Créditos de famosos do Novobanco vendidos ao fundo Deva

Carteira Harvey tinha nomes de grandes devedores como o Grupo Lena e a Urbanos de Alfredo Casimiro e um valor inicial de 640 milhões. Novobanco vendeu créditos tóxicos ao fundo Deva.

O Novobanco decidiu vender uma carteira de crédito malparado de cerca de duas dezenas de grandes devedores ao fundo Deva, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Em causa está o chamado “Projeto Harvey”, que o banco liderado por António Ramalho colocou no mercado no verão, e que incluía (na versão inicial) dívidas de clientes conhecidos do grande público, como a construtora Grupo Lena (180 milhões de euros) e a Urbanos de Alfredo Casimiro (nove milhões de euros).

Esta carteira tinha inicialmente o valor contabilístico bruto de 640 milhões de euros (sem contar com imparidades), mas o perímetro final terá sido alterado por decisão do Fundo de Resolução, ao abrigo dos poderes que lhe foram conferidos no âmbito do acordo de capital contingente.

O Jornal Económico avançou na semana passada que o crédito concedido ao construtor José Guilherme terá sido retirado desta carteira. A dívida do empreiteiro que ficou conhecido pela “liberalidade” de 14 milhões a Ricardo Salgado, antigo presidente do BES, ascendia a 200 milhões de euros, segundo a auditoria especial da Deloitte.

A Deva apresentou-se a este processo com a Arrow, que deverá ser o servicer deste portefólio, isto é, ficará com a gestão destas dívidas. Este consórcio venceu a corrida à Davidson Kempner, que, como o ECO já avançou, acabou de entrar em negociações exclusivas com um conjunto de bancos para comprar uma carteira de hotéis de luxo em Portugal, entre outros ativos imobiliários, que estavam a ser geridos pela sociedade ECS. O negócio estará avaliado em 900 milhões.

O Novobanco não quis comentar esta operação. Além do Harvey, o banco tem outro processo de malparado em curso: o chamado “Projeto Orion”, que tem o valor facial de cerca de 200 milhões de euros.

Estas vendas de carteiras de NPL (non performing loans) inserem-se na estratégia de redução do rácio de malparado para níveis abaixo de 5% nos próximos anos. Este indicador atingiu os 7,3% em setembro — chegou a ter 33% de rácio de NPL. Depois de anos de prejuízos milionários, a instituição leva lucros de 159 milhões de euros até setembro, com António Ramalho a destacar o “virar de página” rumo a uma rota de crescimento e resultados positivos.

Além do Novobanco, outras instituições também estão no mercado a vender carteiras de créditos em situação de incumprimento. O Banco Montepio colocou à venda o “Projeto Gerês”, no valor de 265 milhões e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) acabou de vender o “Projeto Mercury”, no valor de 130 milhões, ao fundo CRC.

De acordo com um relatório da Prime Yield, os bancos nacionais vão vender 3,5 mil milhões de euros em crédito malparado em 2021, o triplo do valor vendido no ano passado, mas ainda abaixo dos níveis registados antes da pandemia.

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Benfica encaixa mais 12,4 milhões e passa na Champions

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2021

Benfica vence o Dinamo de Kiev e passa aos oitavos de final da Champions, também com a ajuda do Bayern que ganhou ao Barcelona.

O Benfica garantiu o apuramento para os oitavos de final da Liga dos campeões em futebol, depois de vencer o Dínamo Kiev, por 2-0, na sexta jornada do grupo E, beneficiando de uma ‘ajuda’ do Bayern Munique, encaixa mais 12,4 milhões de euros.

No estádio da Luz, os ‘encarnados’ fizeram a sua parte e triunfaram, com golos do ucraniano Roman Yaremchuk, aos 16 minutos, e do brasileiro Gilberto, aos 22. No outro jogo do grupo, os alemães do Bayern Munique venceram o FC Barcelona, por 3-0, o que permitiu à equipa portuguesa ultrapassar os catalães.

