Wall Street arranca volátil com investidores a digerir dados económicos

As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão penalizadas pelas cotadas tecnológicas. No entanto, o sentimento começa a melhorar no setor.

Wall Street arrancou a sessão de novo abaixo da linha d’água, com as cotadas do setor tecnológico a prolongar as perdas registadas na última sessão. No entanto, dados animadores do desemprego e a revisão em alta do crescimento da economia norte-americana no último trimestre do ano passado ajudaram a mudar o sentimento.

O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, deu a entender esta quinta-feira, numa entrevista à NPR, que com a recuperação, eventualmente começaria a remover o estímulo que impulsionou o mercado durante a pandemia. “Iremos muito gradualmente ao longo do tempo e com grande transparência, quando a economia estiver totalmente recuperada, retirar o apoio que fornecemos em tempos de emergência”, disse Powell.

Foram também conhecidos dados que mostram que os pedidos de subsídio de desemprego caíram na semana passada, enquanto o mercado de trabalho começa a recuperar da pandemia. Para além disso, o crescimento da economia dos Estados Unidos foi revisto em alta para 4,3% no quarto trimestre de 2020.

Os investidores ainda digeriam os dados no início desta sessão. O industrial Dow Jones caiu 0,23%, na abertura para os 32.346,81 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 recuou 0,25%, para os 3.879,34 pontos. Já o tecnológico Nasdaq perdia 0,91%, para os 12.844,58 pontos, no arranque, mas acabou por inverter a tendência.

Depois de quedas de 2%, as tecnológicas invertem a tendência, apesar de seguirem com alguma volatilidade. Agora, a Apple segue a somar 0,83% para os 121,09 dólares, o Facebook avança 1,46% para os 286,26 dólares e a Amazon ganha 0,008% para os 3.087,33 dólares.

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TELLES assessora Vallis Capital Partners na venda da Imperial à espanhola Chocolates Valor

Esta operação foi liderada pelos sócios Francisco Espregueira Mendes, Cristina Ferreira, Leyre Prieto e pelo of counsel Joaquim Caimoto Duarte.

A sociedade de advogados TELLES assesserou o Fundo Vallis Sustainable Investments na venda da Imperial, a maior produtora portuguesa de chocolates, com marcas como Jubileu, Regina, Pintarolas, Pantagruel e Allegro, à Chocolates Valor, “que concretiza assim a sua primeira operação de aquisição internacional e reforça a sua posição no setor ibérico do chocolate”.

Esta operação foi acompanhada pela equipa de Societário, Comercial e M&A da TELLES, liderada pelos sócios Francisco Espregueira Mendes e Cristina Ferreira e pela equipa de Europeu e Concorrência, pela sócia Leyre Prieto e o of counsel Joaquim Caimoto Duarte.

“A Imperial foi adquirida pelo fundo Vallis no verão de 2015, tendo levado a cabo um ambicioso plano de reforço da sua capacidade industrial. A aquisição da Imperial pela Chocolates Valor irá potenciará o desenvolvimento dos seus negócios, reforçando e projetando as suas marcas e maximizando as sinergias de ambas”, refere a TELLES em comunicado.

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Morreram nove pessoas e há mais 423 infetados com Covid-19

Desde o início da pandemia o país soma 819.210 casos e 16.814 óbitos por Covid-19.

O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quinta-feira, dá conta de mais 423 infetados com SARS-CoV-2 e nove mortos com a doença. Desde o início da pandemia o país soma 819.210 casos e 16.814 óbitos por Covid-19.

Nas últimas 24 horas 610 pessoas foram dadas como curadas, o que eleva o número total de recuperados para 770.448.

O número de casos ativos continua a descer, de acordo com os dados da DGS. Há atualmente 31.948 casos ativos (menos 196 que na quarta-feira). Entre os casos ativos 695 estão internados (menos 17), dos quais 154 em unidades de cuidados intensivos (menos um).

Boletim de 25 de março

A nível regional, foi em Lisboa e Vale do Tejo que se registaram os maiores números de mortos e de novos casos (sete e 182, respetivamente). As restantes mortes ocorreram na Madeira (um óbito e oito infetados) e no Centro (um óbito e 59 infetados). As regiões Norte, Alentejo, Algarve e Açores não registaram nenhum óbito, mas confirmaram, respetivamente, 126, 17, 22 e nove novos casos.

O boletim epidemiológico dá, por fim, conta de menos 137 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 15.035 pessoas nesta situação.

(Notícia atualizada às 14h32)

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Défice agrava-se para 1.153 milhões de euros até fevereiro

O saldo orçamental fixou-se nos 1.153 milhões de euros até fevereiro, período marcado pelo segundo confinamento, de acordo com o Ministério das Finanças.

As administrações públicas registaram um défice de 1.153 milhões de euros em contabilidade pública até fevereiro de 2021, período marcado pelas medidas mais restritivas para controlar a pandemia. Este valor compara com um excedente de 1.351 milhões de euros registado até fevereiro de 2020, antes de a pandemia chegar a Portugal. Os números foram divulgados pelo Ministério das Finanças esta quinta-feira em antecipação do boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) que é publicado ao final da tarde.

O saldo orçamental deteriorou-se 2.504 milhões de euros em termos homólogos, o que é explicado pelo impacto da pandemia nas contas públicas. O choque do segundo confinamento que arrancou em janeiro já está a refletir-se na despesa pública, mas na receita só deverá ter mais impacto nos próximos meses uma vez que a entrega de vários impostos ao fisco tem um desfasamento. Tanto que em janeiro o saldo ainda era excedentário, como revelaram os dados da DGO há um mês.

