Europa é a única região do mundo com aumento de novos casos de Covid-19

  • Lusa
  • 20 Outubro 2021

Os casos de coronavírus aumentaram na Europa pela terceira semana consecutiva, com cerca de 1,3 milhão de novos casos. Mais de metade dos países da região relatou um aumento nos números.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que houve um aumento de 7% nos novos casos de coronavírus na Europa na semana passada, a única região do mundo onde os novos casos aumentaram.

Na avaliação semanal da pandemia divulgada na terça-feira, a agência de saúde da ONU disse que houve cerca de 2,7 milhões de novos casos de Covid-19 e mais de 46.000 mortes na semana passada, números semelhantes aos relatados na semana anterior. A Grã-Bretanha, Rússia e Turquia foram os responsáveis pela maioria dos casos.

A maior queda nos casos de Covid-19 foi observada em África e no Pacífico Ocidental, onde as infeções caíram 18% e 16%, respetivamente.

O número de mortes em África também diminuiu cerca de um quarto, apesar da escassez de vacinas no continente.

Outras regiões, incluindo as Américas e o Oriente Médio, relataram números semelhantes aos da semana anterior, acrescentou a OMS.

Pela terceira semana consecutiva, os casos de coronavírus aumentaram na Europa, com cerca de 1,3 milhão de novos casos. Mais de metade dos países da região relatou um aumento nos números.

Na semana passada, a Rússia bateu novos recordes diários de casos de Covid-19 e o número de infeções no Reino Unido subiu para níveis não vistos desde meados de julho.

Embora o chefe do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha tenha instado o Governo a introduzir protocolos Covid-19 mais rígidos, incluindo o uso de máscaras e a vacinação mais rápida de crianças, os políticos têm questionado até agora a aplicação de tais medidas.

Na Rússia, as autoridades têm lutado para vacinar a sua população e apenas cerca de 32% das pessoas foram imunizadas, apesar da disponibilidade da vacina Sputnik V. É de longe o país com maior número de mortos na Europa, com mais de 225.000 óbitos.

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Número de desempregados desce para valor mais baixo desde março de 2020

O número de desempregados inscritos no IEFP encolheu 2,5% entre agosto e setembro. Em termos homólogos, a queda é de 12,4%. O número aproxima-se cada vez mais do valor pré-pandemia.

No final de setembro havia 359.148 desempregados inscritos nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Este é o valor mais baixo desde março de 2020 (343.761) e representa a sexta queda mensal consecutiva. Face a agosto, o total de desempregados encolheu 2,5% (-9.256) e, em termos homólogos, a queda é de 12,4% (-51.026).

“Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2020, na variação absoluta, contribuiu o grupo dos que estão inscritos há menos de um ano (-82.029) e, em sentido inverso, constata-se um aumento no desemprego dos indivíduos que permanecem inscritos há um ano e mais (+31.003)”, detalha o IEFP na nota de informação mensal divulgada esta quarta-feira.

Portugal está assim a 15.387 desempregados de alcançar o número pré-crise pandémica, a qual agravou o mercado de trabalho, ainda que não tanto quanto esperado devido aos apoios do Estado, nomeadamente o lay-off simplificado. O pico do número de desempregados no IEFP registou-se em março deste ano, durante o segundo confinamento, num total de 432.851 inscritos.

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Em termos regionais, todas as regiões estão a beneficiar da melhoria do mercado de trabalho, reduzindo o número de desempregados inscritos no IEFP. Porém, há duas que se destacam: o Algarve apresenta uma queda de 23,4% em termos homólogos, o que poderá estar relacionado com a recuperação do turismo, e o Alentejo regista uma diminuição de 18%. Esta tendência já vem dos meses anteriores.

Fonte: IEFP.

Em termos de profissões, a queda também é generalizada, mas há uns que se destacam: é o caso dos operadores e instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (descida de 17,7% dos desempregados), assim como os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (-16,4%).

Desagregando não por grupos profissionais mas por atividade económica, o IEFP confirma também que a descida do número de desempregados é generalizada, sendo mais significativa no caso do alojamento, restauração e similares (-22,8%) — o que confirma a retoma do emprego no setor do turismo –, na indústria do couro e dos produtos do couro (-22,7%), no fabrico do equipamento informático, elétrico, máquinas e equipamentos (-21,8%) e na indústria do vestuário (-21,8%).

Esta redução do desemprego em Portugal aconteceu numa altura em que o desconfinamento prosseguiu graças à elevada taxa de vacinação e o controlo do número de casos e do impacto da doença na atividade hospitalar, o que permitiu acelerar a recuperação económica, sendo expectável um forte crescimento do PIB no terceiro trimestre.

