é mesmo “a única entidade com representação”.

Novas ações chegam segunda-feira à bolsa

Já esta sexta-feira, “deixarão de estar cotadas” no mercado de capitais as ações do Bankia. “As novas ações do CaixaBank emitidas como consequência da fusão começarão a cotar no próximo dia 29 de março”, ou seja, na próxima segunda-feira.

De recordar que esta operação de fusão foi realizada por via da troca de 0,6845 ações ordinárias novas do CaixaBank por cada ação do Bankia. “O preço acordado inclui um prémio de 20% sobre o preço de fecho das ações a 3 de setembro, antes da comunicação ao mercado da existência de negociações sobre a operação. Além disso, representa um prémio de 28% sobre a média do preço das ações nos três meses anteriores ao anúncio”, indica o CaixaBank.

Por outras palavras, como noticiou o ECO em meados de setembro, o CaixaBank concordou pagar 4,3 mil milhões de euros para consumar a absorção do Bankia.

“Se considerarmos o número total de ações em circulação do Bankia que poderiam participar na troca, o número máximo de ações do CaixaBank a emitir para dar resposta à troca da fusão ascende a um volume de 2.079.209.002 ações ordinárias do CaixaBank de um euro de valor nominal cada uma delas”, calcula a instituição. As novas ações conferem os mesmos direitos que correspondem ao resto dos acionistas do CaixaBank.

Fusão “praticamente” sem impacto nos clientes

Em comunicado, o CaixaBank assegura que “a operação dos clientes não sofrerá alterações, praticamente, até à migração da plataforma operacional de cada entidade, num processo que está previsto executar-se antes do final do ano”.

“As contas correntes e as cadernetas de poupança mudarão de numeração. Esta mudança, no entanto, não afetará os débitos diretos domiciliados, nem as transferências, nem os abonos recebidos. Como tal, não será necessário que o cliente realize nenhuma gestão. Os créditos e hipotecas contratados manterão, igualmente, as condições acordadas”, assegura a empresa.

Os cartões emitidos pelo Bankia podem continuar a ser usados “até que o utilizador realize a ativação dos cartões do CaixaBank que receberá no seu domicílio”. Os levantamentos em caixas automáticas da “rede conjunta” em Espanha passam a estar isentas de comissões já a partir desta sexta-feira.

A identidade visual dos balcões do Bankia vai ser substituída pela marca CaixaBank. O processo “será progressivo”, mas a execução arranca já nos “primeiros dias da integração, com um processo de substituição de sinalética nos edifícios emblemáticos que se prevê que esteja concluído durante a próxima semana”.

Os desafios que temos por diante não são menores. [O CaixaBank será] parte ativa na solução da atual crise.

José Ignácio Goirigolzarri

Futuro chairman do CaixaBank

Operação dá resposta à “disrupção tecnológica”

Para o chairman designado do CaixaBank, José Ignacio Goirigolzarri, esta operação “constitui um marco na história do sistema financeiro espanhol”. Citado em comunicado, o gestor sublinha que os desafios que de avizinham “não são menores”, mas diz que a empresa está preparada para os enfrenta “a partir de uma posição de fortaleza”. O CaixaBank será “parte ativa na solução da atual crise”, defende Goirigolzarri.

Já o presidente executivo, Gonzalo Gortázar, destaca a posição de liderança da empresa no setor financeiro espanhol: “Uma liderança que vamos continuar a colocar ao serviço dos nossos clientes e de toda a sociedade, em linha com a nossa origem fundacional e a nossa vocação social.” Desta feita, a fusão é “uma operação transformacional” que é “necessária para a adaptação a um novo ambiente onde as condições mudaram como consequência da disrupção tecnológica e do contexto económico”.

O atual contexto de digitalização e maior abertura do mercado a soluções tecnológicas, bem como os juros historicamente negativos, está na origem da tendência de consolidação atualmente vivida no setor bancário a nível mundial.

Citada pela Lusa, a direção do CaixaBank negou esta sexta-feira em Barcelona que esteja a ponderar comprar outras entidades financeiras em Portugal ou “reestruturar” a sua filial portuguesa (BPI) que pretende que cresça e aumente a sua quota de mercado. “Não estamos em absoluto neste momento à procura de operações não orgânicas em Portugal”, disse o presidente executivo do CaixaBank numa conferência de imprensa para assinalar o fim dos trâmites legais para a fusão desta entidade bancária com o também espanhol Bankia.

(Notícia atualizada às 12h com mais informação)

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Cluster português das baterias vai nascer em maio

  • ECO
  • 26 Março 2021

O cluster português das baterias será formalizado em maio, mas ainda sem uma data precisa definida. Se Espanha ficar com a fábrica da Volkswagen, Portugal pode ficar quase isolado.

