OMS critica lentidão “inaceitável” da vacinação na Europa

  • Lusa
  • 1 Abril 2021

“As vacinas são a nossa melhor saída para a pandemia", refere o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, que destaca ainda que a situação na Europa é "a mais preocupante" dos últimos tempos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) criticou esta quinta-feira a lentidão “inaceitável” da vacinação contra a covid-19 na Europa, que enfrenta a “mais preocupante” situação epidémica em “meses”.

“O ritmo lento da vacinação prolonga a pandemia”, lamentou o braço europeu da organização das Nações Unidas, sublinhando que o número de novos casos na Europa aumentou fortemente nas últimas cinco semanas.

“As vacinas são a nossa melhor saída para a pandemia. Não só funcionam, mas também são muito eficazes na limitação de infeções. No entanto, a aplicação dessas vacinas está a decorrer a uma lentidão inaceitável”, disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, citado num comunicado de imprensa.

“Precisamos acelerar o processo aumentando a produção, reduzindo as barreiras à entrega da vacina e usando qualquer dose que tivermos em ‘stock’“, disse Kluge.

“Atualmente, a situação regional é a mais preocupante que temos observado há vários meses”, disse o responsável.

Na região da OMS na Europa, que inclui cerca de cinquenta países, incluindo a Rússia e vários Estados da Ásia Central, o número de novas mortes ultrapassou 24.000 na semana passada e está “rapidamente” a aproximar-se da marca de um milhão, segundo a organização.

O número semanal de novos casos chegou a 1,6 milhões. Há apenas cinco semanas, os números haviam caído para menos de um milhão, apontou a OMS.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2,8 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 128,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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UE exportou mais de 40% das vacinas contra a Covid-19 que produziu

Enquanto todas as doses da vacina contra a Covid-19 produzidas no Reino Unido e nos Estados Unidos foram para consumo doméstico, a UE exportou 42% das doses que produziu.

Mais de 40% das vacinas contra a Covid-19 produzidas na União Europeia (UE) foram exportadas, de acordo com os dados da consultora britânica Airfinity, o que corresponde a cerca de 46 milhões de doses. Por outro lado, todas as vacinas produzidas no Reino Unido e nos Estados Unidos foram para consumo doméstico.

Os dados foram divulgados pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, que escreveu no Twitter que “muito mais oferta [de vacinas contra a Covid-19] está a caminho, mas todos os países vão ter de partilhar”. A economista defende que é “essencial vacinar os mais vulneráveis ​​do mundo agora para o benefício de todos”, sendo que “a pandemia não acaba até que acabe em todos o lado”.

O Reino Unido terá produzido cerca de 16 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, que foram todas utilizadas no país. O país vai concentrar os esforços em vacinar toda a sua população adulta, para depois sim partilhar as vacinas excedentes com outros países, como a vizinha Irlanda, disse esta terça-feira o secretário de Estado dos Negócios britânico, Kwasi Kwarteng, à Sky News.

Mais de 30 milhões de habitantes do Reino Unido já foram vacinados com a primeira dose, sendo um dos mais rápidos do mundo, mas o Governo britânico tem como objetivo administrar a primeira dose em todos os adultos até o final de julho.

Já a produção nos Estados Unidos atingiu os 164 milhões de doses, também consumidas internamente, segundo os dados da Airfinity. O país encontra-se entre aqueles que já vacinaram mais pessoas por 100 habitantes (43,60 doses por 100 pessoas), segundo os dados da plataforma Our World in Data da Universidade de Oxford (de 29 de março).

Pela China, que também se encontra no top 10 dos países que mais vacinaram por 100 habitantes, o cenário das exportações é diferente. Entre as 229 milhões de doses produzidas no país asiático, quase metade (48%) foram exportadas. Pela Índia, cuja produção de vacinas contra a Covid-19 terá chegado aos 125 milhões de doses, 56% dirigiu-se a consumo doméstico.

Quanto à UE, 42% das 110 milhões de doses produzidas no bloco foram exportadas. O processo de vacinação tem motivado várias críticas, nomeadamente devido aos problemas nas entregas das farmacêuticas, pelo que a Comissão Europeia decidiu, na semana passada, reforçar o mecanismo de autorização de exportações de vacinas contra a Covid-19 para fora da UE.