A degradação do défice traduz a significativa contração da receita (-11,8%) e o forte crescimento da despesa primária (+6,9%), reflexo dos impactos negativos na economia (como evidencia a redução da receita fiscal e contributiva) e das medidas extraordinárias de apoio a famílias e empresas”, explica o Ministério das Finanças em comunicado, confirmando o “impacto das medidas de confinamento para travar a propagação da pandemia”.

Em contabilidade nacional, o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) estimava um défice de 4,3%, inferior aos cerca de 6,3% que o Governo espera que se tenha registado em 2020 (o valor final será divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística). Contudo, o ministro das Finanças, João Leão, já admitiu que a previsão de 2021 terá de ser revista em alta por causa do novo e inesperado confinamento. A nova previsão deverá ser divulgada no Programa de Estabilidade a apresentar até dia 15 de abril.

Receita do IVA quebra 12,7%, mas TSU resiste

A receita pública caiu 11,8% principalmente por causa da quebra significativa da receita fiscal devido ao abrandamento da atividade económica. A receita com impostos desceu 17,4% até fevereiro, “com a generalidade dos impostos a evidenciar quebras, destacando-se a redução de 12,7% do IVA em termos comparáveis (ajustada do efeito dos planos prestacionais e da prorrogação de pagamento até 31 de março)”.

Por outro lado, as contribuições para a Segurança Social (TSU) contraíram apenas 2,2% até fevereiro, face ao mesmo período do ano passado, o que deverá ser explicado pela resiliência do mercado de trabalho dada a eficácia de medidas como o lay-off simplificado e o apoio à retoma progressiva, assim como o esforço feito pelas empresas que estão em dificuldades.

Segurança Social e SNS pressionam despesa pública

A despesa primária (exclui os juros da dívida) cresceu 6,9% até fevereiro por causa dos gastos com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que esteve sob forte pressão nestes dois meses, e com os apoios da Segurança Social. A despesa da SS — onde se insere mais de mil milhões gastos com apoios — cresceu 13,5%, o que representa mais 578 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado. A despesa com subsídios de desemprego cresceu 37,8%.

No caso da despesa do SNS, como o Ministério das Finanças já tinha antecipado esta quarta-feira, esta cresceu a um “ritmo recorde de 10,5%”, com destaque para a subida de 10,1% das despesas com pessoal. “Este aumento resultou em grande parte do reforço expressivo do número de profissionais de saúde em 8% (+10.786 trabalhadores face a fevereiro de 2020), tendo atingido um máximo histórico a nível global e nas principais carreiras”, assinalam as Finanças.

O comunicado revela ainda que houve um crescimento 64,6% da despesa com investimento no SNS e que os pagamentos em atraso na saúde desceram 131 milhões de euros, em termos homólogos.

Quanto à despesa com pessoal de toda a Administração Pública, estes gastos subiram 4,4%, “refletindo as contratações de pessoal e os encargos com valorizações remuneratórias, destacando-se o aumento de 5,8% da despesa com salários dos professores”.

(Notícia atualizada às 14h30 com mais informação)

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Só 4,1% dos europeus já foram totalmente vacinados contra a Covid-19

  • Lusa
  • 25 Março 2021

Já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas. Foram exportadas 77 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 da UE para países terceiros.

Cerca de 18,2 milhões de cidadãos da União Europeia (UE) foram já totalmente imunizados contra a Covid-19, o correspondente a 4,1% da população adulta comunitária, num total de perto de 62 milhões de doses de vacinas administradas.

Os dados foram revelados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que no arranque de um Conselho Europeu realizado de forma virtual apresentou “aos líderes europeus o ponto da situação sobre a entrega e administração de vacinas na União, as expectativas em relação às entregas no segundo trimestre” e ainda dados sobre “as exportações de vacinas da UE para o resto do mundo”, divulgou a própria.

De acordo com essa mesma informação, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a Covid-19, levando assim a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada.

A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.

Datados de final desta semana, os dados divulgados revelam também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da AstraZeneca (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da AstraZeneca (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido à incapacidade de distribuição para a UE e também à exportação de vacinas de fábricas na UE para países terceiros, nomeadamente para o Reino Unido, o que levou Bruxelas a criar em janeiro passado um sistema de controlo de tais operações.

Ao todo, até hoje, foram já exportadas 77 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 da UE para países terceiros.

Este montante inclui a entrega de 31 milhões para 54 países de rendimento baixo e médio constantes da lista do mecanismo COVAX (Acesso Global às Vacinas da Covid-19).

E inclui, ainda, o que foi anunciado pela instituição na quarta-feira, de um total de 43 milhões de doses enviadas 33 países terceiros e sujeitas ao mecanismo de autorização prévio da UE, tendo sido o Reino Unido o principal destino.

Na mensagem publicada através da rede social Twitter, Ursula von der Leyen disse ainda acreditar que a UE irá conseguir, “em conjunto, garantir que os europeus obtenham a sua quota-parte justa de vacinas”.

Os líderes comunitários iniciaram ao início da tarde um Conselho Europeu virtual, sendo o primeiro grande debate consagrado aos problemas na campanha de vacinação contra a Covid-19 na União Europeia.