Os números do IEFP mostram que a melhoria do mercado de trabalho tem pernas para continuar uma vez que existem mais ofertas de emprego por satisfazer. São um total de 23.800 ofertas de emprego por preencher em todo o país. São ligeiramente menos ofertas do que em agosto (-1,5%), mas fica 65,3% acima do que se verificada em setembro do ano passado.

Trabalhadores dos serviços continuam a ser dos mais afetados

Os dados do IEFP confirma que, do total de 304.167 desempregados candidatos a novo emprego no final de setembro, a maioria (73,4%) tinha trabalhado no setor dos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (30,2%).

“19,9% eram provenientes do setor ‘Secundário’, com particular relevo para a ‘Construção’ (com um peso relativo de em relação ao 6,1%)”, refere ainda o IEFP, notando que “ao setor ‘Agrícola’ pertenciam 3,9% dos desempregados”.

A análise por grupos profissionais corrobora este panorama: a maioria dos desempregados eram trabalhadores não qualificados (24,3%) e trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção/segurança e vendedores (21,4%). Porém, há uma novidade, com a terceira posição a pertencer aos “especialistas das atividades intelectuais e científicas” (12%), lugar que era anteriormente ocupado pelo pessoal administrativo (11,8%).

(Notícia atualizada às 12h20 com mais informação)

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Clima económico recua. Preços da produção na indústria dispararam 10% em setembro

O indicador que mede o clima económico no país caiu, enquanto a confiança dos consumidores aumentou.

O índice de preços na produção da indústria transformadora disparou 10% em setembro, face ao mesmo período do ano anterior, numa altura em que os preços da energia e de bens intermédios atingem valores elevados, segundo revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os dados publicados esta quarta-feira mostram também que o indicador que mede o clima económico no país caiu, enquanto a confiança dos consumidores aumentou.

Já o índice de preços na produção industrial dos principais países fornecedores da economia portuguesa “apresentou, desde junho de 2020, uma trajetória marcadamente ascendente, situando-se, em agosto, 10,4% acima do índice de agosto de 2020 (variação homóloga máxima da série) e 8,3% acima do registado dois anos antes”, sinaliza o INE.

Por outro lado, a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor manteve-se em 1,5% entre julho e setembro, não registando um crescimento tão expressivo. Pela Zona Euro, a estimativa do índice harmonizado de preços no consumidor “aponta para uma variação homóloga de 3,4% em setembro, a taxa mais elevada desde setembro de 2008”.

Já olhando para o indicador de clima económico, este diminuiu em setembro, “apresentando um comportamento irregular desde julho quando se interrompeu a recuperação observada desde março”, nota o INE. Na Zona Euro, o indicador de sentimento económico aumentou de forma marginal no nono mês do ano, depois de ter diminuído em agosto.

Quanto ao indicador de confiança dos consumidores, registou-se um aumento em agosto e setembro, depois de este indicador ter recuado em julho, aproximando-se dos valores pré-pandemia registados no início de 2020.

Olhando para outros dados disponíveis para o mês de setembro, é possível verificar que o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA apresentou um crescimento homólogo de 10,7%, inferior ao mês anterior (11,9%).

Existe também já informação sobre as vendas de cimento produzido em território nacional, que aumentaram nos dois últimos meses, enquanto as vendas de veículos comerciais, assim como as vendas de veículos pesados, registaram “diminuições homólogas significativas nos últimos três meses”.

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Juros no crédito à habitação batem novo mínimo histórico nos 0,785% em setembro

Taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a descer em setembro, pelo 13.º mês consecutivo. Juros ficaram nos 0,785%, um novo mínimo histórico.

A taxa no crédito à habitação continuou a recuar em setembro, naquele que foi o 13.º mês consecutivo de descida. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o juro implícito continuou abaixo dos 1%, situando-se em 0,785%, o valor mais baixo de sempre.

“A taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 0,785%, valor inferior em 0,7 pontos base (p.b.) ao registado no mês anterior. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi 0,702% (0,689% no período precedente)”, refere o INE.

Para o destino de financiamento de aquisição de habitação — o mais relevante no conjunto do crédito à habitação — a taxa de juro implícita para o total dos contratos recuou para 0,8%, menos 0,7 pontos base face a julho. Na taxa para os contratos celebrados nos últimos três meses, a tendência foi contrária: a taxa aumentou, fixando-se em 0,6979% (0,679% no mês anterior).

Evolução da taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação

Fonte: INE

Já no que diz respeito ao capital médio em dívida, em setembro observou-se uma subida de 219 euros para 57.334 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi de 119.518 euros, mais 1.558 euros do que em junho.

Por outro lado, a prestação média aumentou um euro para 237 euros e, deste montante, 37 euros correspondem a pagamento de juros e 199 euros a capital amortizado. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu sete euros para 311 euros”, remata o INE.

(Notícia atualizada às 11h55 com mais informação)

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PCP acusa Governo de estar mais inflexível nas negociações do OE

O líder parlamentar do PCP diz que, face a anos anteriores, o Governo mostra uma "resistência" maior nas negociações do Orçamento do Estado para 2022.

