Novo Banco: KPMG “tinha plena consciência” em 2011 de falta de informação sobre BESA

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

O Banco de Portugal considera que a auditora KPMG "tinha plena consciência" desde 2011 da pouca informação sobre o BESA, o que deveria levar a reservas nas contas consolidadas ao BES,

O Banco de Portugal (BdP) considera que a auditora KPMG “tinha plena consciência” desde 2011 da pouca informação sobre o BESA, o que deveria levar a reservas nas contas consolidadas ao BES, segundo uma carta consultada pela Lusa.

De acordo com uma missiva enviada à Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução a que a Lusa teve acesso, o BdP advoga que “tanto a KPMG Angola como a KPMG Portugal tinham plena consciência, desde pelo menos 2011, da ausência de informação essencial para avaliar o risco associado à carteira de crédito do BESA (e, portanto, do impacto que a qualidade desta carteira de crédito tinha nas contas do BES)”.

Segundo o BdP, os auditores saberiam “que estavam perante factos suscetíveis de determinar a aposição de uma reserva de âmbito nas contas consolidadas do BES”.

“De facto, a falta de acesso a informação relevante sobre os ativos que constituíam a carteira do BESA impunha uma reserva às contas consolidadas do BES, sendo que a impossibilidade de a KPMG emitir um juízo consciente e fundado sobre a qualidade da carteira de crédito do BESA era ultrapassada apenas com base nas declarações de conforto emitidas pela própria comissão executiva do BESA”, releva o supervisor liderado por Mário Centeno.

Na carta, o supervisor dá conta de que “esta situação não era do conhecimento do Banco de Portugal, que apenas teve acesso aos documentos em causa após agosto de 2014”.

No dia 22 de abril, a Lusa noticiou que a KPMG Portugal desconhecia factos no BES Angola (BESA) que pudessem levar à emissão de uma opinião com reservas às contas consolidadas do BES, de acordo com uma carta enviada à comissão de inquérito ao Novo Banco.

“A KPMG Portugal nunca teve conhecimento de qualquer informação sobre a subsidiária BESA que pudesse constituir um facto suscetível de gerar emissão de uma reserva às contas consolidadas do BES”, pode ler-se numa carta enviada por Sikander Sattar, presidente da KPMG Portugal, à comissão de inquérito, a que a Lusa teve acesso.

Segundo o BdP, numa resposta enviada em 18 de julho de 2014, “a KPMG Portugal veio alegar que, nem ela nem a KPMG Angola, dispunham de informação sobre eventuais irregularidades de elevada gravidade na carteira de crédito do BESA”, estando a aguardar conclusões do diagnóstico da nova equipa do banco angolano.

“Ora a documentação referida na primeira parte desta carta [relativa ao conhecimento desde 2011] demonstra inequivocamente que a falta de acesso à informação necessária para auditar a carteira de crédito remontava a pelo menos 2011”, segundo o BdP.

Na carta enviada à comissão de inquérito, o BdP cita vários reportes da KPMG Angola sobre o BESA, em que a auditora transmitiu à KPMG Portugal, em 20 de outubro de 2011, a existência de uma “inadequada valorização da carteira de crédito (imparidade do crédito) tendo em consideração (ii) a complexidade associada e (iii) o elevado volume de transações”.

Um ano depois, a KPMG Angola transmitiu à portuguesa que continuava “a aguardar a informação necessária à execução” dos procedimentos “sobre a carteira de crédito, nomeadamente ao nível da razoabilidade das provisões”.

Em novembro de 2012, um outro documento intitulado “Banco Espírito Santo Angola – Assuntos Críticos” dava conta da mesma falta de acesso à informação, bem como da “elevada materialidade das perdas estimadas” na carteira de crédito do BESA, “situação que era do conhecimento da KPMG Portugal, apesar da certificação legal das contas consolidadas do BES ter sido emitida sem qualquer reserva”.

Assim, esse documento dava conta de “uma insuficiência ao nível das provisões para crédito vencido (carteira empresas) de cerca de 283,9 milhões de dólares (cerca de 219 milhões de euros)”, e de falta de informação acerca dos colaterais, às condições da concessão de crédito, situação atual dos mesmos e informação económico-financeira sobre os mutuários, o mesmo acontecendo quanto às carteiras “particulares” e “administração”.

Em 2013, quer em fevereiro quer em dezembro, foram novamente identificados os problemas relativos à inadequação da valorização da carteira de crédito, mesmo depois de ter tomado posse um novo governo societário.

