Novas portagens em Espanha ameaçam exportações portuguesas

  • ECO
  • 26 Agosto 2021

Antram prevê impacto das novas portagens em Espanha nas exportações portuguesas, estimando um aumento de custos até 8% nas exportações para França e 7% para Alemanha.

Face aos planos do Governo espanhol para introduzir portagens em 12 mil quilómetros de “vias rodoviárias de alta capacidade”, designadas “autovias” e “autopistas”, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) prevê um aumento dos custos nas exportações portuguesas, estimando entre 6% e 8% nas exportações para França e de 5% a 7% nas exportações para a Alemanha. A notícia foi avançada pelo Público (acesso condicionado).

A Antram explica que estes preços foram calculados assumindo um valor de 0,15 euros por quilómetro nas novas portagens, à semelhança do que é praticado noutras autoestradas espanholas, que se traduzirá num aumento de 90 euros por cada camião que atravesse Vilar Formoso até à fronteira de Irún. A introdução de portagens pesará também nos produtos importados, onerados entre 5% e 7% nas importações de França e 4% e 6% nas importações da Alemanha.

Esta medida afetará, sobretudo, as autoestradas portuguesas que ligam Vilar Formoso a Burgos e Caia a Madrid, por onde passam 45% dos veículos pesados de mercadorias que cruzam as fronteiras nacionais.

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Francisco Assis sem dúvidas de que “Costa será candidato em 2023”

  • ECO
  • 26 Agosto 2021

Francisco Assis acredita que António Costa vai ser o candidato do PS às eleições de 2023. Revelou ainda que encarregou Poiares Maduro de apresentar proposta de reforma do CES.

Para Francisco Assis, António Costa vai ser o candidato socialista às eleições legislativas de 2023. “Sobre isso não tenho grande dúvidas. Ninguém no país tem grandes dúvidas sobre isso”, afirmou o presidente do Conselho Económico e Social (CES), em entrevista ao Observador (acesso pago).

Depois disso, Costa irá para um cargo europeu, vaticina Assis, que vê qualidade em Ana Catarina Mendes, uma das “maiores amigas”, Fernando Medina e Pedro Nuno Santos para assumirem a liderança do PS. Já em relação a Mariana Vieira da Silva, considera que “a capacidade política também se vai construindo”.

Na mesma entrevista, Francisco Assis revelou ainda que pediu a Miguel Poiares Maduro, que faz parte do CES e que criticou o primeiro-ministro no caso do procurador europeu, para elaborar uma proposta de reforma daquele organismo. “Tem qualidades intelectuais e requisitos académicos que o habilitam de forma superior para elaborar um estudo dessa natureza”, disse Assis.

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Último dia para se candidatar às rendas acessíveis da Câmara de Lisboa

Esta quinta-feira é o último dia para se candidatar à 7.ª fase do Programa de Renda Acessível da Câmara de Lisboa. Há 116 habitações a sorteio.

Esta quinta-feira é o último dia que tem para se candidatar a mais uma edição do Programa de Renda Acessível (PRA) da Câmara de Lisboa (CML), que promete “preços que as pessoas podem pagar”, como tem referido várias vezes Fernando Medina. Esta 7.ª edição conta com 116 habitações e o processo de candidaturas é feito através do site Habitar Lisboa, numa plataforma criada especialmente para esse efeito.

Os interessados em arrendar uma das 116 habitações que fazem parte deste programa, têm de apresentar as respetivas candidaturas até às 17h00. Os futuros inquilinos, que serão escolhidos por sorteio cerca de uma semana depois de terminar o prazo, mudar-se-ão para uma casa em Lisboa, cuja renda corresponde a um terço do rendimento líquido do agregado familiar.

Algumas destas habitações são de proprietários privados e estão arrendadas à Câmara de Lisboa através do Programa Renda Segura. Por sua vez, a autarquia subarrenda estes imóveis a preços mais baixos, através do PRA. As tipologias das habitações vão de T0 a T4 e as características, localização e fotos podem ser consultadas na Plataforma Habitar Lisboa.

Rendimento bruto máximo anual de 35 mil euros por pessoa

Na hora de efetuar a candidatura, esta deve ser feita de acordo com as necessidades de cada agregado: uma pessoa pode concorrer a um T0 ou T1, enquanto duas pessoas têm direito a um T0, um T1 ou um T2. No caso de três ou quatro pessoas, o máximo é um T3 e, para famílias numerosas (cinco ou mais pessoas), o mínimo é um T3 e o máximo um T5.

Para ser elegível ao PRA, o valor do rendimento bruto do agregado habitacional deve situar-se entre o salário mínimo nacional (8.400 euros por ano por pessoa) e um máximo de 35 mil euros por ano por pessoa. Já no caso de duas pessoas, o máximo são 45 mil euros anuais e, no caso de mais de duas pessoas, o teto máximo é de 45 mil euros anuais mais 5.000 euros por ano por cada dependente.

O valor mensal da renda acessível da CML corresponde a 30% (taxa de esforço) multiplicado pelo rendimento mensal líquido do agregado, em duodécimos. Caso o agregado inclua dependentes (conforme a declaração do IRS), a taxa de esforço é reduzida em 2% por cada pessoa dependente.