Após mais uma reunião com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), desta vez com a presença do primeiro-ministro, o PCP mantém as críticas ao Governo e não sinaliza avanços nas negociações. Em entrevista à Antena 1 esta quarta-feira, o líder parlamentar comunista diz mesmo que o Executivo está a ser mais inflexível este ano, face a Orçamentos anteriores, assegura que o partido não está a fazer bluff ao ameaçar o voto contra e reforça a ideia de que não tem medo de eleições legislativas antecipadas.

Não temos uma abordagem diferente da que tivemos nem parece que exista maior exigência da nossa parte. Vemos é uma resistência do Governo que não se aproxima da abordagem que teve em anos anteriores“, disse João Oliveira, argumentando que é a “diferente situação” que o país vive que leva o PCP a apresentar uma longa lista de reivindicações, incluindo “o problema dos salários, das pensões, das creches gratuitas, da habitação”, entre outros.

Sobre a reunião com o Governo, o deputado comunista disse não querer “precipitar uma apreciação” sobre a atitude do Governo, admitindo apenas que foi uma oportunidade para abordar de “forma mais alargada” e com “profundidade” temas que “até agora não tinha sido possível abordar”. Entre estes temas deverá estar a legislação laboral e o Serviço Nacional de Saúde (SNS), por exemplo.

Contudo, ao mesmo tempo, João Oliveira confirma que “o Governo continua a não coincidir com o PCP sobre as soluções concretas” para o país, sinalizando que não houve aproximações. Nem mesmo a agenda para o trabalho digno e o estatuto do SNS, que vão a Conselho de Ministros esta quinta-feira, parece convencer os comunistas: “Se isso não significar compromissos concretos, serve de pouco”, disse João Oliveira, rejeitando “anúncios de intenções” e pedindo “compromissos diretos e claro” ao Governo, tanto “no imediato” como para o futuro.

E o PCP quer que isso aconteça já, não se mostrando disponível para avançar para a especialidade sem garantias: “O quadro em que estamos este ano torna muito difícil ponderar-se a perspetiva de haver uma especialidade do Orçamento se não houver um conjunto de respostas que nesta fase têm de ser dadas com toda a clareza“, explicou João Oliveira, notando que, na sua avaliação, em Orçamentos anteriores “havia alguma abertura inicial que permitia que essas dúvidas fossem esclarecidas na especialidade”. Mas agora “ou há uma clarificação por parte do Governo exatamente sobre o caminho que quer fazer ou é muito difícil que essa hipótese [viabilizar para a fase de especialidade] possa ser colocada”.

PCP não está a fazer “bluff” e não receia eleições antecipadas

O líder parlamentar do PCP reconheceu que “nunca tínhamos admitido essa possibilidade [de votar contra na generalidade]” e que isso resulta daquilo que consideram ser uma “desconsideração e secundarização dos problemas e respostas que o país precisa” por parte do Governo na proposta do OE 2022. “Não usamos as palavras sem pesar aquilo que queremos dizer”, acrescentou, assegurando que não há “bluff” uma vez que “não há ainda uma decisão tomada” sobre o sentido de voto.

Sobre a hipótese de eleições antecipadas perante o chumbo do Orçamento, João Oliveira não mostra preocupação. Não estamos a trabalhar para haver ou deixar de haver eleições e isso nem sequer influencia a nossa decisão”, disse, recusando uma ligação entre a derrota do PCP nas autárquicas e a atitude do partido nas negociações do Orçamento. A quem apela a entendimentos à esquerda por causa da ascensão da direita, o deputado responde que “o perigo da direita fica colocado se não houver resposta aos problemas do país”.

João Oliveira aproveitou esta discussão para mandar críticas ao Presidente da República e a alguns ministros. Tendo Marcelo Rebelo de Sousa colocado em cima da mesa a hipótese de dissolução do Parlamento, o comunista diz que essa foi uma “consideração precipitada” e que é algo “completamente alheio a esta discussão”, o que “descentrou o foco da discussão que estamos a fazer”.

Já sobre os ministros, criticou-os por estar “a fazer discursos sobre eleições em vez de estarem concentrados a procurar soluções para esses problemas”, o que é um “motivo de preocupação” adicional para o PCP. “As nossas propostas não exigem eleições nem as eleições resolvem as nossas propostas”, disse, rematando que “estaremos tanto mais longe de uma crise política quanto mais próximo estivermos da solução dos problemas do país”.

(Notícia atualizada às 11h25 com mais informação)

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Portugal com segunda taxa de inflação mais baixa da UE em setembro

No nono mês do ano, taxa de inflação subiu para os 3,4% na Zona Euro e 3,6% na União Europeia. Em Portugal fixou-se em 1,3%, apenas atrás de Malta.