Com estes resultados, o Bayern Munique, que venceu todos os jogos, termina em primeiro, com 18 pontos, com o Benfica em segundo com oito, o FC Barcelona, que segue para a Liga Europa, em terceiro com sete, e os ucranianos do Dínamo Kiev em quarto com um.

Também hoje, no grupo G, os franceses do Lille, em primeiro, e os austríacos do Salzburgo, em segundo, garantiram o apuramento para os ‘oitavos’, existindo ainda uma vaga por atribuir no grupo F, ganho pelo Manchester United, pois o jogo entre a Atalanta e o Villarreal, equipas que estão a lutar pelo segundo posto, foi adiado devido à neve.

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Grupo Aviva conclui saída dos mercados Itália e Polónia

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2021

Considerados ativos não estratégicos para a seguradora britânica, os desinvestimentos têm como contrapartes adquirentes a CNP Assurances em Itália e, na Polónia, o grupo Allianz.

A Aviva plc concluiu o processo de venda da restante operação de seguros de Vida em Itália à francesa CNP Assurances, por um montante de 543 milhões de euros (cash), completando o desinvestimento e a saída do mercado italiano.

Nas últimas 24 horas, concluímos as vendas da Aviva Polónia e da operação em seguros de Vida em Itália. São passos importantes, uma vez que simplificámos radicalmente a Aviva. Não tenho dúvidas de que ambas as empresas vão prosperar com a excelência dos novos proprietários, a quem desejo e a todas as equipas todo o sucesso futuro.,” disse Amanda Blanc, CEO do grupo Aviva plc.

A transação dos ativos italianos foi inicialmente anunciada em março de 2021 e inclui 51% de participação na Aviva SpA e 100% do capital social da Aviva Life SpA. Além destas duas companhias, o montante pago pela CNP engloba cerca de 93% do capital da Aviva Italia Servizi, empresa que fornece serviços de apoio às duas seguradoras de Vida alienadas pela britânica. Com a conclusão da venda, a Aviva SpA, onde o grupo UniCredit detém os outros 49%, passará a designar-se CNP Vita Assicura.

Allianz completa compra da Aviva Polónia por 2,5 mil milhões

A Allianz – que através da subsidiária italiana já havia adquirido a operação local de seguros gerais do grupo britânico (Aviva Italia SpA) – também concluiu o processo de compra das atividades da Aviva no mercado polaco (Aviva Poland), em cujo perímetro se incluem interesses (no ramo Vida) na Lituânia.

A venda da totalidade do capital da Aviva Poland (seguros Vida e Não Vida) foi concluída por valor aproximado de 2,5 mil milhões de euros, seja 2,4 mil milhões mais dividendos pagos em 2021 e outras rubricas. A transação inclui atividades no setor de pensões e gestão de ativos, além de 51% que a Viva detinha empresas conjuntas de bancassurance com o Santander Bank Polska, detalha o grupo germânico.

Com a compra dos ativos da Aviva, o grupo alemão torna-se 2º no ranking polaco do ramo Vida e nº5 no ranking geral na Polónia por volume de prémios emitidos em 2020, indica a Allianz.

Com a nomeação de Amanda Blanc, no verão de 2020, para a liderança executiva da Aviva, o programa de desinvestimentos do grupo acelerou. Desde então, a Aviva Plc encaixou cerca de 8,8 mil milhões pela venda de operações não estratégicas (França, Itália, Polónia, Singapura, Vietname). O grupo segurador britânico elegeu o Canadá, Reino Unido e Irlanda como os seus mercados estratégicos para o futuro.

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Allianz quer segurar condutores e estafetas Uber e Uber Eats

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2021

Condutores e couriers Uber e Uber Eats acederão a compensação para perda de rendimento em resultado de acidentes durante deslocações de serviço, cobertura de ferimentos e ou hospitalização.

Sirma Boshnakova, CEO da Allianz Partners: “Esforçamo-nos por assegurar o futuro dos nossos clientes e parceiros, e dar-lhes a coragem para o que está para vir…,”.