No caso de um T0, a renda mínima que poderá ser cobrada é de 150 euros, enquanto a máxima será de 400 euros. Já no caso de um T1, a renda variará entre um mínimo de 150 euros e um máximo de 500 euros. Um T2 poderá custar, no máximo 600 euros e, a partir de T3, a renda máxima nunca poderá ultrapassar os 800 euros.

  • Como calcular o valor da renda?

No caso de uma pessoa que ganhe o salário mínimo mensal (534 euros líquidos), aplicando-lhe uma taxa de esforço de 30%, isso corresponderá a uma renda de 187 euros mensais para um T0 ou um T1.

Já um casal com um filho, que receba 800 euros mensais líquidos cada um, pagará uma renda de 523 euros mensais por um T2 ou um T3. Enquanto um casal com dois filhos, em que o salário conjunto dos pais é de 2.200 euros líquidos mensais, pagará 600 euros por um T2 ou 667 euros por um T3.

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Hoje nas notícias: Simoldes, portagens em Espanha e Câmaras

  • ECO
  • 26 Agosto 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O grupo Simoldes recebeu um investimento de cerca de 15 milhões de euros da C2 Capital Partners. Os planos de Espanha de colocar portagens nas autoestradas ameaçam as exportações portuguesas. O Orçamento do Estado para 2022 poderá trazer um corte nas transferências para as câmaras. Estas e outras notícias marcam a atualidade nacional.

Portagens em Espanha ameaçam exportações portuguesas

Face aos planos do Governo espanhol para a criação de portagens em 12 mil quilómetros de “vias rodoviárias de alta capacidade”, designadas “autovias” e “autopistas”, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) prevê um impacto nas exportações portuguesas. A associação estima um aumento dos custos entre 6% e 8% nas exportações para França e de 5% a 7% nas exportações para a Alemanha. A introdução de portagens pesará também nos produtos importados.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

“Ninguém duvida de que Costa será candidato em 2023”

Para Francisco Assis, António Costa vai ser o candidato socialista às eleições legislativas de 2023. “Sobre isso não tenho grandes dúvidas. Ninguém no país tem grandes dúvidas sobre isso”, afirmou o presidente do Conselho Económico e Social. Depois disso, Costa irá para um cargo europeu, vaticina. Em relação ao nome que irá suceder o líder do PS, Assis vê qualidade em Ana Catarina Mendes, uma das “maiores amigas”, Fernando Medina e Pedro Nuno Santos.

Leia a entrevista completa no Observador (acesso pago).

OE2022 pode cortar transferências para as Câmaras

O Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) poderá trazer um corte nas transferências para as Câmaras Municipais, ou seja, logo após as eleições autárquicas que se realizam no dia 26 de setembro. A conclusão resulta da aplicação direta da Lei das Finanças Locais, que prevê que o Estado partilhe com as autarquias uma parte das receitas dos principais impostos. Com a pandemia, estas receitas caíram, o que poderá ter implicações nas verbas a transferir para as câmaras. Enquanto ainda não se sabe o desfecho final, Governo e associação que representa os autarcas querem esperar pelo OE2022 para ver o que irá suceder.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Simoldes recebe 15 milhões da C2 Capital Partners

O grupo Simoldes recebeu um investimento de cerca de 15 milhões de euros da C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo), a sociedade gestora do fundo que assumiu a dívida e os ativos do grupo económico de Luís Filipe Vieira, a Promovalor. Líder na produção de moldes para as construtoras automóveis, e com 19 fábricas em oito países, a Simoldes sediada em Oliveira de Azeméis, pretende reforçar o crescimento do negócio com a aposta na inovação.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

840 famílias portuguesas dispostas a acolher refugiados afegãos

Entre 17 e 20 de agosto, 4429 portugueses enviaram 8806 ofertas de ajuda ao Alto Comissariado para as Migrações (ACM) destinadas às famílias afegãs que chegarão brevemente ao país. Nessas ofertas constam 840 portugueses disponíveis para serem famílias de acolhimento e 350 dispostos a ceder alojamentos, somando-se 4666 ofertas de bens essenciais (941 de apoio psicológico, 1611 de apoio social, entre outras). A ACM recebeu ainda ofertas de ajuda humanitária de, até ao momento, 31 organizações ou entidades de acolhimento.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso condicionado).

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Comissão Nacional de Eleições envia nove queixas ao Ministério Público sobre autárquicas

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) reportou nove queixas sobre as eleições autárquicas ao Ministério Público este ano, de acordo com um relatório divulgado esta semana.

Os processos relativos às eleições autárquicas que correm na Comissão Nacional de Eleições (CNE) já levaram ao envio de nove queixas para o Ministério Público. A eleição, que ocorre a 26 de setembro, já originou 42 pareceres/esclarecimentos, 19 recomendações/advertências, 15 injunções e dois arquivamentos.

A CNE atualizou esta semana o relatório síntese dos processos (queixas/pedidos de parecer) e pedidos de informação relativos às eleições autárquicas de 2021 com informação atualizada até 22 de agosto.

Este volume de queixas enviadas ao Ministério Público representa um rápido aumento face às cinco queixas que tinham sido enviadas até 11 de agosto, tal como o Público noticiou na semana passada.