A instituição liderada por Mário Centeno refere ainda, na carta enviada ao parlamento, que a partir de novembro de 2013 teve reuniões e contacto frequente com a KPMG Portugal, em que o auditor não identificava “algum facto novo relevante detetado no quadro das auditorias realizadas regularmente”.

Em 06 de junho de 2014 “a KPMG Portugal antecipou, pela primeira vez, que a eventual perda associada à carteira de crédito do BESA, abrangida pela garantia do Estado angolano, ascendia a cerca de 3,5 mil milhões de euros, estando em causa uma carteira de 5,5 mil milhões de euros, com colaterais de 2 mil milhões de euros”.

Segundo o BdP, a auditora “não referiu que existia a necessidade de reconhecer perdas para créditos não abrangidos pela garantia do Estado angolano, nem mencionou a existência de problemas graves ao nível do governo e controlo interno do BESA”.

“Apenas por carta a 19 de junho de 2014, a KPMG Portugal veio reconhecer (e informar pela primeira vez o Banco de Portugal) que desde finais de dezembro de 2013 a KPMG Angola tinha tomado conhecimento que havia identificado um conjunto de dossiers de créditos do BESA considerados incobráveis, de valor material, tendo tido acesso à respetiva informação em meados de janeiro de 2014”, segundo a carta, que mesmo assim o BdP considera ser “insuficiente”.

Já depois da resolução do BES, um relatório da KPMG Angola indica que “resulta inequívoco que 19,1% do crédito do BESA estava vencido há mais de três anos, ou seja, desde pelo menos agosto de 2011; e que, em 31 de dezembro de 2013, mesmo considerando a existência de uma garantia soberana, 9% da carteira do BESA se encontrava vencida”.

“Factos que a KPMG Portugal nunca comunicou ao Banco de Portugal”, conclui a carta do supervisor à comissão de inquérito.

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Neutralidade carbónica nos Seguros avança nas Nações Unidas

  • ECO Seguros
  • 27 Abril 2021

A iniciativa já subscrita por sete seguradoras e resseguradores pretende consolidar-se como referência do setor nas economias mais ricas (G7), que reúnem em junho, e ser levada à COP26, em novembro.

Signatárias dos PSI – UN Principles for Sustainable Insurance, uma carta de princípios que vem de 2012, Axa, Allianz, Aviva, Munich Re, SCOR, Swiss Re e o Zurich Insurance Group acreditam que a indústria global de seguros e resseguros “pode desempenhar um papel fundamental na aceleração da transição” para uma economia resiliente e com zero de emissões líquidas.

Por isso, avançam com reforço de compromisso, a NZIA, Net-Zero Insurance Alliance em conformidade com o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas.

Trabalhando em conjunto com a Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP FI), as sete companhias têm em curso o estabelecimento de uma Aliança de Seguros Net-Zero (NZIA). Anunciada pela UNEPfi como aliança “pioneira” e apresentada como a maior parceria entre a ONU e a indústria seguradora mundial – espera-se que a NZIA seja formalmente lançada na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2021 (COP26), em Glasgow, no próximo mês de novembro.

Ao estabelecerem a NZIA, atualmente presidida pela francesa Axa, as seguradoras signatárias assumem o seu papel – enquanto gestoras de riscono apoio à transição para uma economia de neutralidade carbónica, ao mesmo tempo que reforçam os princípios e objetivos da Alliance Net-Zero Asset Owner (AOA), anunciada em setembro 2019.

Para assegurar que a NZIA e os seus membros cumprem legislação, regras e regulamentos aplicáveis, as signatárias vão trabalhar com consultores externos no sentido de afinarem forma e substância da atividade da NZIA e o compromisso zero de emissões líquidas (net-zero). Espera-se que a análise do respetivo enquadramento jurídico seja concluída até junho de 2021, a tempo da cimeira dos líderes do G7, no Reino Unido.

“Estas sete seguradoras e resseguradoras globais representam o ‘G7’ da indústria seguradora em termos de ambição net-zero”, disse Butch Bacani, que que chefia o PSI no Programa das Nações Unidas para o Ambiente.

A caminho da COP26, o objetivo institucional das empresas signatárias do PSI é tornarem-se parte integrante da GFANZ Glasgow Financial Alliance for Net Zero, anunciada e presidida por Mark Carney, enviado especial das Nações Unidas para área da Ação Climática e Finança. A GFANZ engloba mais de 160 instituições financeiras de todo mundo – com volume agregado superior a 72 biliões de dólares de ativos sob gestão – e que já assumiram metas de descarbonização (até 2050 ou antes).