A Allianz Partners, especialista em soluções de assistência do grupo Allianz, assinou uma parceria com a plataforma global de transporte e entregas ao domicílio, fornecendo coberturas ao Uber’s Partner Protection, programa que abrange motoristas e mensageiros (estafetas) independentes que utilizam as aplicações Uber e Uber Eats em 23 países europeus.

O programa da Allianz na proteção de parceiros Uber entra em vigor a 1 de janeiro de 2022, assegurando coberturas e um plano de benefícios que inclui compensações por perda de rendimento em resultado de acidentes que ocorram durante as deslocações dce serviço, cobertura de ferimentos e ou hospitalização.

“Como parceiro líder mundial dos operadores da mobilidade, estamos muito orgulhosos de trabalhar com Uber para nos tornarmos o maior fornecedor de seguros de proteção de trabalhadores parceiros de plataformas na Europa. A pandemia da COVID tem demonstrado uma aceleração no papel essencial dos condutores e couriers, e a necessidade de soluções de seguros à medida. Na Allianz, esforçamo-nos por assegurar o futuro dos nossos clientes e parceiros, e dar-lhes a coragem para o que está para vir…,” disse Sirma Boshnakova, CEO da Allianz Partners.

Ao abrigo do protocolo celebrado com a subsidiária do grupo Allianz, os colaboradores da Uber (motoristas e estafetas Uber e Uber Eats) poderão aceder também, por conta da Uber, a benefícios e prestações fora das deslocações em serviço, tais como subsídio de doença, por período de 15 dias, prestações de maternidade/paternidade e compensações de impedimento por eventual convocatória, por exemplo, para audições judiciais.

A Uber foi pioneira, em 2017, na implementação de um Programa de Parceiros, desenhado especificamente para responder às necessidades dos condutores independentes e estafetas (couriers) que se inscrevem na app da Uber para aceder à oportunidade de obter um rendimento flexível. Os benefícios do programa de parceiros Uber são de acesso automático para todos os parceiros independentes que preencham os requisitos de elegibilidade para colaborarem com a plataforma global.

Karl Gray, Head of Insurance da Uber na região EMEA complementou: “Estamos entusiasmados por alargar a nossa parceria com a Allianz Partners para assegurar o nosso programa de Proteção de Parceiros aos motoristas e estafetas de toda a Europa, proporcionando-lhes a tranquilidade de segurança e proteção adicionais (…). Esperamos estar a encorajar o setor a possibilitar proteções para os trabalhadores, independentemente da aplicação em que escolham trabalhar”.

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ASF alerta para ameaças pós-Covid ao setor segurador

  • ECO Seguros
  • 8 Dezembro 2021

Adiamento de diagnósticos ou agravamento de doenças devido ao confinamento, desemprego, menores rendimentos, incerteza quanto às moratórias bancárias. O supervisor dos seguros está a avisar o mercado.

Um documento agora apresentado pela ASF, a entidade de supervisão do setor dos seguros e fundos de pensões, antecipa “um cenário mais gravoso em determinadas classes de negócios” das companhias de seguros. A apreensão quanto ao futuro próximo está exposta no Relatório que é o 16º reporte ao Mercado sobre a Aplicação das medidas previstas no decreto-lei nº20 -F/2020, com impacto nos Consumidores, que abrange todo o período entre 13 de maio de 2020 e 30 de setembro de 2021.

Segundo o supervisor, apesar de as estimativas para 2021 apresentarem sinistralidades alinhadas com o ano anterior e os resultados previstos serem favoráveis às seguradoras, o atual contexto apresenta desafios pela dificuldade das companhias em captar novo negócio e pelo aumento da sinistralidade prevista para os próximos anos. A ASF realça “os efeitos do confinamento no ramo doença (saúde) nomeadamente pelo adiamento ou agravamento da situação clínica e subsequente aumento de custos”.