As atenções vão estar focadas na proposta apresentada quarta-feira pela Comissão Europeia no sentido de um reforço do mecanismo de transparência e de autorização para exportações de vacinas contra a Covid-19, num esforço para assegurar o acesso atempado às vacinas, nomeadamente a da AstraZeneca, envolta em polémicas de distribuição.

A principal mensagem a sair do Conselho será o reafirmar do empenho dos 27 em acelerar a produção, distribuição e administração de vacinas na UE, mais do que propriamente ameaças de ‘barrar’ a exportações de vacinas para fora do espaço comunitário.

O primeiro-ministro português, António Costa, participa no encontro também enquanto presidente em exercício do Conselho da UE no corrente semestre.

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Acionista do Polígrafo compra a Forbes Portugal

  • Lusa
  • 25 Março 2021

O Emerald Group, através da Emerald Europe, que detém 30% do jornal digital Polígrafo, comprou a Forbes Portugal e a Forbes Angola vai dar lugar à Forbes África Lusófona.

O Emerald Group, através da Emerald Europe, que detém 30% do Polígrafo, comprou a Forbes Portugal e a Forbes Angola vai dar lugar à Forbes África Lusófona, anunciou esta quinta-feira a holding do empresário angolano N’Gunu Tiny.

Na quarta-feira, a Zap, da empresária angolana Isabel dos Santos, anunciou a antecipação para este mês do fim da licença da publicação da revista Forbes, previsto para 2022, avançado que pretendia recentrar-se na produção de conteúdos audiovisuais.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, é anunciado que a Forbes Portugal, há cinco anos no mercado, “passa agora a ser detida pelo Emerald Group, através da Emerald Europe, sua subsidiária europeia focada em investimento de impacto e inovação que detém 30% do jornal digital Polígrafo e vê assim reforçada a sua presença nos media portugueses”.

A Emerald comprou a licença diretamente à revista norte-americana Forbes, passando agora o grupo a “deter ainda os direitos da Forbes para Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, e São Tomé e Príncipe, perspetivando uma forte aposta no mercado lusófono”, lê-se no comunicado.

O Emerald Group está sediado no Dubai International Financial Center e é uma holding de investimentos “detida exclusivamente pelo advogado e empresário N’Gunu Tiny, com foco no setor financeiro, energia, investimento de impacto e inovação social”.

O grupo adianta que a revista de negócios “vai reforçar a sua dinâmica digital, site e social media, de modo a ter um maior alcance no seu compromisso de projetar e promover o que de melhor se faz” no mundo empresarial da lusofonia.

“Acreditamos no potencial da Forbes enquanto título de referência no mundo empresarial para promover a língua portuguesa. É um forte ativo socioeconómico e cultural que será, por isso, potenciado pelas novas tecnologias de informação e por um reforço na atual linha editorial do título”, afirma Raúl Bragança Neto, administrador executivo da Emerald Europe, citado no comunicado.

A Forbes Portugal vai continuar a ser bimestral e estão previstas duas edições da Forbes Life, complementadas com uma plataforma digital de multiconteúdos.

“Já a Forbes Angola vai dar lugar à Forbes África Lusófona, título que, bimestralmente, trará uma nova dinâmica ao mercado dos países africanos de língua portuguesa, com foco na informação económica local, nos fazedores e nas empresas que fazem a diferença no continente, estabelecendo pontes e sinergias para um futuro melhor e mais inspirador”, adianta o grupo.

As duas edições “partilham uma redação comum, agora liderada por Nilza Rodrigues, que até então exercia a direção executiva da Forbes Portugal, e apoiada por Paul Trustfull que, com uma experiência de 13 anos na revista norte-americana, assume a editoria internacional”.

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Ministério Público investiga divulgação de conversa privada entre Pedro Nuno Santos e Casimiro

Uma conversa entre os dois sobre a TAP foi gravada sem autorização de Pedro Nuno Santos e divulgada. A queixa apresentada pelo governante deu origem a um inquérito que se encontra em investigação.

A gravação não autorizada e divulgação de uma conversa entre o ministro das Infraestruturas e Habitação e o empresário Alfredo Casimiro já está a ser investigada pelo Ministério Público. A confirmação foi feita esta quinta-feira pela Procuradoria Geral da República, depois de Pedro Nuno Santos ter apresentado, há duas semanas, uma queixa-crime contra o acionista privado da Groundforce.

“A queixa apresentada foi remetida ao DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa, onde deu origem a um inquérito que se encontra em investigação“, revela fonte oficial da PGR ao ECO. Em causa está a gravação não autorização e divulgação de uma conversa privada entre os dois sobre a TAP. É uma gravação de cerca de dois minutos e meio de parte de uma das reuniões sobre a situação da empresa de handling.

A conversa faz parte de uma reunião mais alargada e é cortada uma parte sobre a TAP. Nesta, ouve-se Casimiro a questionar o ministro sobre a injeção de dinheiro público na TAP e se o acionista privado, Humberto Pedrosa, está também a colocar capital na mesma proporção. Pedro Nuno Santos responde que não e explica que o Governo está a negociar ainda com Bruxelas, mas que no quadro da reestruturação da TAP deverá ser exigido que parte ou a totalidade do empréstimo de 1,2 mil milhões seja convertido em capital.