A inflação, medida através do índice de preços do consumidor, subiu para 3,4% na Zona Euro e para 3,6% na União Europeia (UE) em setembro. Dados publicados esta quarta-feira pelo Eurostat mostram subidas ligeiras face ao mês anterior e aumentos acentuados face ao ano passado. Entre os vários Estados-membros, Portugal destacou-se ao observar a segunda taxa mais baixa: 1,3%.

A taxa de inflação homóloga da Zona Euro foi de 3,4% em setembro, acima dos 3% observados em agosto e bastante acima dos -0,3% observados em setembro do ano passado. Já na UE, a inflação anual foi de 3,6% em setembro face aos 3,2% em agosto e aos 0,3% do ano passado.

Evolução da taxa de inflação nos vários Estados-membros.Eurostat

Numa análise aos vários Estados-membros, Portugal destaca-se entre as taxas mais baixas em território europeu. De acordo com os dados do Eurostat, a inflação portuguesa manteve-se nos 1,3% em setembro, tal como em agosto, o que mostra uma aceleração face aos -0,8% do ano passado.

As taxas anuais mais baixas do índice de preços do consumidor registaram-se em Malta (0,7%), Portugal (1,3%) e Grécia (1,9%), enquanto as taxas mais elevadas observam-se na Estónia e Lituânia (ambas 6,4%) e Polónia (5,6%). Comparando com o mês de agosto, “a inflação anual caiu num Estado-membro [Bélgica], permaneceu estável num país [Portugal] e aumentou em 25”, diz o Eurostat.

Em setembro, o maior contributo para a taxa de inflação anual da Zona Euro veio da energia (+1,63 pontos percentuais), seguida dos serviços (+0,72 pontos percentuais), bens industriais não energéticos (+0,57 pontos percentuais) e alimentos, álcool e tabaco (+0,44 pontos percentuais).

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PE aprova Estratégia do Prado ao Prato com recomendações à Comissão Europeia

  • Lusa
  • 20 Outubro 2021

Os eurodeputados pedem à Comissão para redobrar os esforços para reforçar a posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar, nomeadamente através da adaptação das regras da concorrência.

O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta quarta-feira a Estratégia do Prado ao Prato e recomendou à Comissão Europeia que reforce a posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar.

No relatório aprovado esta quarta-feira com 452 votos a favor, 170 votos contra e 76 abstenções, os eurodeputados avalizaram a Estratégia do Prado ao Prato, sublinhando a importância da produção de alimentos saudáveis, que respeite o bem-estar animal e que permita aos consumidores fazer escolhas mais saudáveis e sustentáveis, de modo a alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu em matéria de clima, biodiversidade, poluição zero e saúde pública.

Os eurodeputados apelam à Comissão para redobrar os esforços para reforçar a posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar, nomeadamente através da adaptação das regras da concorrência, para que estes possam obter uma parte equitativa do valor acrescentado dos alimentos produzidos de forma sustentável.

No relatório, o PE destaca ainda a necessidade de reforçar a sustentabilidade em cada etapa da cadeia de abastecimento alimentar e reafirma que todos – do agricultor ao consumidor – têm um papel a desempenhar.

O hemiciclo recomenda a redução do uso de pesticidas, o incentivo para uma alimentação mais saudável e a diminuição da emissão de gases com efeito de estufa no setor agrícola, entre outras.

Um dos votos contra foi do eurodeputado Álvaro Amaro (PSD) que defendeu que o relatório não deveria ter sido aprovado sem que houvesse uma apreciação prévia, objetiva e científica, do verdadeiro impacto da Estratégia no setor agrícola e nos preços dos produtos.

Segundo um comunicado do eurodeputado, os dados apresentados nos quatro estudos publicados, até à data, sobre esta Estratégia, apontam para “impactos verdadeiramente alarmantes, como, por exemplo, a redução da produção na Europa, uma forte subida dos preços dos produtos agrícolas e o aumento da dependência do estrangeiro para um grande número de produtos agrícolas”.

A Estratégia do Prado ao Prato foi apresentada pela Comissão Europeia em maio de 2020 e o executivo comunitário prepara uma série de propostas legislativas no seu âmbito.

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Facebook está a planear mudar de nome

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

O novo nome, que ainda está no segredo dos deuses, deverá ser anunciado na próxima semana, a 28 de outubro, durante a conferência anual Connect, organizada pela empresa.

O Facebook está a planear adotar um novo nome. A mudança acontece numa altura em que a empresa se encontra na mira de reguladores e legisladores por causa das suas práticas de negócios, revela o The Verge (acesso livre, conteúdo em inglês), com base em fonte próximas.