A Aliança de Glasgow inclui mais de 40 bancos de 23 países, 87 entidades gestoras de ativos e 58 outras instituições que detêm e gerem ativos. A NZIA vai integrar este fórum estratégico que, segundo Carney, será o garante de que o setor financeiro trabalha em conjunto e de forma abrangente para acelerar a transição para uma economia de zero emissões.

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Leão garante que é desta que investimento público dispara. Contratos celebrados sobem 44% num ano

O ministro das Finanças veio preparado para as críticas, mostrando um gráfico onde os contratos celebrados sobem 44% num só ano. Este é um indicador do investimento público futuro.

Da esquerda à direita, os partidos atacaram fortemente o Governo pela fraca execução da verba prevista para o investimento público no Orçamento do Estado, uma crítica que também já foi feita pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) e pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Porém, é desta que vai disparar, garante o ministro das Finanças, mostrando os dados dos contratos celebrados e os contratos promovidos, o que é um indicador do investimento dos próximos anos.

“Em conjunto com os investimentos estruturantes já lançados e financiados por outras fontes, os investimentos públicos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serão um elemento essencial para que a economia portuguesa apresente, já a partir de 2022, um nível de investimento em percentagem do PIB em linha com o verificado no período pré-crise financeira de 2008“, disse João Leão esta terça-feira numa audição parlamentar na comissão de orçamento e finanças.

Perante as críticas de praticamente todos os partidos, tanto da esquerda como da direita, o ministro recorreu a um gráfico que mostra a evolução do volume de contratos celebrados e promovidos em cada ano. Segundo Leão, este é um indicador das obras públicas — “é o que antecede o investimento público” — que passam a estar no terreno em cada ano e, por isso, vão refletir-se nos próximos anos.

Fonte: Ministério das Finanças.

De acordo com esse gráfico, em 2020 havia 3,4 mil milhões de euros em contratos celebrados, o que representa uma subida de 44% face a 2019, e 4,8 mil milhões de euros em contratos promovidos. Em 2015, havia mil milhões e 1,2 mil milhões de euros, respetivamente. Este valor no final do Governo PSD/CDS é que explica a baixa execução do investimento público em 2016, 2017 e 2018, segundo o ministro das Finanças.

Além disso, Leão argumentou que as empresas do setor da construção civil foram muito afetadas pela crise anterior e, por isso, não estavam preparadas e com capacidade de execução imediata para as obras e investimentos que o Governo pretendia fazer, levando a mais atrasos no processo.

Nos próximos anos, a capacidade de execução do investimento público terá um impacto positivo na economia e nas contas públicas“, garantiu o ministro das Finanças, explicando que grande parte será financiada por verbas europeias através do Plano de Recuperação e Resiliência e do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027. Parte destes investimentos já está a arrancar dado que o Orçamento do Estado para 2021 já previa um pré-financiamento enquanto as verbas europeias não chegavam.

Investimento público em percentagem do PIB atinge os 2,6% em 2021

Fonte: Dados do Instituto Nacional de Estatística (até 2020, inclusive) e previsões do Governo inscritas no Programa de Estabilidade 2021-2025.

O Programa de Estabilidade 2021-2025 prevê que o rácio do investimento público chegará a 2,6% do PIB em 2021, o valor mais elevado desde 2011. Será quase seis anos depois de tomar posse que o primeiro-ministro deverá conseguir dizer que, em percentagem do PIB, o Estado investe mais do que no último ano do seu antecessor Pedro Passos Coelho. Em 2022, a expectativa do Governo é que o rácio suba ainda mais, para os 3,3%, à boleia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e posteriormente para 3,6% em 2023 e 2024, o que a concretizar-se será o nível mais elevado desde 2010 (5,3% do PIB nesse ano).

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Polopique não está interessada em comprar a têxtil Coelima

O administrador do grupo têxtil confirmou ao ECO que não está interessado em comprar a Coelima que entrou em processo de insolvência com um passivo de 29,5 milhões de euros.

A Polopique não está interessada na aquisição da têxtil Coelima, que entrou em processo de insolvência há duas semanas com um passivo de 29,5 milhões de euros, confirmou ao ECO o presidente da empresa, Luís Guimarães.

Fica assim desfeito oficialmente um rumor que circulava desde há dias sobre o futuro da Coelima. À semelhança da Polopique, também as têxteis Mundifios e Lameirinho (em consórcio) e a JF Almeida tinham sido apontadas como potenciais interessadas, mas acabaram por negar o interesse em adquirir a Coelima que conta com 99 anos de história.

