Preços do tabaco devem subir até 10 cêntimos por maço
O Governo vai agravar a fiscalidade do tabaco e os preços dos maços podem subir até 10 cêntimos em 2022, segundo as estimativas da Imperial Brands. Empresa aposta agora no tabaco aquecido.
Um agravamento fiscal deverá puxar pelo preço do tabaco no próximo ano, prevendo-se aumentos que poderão chegar aos 10 cêntimos por maço de cigarros. Essa é a estimativa da Imperial Brands, que vende marcas como JB e West, depois de analisar a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022.
Em causa está o agravamento das duas componentes da tributação sobre o tabaco, que vão aumentar 1%, de acordo com a taxa de inflação prevista para 2022. Deste modo, o elemento específico deverá aumentar para 102,01 euros, sendo que este valor incide em cada 1.000 cigarros, ou seja, 50 maços com 20 cigarros cada um.
Quanto ao elemento ad valorem, a outra componente do imposto sobre o tabaco que recai sobre o preço no mercado, a proposta de OE para 2022 prevê que esta componente passe para 14,14%.
Além destas duas componentes e do IVA, que está fixado em 23% sobre o consumo, é aplicado um fator multiplicador que é aplicado quando o preço do tabaco está abaixo do preço médio vendido no ano anterior, para criar um equilíbrio entre as marcas mais baratas e as marcas mais caras. Se há alguns anos o multiplicador era de 104%, este tem vindo a ser reduzido e está agora em 102%.
Contudo, a Imperial Brands manifesta-se contra este imposto adicional: “Acreditamos que este multiplicador não é justo e não cria uma equidade concorrencial entre os diferentes players“, apontou Miguel Simões, diretor da Imperial Brands em Portugal e Andorra, acrescentando que a tabaqueira tem “vindo a lutar” para que este multiplicador “seja abortado ou que não exista”, dado que pode, inclusivamente, promover o contrabando, na ótica da empresa.
Assim sendo, feitas as contas, o agravamento fiscal vai provocar um aumento de preços. “Vai haver um aumento do preço dos cigarros”, disse Miguel Simões, referindo que, “em norma, o que acontece é que é [um aumento ] de 10 cêntimos”, dado que “40% do volume de negócio vem de máquinas de venda” e não é “possível fazer subidas de cinco ou 15”.
O ECO noticiou também em julho que a estampilha dos maços de cigarros vai ficar mais cara em 2022. O preço fixado para a versão não autocolante passa de 0,00454 euros em 2021 para 0,00460 euros em 2022, um acréscimo de 1,32%, enquanto no caso da versão autocolante, mantém-se em 2022 o preço de 0,03283 euros praticado já este ano.
Imperial vai vender tabaco aquecido em Portugal
Apesar deste aumento da carga fiscal sobre o consumo do tabaco, a Imperial Brands garante que o mercado português “continua a ser prioritário”. E quer continuar a investir em território nacional, dado que os fumadores estão abertos a alternativas mais modernas, como é o caso do vaping e do tabaco aquecido, bem como pelo facto de se poder “fazer modelos de negócio piloto para outros mercados da Europa”, sinaliza o responsável.
Nesse sentido, uma das apostas da Imperial para Portugal a “curto prazo” é começar a comercializar tabaco aquecido, dado que a empresa acredita que “o consumidor vai dividir-se em diferentes nichos de consumo da nicotina“. Apesar desta mudança do consumidor, a tabaqueira acredita que os cigarros tradicionais não vão desaparecer. “O tabaco vai continuar a ser uma alternativa ao consumo de nicotina”, resume Miguel Simões.
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