O novo nome, que ainda está no segredo dos deuses, deverá ser anunciado na próxima semana, a 28 de outubro, durante a conferência anual Connect, organizada pela empresa, embora possa ser revelado antes. Em 2015, a Google fez o mesmo ao reorganizar-se com uma holding chamada Alphabet, em parte para sinalizar que já não era apenas um motor de busca.

Desta vez, o objetivo da mudança é posicionar a empresa como produtora de tecnologia, em particular do metaverso, não se restringindo apenas às redes sociais. “O Facebook está no início de uma jornada para ajudar a construir a próxima plataforma de computação” e “juntamente com outras pessoas e entidades” está “a desenvolver o que é chamado de metaverso: trata-se de um projeto ambicioso que pretende criar espaços virtuais para pessoas que não estão juntas fisicamente se reunirem, através da utilização de tecnologias como a realidade virtual e aumentada”, explica a empresa no início da semana quando revelou que vai criar dez mil novos empregos na União Europeia, nos próximos cinco anos e colocar a região no centro dos seus planos para ajudar a construir o metaverso.

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Pedro Vinagre (EDP Comercial): “A colaboração entre agentes é essencial para o crescimento da mobilidade elétrica”

  • ECO + Montepio Crédito
  • 20 Outubro 2021

A EDP Comercial junta-se ao Montepio Crédito e oferece aos clientes da financeira um carregador doméstico ou um cartão de 500€ para a rede pública. Uma parceria em prol da mobilidade do futuro.

Prevê-se que até 2030 o mercado dos automóveis elétricos venha a representar até 90% das vendas anuais de veículos na Europa. A aposta da mobilidade elétrica é, por isso, inevitável para vários agentes do setor, a começar pelas marcas de automóveis, as empresas de energia e as entidades financeiras.

Nesse sentido, o Montepio Crédito e a EDP Comercial estabeleceram uma parceria que reforça a aposta de ambas no desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal. “A colaboração entre os diferentes agentes de mercado é essencial para o crescimento do ecossistema da mobilidade elétrica. Em conjunto, conseguimos ser mais ágeis num setor que está ainda em fase de crescimento e definição nos diferentes níveis, desde a regulação à tecnologia”, explicou Pedro Vinagre, administrador da EDP Comercial com o pelouro da mobilidade.

Nesta entrevista, Pedro Vinagre fala da importância das parcerias e da estratégia da EDP Comercial para a transição energética, as soluções de carregamento para veículos elétricos que disponibiliza e os desafios que ainda há pela frente no desenvolvimento da mobilidade do futuro.

A sustentabilidade faz parte do ADN” da EDP e recentemente, a empresa comprometeu-se a investir 24 milhões de euros na transição energética até 2025. Qual é a estratégia definida pela EDP Comercial para desenvolver a mobilidade elétrica?

O grupo EDP, que atualmente está presente em 22 países, pretende liderar a transição energética e ter um papel relevante no combate às alterações climáticas. Foi por isso que, no início deste ano, anunciou um compromisso de investir 24 mil milhões de euros na transição energética, que inclui a duplicação da capacidade de produção de energia solar e eólica, o investimento em redes cada vez mais inteligentes e o reforço das soluções sustentáveis para os nossos clientes. É neste último campo que se enquadra a estratégia da EDP para a mobilidade elétrica. Estamos a desenvolver esta área em Portugal, Espanha e Brasil e, no caso português, fomos a empresa número 1 em crescimento no número de novos pontos instalados e em operação na rede pública em 2020. Já este ano, atingimos logo em maio a nossa meta para 2021 de ter mil pontos contratados para a rede pública, dos quais cerca de 650 já estão disponíveis aos utilizadores, em 90 municípios.

Este investimento, quer na expansão da rede pública, quer na oferta para carregamento privado, para clientes particulares e empresariais, e na procura pelas melhores soluções para a experiência dos utilizadores de veículos elétricos, permite-nos ajudar a endereçar o impacto que a mobilidade tradicional tem no planeta, nomeadamente através da redução significativa das emissões de CO2.

Qual tem sido a grande aposta da EDP Comercial em termos de serviços de mobilidade elétrica?

A EDP tem reforçado o seu compromisso na mobilidade elétrica com a aposta contínua em inovação e na apresentação de soluções adequadas às necessidades crescentes deste setor.

É essencial que a população tenha informação relevante e atual sobre a mobilidade elétrica, para que possa tomar as melhores decisões – desde a escolha do veículo que melhor se adequa a cada necessidade, à decisão de soluções de carregamento cada vez mais práticas e em localizações convenientes aos condutores.

Assim, a EDP Comercial tem trabalhado em várias frentes, disponibilizando as melhores soluções para o carregamento em casa ou no trabalho, fazendo crescer de forma significativa os pontos de carregamento na rede pública, desenvolvendo parcerias com marcas automóveis ou locadoras e, ainda, trabalhando em soluções digitais cada vez mais inovadoras, de forma a permitir uma experiência integrada, fácil e conveniente.