O futuro da empresa de têxtis-lar pode passar por uma aquisição por empresários locais, havendo já interessados. No entanto, o Ministério da Economia não revela os nomes. Diz apenas: “Estamos a acompanhar de forma muito próxima a situação e as possibilidades de encontrar soluções empresariais sustentáveis.”

Pedro Pidwell foi nomeado gestor da insolvência com o objetivo de apresentar um plano de recuperação, sendo que o prazo para a reclamação de créditos foi fixado em 30 dias. Pidweel está ligado a processos de grandes empresas, como é o caso da Soares da Costa e Ricon.

O pedido, que identifica 250 credores — incluindo banca, fornecedores e até a empresas irmãs do grupo Moretextile — já foi entregue no Tribunal de Comércio de Guimarães, que decretou a insolvência da têxtil.

Entre os credores, “existem dois particularmente expressivos”: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto, “representam aproximadamente 80% do total do passivo extra do grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020”.

A insolvência foi pedida na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito Covid-19, embora o Banco Português de Fomento tenha confirmado ao ECO que não recebeu qualquer pedido da Coelima para ter acesso às linhas Covid-19.

Com cerca de 250 trabalhadores, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.

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Durão Barroso não se reuniu com Passos Coelho sobre BES/GES

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

Em resposta escrita a perguntas do PS, o antigo presidente da Comissão Europeia reconheceu ter-se reunido com Ricardo Salgado e aconselhado "a entrar em contacto com as autoridades portuguesas".

O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso garantiu à comissão de inquérito do Novo Banco que não se reuniu com o ex-primeiro-ministro Passos Coelho sobre o BES/GES, considerando que não tinha de tomar “diligências”.

Num conjunto de nove curtas respostas a perguntas do PS, a que a Lusa teve acesso, sobre eventuais contactos com o Governo acerca da estabilidade financeira e, em concreto, sobre se a situação do BES/GES foi abordada, José Manuel Durão Barroso respondeu que “nunca foi objeto de qualquer reunião antes do processo da sua resolução”, em 2014.

“Nunca promovi tais contactos mas, no âmbito da assistência prestada pela União Europeia a Portugal, surgiram naturalmente questões relacionadas com a estabilidade financeira nas conversas que mantive com o então primeiro-ministro, dr. Passos Coelho”, referiu ainda Durão Barroso.

O PS requereu, em 25 de março, os depoimentos por escrito do antigo Presidente da República Cavaco Silva, dos ex-primeiros-ministros Durão Barroso e Passos Coelho e a audição presencial do ex-comissário europeu Carlos Moedas na comissão de inquérito do Novo Banco, inquirição esta que já aconteceu.

O antigo líder europeu e também ex-primeiro-ministro português considera que “não tinha de ser especialmente ‘alertado’ para a referida situação e muito menos de tomar quaisquer ‘diligências’ pois, exercendo na altura as funções de Presidente da Comissão Europeia, não detinha competências próprias nessa matéria”.

Durão Barroso recorreu, nas suas respostas, às declarações proferidas na comissão de inquérito sobre o BES, em 2015, em que reconheceu ter reunido com o antigo líder do BES Ricardo Salgado e aconselhado “a entrar em contacto com as autoridades portuguesas até porque não via em que medida a Comissão poderia ter intervenção útil naquela questão”.

Lembro aliás que o BES era, dos principais bancos portugueses, o único não abrangido pelo programa especial de ajuda no âmbito do resgate financeiro da zona euro“, refere o antigo primeiro-ministro no texto.

Durão Barroso negou ainda ter tido “informação direta” acerca da garantia soberana de Angola ao BESA, recordando-se “de em certo momento surgirem notícias na comunicação social portuguesa a esse respeito”.

O antigo presidente da Comissão Europeia respondeu apenas com um “não” a três perguntas do PS sobre se foi alertado pelo Governo acerca de problemas no GES, sobre se conversou com o Governo, Presidente da República – à data Cavaco Silva – ou Banco de Portugal sobre o tema, ou se teve conhecimento de uma reunião tida no Conselho de Governadores do Eurosistema em que o então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, interveio sobre o BES.

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AdC alerta para acordos anticoncorrenciais no mercado de trabalho. Lança guia de boas práticas

O guia aconselha a eliminar acordos e práticas anticoncorrenciais, suscetíveis de violar a Lei da Concorrência, e a sensibilizar trabalhadores e profissionais de RH para o direito à concorrência.

