Bloco rejeita dissociar propostas laborais da negociação do Orçamento
O Governo garantiu que as propostas laborais “não têm nada a ver com negociações do OE”, mas o Bloco rejeita dissociar as duas discussões. Catarina Martins diz que "não são questões separáveis".
Reagindo às declarações de Siza Vieira e Mendes Godinho, a coordenadora do Bloco de Esquerda diz que “só pode ser um equívoco”. Para Catarina Martins “as questões do Orçamento não são questões separáveis do concreto das condições de trabalho no país”. Tanto o ministro da Economia como a ministra do Trabalho asseguraram esta sexta-feira que as propostas laborais “não têm nada a ver com as negociações do Orçamento do Estado” para 2022 (OE 2022) com os partidos mais à esquerda.
“Eu julgo que só pode ser um equívoco do ministro da Economia e da ministra do Trabalho“, reagiu Catarina Martins em declarações ao Jornal 2 da RTP2, afirmando que, “como todos sabemos e compreendemos, as questões do Orçamento não são questões separáveis do concreto das condições de trabalho no país”. Esta foi a reação às declarações dos membros do Governo que, quando questionados sobre se esta era uma moeda de troca do OE, asseguraram que as mudanças laborais que estão a ser discutidas “são prioridades do Governo” e “não têm nenhuma relação com o Orçamento do Estado”.
Para a líder do Bloco esta afirmação é “um pouco estranha, extemporânea, não percebo o alcance que tem”. “O Governo não pode basear o seu Orçamento do Estado numa política de recuperação, dizendo que ela assenta muito nos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e em investimentos que vai fazer e, ao mesmo tempo, não querer falar das condições de trabalho que são aquelas que são fundamentais para garantir que os investimentos que são feitos têm a ver alguma coisa com os salários e as condições de vida concretas das pessoas”, argumentou Catarina Martins, assinalando que “já vimos muitos milhões europeus a entrarem em Portugal e a não ficarem para quem trabalha”.
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