Guterres já tomou posse para segundo mandato como secretário-geral da ONU

"Servir as Nações Unidas é um privilégio imenso e o dever mais nobre", disse Guterres, na tomada de posse para o segundo mandato, que decorre até 2026.

O antigo primeiro-ministro português António Guterres já tomou posse para o segundo mandato enquanto secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O segundo mandato de Guterres à frente da ONU dura até dezembro de 2026, e foi aprovado pelo Conselho de Segurança por unanimidade.

“Servir as Nações Unidas é um privilégio imenso e o dever mais nobre”, disse Guterres, na cerimónia de tomada de posse, agradecendo também a Portugal, assumindo-se um “português orgulhoso”. “Tudo aquilo que aprendi foi forjado juntamente com o povo do meu país”, acrescentou ainda o antigo primeiro-ministro.

A pandemia será um dos focos do segundo mandato do português, que arranca no final deste ano, numa altura em que o “mundo enfrenta uma das maiores ameaças desde a criação das Nações Unidas”, sinaliza. Ainda assim, mostra-se “confiante que podemos responder aos desafios que enfrentamos”.

Ainda quanto ao combate à Covid-19, o responsável salienta também que as “vacinas têm que estar disponíveis para todos, em toda a parte, mais cedo do que mais tarde”, um apelo que já tem vindo a reiterar.

Guterres sublinha ainda que “há vários atores que vão trabalhar em conjunto para criar o bem comum e as Nações Unidas têm papel catalisador” para mais inovação e visão.

Marcelo diz que Guterres “mostrou ser a pessoa certa na altura certa”

O Presidente da República português, também presente na cerimónia de tomada de posse de Guterres, defendeu que este “mostrou ser a pessoa certa na altura certa”, pela atitude que assumiu perante a pandemia. Para o próximo mandato, a “sua persistência, ousadia, justiça e espírito de solidariedade serão fundamentais”, acrescentou.

O “empenho [de Guterres] é complementado por algo raro: é multilateralista apaixonado”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa. “Sabemos que para ele, pôr pessoas no centro da ação não é apenas escolha, é imperativo”, salienta ainda o Presidente da República.

“Muito já foi feito desde 2017”, no primeiro mandato de Guterres, sublinha Marcelo, nomeadamente “reformas necessárias em termos de paz, desenvolvimento sustentável”, e os “direitos humanos foram ainda mais incorporados na ação da organização, de acordo com o apelo do secretário-geral à ação”.

Já o “grande desafio da pandemia foi enfrentado de frente”, salientou o Presidente português. Agora, a “persistência, ousadia, justiça e espírito de solidariedade” de Guterres “serão fundamentais para os próximos cinco anos”. Marcelo termina apontando ainda que Portugal reafirma a “confiança no candidato que propôs”.

Guterres irá demonstrar “plenamente” as suas “extraordinárias qualidades”, diz Costa

O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira que o segundo mandato de António Guterres enquanto secretário-geral da ONU se inicia em condições “mais auspiciosas” do que o primeiro, o que lhe permitirá demonstrar “plenamente” as suas “extraordinárias qualidades”.

“Hoje é um dia de júbilo porque assistimos ao início do segundo mandato do engenheiro António Guterres, o que demonstra bem não só o acerto da sua primeira candidatura, mas também a apreciação positiva que todos os países fazem da forma como exerceu o seu primeiro mandato e recordar que este mandato, felizmente, se inicia num contexto bastante diferente e mais auspicioso”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro referiu que a atual pandemia “demonstrou mais do que nunca que uma ação coletiva a nível mundial é absolutamente vital”, relembrando que “enquanto não estiver toda a humanidade vacinada”, ninguém estará “verdadeiramente protegido”.

“Vivemos anos em que as ameaças contra o multilateralismo foram muito significativas, de pressão e de asfixia das Nações Unidas e das suas instituições foram muito significativas, hoje felizmente com as eleições americanas virámos uma página. (…) Há hoje uma nova consciência da necessidade de ação coletiva a nível internacional”, salientou António Costa.

(Notícia atualizada às 15h30)

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