A Autoridade da Concorrência (AdC) está a alertar as empresas, os profissionais de recursos humanos e as agências de recrutamento para a necessidade de prevenção de acordos anticoncorrenciais no mercado de trabalho, que considera serem prejudiciais para consumidores e trabalhadores.

No relatório sobre “Acordos no mercado de trabalho e política de concorrência”, divulgado esta terça-feira e que se encontra em consulta pública por um prazo de 30 dias úteis, a AdC alerta para os “acordos entre empresas passíveis de ocorrer no mercado de trabalho”, nomeadamente acordos de não-angariação de trabalhadores e acordos de fixação de salários ou outras formas de remuneração de trabalhadores, como se verificou na Liga Portuguesa de Futebol, onde 31 clubes foram acusados de manterem um acordo para a não-contratação de trabalhadores. Uma prática “anticoncorrencial” no mercado laboral segundo a entidade do Governo para a concorrência.

A AdC destaca ainda, no mesmo documento, a importância de “um mercado de trabalho em que os empregadores adotem uma conduta independente e competitiva, contribuindo para uma alocação eficiente dos trabalhadores, em prol da eficiência e da inovação, ainda mais essenciais num contexto de recuperação económica”.

O relatório inclui também um “Guia de Boas Práticas”, que aconselha a eliminação desse tipo de acordos, bem como a sensibilização dos trabalhadores e profissionais de recursos humanos para o direito à concorrência. Entre as recomendações está, por exemplo, o pedido para evitar trocas de qualquer tipo de informação relativa às práticas salariais ou de recrutamento.

Estas são as principais recomendações da Adc:

  • “Não devem trocar informações com outras empresas sobre os termos de emprego, política de recrutamento e contratação de trabalhadores, assim como sobre os termos e política salarial e/ou outras formas de remuneração dos empregados”.
  • “Não devem acordar com outras empresas a recusar-se a angariar ou a contratar trabalhadores dessas outras empresas”;
  • “Não devem participar em reuniões, como seja em reuniões de associação de empresas, onde estejam presentes outras empresas, em que se discuta a imposição de restrições à mobilidade e/ou condições de contratação de trabalhadores uns dos outros”;
  • Já no que toca à sensibilização interna para o direito da concorrência, a entidade reguladora sugere a formação interna e recomenda às empresas alertarem para um conjunto de acordos ou outras práticas que são suscetíveis de violar a Lei da Concorrência, como as descritas acima; bem como divulgarem as “presentes boas práticas por todos os trabalhadores, em todos os níveis hierárquicos”.

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Maiores de 65 anos vão poder agendar vacinação nos espaços de cidadão

Os utentes que preferirem agendar presencialmente a vacinação contra a Covid-19, em vez de através da plataforma online, vão poder fazê-lo nos espaços do cidadão.

Os utentes com mais de 65 anos vão podem marcar a data em que querem ser vacinados contra a Covid-19 nos espaços do cidadão, anunciou, esta terça-feira, a Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública. No Parlamento, Alexandra Leitão explicou que o agendamento poderá, assim, ser feito presencialmente. Isto em alternativa ao recurso à plataforma online de auto agendamento.

Os espaços de cidadão vão poder receber a inscrição para as vacinas nos maiores de 65 anos, nesta fase. Portanto, de um momento para o outro, multiplicam-se por 700 os locais onde presencialmente as pessoas podem fazer essa inscrição, exatamente as pessoas que, se calhar, teriam dificuldade em fazê-lo online. Foi algo que em dois, três dias foi concertada entre a task force, a área da Saúde, a Agência para a Modernização Administrativa e também as freguesias”, disse a governante, que esteve a ser ouvida, esta tarde, em audição regimental, na Assembleia da República.

Alexandra Leitão fez este anúncio como exemplo da adaptabilidade da Administração Pública. “Se alguma coisa que o Estado fez neste último contexto pandémico foi demonstrar adaptabilidade. Acho que nunca houve, em momento algum da nossa história recente, um momento em que a Administração Pública se tenha adaptado a coisas tão diversas e em tão pouco tempo”, afirmou a ministra.

Desde o início desta semana que os utentes 65 ou mais anos, independentemente das patologias associadas, podem escolher a data e o local onde vão ser vacinados, através de uma plataforma online de autoagendamento. Ou seja, contam agora com duas vias através das quais podem fazer essa marcação: presencialmente, nos espaços do cidadão, ou online na referida plataforma.

O país vive, atualmente, a segunda fase do plano de vacinação e, com a chegada de mais dose, a prioridade é agora vacinar as pessoas com mais de 60 anos. O Governo comprometeu-se, assim, a ter toda esta faixa etária imunizada (com, pelo menos, uma dose) até ao final de maio. Foi para agilizar esse processo que as autoridades decidiram criar um sistema de autoagendamento da vacinação, “evitando ser o sistema central a encontrar as pessoas” para serem vacinadas.