Bruxelas introduziu os princípios da reciprocidade e da proporcionalidade no mecanismo, que passou também a abranger 17 países anteriormente isentos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou que este reforço surge numa altura em que “os Estados-membros enfrentam a terceira vaga da pandemia e nem todas as empresas cumprem o seu contrato” e em que a UE “continua a exportar vacinas em grande escala para dezenas de países”.

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Mercedes procura 100 profissionais para reforçar centro tecnológico em Lisboa

De acordo com o managing director da empresa, os objetivos de recrutamento para os próximos anos são "muito ambiciosos", revelando um "claro investimento" do grupo Daimler em Portugal.

A Mercedes-Benz.io quer expandir o centro tecnológico em Lisboa com o recrutamento de mais 100 profissionais para a equipa da capital portuguesa. Programadores de front-end e back-end, cloudops, engenheiros, solution architects, product owners, scrum masters e UX designers são algumas das funções em aberto.

Além destas, a empresa do grupo Daimler para o desenvolvimento de soluções tecnológicas de marketing e de vendas procura um chief technology officer e um profissional de recursos humanos sénior. Todas as vagas em aberto podem ser consultadas no site da empresa.

“Temos objetivos de recrutamento muito ambiciosos para os próximos anos, que são um sinal claro do investimento do grupo Daimler na cidade e no país”, afirma Alexandre Vaz, managing director da Mercedes-Benz.io, citado em comunicado.

"Temos objetivos de recrutamento muito ambiciosos para os próximos anos, que são um sinal claro do investimento do grupo Daimler na cidade e no país.”

Alexandre Vaz

Managing director da Mercedes-Benz.io

Com uma equipa que já conta com 200 profissionais, a Mercedes-Benz.io foi a primeira empresa do setor automóvel a construir um centro tecnológico em Portugal, em 2017, com a missão de internalizar e desenvolver as plataformas digitais de marketing, vendas e pós-venda da Mercedes-Benz, na área automóvel e a nível mundial.

“Abrir o hub de desenvolvimento tecnológico em Lisboa foi uma decisão baseada não apenas na disponibilidade e qualidade do talento na área tecnológica, pois Portugal tem excelentes escolas de engenharia em todo o país, mas também porque o país vive uma onda crescente de inovação e empreendedorismo que tem vindo a atrair talento de várias partes do mundo”, acrescenta Alexandre Vaz.

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Após “sustos” da pandemia, fabricantes de vestuário exigem melhores condições contratuais

  • ECO
  • 1 Abril 2021

De acordo com a Reuters, esta decisão foi tomada depois dos fornecedores terem sofrido cancelamentos generalizados e atrasos nos pagamentos no início da pandemia.

Os fabricantes de vestuário de nove países da Ásia, Médio Oriente e Norte de África uniram-se para exigir melhores condições contratuais aos retalhistas. A notícia é avançada pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês), referindo que esta decisão foi tomada depois dos fornecedores terem sofrido cancelamentos generalizados e atrasos nos pagamentos no início da pandemia.

Assim, 13 associações representantes de fornecedores de vestuário na China, Bangladesh, Mianmar, Camboja, Vietname, Paquistão, Turquia, Marrocos e Indonésia delinearam um documento que elenca prazos mínimos com vista a serem apresentados aos seus clientes. Nomeadamente, um prazo máximo de pagamento de 90 dias e o fim dos descontos após a realização das encomendas.

O projeto de documento que engloba estas reivindicações deverá ser finalizado e publicado no final de abril. De acordo com um comunicado de apresentação da iniciativa, o objetivo é fomentar práticas de compra que “não ultrapassem a fronteira do abuso do poder de compra em detrimento óbvio e evitável do fabricante”.

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Portal das Finanças “temporariamente indisponível” no arranque da entrega do IRS

  • ECO
  • 1 Abril 2021

Contribuintes com IRS Automático estão a ser direcionados para o preenchimento manual, uma funcionalidade que está "temporariamente indisponível".

Arrancou a campanha de IRS, mas o site das Finanças não está a permitir submeter declarações. Muitos contribuintes com IRS Automático estão a ser direcionados para o preenchimento manual, mas essa funcionalidade está “temporariamente indisponível”.

Optando pela entrega do IRS Automático, muitos contribuintes estão a receber a mensagem de que não reúnem as condições para essa facilidade, apesar de reunirem.