No total, a CNE recebeu desde janeiro um total de 410 queixas e 47 pedidos de parecer, sendo que a maioria (52%) tem origem em cidadãos. As restantes queixas têm origem nos partidos, nos órgãos das autarquias locais e nas candidaturas independentes (grupos de cidadãos eleitores).

E quem são os alvos? A esmagadora maioria das queixas (345) visam os órgãos das autarquias locais, seguindo-se o Facebook (26), o Partido Socialista (17) e os órgãos de comunicação social (14). Há vários relatos de queixas dos partidos da oposição que incidem sobre os atuais presidentes de câmara, acusando-os de utilizar o cargo para beneficiar a sua campanha.

As duas principais queixas são a falta de neutralidade e imparcialidade das entidades públicas e a publicidade institucional (dos incumbentes no cargo). Segue-se a propaganda, a publicidade comercial e o tratamento jornalístico das candidaturas.

No total, a CNE teve de responder a 1.662 pedidos de informação, por telefone, entre 22 de julho e 22 de agosto e a 1.661 pedidos de informação, por escrito, entre 1 de janeiro e 22 de agosto. A maioria dos pedidos de informação vem dos cidadãos, seguindo-se os órgãos das autarquias locais e as candidaturas independentes (grupos de cidadãos eleitores).

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Pfizer pede autorização para terceira dose da vacina nos EUA

  • Lusa
  • 26 Agosto 2021

A Pfizer pediu autorização à FDA nos EUA para a aplicação de uma dose de reforço da sua vacina contra a Covid-19, cujo regime atual é de duas doses.

A Pfizer solicitou autorização à reguladora do medicamento nos EUA (FDA, na sigla em inglês) para a aplicação de uma dose de reforço da sua vacina contra o novo coronavírus, que contempla atualmente duas injeções.

A farmacêutica informou na quarta-feira que começou o processo de pedido de autorização para uma terceira dose da sua vacina para pessoas com 16 ou mais anos, devendo estar terminado até ao final da semana.

No início do mês, a FDA disse que as pessoas que tenham recebido transplantes ou outras com sistemas imunitários enfraquecidos podem receber uma dose extra da vacina da Pfizer ou da Moderna. Depois, na última semana, dirigentes do setor da saúde dos EUA anunciaram planos para dar vacinas de reforço para aumentar a proteção dos norte-americanos perante o crescendo da variante delta.

Esta intenção suscitou críticas de cientistas da Organização Mundial de Saúde, que salientaram que os países pobres ainda nem têm vacinas suficientes para a sua primeira ronda de vacinação.

A vacina da Pfizer, desenvolvida em conjunto com a alemã BioNTech, recebeu a aprovação total no início desta semana, também para pessoas com 16 anos ou mais. Estava a ser aplicada a este grupo etário sob uma autorização para uso de emergência, o que continua a ser o caso para o grupo 12-15 anos.

Mais de 200 milhões de doses da vacina da Pfizer já foram administradas nos EUA — e outras centenas de milhões à escala mundial — desde que obteve a autorização em dezembro.

As três vacinas usadas nos EUA, produzidas por Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson, continuam a ser eficazes na prevenção de hospitalizações e mortes pelo novo coronavirus. Mas as vacinas não parecem tão fortes contra a altamente contagiosa variante delta como têm sido contra as versões iniciais.

O plano nos EUA é aplicar uma dose extra oito meses depois de as pessoas terem tido a segunda dose das vacinas da Pfizer ou da Moderna. Também na quarta-feira, a J&J disse que as pessoas que receberam uma vacina de reforço à sua, de toma única, tiveram um aumento acentuado dos anticorpos de combate ao vírus. Esta farmacêutica pretende falar com a FDA sobre este reforço vacinal.

A Moderna também deve fazer o mesmo. Na quarta-feira informou que tinha completado o processo na FDA a solicitar a aprovação plena da sua vacina de duas tomas.

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Autárquicas são daqui a um mês. 8 perguntas e respostas sobre as eleições

É a terceira eleição desde que a pandemia chegou a Portugal. Após as regionais dos Açores e as presidenciais, os eleitores portugueses vão às urnas, com máscara, para eleger os representantes locais.

A 1 de julho, o Conselho de Ministros marcou as eleições autárquicas, as quais se realizam de quatro em quatro anos, deste ano para o dia 26 de setembro. A um mês da data em que os portugueses vão escolher os seus representantes locais, o ECO esclarece os eleitores sobre questões práticas deste ato eleitoral: Como votar? A que horas? Que regras haverá por causa da pandemia? Poderá votar antecipadamente?

Como votar?

O recenseamento é automático pelo que não terá de fazer nada, tendo de levar consigo apenas o cartão de cidadão válido. Basta dirigir-se à sua assembleia de voto, a qual pode descobrir através de três métodos: na Internet em www.recenseamento.mai.gov.pt; através de SMS (gratuito) para 3838, com a mensagem “RE (espaço) número de CC/BI (espaço) data de nascimento=aaaammdd” (Exemplo: “RE 7424071 19820803”); e na junta de freguesia do seu local de residência.

Em que horário pode votar?