O cluster português das baterias vai nascer em maio, embora ainda sem uma data precisa. A notícia foi avançada pelo Público (acesso condicionado), que sublinha que o grupo conta já com a participação confirmada de 40 entidades.

Segundo o jornal, caso a Volkswagen venha a instalar uma fábrica de baterias em Espanha, Portugal passará a ser um dos poucos países da União Europeia sem uma unidade deste tipo de grande dimensão para o setor automóvel, um dos principais clientes destes componentes ao longo dos próximos dez a 15 anos.

O tema irá ocupar o futuro cluster português das baterias e, em declarações ao Público, Joana Mendonça, coordenadora científica no CEiiA, defendeu que “este é o momento certo para construir este cluster”.

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Empresário angolano Carlos São Vicente acusado de fraude fiscal superior a mil milhões de euros

  • Lusa
  • 26 Março 2021

O empresário é ainda acusado de peculato e de crime de branqueamento de capitais de forma continuada. Defesa já requereu a nulidade do ato. Ex-vice-PR é apontado como parceiro.

O empresário luso-angolano Carlos São Vicente está acusado de vários crimes, entre os quais fraude fiscal continuada durante cinco anos, com valores superiores a mil milhões de euros, segundo o despacho de acusação a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira.

Segundo o despacho do Ministério Público angolano, além do crime de fraude fiscal, o empresário é ainda acusado de peculato e de crime de branqueamento de capitais de forma continuada.

Carlos São Vicente já foi notificado do despacho de acusação no passado dia 17, mas os advogados de defesa consideram o documento ferido de irregularidades processuais, pelo que já requereram a nulidade do ato.

De acordo com a Acusação, o empresário, que durante quase duas décadas teve o monopólio dos seguros e resseguros da petrolífera estatal angolana Sonangol, terá montado um esquema triangular, com empresas em Angola, Londres e Bermudas, que gerou perdas para o tesouro angolano, em termos fiscais, num montante acima dos 1,2 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros).

Com este esquema, e segundo o mesmo documento, Carlos São Vicente, dono de um dos maiores grupos empresariais privados de então em Angola, terá também conseguido não partilhar lucros do negócio dos seguros e resseguros com outras cosseguradoras, como a seguradora pública ENSA, prejudicando, deste modo, estas empresas, bem como a própria Sonangol.

Uma acusação que, segundo fontes ligadas à defesa do empresário “tem uma fundamentação quase inexistente”, por não haver factos que provem a fraude fiscal.

Já para a Acusação, Carlos São Vicente criou a partir de determinada altura uma “espécie de negócio consigo próprio, dentro do grupo AAA [de que era proprietário], causando o desvio de fundos públicos”. Com este esquema, quando um segurado o contactava, através da AAA Seguros, em Angola, o empresário faria contratualização com empresas do grupo fora do país, fugindo aos impostos em Angola.

Esta estrutura “em nada veio a beneficiar o Estado angolano” e “apenas beneficiou o grupo de empresas AAA”, lideradas e já controladas, na altura, por Carlos São Vicente, referem os magistrados do Ministério Público.

A base de contacto das Bermudas serviu “unicamente para inflacionar os prémios pagos pelas petrolíferas, tendo sido usada como forma de ludibriar os incautos”. E, pela burocracia existente, “Angola deixou de existir como produtora de petróleo e as Bermudas passaram a ser um novo produtor’ de petróleo”, já que os negócios eram feitos através daquele país.

Desta forma, a Acusação considera também que o empresário prejudicou a estratégia da Sonangol para fomentar o empresariado nacional, “causando consequentemente graves prejuízos para o tesouro angolano”.

“Na verdade, fruto de tais mudanças estruturais perpetradas pelo arguido, dos prémios pagos pelas petrolíferas apenas 50% seguiam o curso normal do mercado internacional, sendo que da outra parte, 15% eram encaminhados para a AAA Reinsurance e os restantes 35% eram encaminhados, em forma de comissões, para as restantes empresas offshores do grupo AAA”, adianta o despacho.

Além disso, e “sem qualquer justificação”, os prémios passaram a “sofrer aumentos significativos e as franquias subiram para valores muitíssimo acima” dos anteriormente praticados. Deste modo, franquias que eram de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) passaram a ser de 20 milhões de dólares (18 milhões de euros), sem que esta subida se repercutisse em qualquer redução nos prémios e comissões que estavam a ser debitados aos riscos em Angola.

Para a “sobrefaturação dos prémios de seguros, o arguido, por intermédio da AAA Corretores de Seguros Lda, em determinadas situações, procedia à indicação de várias comissões dos intervenientes no negócio e, noutras vezes, de forma discricionária, lançava mão de outros critérios que melhor lhe convinham adotar, uma vez que era ele, arguido, quem estabelecia o valor a cobrar-se a cada operador”.

