Valorizar colaboradores e promover o seu desenvolvimento. Esta é a grande dificuldade dos líderes

Apenas 31% dos profissionais acreditam que os gestores da sua empresa são capazes de desenvolver as competências de liderança dos colaboradores, indica o estudo do CEGOS, a que a Pessoas teve acesso.

Valorizar o que cada colaborador tem de único, promover o crescimento e desenvolvimento dos funcionários e construir um ambiente de confiança e cooperação nas equipas e em toda a organização são as principais dificuldades dos líderes atuais. A neuroliderança é a grande fragilidade, alerta o grupo CEGOS, representado pela CEGOC em Portugal, no estudo “Observatório de Liderança”, a que a Pessoas teve acesso.

Quase todas as competências identificadas por nós (inovação, humanização, agilidade, adaptabilidade, autenticidade e humildade) são identificadas e reconhecidas em pelo menos metade das organizações inquiridas, com a exceção da neuroliderança (31%), o que sugere uma necessidade dos nossos líderes conhecerem e compreenderem melhor os mecanismos neurológicos que estão na base da aprendizagem, da motivação e do foco individual“, adianta Ricardo Martins, diretor-geral da CEGOC, à Pessoas.

Tendo em conta que os resultados deste observatório foram recolhidos e tratados no contexto da crise pandémica, “é bem possível que os líderes tenham sido obrigados a focar-se, consciente ou inconscientemente, nas urgências relacionadas com a assistência imediata às suas equipas e com a sua adaptação às novas condições de trabalho, deixado para segundo plano o bom aproveitamento das suas pessoas como protagonistas da mudança”, ressalva.

Ricardo Martins é o diretor-geral da CEGOC

Do lado dos colaboradores, existe uma espécie de desconfiança em relação aos gestores, que aumentou com o contexto de incerteza e instabilidade. Apenas 31% dos inquiridos em Portugal acreditam que os gestores da sua organização são capazes de desenvolver as competências de liderança das suas pessoas.

Um resultado “surpreendente” e que levanta “sérias questões” sobre se será efetivamente o gestor a figura mais indicada para impulsionar a liderança interna da sua própria equipa ou sobre que ferramentas e alternativas poderão apoiar e ajudar os gestores.

" A capacidade dos nossos líderes criarem um meio nutritivo para a experimentação, aprendizagem, inovação e crescimento contínuo dos seus colaboradores ainda aparece como um dos principais desafios para a maioria das organizações.”

Ricardo Martins

Diretor-geral da Cegoc

“Mostra como ainda há muito a fazer no que ao mindset e cultura de liderança com uma atitude servidora global diz respeito. A capacidade dos nossos líderes criarem um meio nutritivo para a experimentação, aprendizagem, inovação e crescimento contínuo dos seus colaboradores ainda aparece como um dos principais desafios para a maioria das organizações”, refere Ricardo Martins.

Reforçar a formação em servant leadership é, para o diretor-geral da empresa de formação empresarial, fundamental, estendendo-a a todos os colaboradores, líderes formais e informais.

Resistência à mudança e visão hierarquizada são os principais obstáculos

Para desenvolver as melhores práticas de liderança nas organizações portuguesas, Ricardo Martins, com base nos dados recolhidos pelo estudo internacional, que inquiriu 636 pessoas, desde CEO a colaboradores, em Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido e Suíça, considera que é preciso ultrapassar alguns obstáculos.

Em primeiro lugar, a resistência à mudança (uma barreira para 32% dos inquiridos em Portugal) e, imediatamente a seguir, a visão hierárquica da organização (27%), “com as consequentes dificuldades em construir uma cultura verdadeiramente agile dentro delas”, salienta o diretor-geral da CEGOC.

Mas, o que impede as empresas de trabalharem na criação de uma organização menos hierárquica e de um ambiente mais propício à mudança? “Porventura uma aposta ainda insuficiente na aquisição de skills emocionais, comportamentais, sociais e humanas, essenciais para conseguirem adaptar-se rapidamente e antecipar as mudanças exponenciais em curso”, responde Ricardo Martins.

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