O ato eleitoral começa às 8 horas da manhã e apenas acaba às 20 horas da noite. “Depois desta hora, só podem votar os eleitores que se encontrem na assembleia de voto”, de acordo com a Comissão Nacional de Eleições (CNE). Na fila para a votação é dada prioridade a “pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas, e pessoas acompanhadas de crianças de colo”.

Quantos boletins de voto o eleitor terá de preencher?

Haverá três boletins de voto: um para a assembleia de freguesia (cor branca), outro para a assembleia municipal (cor amarela) e outro para a câmara municipal (cor verde). Não é obrigado a votar nos três, sendo possível votar em branco ou nulo. Recorde-se que “ainda que o número de votos em branco ou nulos seja maioritário, a eleição é válida e os mandatos apurados tendo em conta os votos validamente expressos nas candidaturas”.

E se estiver a viver no estrangeiro?

Não poderá votar. “Só os cidadãos recenseados na área de cada autarquia votam para eleger os membros dos seus órgãos“, esclarece a CNE. Se estiver temporariamente no estrangeiro na altura das eleições autárquicas por causa de trabalho, por exemplo, não poderá votar uma vez que nas eleições autárquicas não está previsto o voto antecipado no estrangeiro.

Pode votar antecipadamente em mobilidade como nas presidenciais?

Não. Ao contrário do que aconteceu nas presidenciais, não será possível votar no fim de semana anterior no local em que estiver. Contudo, há várias exceções em que se permite o voto antecipado (mas não em mobilidade), de acordo com o site da CNE, nomeadamente o caso dos estudantes e de quem trabalha no dia das eleições longe do local em que está recenseado. Os militares, as forças de segurança, os bombeiros, os sindicalistas, entre outros casos que pode consultar no site da CNE, também estão cobertos pelas exceções.

Como votarão os eleitores confinados?

Tal como o ECO revelou, os eleitores confinados — assim como os eleitores que residam em lares ou instituições similares – que quiserem votar devem inscrever-se antecipadamente na junta de freguesia da área de recenseamento ou na plataforma eletrónica criada para o efeito. As inscrições devem ser feitas entre 16 e 19 de setembro, sendo que a recolha destes votos antecipados ocorrerá entre os 21 e 22 de setembro. Quem ficar em confinamento obrigatório após o dia 19 não poderá votar, tal como aconteceu nas presidenciais, exceto se tiver “alta” antes de dia 26.

Será preciso certificado ou teste?

As recomendações da DGS não obrigam os membros de mesa ou os eleitores a apresentar o certificado digital Covid-19 ou a realizar testes à Covid-19. Porém, os cuidados de higiene serão para manter como nas eleições anteriores, com a distribuição de 63 toneladas de álcool gel e de máscaras de proteção. Os eleitores devem usar máscara, manter o distanciamento físico, seguir os circuitos recomendados, desinfetar as mãos à entrada e à saída do estabelecimento e, preferencialmente, levar uma caneta de casa.

Há debates? Onde pode ver?

A estação pública decidiu realizar debates com os candidatos das 18 capitais de distrito de Portugal Continental, somando mais quatro concelhos — Odemira, Figueira da Foz, Amadora e Almada — por decisão editorial. A SIC tem já marcado debates relativos a Lisboa e o Porto e a TVI relativamente a Lisboa.

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Arrancam as vindimas no Douro em ano de aumento de produção

  • Lusa
  • 26 Agosto 2021

As vindimas são o ponto alto da região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo. Indicadores são promissores, mas pandemia e falta de mão-de-obra geram dificuldades.

O Douro deu o arranque à “festa” das vindimas e, por toda a região, a paisagem pinta-se de gente que culmina um ano de trabalho “mais tranquilo” na vinha e em que se perspetiva um aumento de produção.

As vindimas são o ponto alto da região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo e culminam um ano de trabalho árduo nas vinhas. “Estamos no início, mas os primeiros indicadores são altamente promissores”, afirmou à Lusa Rui Soares, presidente da ProDouro – Associação dos Viticultores Profissionais do Douro.

O responsável fala num ano vitícola “relativamente tranquilo”, sobretudo quando comparado com 2020, que classificou como “desafiante” e em que foi “muito mais complicado produzir uva”.

No ano passado doenças, escaldão da uva e stress hídrico traduziram-se numa quebra de produção, que se fixou nas 200 mil pipas de vinho (550 litros cada). “Tivemos uma primavera amena e um início de verão também muito ameno, com temperaturas normais para a época, sem excessos, e isso fez com que, agora, no início da vindima vemos, de uma forma geral, as vinhas a respirar saúde, vemos as vinhas bem do ponto de vista sanitário, bem do ponto de vista da folhagem, verdes, viçosas e com a uva em excelente estado de maturação”, afirmou Rui Soares.

Em resultado de tudo isto, para este ano perspetiva um aumento na ordem dos “10 a 15% na produção”.

A previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) aponta para um aumento de 20% na produção de vinho no Douro. “Um ano de desenvolvimento normal, com fenómenos de granizo muito localizados. O míldio e o oídio não tiveram impacto significativo na produção. Prevê-se boa qualidade da produção”, apontou o IVV.