“Por não reunir todas as condições previstas para ser abrangido pela Declaração Automática de Rendimentos em 2020, deve proceder à entrega de uma declaração de IRS, modelo 3, nos termos gerais”, refere o site das Finanças. Ao selecionar a entrega “manual”, dá erro.

“A funcionalidade a que tentou aceder está temporariamente indisponível”. É com esta mensagem que os contribuintes se estão a deparar, pouco tempo depois de ter arrancado a campanha de IRS de 2020.

O ECO questionou o Ministério das Finanças para perceber o motivo desta falha, ao que este respondeu ser “natural” e “comum” haver todos os anos “uma sobrecarga de acessos ao sistema” nas primeiras horas. “E que, por outro lado, sejam necessárias correções ao sistema em face das alterações introduzidas este ano. É por isso que apelamos a que não haja uma ‘corrida’ nas primeiras horas”, acrescente fonte oficial.

Esta falha no sistema impossibilita, assim, que muitos portugueses possam submeter as suas declarações, apesar de haver já alguns milhares de contribuintes que o conseguiram fazer. De acordo com dados avançados pelo Ministério das Finanças ao ECO, até às 7h30 desta quinta-feira já tinham sido entregues cerca de 175.000 declarações de IRS.

(Notícia atualizada às 11h08 com mais informação)

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Nas notícias lá fora: Vacina, turismo e vestuário

  • ECO
  • 1 Abril 2021

Erros de produção comprometem 15 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson, enquanto fabricantes de vestuário unem-se para exigir melhores condições aos retalhistas.

Um erro na produção comprometeu 15 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson. O FMI estima que a crise provocada pela pandemia vá ter um maior impacto nas economias dependentes do turismo. Enquanto isso, fabricantes de vestuário unem-se para exigir melhores condições aos retalhistas. Conheça estas e outras notícias que estão a marcar o mundo lá fora.

Bloomberg

Erros de produção comprometem 15 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson

Um erro de fabrico numa fábrica envolvida na produção da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson afetou a produção de um ingrediente que daria para o fabrico de 15 milhões de doses da vacina, adiantaram duas fontes conhecedoras do assunto. A situação ocorreu numa instalação da Emergent BioSolutions, empresa parceira da Johnson & Johnson. Porém, a empresa apressou-se a minimizar a situação, dizendo ter atingido os seus recentes compromissos de entrega de vacinas. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

The Guardian

Pandemia pesará mais nas economias dependentes do turismo, alerta o FMI

As cicatrizes da pandemia impedirão que a economia mundial se recupere totalmente, embora o impacto esperado para o resto da década não seja tão severo quanto o da crise financeira de 2008, refere o Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição considera que os países mais pobres e mais dependentes do turismo serão fortemente afetados, dando como exemplo as ilhas do Pacífico e no Caribe. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Reuters

Fabricantes de vestuário unem-se para exigir melhor condições aos retalhistas

Fabricantes de vestuário em nove países da Ásia, Médio Oriente e Norte da África uniram-se para exigir melhores termos de contrato de retalhistas mundiais de roupas. Esta “união” acontece depois de estas empresas terem sofrido cancelamentos generalizados e atrasos nos pagamentos desde o início da pandemia. Retalhistas mundiais como a Arcadia, Gap, Kohl’s e Primark cancelaram ou suspenderam encomendas de fábricas em Bangladesh no valor de quase 3,7 mil milhões de dólares em março e abril do ano passado. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

Financial Times

Expansão das SPAC impulsiona arranque de ano mais forte de fusões e aquisições desde 1980

A atividade de fusões e aquisições a nível mundial teve o início de ano mais forte das últimas quatro décadas, alimentada por um número significativo de aquisições nos Estados Unidos e operações de SPAC (special-purpose acquisition company). Só no primeiro trimestre foram fechados negócios no valor de 1,3 biliões de dólares, mais do que em qualquer primeiro trimestre desde, pelo menos, 1980. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso livre, conteúdo em inglês)

TechCrunch

Britânicos poderão escolher a voz da “sua” Siri

A Siri vai passar a ter, para os utilizadores britânicos, duas novas vozes disponíveis. Por outro lado, a opção predefinida para esta funcionalidade deixará de ser, na última versão beta do sistema operativo iOS, a voz feminina pela qual é tão bem conhecida. Assim, todos os cidadãos ingleses que quiserem recorrer à Siri terão agora de escolher uma voz para a sua assistente virtual, mediante as suas preferências. Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Galp mantém investimento no gás em Moçambique. Informação da saída baseada num comunicado falso

  • ECO
  • 1 Abril 2021

Comunicado falso divulgado na manhã desta quinta-feira dava conta da saída da petrolífera do projeto exploração de gás em Cabo Delgado. Empresa garante que não foi a autora do comunicado.