Essa possibilidade sempre esteve em cima da mesa caso a TAP não tivesse capacidade de reembolsar o empréstimo. O acionista privado poderá vir a fazer ele próprio um aumento de capital ou verá a sua posição diluída. O ministro admite que a participação do Humberto Pedrosa é que vai “evaporar” e transformar em “pó”, na conversa em questão.

Não é possível perceber pela gravação porque é que o acionista privado da TAP estava a ser tema de conversa entre ambos, mas poderá ter sido um paralelismo com a situação de dificuldades financeiras da Groundforce (que é detida em 50,1% pela Pasogal de Casimiro e em 49,9% pela TAP). A conversa aconteceu no início das negociações entre Pedro Nuno Santos e o empresário para tentarem encontrar uma solução de emergência para os salários de 2.400 trabalhadores, que estavam em atraso e já foram entretanto regularizados.

Logo após a troca sobre a TAP, Casimiro toma a palavra, dizendo lamentar que não tenham chegado a qualquer conclusão, que não tenham encontrado uma solução para apresentar aos trabalhadores e ainda pelo impacto negativo que a situação tem para o próprio, para o ministro e para o Estado. O empresário garante ainda que tentou todas as possibilidades para chegar a acordo. A gravação termina a meio de uma frase em que o acionista diz há um problema “sério” e não chega a ouvir-se a resposta do ministro.

A queixa-crime foi apresentada num momento de impasse nas negociações: nem um adiantamento com a participação de Casimiro como garantia nem o aumento de capital avançaram. Na semana passada, a solução que acabou por desbloquear a situação foi a venda de todos os equipamentos da Groundforce à TAP por 7 milhões de euros. Mas não melhorou as relações entre os dois. Ainda esta quinta-feira Pedro Nuno Santos acusou Alfredo Casimiro de não ser “sério” e de ter tentado “enganar” o Estado e o Governo.

(Notícia atualizada às 13h45)

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Acelerar a digitalização: uma abordagem saudável

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  • 25 Março 2021

No 3º de uma série de cinco webinars a propósito da presidência portuguesa do Conselho Europeu, promovidos pela Câmara do Comércio Americana em Portugal, o tema foi a digitalização na saúde.

Um sistema seguro, protegido e confiável de monitorização e regulamentação de partilha de dados médicos entre os Estados-Membros da União Europeia foi o tema da discussão do webinar “Accelerating digitalisation – a healthy approach”, organizado conjuntamente pela AmCham Portugal e a AmCham EU, e que teve lugar no dia 18 de março 2021.

O moderador, Zeger Vercouteren (J&J), Presidente da AmCham EU, destacou que responder aos desafios que se colocam hoje na área da saúde, requer um investimento europeu de longo prazo nas ciências da vida, acesso simplificado ao capital, uma forte estrutura de incentivos à propriedade intelectual que atraia a inovação, mas também é necessária uma mudança de mentalidade e colocar a saúde dos cidadãos no topo da agenda. Outra ambição é alavancar a recuperação económica, acelerar a digitalização e aplicar essa aceleração à saúde numa abordagem saudável.

Diogo Serra, Secretário de Estado da Saúde de Portugal, disse no seu discurso introdutório que o principal objetivo da presidência portuguesa da UE é promover uma melhor cooperação entre os estados-membros na partilha de informação e serviços. O teleatendimento, já utilizado na monitorização dos níveis de glicose, condições cardíacas e pulmonares, pressão arterial e outros serviços médicos, pode, nos dias de hoje, ser de acesso fácil só com a ajuda de um smartphone.

A par de várias tecnologias que permitem aos médicos monitorar a saúde de um paciente remotamente, existem agora outras baseadas na tecnologia e na web, e usando aplicativos móveis, tornando as consultas médicas remotas mais seguras e convenientes para os pacientes. Dispositivos de monitorização doméstico para pessoas mais velhas ou mais frágeis que podem detetar mudanças nas atividades normais, como quedas, são um exemplo. “Com a crise atual, está muito claro como essas tecnologias podem ser muito, muito úteis”, referiu.

No entanto, a necessidade de provar a viabilidade destes tipos de serviços de tele-saúde além-fronteiras, entre os estados-membros, e as implicações que tem a partilha dos dados dos doentes, significa que é necessário construir um quadro seguro e harmonizado que seja centrado no doente e lhes proporcione um alto grau de controlo sobre quando, como e onde seus dados são usados e com quem são partilhados. “A necessidade de uma melhor troca de dados entre os países, não apenas por causa das novas variantes do Covid-19, mas também pelas abordagens de rastreamento e sequenciamento do genoma, continuarão a ser os pilares da resposta a essas variantes emergentes”, adiantou. “Para conseguirmos avançar, precisamos de desenvolver uma estrutura harmonizada para pacientes, registos de doenças e um forte sistema de dados de saúde. Fizemos da promoção da saúde digital uma prioridade, com um programa a seis meses focado num ecossistema de partilha de dados de saúde que fornece aos governos nacionais acesso oportuno e perceções integradas sobre o estado de saúde e as condições de saúde das pessoas”, acrescentou o Secretário de Estado.

“Como o setor de saúde depende fortemente de informações para resolver problemas, as soluções digitais de saúde, como registos e registos eletrónicos de saúde e níveis mais altos de cooperação em intercâmbio internacional, a inteligência artificial e o blockchain são vistos como ativos valiosos para responder aos desafios que estão a colocar os nossos serviços nacionais de saúde sob pressão”, adiantou. “Barreiras de longa data precisam de ser removidas a nível nacional e internacional, a consistência entre os sistemas de saúde e as jurisdições é fundamental para promover uma união de saúde europeia em que registos padronizados, coerentes e acessíveis possam ser trocados para o bem de nossas comunidades”, sugeriu Diogo Serra.