Álvaro Martinho, diretor de viticultura da Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha (RCV), centra as atenções nas vinhas que se estendem desde o rio Douro ao alto da encosta, no concelho de São João da Pesqueira.

À Lusa afirmou que este “é um ano bom”, com um bom regime hídrico que faz com que as vinhas estejam “confortáveis”, e que antevê um “nível de produção médio” e de “excelente qualidade”. No entanto ressalva que as próximas semanas são “determinantes”.

Nesta altura cortam-se algumas castas para vinhos brancos ou tintos, ficando para mais tarde as uvas para o vinho do Porto. “Tem que haver uma recolha seletiva ou cirúrgica de cada casta para este tipo de vinhos”, explicou o responsável.

É um trabalho sem teto, feito debaixo do sol quente, que começa manhã bem cedo e que se irá estender pelo mês de setembro.

Numa vinha com cerca de 100 anos, de inclinação acentuada e ladeada dos tradicionais muros de xisto, Dina Barroco, de 29 anos, corta as uvas e orgulhosamente diz que este é o resultado de todo o ano de trabalho. Trocou o emprego numa fábrica de queijo pela agricultura porque disse ser mais recompensador e está há três anos nas Carvalhas. “Gosto, já estava habituada, por isso não custa”, salientou.

Maria José, 48 anos, contou que tem alturas em que o trabalho é “um pouco duro”, mas garante que “se aguenta bem” e que gosta de fazer um “pouco de tudo”. “Tem terrenos que custa mais um bocadinho e tem que ser tudo de forma manual, com os homens a acartar. Noutras vinhas já vai o trator e é mais fácil”, referiu.

Célia Gomes, 45 anos, trabalha na quinta há 15 anos e disse que o seu trabalho preferido na vinha é a poda, embora destaque que a vindima “é o fruto do ano todo”. “Temos que o colher, é o nosso ganha-pão”, frisou.

Arcindo Ferreira, 45 anos, nasceu “debaixo das videiras” e, por isso, gosta do trabalho na terra e conta que conduz o trator “com extremo cuidado” pelos terrenos íngremes. “É preciso muita cabecinha para sabermos o que andamos aqui a fazer”, acrescentou.

A Quinta das Carvalhas tem cerca de 40 pessoas a trabalhar anualmente, a maioria das quais são mulheres.

“Fomos pioneiros no tratamento igual por género”. Desde 2002 que o salário é pago de igual forma para homens e mulheres e esta, para Álvaro Martinho, é uma questão de “igualdade e de justiça”.

A propriedade tem 150 hectares de vinha, um terço dos quais são vinhas tradicionais e 30 hectares têm entre 70 a 100 anos. “São vinhas que nós teimosamente e de uma forma estratégica vamos preservar porque as massas vínicas dão para fazer vinhos de extrema qualidade e são um património histórico”, sublinhou.

Falta mão-de-obra para vindimas

Em 2021, a vindima fica novamente marcada pela pandemia de Covid-19 e pela dificuldade em recrutar trabalhadores. “A falta de mão-de-obra é um problema recorrente, estrutural da região.

Historicamente, o Douro nunca teve mão-de-obra suficiente para a vindima, tivemos sempre necessidade de recrutar fora da região, nas zonas limítrofes e este ano não foge à regra”, referiu Rui Soares.

O recrutamento é feito em zonas “cada vez mais distantes” e há também o recurso a mão-de-obra estrangeira.

E porque a uva não espera, a prevenção da Covid-19 é a palavra de ordem nas vinhas e adega. Este ano repetem-se procedimentos já implementados em 2020, como, por exemplo a proibição de visitas nas adegas e, segundo o presidente da ProDouro, a vacinação dá também “outro conforto”.

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Powell contido ameaça tirar protagonismo a Jackson Hole

É "uma das decisões mais esperadas na história dos bancos centrais": saber quando a Fed vai começar a reduzir estímulos. Conferência de Jackson Hole arranca hoje, Powell discursa esta sexta.

Jerome Powell foi o nome escolhido por Donald Trump para suceder a Janet Yellen na presidência da Reserva da Federal norte-americana.Kirkpatrick/Bloomberg

Pelo segundo ano seguido, a conferência anual que reúne a elite da política monetária e económica de todo o mundo em Jackson Hole, nos EUA, vai ocorrer apenas no formato online, por causa da pandemia. Mas mesmo antes de se saber que a reunião de três dias ia ter lugar apenas por via digital já os investidores deixavam as suas apostas: vai ser um não-evento que pouco ou nada trará de novo ainda que em cima da mesa esteja “uma das decisões mais aguardadas da história dos bancos centrais”: saber quando a Reserva Federal norte-americana (Fed) vai começar a reduzir estímulos.

Christine Lagarde (Banco Central Europeu) e Andrew Bailey (Banco de Inglaterra) são ausências confirmadas na conferência que arranca esta quinta-feira e se prolonga até domingo, dedicada ao tema “Política macroeconómica numa Economia Desigual”.

As atenções que sobram estão assim direcionadas para o anfitrião Jerome Powell. O presidente da Fed tem discurso agendado para esta sexta-feira, as suas palavras são aguardadas com expectativa, sobretudo se deixar a entender quando é que o banco central vai começar a apertar a torneira à economia.