A Galp Energia não vai vender a participação que detém nos novos projetos de exploração de gás em Cabo Delgado, ao contrário do que foi noticiado pelo ECO. Tratou-se de informação baseada num comunicado falso, emitido por terceiros em nome da Galp Energia.

O comunicado em questão tinha como remetente o habitual endereço de e-mail [email protected], através do qual são enviadas as comunicações da empresa aos jornalistas e vinha assinado por um dos responsáveis de comunicação da mesma, levando a crer a sua autenticidade e induzindo ao erro.

Ao que tudo indica, a Galp estará a ser alvo de uma campanha de utilização abusiva da sua imagem corporativa para veiculação de informações falsas, por parte de grupos ambientalistas radicais, como se pode comprovar também por esta imagem de um suporte publicitário, captada quarta-feira junto ao Marquês de Pombal, em Lisboa, e enviada à redação do ECO.

Nota da Direção: A notícia foi elaborada a partir de um comunicado falso, que usou de forma abusiva a imagem da empresa. Pelo facto, pedimos desculpa à Galp e aos leitores.

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Netflix emite mais carbono para a atmosfera do que Cabo Verde

No ano passado, a plataforma de streaming foi responsável pela emissão de 1,1 milhões de toneladas métricas de carbono. Agora vai investir para chegar a zero emissões até ao fim de 2022.

Da próxima vez que passar uma tarde de fim de semana no sofá viciado em filmes e séries da Netflix e a pensar que está a proteger o ambiente porque está sossegado em casa, sem poluir, pense duas vezes. Esta quarta-feira, a gigante de streaming revelou, pela primeira vez, que as suas emissões de carbono anuais equivalem a 4,3 mil milhões de quilómetros percorridos por um automóvel a circular na estrada.

Já uma hora de streaming na Netflix salda-se em emissões abaixo dos 100g de CO2 equivalente, o mesmo que um percurso de 400 metros de um veículo de passageiros com motor a gasolina.

“Em 2020, a nossa pegada de carbono correspondeu a 1,1 milhões de toneladas métricas. Cerca de metade (50%) dessa pegada foi gerada pela produção física de filmes e séries originais Netflix, quer as que gerimos diretamente (como “O Céu da Meia-Noite”), quer as que são da responsabilidade de outras produtoras (como “O Nosso Planeta” e “Escola de Sobrevivência”). Esta pegada inclui também os conteúdos que licenciamos como originais Netflix (como “A Sabedoria do Polvo” e “Down to Earth with Zac Efron”)”.

De acordo com o jornal britânico The Telegraph (acesso pago), ao emitir 1,1 milhões de toneladas métricas de carbono para a atmosfera num ano a pegada carbónica da Netflix excede a das nações insulares mais pequenas, como a Micronésia (300.000 toneladas) e as Ilhas Cook (100.000 toneladas), segundo números do World Resources Institute (WRI). Comparando com Cabo Verde, por exemplo, e seguindo os dados mais recentes disponíveis no site Our World in Data (de 2016), vemos que este pequeno país africanos emitiu nesse ano 930.000 toneladas de CO2 equivalente, abaixo dos números agora reportados pela Netflix.

No entanto, refere ainda o The Telegraph, o cenário muda se a comparação for feita com países como a Suíça (46,1 milhões de toneladas), a Bolívia (57,3 milhões de toneladas) ou mesmo Portugal (69,39 milhões de toneladas de CO2 equivalente emitidas em 2016).

Segundo a Netflix, a sua pegada carbónica não contabiliza o serviço de streaming (transmissão pela Internet) ou a eletricidade consumida pelas televisões, smartphones e outros dispositivos, que são atribuídos às empresas que fabricam ou controlam esses sistemas.