Também a crise pandémica do início deste ano trouxe novidades negativas, “comprometeu as estimativas apresentadas pelas empresas de seguros”, afirma a ASF neste relatório, destacando como ameaças à atividade das seguradoras “a evolução dos mercados financeiros, o aumento do desemprego, o menor rendimento disponível da população, a incerteza quanto ao tratamento das moratórias associadas ao crédito bancário e o impacto na economia empresarial”.

Ressalvando que o mercado segurador aplicou medidas que asseguram simultaneamente “a solvência financeira e a proteção dos dos tomadores de seguros, segurados e beneficiários”, o supervisor alerta que os resultados futuros das seguradoras “podem ainda vir a ser penalizados por eventuais estimativas desajustadas dos atuais custos com sinistros”, uma vez que “é expectável que as consequências da pandemia Covid-19 no setor segurador só possam ser adequadamente aferidas no médio e longo prazo”.

Fase crítica Covid-19 com contas fechadas: Seguradoras perderam 150,1 milhões

O 16º reporte ao Mercado sobre a Aplicação das medidas previstas no decreto-lei nº20 -F/2020, com impacto nos Consumidores, agora apresentado, abrange todo o período entre 13 de maio de 2020 e 30 de setembro de 2021 e resulta num balanço final da situação pandémica na atividade seguradora.

Para a ASF a primeira fase da crise decorreu entre o estado de emergência de 19 de março a 2 de maio e deu origem a alterações contratuais por iniciativa de algumas seguradoras como a criação de bónus de renovação em caso de ausência de sinistros ou devolução de prémios já cobrados. A segunda fase coincidiu com o decreto lei 20-F de/2020 de 12 de maio, considerado o grande diploma que regeu os seguros na fase pandémica, estabelecendo o que ficou conhecido como a “moratória dos seguros”.

Com o fim da vigência do regime excecional em 30 de setembro deste ano, a ASF faz agora o balanço final dos impactos das medidas nos contratos de seguros. O supervisor ressalva que não inclui medidas que as seguradoras tomaram de sua livre iniciativa não enquadradas pelo decreto lei. Também salienta que as medidas previstas não tinham caráter universal, necessitava de ação por parte dos tomadores de seguros a solicitar o exercício dos direitos o que nem sempre aconteceu. Finalmente, as medidas que refletiam redução ou fracionamento dos prémios não se aplicavam a todas as atividades, mas unicamente às que se encontravam suspensas ou com atividade substancialmente reduzida e aos estabelecimentos encerrados como decorrência das medidas de saúde pública adotadas.

A ASF calcula, assim, que as medidas implementadas pelas seguradoras tiveram um custo de 151,8 milhões de euros resultantes da devolução de 78,1 milhões de euros em prémios. O supervisor também releva um aumento dos custos com sinistros de 35,9 milhões de euros, resultante de despesas acrescidas com o alargamento das coberturas nomeadamente no seguro de saúde e das medidas de caráter social dos operadores como doações a instituições nas áreas da saúde, cultura ou de cariz humanitário.

Do ponto de vista empresarial, as seguradoras viram-se obrigadas a reforçar as suas provisões para fazer face a riscos, a taxa de sinistralidade (compara custos com sinistros com volume de prémios) de 62,8% quando teria sido de 60,4% sem mediadas extraordinárias e o resultado técnico das companhias de seguros que foi de 325,3 milões de euros quando, sem as medidas relacionadas com a pandemia, poderia ter sido de 477,1 milhões.

Estes resultados correspondem ao envolvimento de 10,7 milhões de apólices abrangidas pelo decreto lei 20-F/2020 e postas em prática.

Os contratos abrangidos foram:

Pode ver aqui o 16º reporte da ASF ao Mercado sobre a Aplicação das medidas previstas no decreto-lei nº20 -F/2020, com impacto nos Consumidores .

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Preço do carbono na UE pode atingir os 100 euros este ano

  • ECO
  • 8 Dezembro 2021

O valor de referência do carbono no bloco comunitário atingiu máximos históricos esta quarta-feira, superando os 90 euros por tonelada.