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Valor pedido pelo Novo Banco “não é adequado nem se justifica”, diz Leão

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

Ministro de Estado e as Finanças disse ainda que a administração do Novo Banco devia ser "mais cautelosa e mais pacata e ter mais reconhecimento por esse esforço que foi feito".

O ministro das Finanças considerou esta terça-feira que o valor de chamada de capital pedido pelo Novo Banco “não é adequado”, “nem se justifica” e que o entendimento que o Governo faz é de que será “substancialmente” inferior ao solicitado.

“Com base no acompanhamento do trabalho [de análise] do Fundo de Resolução e da entidade reguladora que fazemos, o nosso entendimento é de que o valor de chamada de capital [efetuado pelo Novo Banco] não é adequado, não se justifica” e por isso “entendemos que o valor deve ficar substancialmente abaixo do pedido” pelo Novo Banco, referiu João Leão, que está esta tarde a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) numa audição regimental e sobre o Programa de Estabilidade (PE) 2021-2025.

Em resposta a questões colocadas pelo deputado do PSD Afonso Oliveira, o ministro das Finanças adiantou que o valor deverá também ficar abaixo do que foi inicialmente previsto pelo Governo no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

João Leão disse ainda que a avaliação feita pelo Fundo de Resolução ao novo pedido de injeção do Novo Banco indica haver um valor de “pelo menos 160 milhões de euros que não parecem estar justificados”.

O Novo Banco vai pedir mais 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente (CCA), para fazer face aos prejuízos de 1.329,3 milhões de euros reportados no final de março, relativos a 2020.

No PE, o Governo prevê que o valor a injetar pelo Fundo de Resolução no Novo Banco seja de 430 milhões de euros este ano, estando a verba classificada como ‘one-off’, ou seja, uma medida única extraordinária.

Nas tabelas do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), estavam previstos 476 milhões de euros nos fluxos externos do Fundo de Resolução, destinados a financiar o Novo Banco ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente da instituição financeira.

Relativamente à auditoria ao Novo Banco que está a ser feita pelo Tribunal de Contas, o ministro precisou que o Governo considera ser “muito importante” esperar pela informação desse trabalho.

João Leão considerou ainda que a administração do Novo Banco deve focar-se na gestão do banco e rentabilização dos ativos que tem, de forma a exigir o menos possível ao Fundo de Resolução.

“A administração do Novo Banco deve, a meu ver, estar focada na boa gestão do banco e preocupada em rentabilizar os ativos que tem, de modo a exigir o menos possível ao Fundo de Resolução e ao resto do sistema financeiro”, referiu João Leão no parlamento.

Para João Leão, o Novo Banco deveria, assim, “ter presente o enorme esforço que foi feito pelo sistema financeiro e pelo Fundo de Resolução” para responder às chamadas de capital.

Neste contexto, referiu, a administração do Novo Banco “devia ser, no nosso entender, mais cautelosa e mais pacata e ter mais reconhecimento por esse esforço que foi feito” e concentrar-se “na boa gestão, na gestão corrente rigorosa, de rentabilização dos ativos”, para que possa exigir o “mínimo possível” aos outros bancos e ao Fundo de Resolução.

Desde 2017, o Fundo de Resolução já meteu 2.976 milhões de euros no banco, dos quais 2.130 milhões vindos de empréstimos do Tesouro (como o fundo não tem dinheiro suficiente, todos os anos pede dinheiro ao Estado, que devolverá em 30 anos).

No total, até ao momento, os custos do Fundo de Resolução com o Novo Banco já totalizam 7.876 milhões de euros (4.900 milhões de euros da capitalização inicial, em 2014, e 2.976 milhões ao abrigo do mecanismo contingente desde 2017) e mais encargos se poderão somar, quer para o fundo, quer diretamente para o Estado, muitos dos quais impossíveis de quantificar (indemnizações por processos em tribunal, pagamentos a credores do BES, garantias a lesados, entre outros).

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Leão espera que UE decida manter a suspensão das regras orçamentais no início de maio

O ministro das Finanças mostrou-se convicto de que os Estados-membros vão aprovar a suspensão das regras orçamentais também em 2022, tal como aconteceu em 2020 e agora em 2021.

