Governo garante que vai arranjar soluções para pagar os salários na Dielmar, diz sindicato
O ministro da Economia comprometeu-se a arranjar soluções para pagar os salários dos 300 colaboradores da Dielmar nos próximos meses e acelerar o processo de venda da empresa de Alcains.
O sindicato da Beira Baixa e a comissão sindical da Dielmar reuniram-se esta quarta-feira com o Governo. O ministro da Economia, Siza Vieira, comprometeu-se a arranjar soluções para garantir o pagamento dos salários dos 300 colaboradores durante os próximos meses e a acelerar o processo de venda da empresa de vestuário que declarou insolvência no final de julho.
“Fomos recebidos pelo ministro da Economia que nos transmitiu que iria acelerar o processo de venda da Dielmar e que iam arranjar soluções para garantir o pagamento dos salários dos colaboradores durante os próximos meses”, adianta ao ECO a dirigente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares.
Marisa Tavares adianta que está em cima da mesa a “salvaguarda dos postos de trabalho” e “acelerar o processo de venda da empresa” por parte do ministério da Economia juntamente com o gestor de insolvência. A dirigente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa considera “essencial a garantia do pagamento dos salários e que os trabalhadores continuem com o vínculo de trabalho”.
“O facto de o ministro da Economia dizer que vai trabalhar para arranjar soluções é uma mais-valia porque estamos a trabalhar no sentido de a empresa ter continuidade com todos os trabalhadores”, destaca Marisa Tavares.
Na ótica do Sindicato da Beira Baixa, o balanço da reunião como o ministro da Economia foi “positivo”, apesar de alguma cautela por parte do Governo. “Só no final deste processo todo é que podemos dizer se estamos satisfeitos ou não. No entanto, é positivo estarmos a trabalhar no sentido de salvaguardar os postos de trabalho”.
Na resolução, aprovada na segunda-feira pelos trabalhadores da Dielmar, ficou claro que desistir não faz parte da equação e que o “Governo só tem um caminho possível: procurar soluções. Esta é a única possibilidade que aceitamos”.
Amanhã o sindicato da Beira Baixa vai reunir-se com o gestor de insolvência e na sexta-feira vai voltar a reunir com os trabalhadores da Dielmar por volta das 15h00 à porta da empresa.
O gestor de insolvência da Dielmar, João Francisco Baptista de Maurício, confirmou na segunda-feira ao ECO que existem três interessados em adquirir a empresa de vestuário. A dirigente sindical já tinha dito ao ECO que é uma “luz ao fundo do túnel”.
Até março, a empresa liderada por Ana Paula Rafael faturou pouco mais de 700 mil euros, quando no ano anterior tinha registado um volume de negócios na ordem dos cinco milhões de euros.
De acordo com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, “as dificuldades da Dielmar já eram evidentes”. Aliás, há muito que o Estado acompanha a situação desta empresa, que acumula, frisou o mesmo, resultados negativos “desde há dez anos”. O Governo já injetou oito milhões de euros na empresa de Alcains, que poderão não ser recuperados. A Dielmar culpa a pandemia do desfecho da empresa, mas o Governo culpa a empresa de má gestão.
(Notícia atualizada às 17h31 com mais informação)
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