O preço do carbono na União Europeia poderá atingir os 100 euros por tonelada até final do ano, segundo preveem os analistas, e isto depois de um disparo de 50% desde o início de novembro para níveis recorde à boleia do aumento do preço do gás.

O valor de referência do carbono no bloco comunitário atingiu máximos históricos esta quarta-feira, superando os 90 euros por tonelada.

O sistema de comércio de licenças de emissão, que estabelece os limites para a emissão de dióxido de carbono por parte das indústrias, empresas de energia e companhias áreas, tem um papel decisivo para aquilo que é a estratégia da União Europeia para reduzir as emissões de gases de efeito de estudo em 55% dos níveis de 1990 até 2030.

Os economistas sondados pela Reuters consideram que este mecanismo precisa de preços de cerca de 90 euros por tonelada para encorajar as empresas a mudarem-se para combustíveis limpos e tecnologias que cortem as emissões para níveis em linha com os objetivos do acordo climático de Paris, em 2015.

Os operadores de mercado e analistas acreditam que o preço poderá subir mesmo para os 100 euros, perante o aumento do preço do gás e com o fim de contratos de opções, fatores que podem encorajar um maior uso de centrais de carvão, que precisam comprar mais licenças de carbono por conta das suas emissões mais altas.

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Bloco e Ana Gomes exigem fim imediato do SIFIDE e da “vergonha” dos “vistos Gold”

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2021

Catarina Martins considera que mecanismos como o SIFIDE "beneficiem quem mais tem". Ana Gomes disse que os vistos Gold são uma prática "vergonhosa" que "facilita a fraude".

O Bloco de Esquerda e a ex-candidata presidencial Ana Gomes exigiram o fim do SIFIDE (Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Empresarial), por ser fonte de “borlas” fiscais, e dos “vistos Gold” em Portugal.

Estas posições foram transmitidas pela coordenadora bloquista, Catarina Martins, pela eurodeputada Marisa Matias, e pela ex-dirigente socialista Ana Gomes, durante uma conferência promovida pelo Bloco de Esquerda sobre combate à corrupção, que decorreu na Casa do Alentejo, em Lisboa.

“Na atual versão, [o SIFIDE] atribui um desconto em IRC que pode chegar a 82,5% das despesas realizadas pelas empresas em investigação e desenvolvimento, incluindo participações em fundos de investimento chamados fundos de capital de risco. No entanto, durante quase todo o tempo de vigência deste regime, as regras não obrigavam a qualquer investimento real em investigação, mas apenas à compra de participações num fundo que tivesse um nome catita”, referiu Catarina Martins.

De acordo com a coordenadora do Bloco de Esquerda, “enquanto Portugal permanece um dos países da União Europeia que menos investe em investigação e desenvolvimento, este mecanismo já custou em perda fiscal quase três mil milhões de euros, o equivalente a um ano inteiro de toda a despesa pública em Ensino Superior e Ciência”.

“Mecanismos como o SIFIDE, ou o regime fiscal para residentes não habituais, funcionam como ‘offshores’ em terra firme que beneficiam quem mais tem e corroem as receitas do Estado. Cavam desigualdades, alimentam sentimento de injustiça e fragilizam a democracia”, declarou Catarina Martins.

Palavras duras em relação ao SIFIDE, mecanismo criado pelo Governo para financiar, foram também usadas pela diplomata Ana Gomes, considerando que “apenas serve para borlas fiscais”.

“Pior ainda é a perversão que está organizada e que permite que sejam não apenas empresas, mas também fundos de investimento. É significativo que sejam fundos suspeitos por algumas negociatas de que se ouve falar que sejam os grandes beneficiários disto, por exemplo, um fundo chamado Capital Criativo”, apontou.

Ana Gomes deixou depois uma série de questões: “Quem inventou este SIFIDE? Que consultora é que trabalhou para o Governo para organizar este SIFIDE? Quem está por trás dele? Que escritórios de advogados intervieram nisto?”.