A Comissão Europeia já sinalizou que o vai propor e os Estados-membros parecem concordar na sua necessidade: as regras orçamentais, como o limite anual ao défice de 3% do PIB, deverão ficar suspensas mais um ano. O ministro das Finanças disse esta terça-feira que espera que essa decisão seja tomada pela União Europeia no início de maio.

Espero que agora no início de maio — e que seja também um dos resultados e dos sucessos da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia — seja confirmada a manutenção da cláusula geral de escape para 2022“, disse João Leão numa audição na comissão de orçamento e finanças, assinalando que esta decisão irá permitir que os países não estejam “presos” a regras orçamentais que condicionam a recuperação económica.

O ministro argumentou que esta decisão permite aos Estados-membros manter o foco na retoma da economia europeia, incluindo a ajuda da política orçamental no mix de políticas macroeconómicas. Tal passa, por exemplo, por manter os apoios extraordinários enquanto for necessário e por “investimentos massivos” que, em Portugal, passam pelo metro de Lisboa e do Porto, pela ferrovia e pela área da saúde, elencou.

Segundo Leão, graças a estas obras, algumas das quais financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o investimento público vai atingir níveis pré-crise financeira de 2008/2009.

Em março, na reunião do ECOFIN, que reúne os ministros das Finanças da União Europeia, foi alcançado um “apoio alargado” à recomendação da Comissão Europeia para não aplicar limites ao défice no próximo ano dada a duração da crise pandémica. No Eurogrupo também foi acordado um comunicado onde os ministros assumiam a necessidade de manter o estímulo orçamental no próximo ano.

Também houve consenso sobre o critério para reativar a cláusula de escape: como sugeriu a Comissão Europeia, tal só acontecerá quando o PIB da UE ou da Zona Euro chegar ao valor pré-crise (2019), o que nas atuais previsões está previsto que aconteça a meio de 2022.

Na mesma audição, Leão também disse que é preciso repensar as regras orçamentais europeias no médio prazo uma vez que “ninguém imaginaria há dez anos” que os níveis de endividamento da União Europeia iam chegar perto de 100% do PIB, quando o limite definido pelos tratados é de 60% do PIB. “Isto leva-nos a refletir dado que o mundo mudou”, disse o ministro das Finanças, afirmando que a atual regra de redução da dívida pública é “muito exigente”. A Comissão Europeia já se comprometeu a colocar este tema na agenda no final deste ano.

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Mais de metade dos portugueses entre os 65 e 79 anos já foram vacinados contra a Covid-19

Relatório da vacinação revela que 8% da população portuguesa já está totalmente vacinada. 93% das pessoas com mais de 80 anos têm pelo menos uma dose da vacina.

Mais de 827 mil portugueses já receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19, o correspondente a 8% da população portuguesa, de acordo com o relatório de vacinação divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral de Saúde. Os dados revelam ainda que 53% das pessoas entre os 65 e os 79 já receberam pelo menos uma dose da vacina. Este valor ultrapassa os 90% no grupo com mais de 80 anos.

No total, até ao momento, 2.225.338 portugueses já receberam a primeira dose da vacina, o que corresponde a 22% da população. Na última semana, 137.844 pessoas ficaram com a vacinação completa e mais 207.404 receberam a primeira dose.

Até 25 de abril, 369.790 pessoas (17%) com idades entre os 50 e os 64 anos, 356.432 pessoas (11%) entre os 25 anos e os 49 anos, 27.949 pessoas (4%) entre os 18 anos e os 24 anos e 345 pessoas (0%) com idades até 17 anos já tinham recebido também a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Quanto à distribuição geográfica da vacinação, destaca-se Lisboa e Vale do Tejo, onde foram administradas 1.020.507 doses da vacina contra a Covid-19, 131.136 das quais na última semana, sendo que 21% dos habitantes da região já levaram uma dose e 7%% tem a vacinação completa. Já no Norte são 20% aqueles com uma dose e 7% com duas (987.632 doses administradas, no total).

Na região do Alentejo, 28% da população já recebeu a primeira dose da vacina, enquanto na região do Centro 27% da população já tomou a primeira dose da vacina Contra a Covid-19. No Algarve, apenas 7% da população tem a vacinação completa e 18% tomaram a primeira dose.

Relativamente às regiões autónomas, a DGS avança que nos Açores já foram administradas 58.044 doses de vacina e na Madeira um total de 81.673. Contas feitas, na ilha da Madeira 24% da população tomou a primeira dose da vacina e 9% tem a vacinação completa, enquanto nos Açores, apenas 16% da população já levou a primeira dose da vacina e e 7% tem a vacinação completa.