Por outro lado, a AAA Reinsurance [nas Bermudas], detida pelo arguido, passou a ser a empresa que cedia os negócios no mercado internacional e “quaisquer benefícios que o volume de negócios pudesse oferecer, tal como, a comissão de lucros resultante da boa experiência de sinistralidade, passou a ser paga” naquele país e “não, como deveria ser, aos respetivos segurados em Angola”, salienta ainda o texto da Acusação.

No que diz respeito aos prémios de seguro, os pagamentos eram efetuados diretamente na conta da AAA seguros SA no Hong Kong and Shanghai Banking Coporation (HSBC), sedeado em Londres, e desde aí, eram feitas transferências para as resseguradoras, acusam os procuradores.

Em virtude deste cenário criado pelo arguido, “nos anos de 2009 a 2015, verificou-se um volume de comissões pagas ao grupo AAA” chegando ao valor referido de mais de mil milhões de euros, refere a acusação.

A acusação sublinha que “nem uma única” destas comissões deu entrada no território angolano, verificando-se “uma marcada fuga ao fisco, pois se essas comissões tivessem sido pagas em território angolano, teriam sido declaradas nos balanços e contas da AAA Seguros SA, com as devidas contribuições ao Estado, em regime de impostos, revertendo para o tesouro nacional”.

Isto, apesar de a AAA Seguros estar “vinculada a partilhar as comissões de cedência e de proveito de resseguros, resultando do negócio com as demais cosseguradoras”.

Ora, no quadro do regime especial de cosseguro obrigatório do ramo petroquímico, do qual a AAA Seguros SA era líder e que partilhava uma comissão com a Ensa, numa divisão 55%-45% respetivamente, o arguido deduzia da seguradora pública uma comissão de gestão administrativa adicional e a empresa estatal “tinha menos ganhos do que os que tinha direito por lei”, refere ainda o texto da Acusação.

A justiça angolana considera que Carlos São Vicente “sonegou às várias cosseguradoras os montantes das comissões que por lei teria de pagar em função das percentagens das participações estabelecidas por cada seguradora”.

“De forma incontroversa”, como refere o relatório, citado no despacho de acusação, produzido pela Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), foram “extirpados do tesouro nacional” mais de 1,2 mil milhões dólares (mil milhões de euros).

Antigo vice-presidente angolano apontado como parceiro

O antigo vice-presidente de Angola e ex-presidente da Sonangol, Manuel Vicente, é apontado, no despacho de Acusação do empresário Carlos São Vicente, como o parceiro com quem o arguido terá montado “um plano de apropriação ilícita de rendimentos e lucros”.

A justiça angolana, no despacho de Acusação contra Carlos São Vicente, considera que o antigo número dois do Presidente José Eduardo dos Santos cedeu, quando era presidente da administração da Sonangol, a participação da petrolífera estatal na seguradora AAA Seguros ao arguido, de modo gratuito e sem conhecimento dos restantes administradores.

Entre 2000 e até novembro de 2005, Carlos São Vicente, que já era quadro da petrolífera estatal Sonangol desde 1983, desempenhou a função de diretor de gestão de riscos, área que tratava dos seguros dos trabalhadores e de toda a atividade petrolífera. Manuel Vicente foi presidente do conselho de administração (PCA) da Sonangol entre 1999 e janeiro de 2012, ainda antes de ser vice-presidente da República.

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Lisboa brilha na Europa com subida de 2% da Galp Energia

A bolsa de Lisboa destaca-se entre as pares europeias ao subir 1%. A Galp ganha mais de 2%, depois de comunicar o arranque da construção do seu primeiro projeto solar já em abril.

Depois de uma sessão de ganhos expressivos nos mercados asiáticos, as bolsas europeias abriram em terreno positivo. Os investidores estão mais otimistas com a recuperação económica global, aproveitando as quedas recentes para reforçarem posições.

O índice de referência europeu Stoxx 600 sobe 0,5% e o sentimento positivo pinta as principais praças europeias de verde. O britânico FTSE 100 ganha 0,7%, tal como o alemão DAX. O francês CAC-40 avança 0,5% e, na Península Ibérica, os ganhos são mais expressivos: o espanhol IBEX-35 sobe 0,9%, enquanto o português PSI-20 sobe 1,05%, para 4.813,7 pontos.

Alguns dos setores da bolsa de Lisboa mais penalizados nas sessões anteriores contribuem agora, de forma mais expressiva, para os ganhos registados pelo índice. É o caso da Galp Energia, que avança 2,16%, para 9,916 euros. A petrolífera reage positivamente ao avanço de mais de 2% do Brent, para 63,26 dólares, mas também à notícia de que vai iniciar em abril a construção do seu primeiro projeto solar.