Na sua intervenção, Ana Gomes também se insurgiu contra a vigência dos chamados “vistos Gold” em Portugal, classificando esta prática “como um esquema vergonhoso organizado para facilitar a fraude”.

“É vergonhoso ver Portugal envolvido nisto e especializando-se a aperfeiçoar esta perfídia, que até levanta questões de segurança”, sustentou.

Neste ponto, Catarina Martins defendeu que um regime “que vende a cidadania é um regime de privilégio para migrantes ricos e com uma fortuna de origem que se desconhece”.

“Uma humilhação do país, uma desigualdade inaceitável no tratamento de cidadãos estrangeiros e uma porta aberta ao crime internacional. E com consequências diretas no direito à habitação, porque alimenta a especulação imobiliária. Não há uma única razão para os vistos gold permanecerem”, declarou.

Na abertura da sessão, a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias adiantou que, em janeiro, será votado no Parlamento Europeu um relatório assinado pela coordenadora dos liberais para acabar com os vistos Gold até 2025”.

“Esse relatório demonstra como este mecanismo contribui para a destruição da democracia e é uma prática de encobrimento de crime económico e financeiro. Propõe-se acabar com os ‘vistos Gold’ faseadamente até 2025”, disse a ex-candidata presidencial do Bloco de Esquerda, antes de deixar a seguinte questão: “Tenho muita curiosidade em perceber qual será a reação do Governo português face a esta recomendação de uma liberal europeia para que se acabe com os ‘vistos Gold’ até 2025”.

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Scholz ameaça Rússia com possíveis consequências caso invada Ucrânia

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2021

"Queremos que a inviolabilidade das fronteiras seja respeitada por todos, haveria consequências se não fosse assim”, declarou Scholz, na sua primeira entrevista após a eleição para chanceler alemão.

O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, ameaçou esta quarta-feira a Rússia com possíveis “consequências” para o polémico gasoduto Nord Stream II, que liga os dois países, caso Vladimir Putin decida invadir a Ucrânia.

“A nossa posição é muito clara, queremos que a inviolabilidade das fronteiras seja respeitada por todos, todos entendem que haveria consequências se não fosse assim”, declarou Olaf Scholz, na sua primeira entrevista após a eleição para chanceler federal, ao canal de televisão Welt TV.

De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), Scholz foi questionado sobre se estaria pronto para usar o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar báltico e que ainda aguarda a autorização final das autoridades alemãs para a sua entrada em atividade, como meio de pressão sobre Moscovo, em caso de invasão da Ucrânia pelas forças russas.

“No futuro imediato, devemos garantir que a situação permaneça o que é, ou seja, que elas [as fronteiras] permaneçam invioladas”, acrescentou o chefe do governo social-democrata.

Também a França e os EUA alertaram a Rússia sobre as “consequências estratégicas e massivas” que uma agressão contra a Ucrânia teria.

Os países ocidentais e a Ucrânia acusam Moscovo de ter reunido dezenas de milhares de soldados e tanques nas fronteiras da Ucrânia em antecipação a uma invasão iminente, o que a Rússia nega.

Vários especialistas e agentes políticos ocidentais têm defendido que a Rússia agravou propositadamente a escassez de energia na UE, como forma de pressionar a Alemanha a aprovar o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 (que os EUA tentam travar), que liga os dois países através do Mar Báltico, deixando de ser necessário que o transporte se faça através da Ucrânia, até agora a porta de entrada do gás russo na Europa.

Alguns receiam que a Ucrânia fique novamente na mira do Presidente russo, Vladimir Putin, quando deixar de ser essencial como país de trânsito para o gás natural, depois de em 2014 a Rússia ter anexado ilegalmente a região ucraniana da Crimeia.

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Fundos europeus devem ajudar mais os desempregados de longa duração, diz Tribunal de Contas Europeu

Tribunal de Contas Europeu recomenda que Bruxelas insista em que os Estados-membros lancem medidas individualizadas para ajudar os desempregados de longa duração.