A Fed continua a comprar 120 mil milhões de dólares em obrigações do governo americano todos os meses, no sentido de apoiar a retoma económica perante o impacto causado pelo surto de Covid-19. Quando é que vai começar a recuar?

“Decisão mais aguardada da história”

Essa é a pergunta dos biliões de dólares. Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, situava as coisas desta forma: “A comunicação em torno do tapering é uma das decisões mais esperadas na história dos bancos centrais”, escrevia numa nota aos clientes.

Os investidores não estão iludidos. Powell não vai ser tão assertivo quanto ao timing para o início do fim dos estímulos, tendo em conta os riscos que a economia americana ainda atravessa. Aliás, o verão trouxe desenvolvimentos desfavoráveis com o recrudescimento da pandemia, à boleia da variante Delta, que torna mais difícil antecipar as movimentações da Fed.

"A comunicação em torno do tapering é uma das decisões mais esperadas na história dos bancos centrais.”

Franck Dixmier

Allianz Global Investors

Neste cenário, o presidente da Fed deverá manter o tom vago no seu discurso, embora haja quem – como Mohamed El-Erian, antigo gestor da Pimco, num artigo no Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago) – defenda que Powell devia aproveitar o palco de Jackson Hole para sinalizar uma mudança na política monetária. El-Erian lembrou mesmo que foi nesta conferência que Ben Bernanke abriu a porta a uma nova ronda de estímulos em 2010, na sequência da grave crise financeira mundial. Desta vez, Powell deverá jogar mais na defensiva.

“Os investidores estão à espera de informação sobre o timing de redução dos estímulos, mas suspeitamos que o presidente da Fed vai deixar margem para ambiguidade, assegurando a flexibilidade da política, perante os receios que continuam a aumentar com a mais recente vaga da pandemia”, vaticinam os analistas Ian Lyngen e Benjamin Jeffery, da BMO Capital Markets.

Completam McGuire e Lyn Graham-Taylor, do RaboBank: “A elevada ameaça da variante Delta dá argumentos para se esperar, no máximo, que Powell reconheça que a discussão de aperto dos estímulos vai continuar viva nos próximos meses, em vez de dar um pré-compromisso informal sobre a redução de compras de ativos”.

Decisões em breve

Se tudo correr como o esperado, e Powell não trouxer novidades a Jackson Hole, elas também não deverão demorar muito a ser anunciadas, apontando-se a reunião da Fed do próximo mês ou até final do ano como o momento mais aguardado de todos os tempos na história dos bancos centrais, como considera Dixmier. O que para os investidores nem aquece nem arrefece se for uma questão de meses, segundo o diretor do Allianz Global Investors.

“A nossa visão de que é improvável que haja um grande anúncio de política monetária na conferência de Jackson Hole e que o anúncio de redução dos estímulos surja algures no próximo trimestre“, apontam os analistas do JPMorgan Chase.

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Duarte Cordeiro contra qualquer discussão sobre sucessão de António Costa no PS

  • Lusa
  • 26 Agosto 2021

O dirigente socialista Duarte Cordeiro salienta que a liderança do PS está resolvida até 2023 e defende que não se discuta no congresso do fim de semana a sucessão de António Costa.

O dirigente socialista Duarte Cordeiro salienta que a liderança do PS está resolvida até 2023 e defende que não se discuta neste congresso a sucessão de António Costa, nem sequer o método de eleição, primárias ou diretas.

Em entrevista à Lusa, Duarte Cordeiro, líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, considera natural que António Costa tenha remetido para 2023, no final da legislatura, a decisão sobre mais uma recandidatura ao lugar de secretário-geral do partido e ao cargo de primeiro-ministro.

Duarte Cordeiro também não atribui especial relevância ao facto de António Costa ter admitido que o PS poderá ter uma mulher como secretária-geral, dizendo que isso é “inevitável” a prazo.

Interrogado sobre a declaração do secretário-geral do PS ao jornal Expresso de que só em 2023 comunicará se vai ou não ser recandidato a esse lugar e a primeiro-ministro, Duarte Cordeiro diz que a recebeu “com muita naturalidade”. “Em 2023 termina o seu mandato de secretário-geral e termina, esperemos nós, a legislatura. Portanto, é natural que seja no final da legislatura e no final do mandato que o secretário-geral do PS faça essa avaliação”, justifica.

O líder da FAUL do PS e também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares recusa que António Costa tenha criado um “tabu” ao não esclarecer já o seu futuro político após 2023. “Pelo contrário, acho que o objetivo de António Costa, exatamente, é de dizer, com naturalidade, que no final desta legislatura avaliará do ponto de vista pessoal aquilo que é o futuro”, sustenta.

Duarte Cordeiro não atribui especial significado político à ideia de António Costa de que o próximo secretário-geral do PS pode ser pela primeira vez uma mulher.

“É uma circunstância inevitável”, começa por responder. “Inevitável ser homem ou mulher. E, portanto, acho que, como não há limitação do ponto de vista de género à candidatura para secretário-geral do PS, qualquer militante pode e deve ter essa expectativa, se assim o desejar”, argumenta.