“É essencial que a população tenha informação relevante e atual sobre a mobilidade elétrica, para que possa tomar as melhores decisões”, refere Pedro Vinagre, administrador da EDP Comercial com o pelouro da mobilidade.

Que soluções de carregamento de veículos elétricos têm hoje disponíveis e em que quantidade (postos públicos e privados)?

A gama de soluções da EDP Comercial tem carregadores para os diferentes momentos e necessidades dos utilizadores – em casa, seja uma moradia ou uma garagem partilhada num condomínio; numa empresa ou na rede pública.

Seja qual for o local, temos soluções com potências entre 3,7kW a 22kW para o carregamento em casa ou no trabalho, e carregadores ultrarrápidos, rápidos e normais na rede pública, que respondem aos vários perfis e necessidades destes condutores.

Com três anos de investimento na mobilidade elétrica, contamos com mais de 1.100 pontos em operação ou desenvolvimento na rede pública, de Norte a Sul do país e nas ilhas e lideramos o consumo de energia na rede pública com cerca de 33 mil cartões CEME emitidos. Estas soluções estão instaladas em localizações cada vez mais diversificadas, como espaços comerciais, parques de estacionamento, zonas de restauração, espaços de desporto, hospitais, hotéis, áreas de serviço em estradas de grande circulação e autoestradas, entre outros.

Para além de encontrarem na EDP Comercial as soluções ajustadas às suas necessidades, com diversas formas de pagamento ou na modalidade as a service no setor empresarial, os nossos clientes de mobilidade elétrica em casa ou com cartão Mobilidade Elétrica EDP para carregamentos na rede pública utilizam eletricidade 100% verde.

A EDP Comercial conta com mais de 1.100 pontos de carregamento em operação ou desenvolvimento na rede pública, de Norte a Sul do país e nas ilhas.

O setor dos automóveis elétricos está em franco crescimento e surgem inovações todos os anos. Quais são os principais desafios e oportunidades associados hoje à mobilidade elétrica?

O paradigma da mobilidade está a mudar e não podemos perder esta oportunidade para testar a nossa flexibilidade, desafiar os nossos hábitos e reinventar o futuro deste setor. As grandes tendências apontam para uma mobilidade do futuro que, para além de elétrica, será conectada, partilhada e autónoma. É da responsabilidade dos diversos agentes, públicos e privados, responder de forma ativa e em colaboração, para garantir uma transição justa para um futuro mais sustentável. A EDP tem vindo a fazer o seu trabalho, com um compromisso claro com a descarbonização e um posicionamento de liderança na eletrificação e na mobilidade elétrica.

Têm em curso uma parceria com o Montepio Crédito, no âmbito do projeto Eco Financiamento. Em que consiste a parceria?

A parceria entre o Montepio Crédito e a EDP Comercial permite que, no momento da contratualização de um financiamento de viaturas eletrificadas, os clientes tenham acesso a uma solução de carregamento adaptada às suas necessidades, podendo optar entre uma solução de carregamento para casa ou por um cartão de carregamento para a via pública. Se optarem pela solução de carregamento para casa, vão ter à disposição um equipamento com potência ajustável entre os 3,7kW e os 22kW, que permite carregar a viatura com a segurança e rapidez que uma tomada convencional não consegue oferecer, podendo ainda aderir ao plano de Mobilidade Elétrica, que inclui eletricidade 100% verde para a casa do cliente e um desconto de 20% na energia consumida à noite, durante 24 meses. Se, de forma alternativa, optarem pelo cartão de carregamento na via pública, Cartão CEME EDP Comercial, este vem pré-carregado com 500 euros em eletricidade 100% verde, que pode permitir realizar até cerca de 20.000 km.

A parceria com o Montepio Crédito prevê a disponibilização de uma solução de carregamento para casa com potência ajustável entre os 3,7kW e os 22kW ou um cartão de carregamento para a via pública no valor de 500€.

Qual considera ser a importância de estabelecer este tipo de parcerias para o desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal?

A colaboração entre os diferentes agentes de mercado é essencial para o crescimento do ecossistema da mobilidade elétrica. Em conjunto, conseguimos ser mais ágeis num setor que está ainda em fase de crescimento e definição nos diferentes níveis, desde a regulação à tecnologia.

A EDP Comercial tem estabelecido parcerias com diferentes entidades: ao nível do carregamento público, têm sido essenciais no crescimento da rede e na identificação de localizações estratégicas e convenientes para os utilizadores. Também as marcas automóveis e as locadoras ocupam um papel ativo na disponibilização das soluções de carregamento da EDP Comercial no momento da compra de um veículo ou frota elétrica, garantindo que, desde o momento da compra, os utilizadores de veículos elétricos têm toda a informação necessária para tomarem as melhores decisões relativamente às soluções mais adequadas para os seus padrões de mobilidade.