O painel ouviu que os processos de Avaliação de Tecnologia da Saúde (HTA) na Europa estão atualmente fragmentados, com diferentes abordagens nacionais contribuindo para as desigualdades no acesso aos dados de saúde. No entanto, tecnologias inovadoras podem gerar eficiência nos sistemas de saúde para torná-los mais acessíveis, seguros e sustentáveis.

O ambiente regulatório precisa de se adaptar, uma vez que a avaliação do valor acrescentado das tecnologias de saúde é fundamental para impulsionar o acesso mais rápido aos cuidados de saúde para os pacientes em toda a Europa. A AmCham Europe recomenda apoiar o esforço da Comissão para harmonizar a avaliação das evidências clínicas e evitar a duplicação do processo nos estados-membros. Exige também uma abordagem e metodologia equilibradas para refletir as especificidades de cada setor da saúde, mantendo ao mesmo tempo a autonomia dos estados-membros para realizar avaliações socioeconómicas específicas do país e tomar decisões sobre preços e reembolsos. Outras recomendações são: limitar o âmbito do regulamento a avaliações clínicas conjuntas de produtos farmacêuticos; e garantir a consulta de todas as partes interessadas com uma rede formal de partes interessadas como parte do processo.

Os incentivos à propriedade intelectual (PI) para novos medicamentos e para a indústria das ciências da vida contribuem significativamente para a prosperidade económica e social da Europa, reforçando a competitividade industrial e o crescimento da UE. Os direitos de propriedade intelectual (DPI) são fundamentais para impulsionar o investimento e a inovação na Europa e, à medida que a Comissão analisa o quadro de incentivos de PI, é fundamental proteger o quadro atual da erosão para salvaguardar o investimento na investigação farmacêutica. Retroceder nos incentivos de PI enviaria uma mensagem negativa aos investidores norte-americanos e globais quanto às perspetivas do setor europeu de P&D.

Tecnologia digital que transforma a saúde

O ministro destacou que, num futuro próximo, os estados-membros da UE serão capazes de trocar dados sobre imagens médicas, resultados de laboratório, notas de alta e doenças raras e estarão numa posição muito melhor para resolver os desafios de saúde transfronteiriços através da partilha transfronteiras, registos de saúde padronizados e prescrições eletrónicas.

“A tecnologia digital pode ajudar-nos a transformar sistemas de saúde noutros mais sustentáveis, melhorar as relações entre profissionais médicos e pacientes e fornecer soluções mais baratas, rápidas e eficazes para doenças. Sabemos que as tecnologias podem ajudar-nos a vencer a batalha contra a atual pandemia e ajudar-nos a prevenir e combater novas. No final, o principal objetivo é ajudar-nos a ter cidadãos mais saudáveis numa comunidade mais saudável”, referiu.

União Europeia de Dados – um quadro jurídico robusto

Monique Goyens, diretora-geral da Organização Europeia de Consumidores (BEUC), concorda que uma das principais prioridades na digitalização dos cuidados de saúde é fornecer um quadro jurídico sólido e robusto para serviços e produtos de saúde digitais. “Há muita tecnologia digital de saúde por aí, mas não temos implementado um sistema de saúde digital seguro, confiável e centrado nas pessoas”, afirmou. “Quando falamos em saúde digital, não há definição sobre o que são dados de saúde. Todos concordamos que precisamos combater a pandemia e que a digitalização e a partilha de dados podem ajudar, mas muito dos dados e ferramentas digitais de saúde dizem respeito aos desenvolvimentos mais frívolos. Há dados que cobrem a pressão arterial e o índice de massa corporal, por exemplo, ou dados sobre estilo de vida, como por exemplo consumo semanal de álcool, e precisamos de saber quem vai usar esses dados”, adiantou Monique Goyens, referindo-se a seguradoras e bancos que poderiam usar os dados para decidir o nível de seguro ou os termos do empréstimo e a que custo um indivíduo o receberia.

“Há uma grande diferença entre dados de bem-estar e dados de saúde. Há toda uma diferença entre os diferentes tipos de dados que precisam de ser tratados, e a União Europeia de Dados visa trazer clareza e um alto nível de proteção ao consumidor para certas práticas centradas em tecnologia”, disse.

A diretora-geral da BEUC destacou ainda que ninguém se pode envolver na digitalização da saúde se não tiver habilidades digitais e de saúde. Uma vez que 44% dos europeus não têm habilidades digitais básicas, perguntou como é que a confiança do cliente na partilha de dados poderia ser medida e alcançada. Nem os pacientes nem os médicos deveriam ter um PhD em matemática quântica, disse, para entender as funções da telemedicina, e sugeriu a necessidade de balcões de ajuda para explicar às pessoas a sua utilização.

“Há um grande problema de proteção de dados e um grande problema de segurança cibernética e hacking e, de momento, apenas assumimos o risco e esperamos que isso não aconteça connosco como indivíduos. As pessoas aceitam a tecnologia, mas isso não significa que os problemas subjacentes não existam”, afirmou Goyens.