A empresa diz que 50% desta pegada de carbono vem das filmagens de conteúdos televisivos — como a popular série “The Crown” –, 45% resultam das operações corporativas (escritórios) e bens adquiridos (gastos de marketing) e apenas 5% dos serviços de internet e armazenamento em ‘cloud‘.

Face a este cenário, a Netflix compromete-se assim a chegar a zero emissões de gases de efeito de estufa no final de 2022, e nos anos seguintes, e a reduzir em 45% as emissões diretas e indiretas até 2030.

Esta estratégia de sustentabilidade chama-se “Neutralidade carbónica + Natureza” e a primeira meta dependerá principalmente da compensação de emissões que não puderem ser evitadas (incluindo as das atividade na cadeia de valor) através do investimento em projetos para regenerar florestas tropicais e manguezais, recuperar pastagens naturais, terras pantanosas e solos férteis, irão ajudar a sequestrar e armazenar carbono.

“A nossa estratégia está em consonância com as mais recentes diretrizes da Universidade de Oxford e com os critérios da SBTi (Science-Based Targets Initiative). O nosso programa cumprirá as 10 diretrizes recomendadas pela SBTi. Também integrámos o grupo de empresas da campanha Business Ambition for 1,5°C da ONU, bem como o America is All In, um consórcio empenhado em tomar as medidas necessárias para cumprir o objetivo firmado no Acordo de Paris de limitar o aumento global da temperatura a 1,5 ºC”, explicou Emma Stewart, responsável de sustentabilidade da Netflix.

Além das estratégias para compensar emissões, o presidente executivo da Netflix, Reed Hastings, disse também ao Financial Times que a empresa levará a cabo outras mudanças como por exemplo ter baterias elétricas e luzes LED nos sets de filmagem, contratar equipas localmente e utilizar métodos de produção “virtuais” sempre que possível.

(Notícia atualizada com os dados corretos das emissões de CO2 equivalente para Cabo Verde em 2016 de acordo com o site Our World in Data)

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15 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson desperdiçadas por engano nos Estados Unidos

  • Lusa
  • 1 Abril 2021

Segundo o New York Times, há algumas semanas os empregados de uma fábrica da empresa Emergent BioSolutions, parceira da J&J, confundiram os ingredientes necessários à fabricação da vacina.

Cerca de 15 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson (J&J) foram desperdiçadas por engano numa fábrica em Baltimore, o que pode atrasar a vacinação nos Estados Unidos, segundo o New York Times.

De acordo com a publicação norte-americana, citada pela agência France-Presse, há algumas semanas os empregados da fábrica em questão, gerida pela empresa Emergent BioSolutions, parceira da J&J, confundiram os ingredientes necessários à fabricação da vacina.

Contactada pela AFP, a Johnson & Johnson não confirmou o número de 15 milhões, mas declarou que os controlos de qualidade efetuados no lugar “identificaram um lote de substância medicamentosa que não cumpria os padrões de qualidade da Emergent BioSolutions, uma unidade que ainda não está autorizada a fabricar a substância medicamentosa para a nossa vacina contra a Covid-19″.

“Esse lote não chegou a passar pelas etapas de enchimento e acabamento do nosso processo de fabricação”, acrescentou a J&J num comunicado.

A agência americana dos medicamentos (FDA) foi posta ao corrente da situação, e foram deslocados para o local “especialistas suplementares” para supervisionar as operações, de acordo com a empresa.

“Em coordenação com o Departamento americano da Saúde, essas medidas vão permitir-nos entregar com toda a segurança 24 milhões de doses da vacina durante o mês de abril“, afirmou a Johnson & Johnson.

O New York Times precisa que as doses da vacina atualmente entregues nos Estados Unidos não estão afetadas, porque vêm dos Países Baixos.

No entanto, futuras entregas deverão ter origem na fábrica de Baltimore, no estado do Maryland (nordeste), apesar da autorização para fabricação ainda estar em atraso, segundo o diário.

A vacina da J&J administra-se numa só toma, pelo que 15 milhões de doses equivalem a 15 milhões de pessoas vacinadas.

Segundo a empresa, já foram distribuídas 20 milhões de vacinas em março nos Estados Unidos, de acordo com os objetivos fixados.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha anunciado no início de março que iria procurar dobrar os pedidos do país a empresa, comprando mais 100 milhões de vacinas, que se adicionam aos 100 milhões já contratualizados.