De acordo com dados da Transport & Environment (T&E), Portugal é dos maiores compradores de veículos elétricos e híbridos na Europa. Ao mesmo tempo, é um dos países com menos incentivos à compra. Como prevê a evolução nos próximos 10 anos?

Os incentivos à compra de veículos elétricos são importantes nesta fase de arranque, mas não podemos estar dependentes deles para garantir a eletrificação dos transportes.

A venda de veículos elétricos (ligeiros de passageiros) em Portugal, acima dos 16%, é um dos fatores indicativos da maturidade do mercado português, mesmo com incentivos mais baixos do que noutros países europeus e demonstra que os portugueses reconhecem as vantagens evidentes da mobilidade elétrica não só para o ambiente, mas também os fatores económicos associados ao longo dos anos de utilização das viaturas e, também, a condução mais silenciosa e suave.

Se olharmos a nível europeu, os sinais de mudança também são claros: em agosto, a venda de veículos elétricos novos ultrapassou pela primeira vez a venda de veículos a diesel, num sinal claro de comprometimento com este mercado.

Mas, para além dos incentivos, a promoção da mobilidade elétrica também se faz de outras formas, nomeadamente com a aposta no crescimento da rede pública e privada. Por fim, seja por força da exigência regulatória incentivada pelos fatores ambientais ou pela viabilidade económica, os veículos elétricos deverão ganhar cada vez mais quota de mercado, sendo esperado que até 2030 venham a representar até 90% das vendas anuais de veículos na Europa. A manutenção de incentivos à compra num cenário com quotas de mercado tão elevadas tem de se mostrar sustentável e com o menor impacto concorrencial possível.

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Catarina Graça é a nova diretora de recursos humanos da Claranet Portugal

A profissional assume a liderança dos RH num período de grande crescimento da empresa, que já conta com mais de 800 profissionais.

Catarina Graça é a diretora de recursos humanos da Claranet Portugal.

Catarina Graça vai passar a desempenhar funções de diretora de recursos humanos da Claranet Portugal, fornecedor de tecnologias de informação e especialista em soluções de cloud, security e workplace. A profissional assume o cargo num período de grande crescimento da empresa, que conta com mais de 800 profissionais.

“Com uma experiência de mais de uma década na área dos RH, Catarina Graça transita do Grupo SIBS — onde desempenhava funções semelhantes –, registando ainda passagens por empresas do setor do grande consumo como a Sumol+Compal e a Danone”, lê-se em comunicado.

A nova diretora de recursos humanos da Claranet iniciou a sua carreira na área das tecnologias da informação como software developer e product manager na Neurónio, assumindo depois a responsabilidade pela área de desenvolvimento organizacional de RH na Altran.

Catarina Graça possui uma licenciatura em engenharia da linguagem e do conhecimento pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, contando com uma pós-graduação em comunicação organizacional pela Universidade Católica.

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Energia: Von der Leyen pede “verdadeiro trabalho de equipa europeu”

  • Lusa
  • 20 Outubro 2021

"O que precisamos no caminho para o futuro é de um verdadeiro trabalho de equipa europeu", disse a presidente da Comissão Europeia, referindo-se à escalada de preços da energia.

A presidente da Comissão Europeia assumiu esta quarta-feira que a União Europeia (UE) é atualmente demasiado dependente das importações de gás e apelou a um “verdadeiro trabalho de equipa” dos 27 para tornar a Europa mais resiliente no domínio energético.

Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Ursula von der Leyen focou a sua intervenção num dos principais pontos na agenda dos líderes, “particularmente importante para os cidadãos”, a atual escalada dos preços da energia.

“Deixem-me começar com dois factos simples. Primeiro facto: os preços do gás são cíclicos, e são fixados pelos mercados globais. Mas devido ao aumento do preço do gás, muitas famílias estão a sentir dificuldades para conseguir pagar as contas e as empresas estão em risco de fechar. Segundo facto: a energia solar é hoje dez vezes mais barata de produzir do que há 10 anos, e mesmo a energia eólica – que é, por definição, mais volátil – é hoje 50% mais barata do que há uma década”, começou por referir.

Segundo a presidente do executivo comunitário, “estes dois factos mostram que a transição para a energia limpa não é apenas vital para o planeta”, mas também para a economia europeia e para a capacidade de resistência aos choques de preços da energia.

Von der Leyen reforçou que este é um fenómeno global – “na verdade, os preços na Ásia são ainda mais elevados do que aqui na Europa”, assinalou -, apontando que “a economia global recupera da pandemia e a procura de energia está a aumentar em todo o mundo”, sendo que “um inverno invulgarmente longo e frio foi seguido por um verão invulgarmente quente e seco em todo o hemisfério norte”, pelo que “o mundo inteiro é afetado, independentemente das políticas energéticas e climáticas dos países ou da conceção do mercado de eletricidade”.