Andrzej Jan Rys, diretor de Sistemas de Saúde, Produtos Médicos e Inovação, diretoria-geral de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia, ele próprio um doente que usa aplicações de monitorização remota de saúde, disse que enviar dados por meio de telemóveis ou mesmo pelo WhatsApp “não era a maneira mais segura”. “Costumamos dizer que a Covid-19 é um catalisador para a mudança, e que o fator mais benéfico desta pandemia é a aceleração da digitalização. Antes, pacientes e médicos não gostavam de fazer consultas online porque preferiam a interação cara a cara. Deve então haver um equilíbrio entre o que podemos fornecer com uma solução tecnológica e essa interação face a face tão necessária”, disse.

Também é preciso haver um arcabouço legal para que os médicos possam enviar as informações dos doentes de país para país, de forma automática e já traduzida, e essa automação já estava a ser desenvolvida.

“Os tele-serviços transfronteiriços precisam ser estimulados e, embora ainda haja um número relativamente pequeno de fornecedores de tele-serviços, a telemedicina e a teletecnologia estão em evolução. Já propusemos a Digital Governance Act, que está a ser discutida nas comissões parlamentares europeias sobre a promulgação de regulamentos específicos para a saúde. Os dados não podem viajar sem assistência de navegação e há a necessidade de uma rede mais federada em relação ao controlo, armazenamento e partilha de dados – um sistema de navegação pelo qual sabemos quem tem os dados”, disse Jan Rys.

Sónia Santos, diretora associada, Saúde e Administração Pública, da Accenture Portugal, disse que Portugal está a tornar-se num polo de desenvolvimento tecnológico, explicando que é um excelente país para experimentar novas soluções de forma sustentável. “É uma excelente vitrina técnica com as características certas para desenvolver projetos pioneiros. Ser um país pequeno permite desenvolver projetos-piloto, economicamente sustentáveis e com menos riscos”, afirmou.

“Portugal é muito bom na adoção de tecnologia. Em 2019, as informações online sobre saúde eram de 51% (4% a mais do que em outros países da OCDE). Portugal é um país pioneiro e um modelo de sucesso nas iniciativas relacionadas com a transformação digital na saúde, e a adoção massiva do processo clínico eletrónico é um excelente exemplo disso, bem como a adoção da prescrição médica eletrónica a nível nacional”, acrescentou.

“Com a ajuda da tecnologia, conseguimos aliviar a pressão sobre o sistema, libertando médicos e enfermeiras para se dedicarem aos casos que realmente precisam da sua atenção”, disse. Sónia Santos deu exemplos de telemedicina em centros de saúde ou hospitais em situações de pós-operatório onde o acompanhamento médico poderia ser feito à distância. Isso evita viagens a hospitais, desconforto e transtorno ao doente e custos desnecessários.

“A tecnologia passou a fazer parte do quotidiano dos hospitais portugueses e uma mais-valia. Acreditamos que Portugal tem capacidade tecnológica para contribuir para a digitalização e sustentabilidade do setor da saúde”, afirmou.

A conclusão foi que, embora a saúde digital e a tele-saúde tenham o potencial de revolucionar a vida das pessoas e transformar os sistemas de saúde para a conveniência de todas as partes interessadas – doentes, médicos e investigadores, além de ser eficaz em termos de custos, um acordo sobre uma infraestrutura de serviço digital que permita o acesso transfronteiriço seguro tem de ser alcançado, e tem de haver um enquadramento legal que assegure a proteção de partilha de dados e não seja aberto a interpretações selvagens de país para país. Com efeito, uma política de partilha de registos médicos segura e padronizada dentro da UE.

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PS pede depoimento por escrito de Passos, Cavaco e Durão e audição de Moedas sobre Novo Banco

  • Lusa e ECO
  • 25 Março 2021

Grupo parlamentar do PS quer o "depoimento escrito dos responsáveis políticos que sabiam do buraco do BES antes do aumento do capital".

O PS requereu, esta quinta-feira, os depoimentos por escrito do ex-Presidente Cavaco Silva, dos antigos primeiros-ministros Durão Barroso e Passos Coelho e a audição presencial do ex-comissário europeu Carlos Moedas na comissão de inquérito do Novo Banco.

O anúncio foi feito no parlamento pelo coordenador do PS nesta comissão de inquérito, João Paulo Correia, um dia depois da audição de José Honório, ex-administrador do BES e Novo Banco, que segundo o socialista revelou que o antigo presidente do BES Ricardo Salgado entregou, em 2014, um memorando a cada uma das autoridades políticas em que dava conta do “buraco gigante em que estava enfiado o GES”.

“Passadas poucas semanas, depois destas reuniões que Ricardo Salgado teve com todas estas autoridades políticas, depois de conhecerem a dimensão do buraco do Grupo Espírito Santo, decorreu o aumento de capital do BES de cerca de mil milhões de euros”, referiu, considerando que as autoridades políticas, europeias e nacionais, “nada fizeram para impedir este aumento de capital que gerou milhares de lesados” em Portugal.

Para o PS, há responsabilidades que “não estão suficientemente esclarecidas por parte destas autoridades políticas”.

“Neste sentido, o grupo parlamentar do PS irá requerer o depoimento escrito dos responsáveis políticos que sabiam do buraco do BES antes do aumento do capital e por isso iremos requerer os depoimentos escritos de Cavaco Silva, de Durão Barroso, de Pedro Passos Coelho e iremos requerer a audição presencial do doutor Carlos Moedas, uma vez que os ex-presidentes da República e os ex-primeiro-ministros gozam de uma prerrogativa regimental de só poderem depor por escrito nas comissões de inquérito”, referiu.