Interrogado se não vê aqui um sinal de António Costa estar a colocar na corrida à liderança do PS figuras como a sua líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, ou a sua ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, Duarte Cordeiro afirma que não.

“A liderança do PS, felizmente, é um tema que está bem resolvido. E não será, naturalmente, um tema deste Congresso. Acabámos de reeleger o secretário-geral do PS, vamos ter as eleições para os órgãos nacionais do PS, e vamos ter também a definição da estratégia do PS para este mandato”, contrapõe.

Interrogado se o PS deve voltar a realizar eleições primárias abertas e simpatizantes, como aconteceu em setembro de 2014, para escolher o sucessor de António Costa, Duarte Cordeiro recusa antecipar essa discussão.

“Os estatutos do PS definem bem como é que pode ser feita a eleição de um secretário-geral. Não acho que faça sentido discutir nem o método nem as pessoas, porque a liderança não está em causa, e António Costa acabou de ser eleito secretário-geral do PS”, insiste.

Questionado sobre os motivos de o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já ter comunicado que não tenciona falar durante o congresso do PS em Portimão, no sábado e no domingo, Duarte Cordeiro, considerado próximo deste dirigente socialista, remete a resposta a essa pergunta para o próprio Pedro Nuno Santos.

No entanto, acrescenta que não vê qualquer sinal de afastamento de Pedro Nuno Santos face à liderança do Governo e do PS. “O Pedro Nuno Santos é um ministro com muita importância neste Governo. Tem um conjunto de responsabilidades relevantes para o nosso futuro na área da ferrovia, na habitação e é alguém que também tem dossiês difíceis no Governo. É dirigente nacional do PS, tem participado e tem feito intervenções quer como ministro quer como dirigente nacional do PS. Tem correspondido a vários convites que lhe têm sido feitos para apresentações de candidaturas autárquicas”, aponta.

Para o líder da FAUL do PS, Pedro Nuno Santos é “uma pessoa que está motivada no exercício das suas funções, quer como membro do Governo, quer como dirigente nacional”.

Duarte Cordeiro, Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, em entrevista ao ECO - 15JAN20
O dirigente socialista Duarte Cordeiro.Hugo Amaral/ECO

Confrontado com a ideia de que o atual ministro das Infraestruturas poderá ter a sua carreira política comprometida caso corra mal o processo de reestruturação da TAP, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares reage: “Volto a dizer, Pedro Nuno Santos é alguém que está motivado no exercício das suas funções e não me parece limitado em nada”, defende.

Interrogado sobre os motivos que o levaram a si e a Pedro Nuno Santos a não apresentar novamente uma moção setorial ao próximo congresso do PS, tal como aconteceu em 2018, Duarte Cordeiro alega que alguns dos pontos dessa anterior moção estão agora a ser executados pelo Governo.

Mas deixa também um recado a quem criticou o seu grupo, conotado com a ala esquerda do PS, em 2018. “Hoje, podemos dizer que essa moção não só tem atualidade, como em certa medida o Governo tem aplicado alguns dos objetivos nela contidos. Os objetivos não foram assim tão divisionistas como se procurou fazer crer. Portanto, aquilo que às vezes parece que é divisionista, depois, na prática, não é – e todos nos conseguimos entender em torno desses objetivos”, afirma.

Já sobre a sugestão feita recentemente pelo vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Pedro Delgado Alves no sentido de que o partido faça uma autocrítica sobre o período em que José Sócrates foi líder do partido, Duarte Cordeiro demarca-se.

“Não olho para o PS como um partido que não tem feito debates sobre todas as matérias e todos os assuntos. Temos apresentado soluções e medidas tendo em conta várias situações e não tendo como base a particularização de um aspeto em concreto. Acho que não ganhamos nada com isso e não vejo o PS como um partido que se tenha inibido no debate de todos os temas de atualidade, inclusivamente no que diz respeito a temas que envolvem a justiça”, sustenta.

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Mercedes sem 4G, Happy Meal sem caixa. Falhas já se sentem em Portugal

A pandemia fechou o mundo. A reabertura, mais rápida do que o que se pensava, está a provocar falhas nos abastecimentos, desde chips para computadores a semicondutores para carros. E sentem-se cá.

A pandemia fez parar o mundo. De um momento para o outro, um vírus empurrou para a segurança das suas casas muitos milhares de milhões de pessoas em todos os continentes. Muitas fábricas pararam, outras reduziram a produção perante a quebra expressiva na procura, que, com o alívio das restrições tem vindo agora a disparar. O regresso ao “normal” — um novo normal — está a ser rápido, assistindo-se a falhas nas cadeias de abastecimento. A mais visível é a dos chips, mas os efeitos sentem-se em vários setores. Tanto lá fora como cá dentro.

A corrida aos computadores portáteis, no ano passado, fruto do ensino à distância, mas também do teletrabalho — que foi durante muito tempo obrigatório em muitos países, como Portugal –, deixou as unidades de produção sob elevada pressão. A procura disparou, sem que a oferta conseguisse dar a resposta que se pedia. A JP Sá Couto, empresa que produziu, há mais de uma década, os computadores “Magalhães”, chegou a castigada por essas falhas, mas é ao setor automóvel que está a ser passada a “grande fatura”.