No entanto, admitiu que “existe algo específico da situação europeia”, já que, embora a empresa russa Gazprom tenha honrado os seus contratos a longo prazo com a UE, “não respondeu a uma maior procura como nos anos anteriores”.

“Hoje em dia, a Europa é demasiado dependente do gás e demasiado dependente das importações de gás. Importamos 90% do gás que consumimos. E isto torna-nos vulneráveis. A resposta tem a ver com a diversificação dos nossos fornecedores. Mas também manter o papel do gás natural como combustível de transição e, crucialmente, com a aceleração da transição para a energia limpa”, afirmou então.

Sustentando que “o Pacto Verde Europeu é, a médio e longo prazo, um pilar da soberania energética europeia no século XXI”, Von der Leyen reconheceu que os cidadãos europeus “também esperam, e com razão, respostas rápidas”, elencando então algumas medidas que podem ser implementadas num horizonte de curto prazo, designadamente reduções nos impostos sobre a energia, algo que já está a ser feito por 20 Estados-membros, além de apoios possíveis ao abrigo das atuais regras comunitárias.

No médio e longo prazo, reiterou que a Comissão “atuará em cinco áreas cruciais”, desde o reforço da supervisão dos mercados do gás e do carbono, para pôr fim à especulação, a uma avaliação do mercado da eletricidade, passando por “contactos com fornecedores de gás estrangeiros”, como a norueguesa Equinor.

Vamos analisar a questão do armazenamento de gás. Não existe atualmente um quadro europeu para reservas estratégicas de gás como o que temos para o petróleo. Poderíamos preparar-nos melhor, por exemplo, testando regularmente as nossas capacidades de armazenamento e resposta. Iremos também explorar o potencial da aquisição conjunta de gás, possivelmente numa base voluntária. Poderíamos beneficiar de economias de escala no mercado se uníssemos forças a nível europeu. Mais uma vez, uma abordagem europeia comum pode ter um efeito de alavancagem positivo”, disse.

Por fim, argumentou que esta crise mostra que a UE precisa “de mais rapidez no investimento em energias renováveis”, pois estas constituem não só “um seguro contra o aumento dos preços da energia”, como “também ajudam a reduzir a dependência das importações”. “O que precisamos no caminho para o futuro é de um verdadeiro trabalho de equipa europeu”, concluiu.

Portugal é um dos seis Estados-membros da União Europeia que já avançou com medidas de apoio para enfrentar a crise energética após orientações da Comissão Europeia para travar a escalada de preços, disse na terça-feira à Lusa fonte comunitária.

Dias depois de Bruxelas ter apresentado uma “caixa de ferramentas” com eventuais medidas que os países poderiam adotar para aliviar os cidadãos numa altura em que os preços da luz e do gás atingem máximos, fonte comunitária revelou à Lusa que, até ao momento, 15 Estados-membros informaram estar a tomar ou a planear ações.

Entre os países que já adotaram medidas estão Portugal, Espanha, Grécia, França, Itália e Eslovénia. Este será um dos temas fortes da cimeira de chefes de Estado e de Governo que tem início na quinta-feira em Bruxelas.

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Mandato da comissão responsável pela Reforma da Saúde Pública prorrogado por mais um ano

Comissão para a Elaboração da Proposta de Reforma da Saúde Pública foi criada no ano passado, no âmbito da pandemia. Agora, Governo estende mandato por mais um ano.

Em fevereiro do ano passado, pouco antes de a pandemia aparecer no país, o Governo criou uma comissão que ficaria responsável por elaborar uma proposta de Reforma de Saúde Pública. Nessa altura, ficou previsto que o mandato dessa equipa durasse apenas um ano, mas o Executivo decidiu estender esse prazo por mais um ano, conforme se lê no despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República.

“Subsistindo a necessidade de dar continuidade e aprofundar os trabalhos já realizados, revela-se adequado prorrogar o mandato da Comissão para a Elaboração da Proposta de Reforma da Saúde Pública e sua implementação por mais um ano”, lê-se no documento assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

No ano passado, em fevereiro, o Governo criou esta comissão com o objetivo de elaborar uma proposta de Lei da Saúde Pública, analisar a legislação com implicações nos serviços de saúde pública e promover uma avaliação e monitorização dos recursos humanos e suas necessidades na área de saúde pública, lê-se no despacho publicado a 20 de fevereiro do ano.

Esta equipa é composta por um coordenador (Mário Neves, médico), um grupo operacional com 19 elementos e um grupo consultivo com representantes de dez entidades, tais como a Direção-Geral de Saúde (DGS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e vários departamentos de saúde pública das diversas administrações regionais de saúde (ARS).

O despacho de hoje produz efeitos desde o dia 20 de fevereiro de 2021, ou seja, o mandato desta comissão vai durar até fevereiro de 2022.

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