Carlos Moedas, que era neste período secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, será o candidato da coligação PSD/CDS-PP à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas.

Rui Rio já reagiu ao pedido dos socialistas no Twitter: “o PS podia chamar também ao processo Vladimiro Feliz e António Oliveira”. Estes são dois nomes que o PSD vai levar à corrida das autárquicas: António Oliveira em Gaia e Vladimiro Feliz no Porto.

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Primeiro ferryboat português 100% elétrico vai navegar em Aveiro

Este ferryboat português 100% elétrico será o primeiro a operar em Portugal e dos primeiros em toda a Europa. Construção do ferryboat arranca ainda este ano e estará pronto a navegar no final de 2022.

É o primeiro ferryboat português 100% elétrico, com zero emissões de CO2 a navegar em território nacional, nomeadamente na cidade de Aveiro. É a primeira embarcação elétrica made in Portugal a ser construído por marcas nacionais. Um investimento de sete milhões de euros.

“É muito relevante o facto de o primeiro ferryboat elétrico a operar em Portugal e na Europa do Sul acontecer na região de Aveiro. É sintomático do que estamos a realizar na região e no município, conjugando as potencialidades culturais e ambientais da Ria de Aveiro com a tecnologia. Na Câmara Municipal de Aveiro continuamos o nosso trabalho de contributo para redução da pegada ecológica, que terá no novo ferryboat mais um instrumento, a somar aos 27 moliceiros com motores elétricos”, disse o presidente da autarquia, José Ribau Esteves.

O presidente da Câmara de Aveiro explica ao ECO que só existem atualmente ferryboats em navegação no norte da Europa, nomeadamente na Finlândia e Dinamarca. “A maior parte dos países europeus não têm ferryboats elétricos”. Ribau Esteves destaca com orgulho que para além de ser o primeiro ferryboat elétrico a navegar em Portugal, tem a particularidade de ser construído por uma empresa 100% portuguesa”.

O novo ferryboat 100% elétrico, que vai assegurar a travessia entre São Jacinto e o forte da Barra, vai permitir reduzir a emissão de 300 toneladas de CO2 quando comparado com o modelo atual, ao mesmo tempo que irá reduzir em cerca de 30% o consumo energético.

Este ferryboat português 100% elétrico tem capacidade para transportar mais do dobro de passageiros que o ferryboat atual que tem mais de 60 anos, 260 contra 112, o que corresponde a um aumento de 132% e tem capacidade para mais viaturas, 19 contra 12 (capacidade normal do atual ferryboat).

O início da construção deste ferryboat 100% elétrico deve arrancar no início do terceiro trimestre e foi adjudicado ao agrupamento de empresas Navaltagus e Navalrocha (Grupo ETE) com um prazo de 18 meses para a sua conceção e construção.

Para o acionista e administrador do Grupo ETE, Luís Figueiredo, “a construção e a exploração do primeiro ferryboat elétrico de Portugal, posiciona-nos na vanguarda da engenharia, permitindo-nos dar resposta a um desafio pioneiro na área da mobilidade. Pelas suas características que representam um impacto ambiental positivo para a Região e Ria de Aveiro, estamos certos, que este projeto será apenas o primeiro passo de um caminho que alavancará o mercado da mobilidade elétrica e da preocupação crescente com a sustentabilidade”.

O projeto representa um investimento total superior a 7 milhões de euros e conta com o apoio do POSEUR, de cerca de dois milhões.

Este projeto pioneiro junta-se a outras iniciativas sustentáveis de mobilidade levadas a cabo pela Câmara de Aveiro — como a eletrificação dos moliceiros (que ainda em 2021 estarão a operar nos Canais Urbanos da Ria de Aveiro, permitindo uma redução de 400 toneladas de CO2), e como os três autocarros 100% elétricos atualmente em operação no município, através da Transdev/Aveirobus – reforçando o compromisso “We are green” da Câmara Municipal de Aveiro.

Presidente da Câmara de Aveiro insatisfeito com a descentralização de competências

O presidente da Câmara Municipal de Aveiro esclarece ao ECO que o investimento neste ferryboat vai ser enquadrado numa linha municipal e que não resulta de uma delegação de competências.

Para José Ribau Esteves, no que respeita à descentralização de competências, “o balanço é diferenciado com áreas a correr muito bem, outras muito mal e com áreas sem andamento algum”. Em traços gerais, não está satisfeito com esta descentralização.

No caso dos transportes, o instrumento de apoio financeiro o PART – um programa que apoia financeiramente os tarifários e as reformas dos circuitos — é, para o autarca, “um instrumento importante e positivo, embora desequilibrado”. “Temos lutado muito para que o instrumento seja equilibrado ao nível do território como um todo, porque 90% da verba do programa fica em Lisboa e no Porto”, diz o presidente da Câmara de Aveiro.

Do lado positivo, José Ribau Esteves, destaca a educação e a cultura, “estão a correr muto bem”. Mas existem outras que “estão a correr muito mal como as áreas portuárias, a saúde e o estacionamento público”. Outras “simplesmente não estão a correr e não acontece nada, nomeadamente a área do património e da justiça”, afirma. “São áreas que o Governo não tem feito absolutamente nada”, conclui.