Veja o relatório de vacinação (dados a 25 abril)

(Notícia atualizada às 19H00 com mais informação)

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Americanos vacinados já podem andar sem máscara ao ar livre

Para os vacinados quase todas as atividades ao ar livre são seguras, exceto grandes ajuntamentos. Já os americanos não vacinados deverão continuar a usar máscara em quase todas as situações.

Os americanos totalmente vacinados podem agora andar sem máscara ao ar livre quando fazem exercício, jantam e socializam em pequenos grupos, avança a Bloomberg, citando o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) dos Estados Unidos da América. Ajuntamentos em espaços fechados com outras pessoas vacinadas também poderão acontecer com os intervenientes sem máscara ou distanciamento social, diz a agência.

As novas normas são complexas e abrangentes e chegam numa altura que quase 30% dos americanos estão totalmente vacinados.

O CDC atualizou as normas esta terça-feira consoante a segurança para a população e divide os americanos em dois grupos: vacinados e não vacinados. Para os vacinados quase todas as atividades ao ar livre são seguras, exceto grandes ajuntamentos ao ar livre, onde deverão usar máscara. Já em situações no interior, mesmo as pessoas vacinadas deverão usar máscara: visitas a cabeleireiros, igrejas, cinema, restaurantes (sem esplanada) centros comerciais, lojas, transportes públicos, etc.

Em sentido inverso, os americanos ainda não vacinados deverão continuar a usar máscara em quase todas as situações, exceto para exercício físico ao ar livre ou pequenos ajuntamentos com pessoas totalmente vacinadas. De resto todas as situações requerem o uso de máscara, particularmente em espaços fechados.

Posto isto, o CDC sublinha que a melhor prevenção é o uso de máscara por todos, vacinados ou não.

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CEO da TAP aponta projeções “mais otimistas”, mas quebra de atividade ainda será de 45% em junho

A partir de abril -- mês em que reiniciaram os voos para Brasil e Reino Unido -- a expetativa da companhia aérea é de aceleração da retoma da atividade, em linha com o esperado a nível internacional.

A TAP está mais otimista quanto às projeções de retoma do negócio no segundo trimestre do ano, mas espera ainda que a atividade seja, em junho, menos de metade do que era no período pré-Covid-19, de acordo com informações prestadas pelo CEO Ramiro Sequeira numa comunicação interna a que o ECO teve acesso.

“Para o 2º trimestre as projeções são um pouco mais otimistas, mesmo em virtude do impacto da autorização das viagens essenciais para o Brasil, prevendo-se que a percentagem da capacidade (ASK) suspensa, face a igual período de 2019, venha a diminuir, gradualmente, com valores de: menos 72% em abril, menos 75% em maio e menos 45% para junho”, revela Sequeira.

A melhoria compara com um início do ano marcado pelas restrições de viagens (em especial pela proibição de voar para o Brasil). Os piores meses foram janeiro e fevereiro, tendo-se registado em março uma inversão face à tendência decrescente que se verificava há quatro meses. Ainda assim, a recuperação foi “ligeiríssima” e a TAP operou apenas 1.459 voos em todo o mês.

A partir de abril — mês em foram retomados os voos para o Brasil e Reino Unido — a expetativa é de aceleração da retoma da TAP, em linha com o esperado pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês).

“As projeções de recuperação da capacidade (ASK) da IATA, de 20 de abril, apontam para o início de uma longa recuperação a partir de junho. Para outubro, as estimativas apontam para menos 17% da capacidade de 2019 para o cenário acelerado, menos 30% para o cenário moderado e menos 53% para o cenário prolongado. A TAP projeta, para os próximos meses, uma capacidade em linha com o cenário moderado da IATA“, diz Sequeira.

Neste contexto, o plano de rotas da TAP para o verão aposta nos destinos nacionais e “seguros”, com reforço de voos para o Funchal, Porto Santo, Ponta Delgada, Terceira e Cabo Verde. A companhia aérea irá também inaugurar novas rotas para África e Europa, bem como três voos por semana entre Lisboa-Cancun na América Central. Em agosto, planeia operar mais de 870 voos por semana, num total de cerca de 100 rotas.

Estas projeções contam com a evolução positiva da pandemia, expansão da vacinação, que antecipa a abertura de alguns mercados ainda no 2º semestre, nomeadamente Reino Unido e América do Norte e levantamento das restrições à mobilidade das pessoas. Como já sabemos, este cenário pode-se alterar rapidamente em virtude da evolução das restrições e imposições à mobilidade das pessoas”, alertou o CEO.

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