As medidas que têm sido tomadas pelos diversos países do Velho Continente contra o desemprego de longa duração não têm sido “suficientemente orientadas“, salienta o Tribunal de Contas Europeu, num relatório publicado esta quarta-feira, no qual recomenda, por isso, ao executivo comunitário que insista em que os Estados-membros “utilizem uma abordagem individualizada para ajudar” estas pessoas, através do novo Fundo Social Europeu Mais (FSE+).

“A União Europeia, através do Fundo Social Europeu, financiou várias medidas destinadas a promover o acesso emprego desde 2014. No entanto, as medidas do FSE nem sempre foram adaptadas para dar resposta às necessidades específicas dos desempregados de longa duração“, avaliam os auditores, apelando, por isso, a que o novo FSE+ — que abrangerá o período de 2021 a 2027 — sirva para dar a resposta individualizada em falta. Recomendam, além disso, que a Comissão Europeia avalie a eficácia das “medidas de acesso ao emprego” que visam os desempregados de longa duração.

Em comunicado, Lazaros S. Lazarou, membro do Tribunal de Contas responsável pelo relatório em questão, sublinha também que “o desemprego de longa duração afeta o tecido social“, já que estas pessoas correm “maior risco de pobreza, exclusão social e até de problemas de saúde“. E avisa que a pandemia de coronavírus pode vir a agravar “o problema do desemprego de longa duração”. “Na nossa opinião, seria preferível aplicar uma abordagem individualizada ao conjunto dos desempregados de longa duração no quadro das políticas ativas do mercado de trabalho nacionais”, aconselha o responsável.

Quanto ao FSE, entre 2014 e 2020, foram afetados 11,4 mil milhões de euros ao “acesso ao emprego”, montante que financiou, de acordo com o Tribunal de Contas Europeu, diferentes intervenções que “beneficiaram muitos desempregados de longa duração à procura de emprego”. “No entanto, estes desempregados não eram especificamente visados por tais intervenções, sendo que estavam integrados num grupo mais vasto que englobava todos os desempregados ou grupos ‘desfavorecidos'”, frisam os auditores.

O Tribunal de Contas Europeia salienta, além disso, que as medidas do FSE “não refletiam necessariamente a dimensão do problema” e enfatiza que tem sido difícil acompanhar os resultados alcançados pelo FSE para os desempregados de longa duração, tendo em conta a “ausência de uma categoria específica de despesas para diferentes grupos-alvo”. Já o FSE+ terá como regra a definição dos perfis dos candidatos a emprego e a avaliação das suas necessidades.

Segundo os dados mais recentes, a União Europeia tem atualmente quase 5,3 milhões de desempregados de longa duração. Em Portugal, há 117 mil pessoas nessa situação, que equivalem a 33,3% dos desempregados e a 2,3% da população ativa. Considera-se desempregado de longa duração uma pessoa que esteja sem trabalho há, pelo menos, 12 meses.

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Bolsa cai 1% pressionada pelo BCP e EDP Renováveis

Lisboa e principais praças europeias corrigiram em baixa depois dos bons desempenhos nos últimos dois dias. BCP, EDP Renováveis e Galp penalizaram sessão em Lisboa.

A bolsa nacional caiu quase 1% na sessão desta quarta-feira, corrigindo em forte baixa depois dos ganhos acentuados nas últimas duas sessões. O PSI-20 foi sobretudo penalizado pelo BCP, EDP Renováveis e Galp.

O principal índice português cedeu 0,97% para 5.513,40 pontos, num dia que também foi de correção na Europa, onde o Stoxx 600 cedeu quase 0,5% e as praças de Frankfurt e Paris recuaram 0,8% e 0,7%, respetivamente.

“Os mercados acionistas estiveram em baixa depois de fortes sessões na segunda e terça-feira, um sinal de que os investidores continuam cautelosos apesar dos dados encorajadores em relação à nova variante”, disse Craig Erlam, analista da Oanda.