A indústria automóvel “obrigou” as grandes fabricantes de semicondutores a procurarem quem quisesse chips ao ter deixado de fazer encomendas perante a quebra acentuada da procura por veículos novos em plena pandemia. Quando essa procura recuperou, as gigantes dos chips já não conseguiram satisfazer encomendas, e continuam sem conseguir, também pelo aumento dos contágios com a variante Delta da Covid-19. A Toyota, que durante muito tempo viveu dos “stocks”, já veio admitir que a produção vai cair por faltarem componentes.

"Estamos a aguardar resposta por parte dos fornecedores para voltar a incorporar [o módulo LTE nos modelos da Mercedes]”

Mercedes-Benz Portugal

Fonte oficial

A Volkswagen tem feito os mesmos alertas, sendo que, neste caso, há impacto direto no mercado nacional. A Autoeuropa viu-se forçada a parar a produção por duas vezes já este ano, registando-se uma quebra expressiva no total de unidades produzidas pelo “motor” das exportações nacionais. O regresso de férias poderá ser adiado, atrasando as entregas de carros nos stands, tanto cá como lá fora.

Se em algumas marcas faltam carros, levando a que veículos novos comprados agora possam só chegar em 2022, outras fabricantes alertam os potenciais clientes para os problemas que estão a atravessar. Em Portugal, a Mercedes-Benz está a fazer isso mesmo, apontando para “falhas de abastecimento” de componentes para os seus veículos.

“Devido a falhas de abastecimento, em determinados veículos poderão ocorrer, temporariamente, limitações na disponibilidade do módulo de comunicação (LTE). Isto afeta, em particular, os serviços Mercedes me connect, incluindo o sistema de chamada de emergência (eCall)”, lê-se no site da marca, quando se acede ao configurador dos vários modelos da fabricante alemã.

Contactada pelo ECO, a Mercedes diz que “não está a comercializar unidades sem o LTE”, que é, basicamente, o módulo de 4G que dá capacidade de comunicação de dados aos veículos. “Estamos a aguardar resposta por parte dos fornecedores para voltar a incorporar o mesmo”, acrescenta fonte oficial da marca.

Do espaço aos hambúrgueres em sacos

Os problemas nos fornecimentos de componentes afetam até a SpaceX, de Elon Musk. A empresa norte-americana está a sentir falta de oxigénio líquido, essencial para fazer descolar as suas naves rumo ao espaço, isto porque é grande a procura por oxigénio para tratar doentes hospitalizados com Covid-19.

Há problemas de fornecimento para quem quer ir ao espaço, explorar a Lua ou até Marte, mas sente-se em coisas bem mais simples, como numa simples viagem ao McDonalds. A cadeia de fast food — que no Reino Unido está a sentir falta de batidos e bebidas engarrafadas por causa da pandemia, mas também em resultado do Brexit — está a alertar os clientes para falhas também em Portugal.

Basta abrir a aplicação do restaurante e selecionar “Pedidos Mobile” para se receber de imediato o alerta para um problema de logística que está a afetar algo tão simples como uma caixa em cartão.

“Devido a uma ocorrência logística, o teu pedido Happy Meal poderá ser servido sem caixa ou em saco“, diz a mensagem do McDonalds. Contactada pelo ECO, a cadeia confirma que “durante o mês de agosto, alguns restaurantes McDonald’s não tiveram disponíveis as habituais caixas dos menus Happy Meal, devido a condicionantes externas que impactaram a sua distribuição”.

“A McDonald’s Portugal tem estado em contacto permanente com as equipas e fornecedores nacionais e internacionais, pelo que esta situação, temporária e excecional, se encontra solucionada”, acrescenta.

(Notícia atualizada com a resposta oficial da McDonalds)

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S&P 500 e Nasdaq renovam máximos na véspera do Jackson Hole

Recordes voltaram a ser quebrados em Wall Street, numa altura em que o otimismo perante a pandemia se alia à antecipação do simpósio Jackson Hole.

O dia voltou a terminar com recordes em Wall Street, para o S&P 500 e o Nasdaq, que atingiram máximos históricos no fecho. Os investidores estão de olhos postos no simpósio do Jackson Hole, sendo que há também otimismo em relação à evolução da pandemia e da variante Delta, bem como da taxa de vacinação.

No evento que vai ocorrer a partir desta quinta-feira, os investidores esperam que sejam dadas pistas sobre o calendário de medidas da Reserva Federal norte-americana, nomeadamente o recuo dos estímulos.

O S&P 500 somou 0,22%, para os 4.496,19 pontos e o tecnológico Nasdaq subiu 0,15% para os 15.041,86 pontos, ambos renovando máximos de fecho. Quanto ao Dow Jones, o índice de referência industrial avançou 0,11% para os 35.405,50 pontos.

Os setores que brilharam nesta sessão em Wall Street foram a banca e a tecnologia, mas também algumas cotadas relacionadas com viagens e lazer, beneficiando do otimismo perante a pandemia. A título de exemplo, o Bank of America ganhou 1,62% para os 42,15 dólares e o Facebook subiu 0,79% para os 368,39 dólares.

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