Evolução das ações da Galp em Lisboa:

De igual forma, o BCP beneficia do otimismo dos investidores e ganha 1,74% em bolsa, para 11,67 cêntimos por ação, assim como a família EDP. A casa-mãe soma 0,5%, para 4,871 euros, enquanto a EDP Renováveis valoriza 1,32%, para 16,94 euros.

Destaque ainda para a subida de 1,12% da operadora Nos, havendo ainda ganhos notórios entre as papeleiras, acima de 1%, como é o caso da Altri e da Navigator. Os CTT valorizam 1,40%, para 3,25 euros por ação.

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Em três anos só uma empresa foi banida de concursos públicos

  • ECO
  • 26 Março 2021

Trata-se de uma empresa do setor das limpezas com sede em Leiria que somou, "pelo menos, sete situações distintas" de incumprimento. O "castigo" de nada valeu: a empresa foi declarada insolvente.

Três anos passados da revisão do Código dos Contratos Públicos, apenas uma empresa foi condenada à pena máxima, por incumprimento contratual grave. Entrou assim na “lista negra” dos fornecedores proibidos de negociar com entidades públicas, avança o Jornal de Notícias.

Trata-se de uma empresa do setor das limpezas com sede em Leiria, Byeva Unipessoal, que, segundo o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC) somou, “pelo menos, sete situações distintas” de incumprimento (uma das causas que pode levar à proibição é “duas resoluções sancionatórias nos três últimos anos”). Em março de 2020 foi então banida durante um ano. De qualquer forma nunca mais voltará a negociar com o Estado, pois está insolvente.

O IMPIC revelou que já instaurou seis processos que podem resultar na entrada na lista negra. Dois já tiveram um desfecho definitivo, o caso da Byeva, e outra empresa que entrou em insolvência antes de ser banida. Nas restantes o processo ainda está a decorrer.

Antes da “lista negra” o castigo aplicado é a proibição de contratar, mas apenas com a entidade com a qual o fornecedor entrou em incumprimento, depois de contrato estar resolvido, ter havido indemnização ou aplicação de coimas. Estão nesta situação, pelo menos, 71 empresas.

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Galp inicia construção do seu primeiro projeto solar em abril

  • Lusa
  • 26 Março 2021

Projeto “compreende quatro centrais fotovoltaicas que se estendem por uma área de 250 hectares”, sendo que “a capacidade de produção anual para abastecer mais de 80 mil famílias.

A Galp vai começar em abril a construção do seu primeiro projeto solar, no concelho de Alcoutim, distrito de Faro, com uma potência instalada prevista de 144 megawatts (MW), segundo um comunicado.

A petrolífera, que não divulgou os valores envolvidos, referiu que “adjudicou a construção do seu primeiro grande projeto de energia solar fotovoltaica em Portugal, no concelho de Alcoutim, ao consórcio formado pela Jayme da Costa e pela Visabeira, abrindo assim uma nova frente no seu processo de transformação numa empresa mais sustentável”.

Este projeto “compreende quatro centrais fotovoltaicas que se estendem por uma área de 250 hectares”, sendo que “a capacidade de produção anual estimada é de 250 mil megawatt/hora de energia elétrica, o suficiente para abastecer mais de 80 mil famílias e evitar a emissão de 75 mil toneladas de CO2 por ano”, lê-se na mesma nota.

De acordo com a Galp, o “âmbito dos trabalhos a cargo do consórcio Jayme da Costa, empresa portuguesa focada em soluções na área da energia, inclui todos os trabalhos elétricos, mecânicos e civis das quatro centrais fotovoltaicas, excluindo o fornecimento dos painéis fotovoltaicos”, sendo que “a cargo do grupo Visabeira ficarão todos os trabalhos de construção civil”.

A empresa estima que “os trabalhos de construção deverão iniciar-se em abril e os primeiros eletrões deverão começar a ser produzidos no primeiro trimestre do próximo ano” de acordo com a mesma nota.

O grupo recordou ainda que assumiu o compromisso de “aplicar até 40% do seu investimento anual em projetos relacionados com a transição energética para um modelo de baixo carbono, e entre 10% e 15% em energias renováveis e novos negócios”, sendo que “neste momento, a Galp possui 900 megawatts de capacidade solar fotovoltaica em produção, sendo o terceiro maior produtor ibérico deste tipo de energia”, garantiu.

Susana Quintana Plaza, administradora executiva da Galp responsável pela área de renováveis e novos negócios indicou, citada na mesma nota, que o compromisso da empresa “é claro” nos projetos de mobilidade elétrica, “nos biocombustíveis ou na produção descentralizada de energia, e irá acelerar nos próximos tempos em áreas como o hidrogénio ou a cadeia de valor das baterias, porque este desafio que enfrentamos é urgente e exige escala”.

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