Apenas quatro cotadas tiveram desempenhos positivos na sessão lisboeta, com a Navigator em destaque: a papeleira ganhou mais de 1% para 3,266 euros.

Outras 14 ações fecharam em baixa, com a tecnológica Novabase a cair mais de 3% no pior registo em Lisboa.

Foram os pesos pesados a ditarem o fecho negativo: as ações do BCP cederam 2,44% para 0,1441 euros e, no setor energético, a EDP Renováveis caiu 1,71%, a Galp caiu 1,53% e a Greenvolt perdeu 1,09%. A Jerónimo Martins e a EDP caíram 0,68% e 0,58%, respetivamente.

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Ministro francês demite-se depois de condenado por ocultar bens

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2021

O tribunal acusou o ministro de não ter declarado, entre outras coisas, um plano de poupança em ações no valor de 171 mil euros e participações em várias empresas, como a Française des Jeux e Natixis.

O ministro francês das Pequenas e Médias Empresas, Alain Griset, demitiu-se esta quarta-feira, depois de ter sido condenado a uma pena suspensa de seis meses de prisão por ocultar parte dos seus bens.

“Alain Griset apresentou a sua demissão como membro do Governo” ao Presidente Emmanuel Macron e ao primeiro-ministro Jean Castex, refere um comunicado emitido pelo Ministério da Economia estrutura de que dependia.

O tribunal acusou o ministro de não ter declarado, entre outras coisas, um plano de poupança em ações no valor de 171 mil euros, e “participações diretas” em várias empresas, como a Française des Jeux ou a Natixis.

No Governo francês desde julho de 2020, Griset foi o primeiro ministro a comparecer perante um tribunal criminal, que o condenou a seis meses de prisão suspensa e a uma pena de três anos sem poder ser eleito para cargos públicos.

A moralização da vida política em França tinha sido um dos grandes projetos de Emmanuel Macron, eleito Presidente em 2017, após uma campanha marcada por escândalos judiciais. No mesmo ano, o parlamento aprovou uma lei sobre o assunto.

Ao pronunciar o seu acórdão, o tribunal considerou que Griset tinha “optado por ocultar uma parte substancial dos seus bens” e apontou dois elementos agravantes: os fundos em questão estavam depositados num banco francês e ele “mostrou uma verdadeira vontade de ocultar”.

Perante os seus juízes, Griset, 68 anos, defendeu-se alegando “um desleixo” e rejeitando qualquer “desonestidade”.

“Em nenhum momento quis enganar, roubar ou esconder nada. Quando se tem a oportunidade de ser ministro, não se desperdiça essa oportunidade tentando esconder algo que era tão visível”, disse.

O advogado do ministro, Patrick Maisonneuve, anunciou que vai recorrer da condenação.

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Vacina da Pfizer “é eficaz” contra variante Ómicron com três doses

  • Lusa
  • 8 Dezembro 2021

Estudos realizados pelos seus laboratórios concluíram que a vacina "ainda é eficaz"contra a variante Ómicron se tiver sido administrada três vezes, avançaram a BioNTech e Pfizer.

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas empresas Pfizer e BioNTech “ainda é eficaz” contra a variante Ómicron do vírus com “três doses”, mas “provavelmente” insuficiente com apenas duas, garantiu a BioNTech em comunicado.

De acordo com a empresa, estudos realizados pelos seus laboratórios concluíram que “a vacina ainda é eficaz contra a Covid-19, também contra a variante Ómicron, se tiver sido administrada três vezes”.

No entanto, acrescentou, esta variante “provavelmente não é suficientemente neutralizada após duas doses”.

Apesar da eficácia com três doses, a BioNTech afirmou que quer finalizar uma vacina adequada à variante Ómicron “até março”.

A Pfizer e a BioNTech foram as primeiras fabricantes de vacinas contra a Covid-19 a emitirem uma posição oficial sobre a eficácia da sua vacina contra a nova variante.

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