Os Estados Unidos registaram 875 mortes provocadas por Covid-19 nas últimas 24 horas, além de 61.240 novos casos, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

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Lisboa arranca trimestre em alta. Segue ganhos da Europa

Primeira sessão do segundo trimestre está a ser de ganhos generalizados, com o setor da pasta e papel a dar suporte ao índice de referência da praça portuguesa.

Depois de subir 0,6% no primeiro trimestre, a bolsa nacional arranca este segundo trimestre em alta, acompanhando a tendência das restantes praças europeias. Primeira sessão está a ser de ganhos, com o setor da pasta e papel a dar suporte ao índice de referência da praça portuguesa.

Enquanto o Stoxx 600 soma 0,2%, refletindo a tendência de ganhos da generalidade das bolsas do Velho Continente, animadas pelos planos de investimentos dos EUA, em Lisboa o PSI-20 ganha 0,17% para cotar nos 4.935,49 pontos, com metade das 18 cotadas em alta, cinco inalteradas e quatro em queda.

São as empresas do setor do papel que suportam a bolsa portuguesa. Altri e Navigator apresentam ganhos de 0,61% e 0,22%, respetivamente, isto numa sessão em que a Ramada brilha ao somar mais de 5% para os 5,76 euros.

A REN avança 0,41%, enquanto a EDP e a EDP Renováveis apresentam perdas ligeiras, de menos de 0,1%. A Galp Energia cede 0,18% num dia em que os investidores estão concentrados na reunião da OPEP.

Nota negativa também para o BCP, que recua 0,09%, mas principalmente para a Jerónimo Martins que com uma desvalorização de 0,28% para 14,31 euros por ação está a impedir a bolsa nacional de apresentar uma valorização mais acentuada.

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Recuperação “implica garantir a aprovação de dois Orçamentos do Estado”, avisa Marcelo

  • ECO
  • 1 Abril 2021

O Presidente da República defende ser importante levar o Plano de Recuperação até 2023 e que a retoma depende da aprovação dos dois próximos Orçamentos do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa vai receber até junho vários economistas, gestores e sindicalistas sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), plano esse que o Presidente da República considera ser fundamental levar até ao fim para puxar pela economia após a pandemia. Em declarações ao Expresso (acesso pago), o Chefe de Estado diz que a recuperação depende da aprovação dos próximos dois Orçamentos do Estado.

O Presidente vai tentar saber junto dos partidos políticos se estes querem, ou não, levar a a legislatura até ao fim. “É muito importante que os partidos criem condições para levar o Plano de Recuperação sem sobressaltos até 2023, o que implica garantir a aprovação de dois Orçamentos do Estado, o do próximo ano e o seguinte“, disse, referindo ser também essa a opinião dos portugueses.

E na altura desses encontros, em junho, Marcelo diz-se disposto a “forçar” o Governo e os partidos políticos a assumirem “compromissos”, mas desta vez não apenas para um, mas para os próximos dois anos.

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A vacinar por “grupinhos” vamos acumular doses em armazém, alerta Gouveia e Melo

  • ECO
  • 1 Abril 2021

Coordenador da task force diz não fazer "sentido ficar a maior parte da população à espera que se vacinem" os "grupinhos todos".

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task force responsável pelo processo de vacinação em Portugal, defende que se passe a usar o critério etário na segunda fase desta campanha. A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo Público (acesso livre), com Gouveia e Melo a esclarecer que esta nova metodologia deverá começar a ser testada na terceira semana de abril.

Ainda que esta segunda fase do processo de imunização venha a ocorrer através de um regime de auto-inscrição online, a ideia passa por garantir que os indivíduos da faixa etária dos 70 anos sejam os primeiros a ser vacinados, passando depois para a dos 60 e assim sucessivamente, explica o vice-almirante.

Esta metodologia será adotada porque, na ótica do coordenador da task force, a vacinação por grupos tem vindo a colocar alguns entraves à rapidez da operação. “Não faz sentido ficar a maior parte da população à espera que se vacinem estes grupinhos todos e a acumular vacinas em armazém que podiam estar a dar proteção a pessoas”, esclarece Gouveia e Melo.

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