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Ajudar a TAP é como “dar doces às crianças”. “Pedem sempre mais”, diz CEO da Ryanair

O presidente-executivo da Ryanair não esconde ser contra a ajuda que está a ser dada à TAP. Diz tratar-se de um "desperdício completo de dinheiro", que nunca será recuperado.

O presidente-executivo da Ryanair é contra a ajuda estatal que está a ser dada à TAP, apontando o dedo à Comissão Europeia por estar a discriminar outras companhias aéreas, nomeadamente as privadas. Eddie Wilson já apresentou mesmo queixa no Tribunal da União Europeia (UE) e mostra-se confiante na vitória deste processo. Fala em “desperdício de dinheiro”, dinheiro esse que “nunca será recuperado”.

“Portugal vai sair a perder com a ideia de gastar tanto dinheiro numa companhia aérea”, disse o CEO da Ryanair esta quinta-feira, em conferência de imprensa. “Esse dinheiro nunca vai ser recuperado. Nunca. É como dar doces a uma criança… ela volta sempre para pedir mais”, acrescentou.

Eddie Wilson disse ainda que este empréstimo à TAP é uma “má ideia”, por tratar-se de um “total desperdício de dinheiro” que podia ser usado para, por exemplo, hospitais. “A Comissão Europeia tem sido incorreta. Esse dinheiro nunca vai ser devolvido”, continuou.

O presidente executivo da companhia irlandesa acusou ainda Bruxelas de estar a discriminar outras companhias aéreas. “As companhias aéreas privadas são mais do que suficientes para cobrir esses gaps”, explicou.

Sobre o processo que corre no Tribunal da UE, Eddie Wilson mostrou-se confiante, apesar de já ter perdido uma vez. “Vamos ganhar isso. Porque não há nenhuma razão para se dar dinheiro a uma companhia por causa da cor da sua bandeira”, afirmou. Recentemente, o responsável já tinha afirmado em entrevista à Lusa que iria “até às últimas instâncias” neste processo.

Confiante para o verão, Ryanair inaugura duas rotas

Contrariamente à TAP, a situação financeira da Ryanair está “sólida”, garantiu Susana Brito, responsável de comunicação da companhia irlandesa, também presente na conferência de imprensa desta manhã. Para os próximos meses, sobretudo no verão, as estimativas são positivas. “2020 foi bastante complicado. Mas estamos otimistas com o facto de os países continuarem a progredir com a vacinação“, acrescentou.

De facto, a vacinação é mesmo a “chave” para a retoma do setor, disse Eddie Wilson. “Temos de estar otimistas com o que vai acontecer e esperar que as pessoas comecem a procurar voos. Não se podem confinar as pessoas para sempre”, disse o CEO.

Mas enquanto o processo de vacinação decorre, a Ryanair decidiu antecipar-se e criar duas novas rotas em Portugal: Lisboa-Colónia, duas vezes por semanas, e Faro-Belfast, todos os dias. Assim, no verão, a companhia low-cost vai operar 121 rotas, num total de 595 voos semanais de/para 15 países.

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Economia dispara com desconfinamento, mas comparação é com primeiro confinamento

Na terceira semana de março, a primeira do desconfinamento, a atividade económica disparou. Mas há um motivo: este período já compara com o primeiro confinamento em que a economia colapsou.

O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal aponta para uma recuperação expressiva da economia portuguesa na terceira semana de março, a primeira semana de desconfinamento. Contudo, há problemas de comparação uma vez que o período homólogo é marcado pela chegada da pandemia a Portugal e o primeiro confinamento decretado pelo estado de emergência, o que dificulta a comparabilidade.

“Na terceira semana de março, o indicador diário de atividade económica (DEI) apresentou uma variação homóloga muito superior à da semana anterior”, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira, explicando logo de seguida que “o facto de o período de base corresponder ao início do primeiro estado de emergência de 2020, onde se observou uma forte deterioração dos indicadores, justifica esta evolução homóloga muito acentuada“.

Ou seja, a comparação homóloga já é feita com o período do primeiro confinamento em que a queda da atividade económica foi abrupta.

Atividade económica estabilizou na segunda semana de março

Ainda assim, o banco central admite também o efeito do processo de desconfinamento iniciado na semana passada: “Refira-se ainda que a terceira semana de março foi marcada pelo início do atual desconfinamento“, nota.

Estes dados sugerem que o DEI deverá começar a registar uma variação positiva (crescimento da economia me vez de contração) uma vez que o nível de atividade económica homólogo é ainda mais baixo do que o registado neste momento, de acordo com a expectativa da maioria dos economistas. Tal contrasta com as últimas semanas em que o indicador até tinha piorado, apesar da melhoria dos números da pandemia. É de notar também que a situação epidemiológica começou a deteriorar-se em vários países europeus nas últimas semanas.

Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 21 de março, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento (e não queda, como nas semanas anteriores) homólogo do indicador foi de 8,4%. Quando à média móvel semanal, o último valor é o de 18 de março: uma subida homóloga de 0,2%. Este é o primeiro valor positivo da média móvel semanal do DEI desde março do ano passado.

Com esta melhoria, o gráfico com o histórico do indicador continua a mostrar que esta contração da economia nos primeiros três meses de 2021, provocada pelo segundo confinamento, é mais comparável com a do quarto trimestre do ano passado do que com a do segundo trimestre, período do primeiro confinamento.

Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 1 de abril. “Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 12h25 com mais informação)

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