Mais uma injeção de capital no Novo Banco é uma “afronta” aos portugueses, diz PCP

  • Lusa
  • 27 Março 2021

Duarte Alves acusa Governo de não fechar a porta a mais uma injeção no Novo Banco e de, ao mesmo tempo, não concretizar" medidas de reforço de apoios sociais alegando questões orçamentais.

O PCP considerou o pedido do Novo Banco de injeção de 598,3 milhões de euros uma “afronta aos milhares” de portugueses em dificuldades económicas, por causa da covid-19, e defende que deve ser “liminarmente rejeitado” pelo Governo.

Não podemos aceitar uma situação em que o Estado paga, mas quem gere e fica com os lucros é o privado… provavelmente com uma venda que se realizará a um qualquer grupo bancário internacional”, afirmou à Lusa o deputado comunista Duarte Alves.

O PCP, lembrou, “não aceita” que seja entregue “nenhuma verba” ao Novo Banco, ainda mais violando o que está na versão final do Orçamento do Estado, e defendeu a necessidade de recuperar um controlo público do banco “para ir atrás do dinheiro que já lá foi entregue, acabar com os desmandos da atual administração e também colocar o banco ao serviço do país”.

Duarte Alves aguça a critica ao Governo, que acusa de não fechar a porta a mais injeções no Novo Banco, ao recordar que, ainda na sexta-feira, foram conhecidos “subterfúgios” do executivo para “procurar não concretizar” medidas de reforço de apoios sociais alegando questões orçamentais.

“Depois, vemos também que se procura contornar o que foi aprovado no orçamento para procurar injetar este verba no Novo Banco. Portanto há aqui também dois pesos e duas medidas”, acrescentou.

O deputado reafirmou a posição do PCP de que o Novo Banco “não pode continuar a ser um buraco sem fundo” de recursos públicos, e que o pedido de mais 598,5 milhões de euros só dá razão ao PCP, que há muito defende a nacionalização do banco.

É inaceitável. O banco tem de ser colocado ao serviço da economia e do país”, insistiu, lembrando a posição do PCP sobre o destino Os lucros, depois de o Estado suportar os prejuízos.

No mesmo dia em que o Novo Banco divulgou os resultados de 2020 à CMVM, e as necessidades de nova injeção, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, reafirmou a importância de os acordos em relação ao Novo Banco serem cumpridos, referindo que o BdP e o Fundo de Resolução vão analisar este novo pedido de injeção.

“O que conhecemos através do Novo Banco foi o pedido de acionamento do acordo de capital contingente” e haverá “um processo de validação desse pedido que decorrerá nas próximas semanas”, referiu Mário Centeno, sublinhando que “aquilo que é mais importante para o governador do Banco de Portugal que é que os acordos sejam cumpridos”.

De acordo com o comunicado da apresentação de resultados, “em resultado das perdas dos ativos protegidos pelo CCA [MCC] e das exigências regulatórias de capital, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 598,3 milhões de euros”, superior ao previsto na proposta de Orçamento do Estado.

Assim, “o valor total das compensações solicitadas entre 2017 e 2019 e a solicitar relativamente a 2020 totalizam 3,57 mil milhões de euros”, sendo que o teto de transferências do acordo é de 3,89 mil milhões de euros.

A transferência de 476 milhões de euros prevista na proposta de Orçamento do Estado para o Fundo de Resolução, destinada a financiar o Novo Banco, acabou por ser chumbada no parlamento, mas o Governo esclareceu que vai cumprir o contrato firmado aquando da venda da instituição à Lone Star.

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António Costa: Pedido do Novo Banco “manifestamente ultrapassa aquilo que é devido”

Novo Banco pediu ontem mais 600 milhões de euros ao Fundo de Resolução por causa dos prejuízos de 2020. Há 160 milhões em dúvida. Primeiro-ministro diz que pedido "ultrapassa aquilo que é devido".

Para o primeiro-ministro, o pedido de 600 milhões de euros do Novo Banco feito esta sexta-feira ao Fundo de Resolução “manifestamente ultrapassa” o montante que deve ser transferido para o banco.

“É um pedido, será devidamente apreciado, como o Ministério das Finanças já disse ontem. Manifestamente ultrapassa aquilo que é a avaliação que se faz sobre as necessidades e aquilo que é devido, mas isso é outro filme“, afirmou António Costa este sábado em declarações aos jornalistas transmitidas pela Sic Notícias.

Em causa estão divergências em torno de 166 milhões de euros que o Fundo de Resolução e o Governo consideram que não devem ser pagos ao banco. As dúvidas têm a ver com as provisões realizadas pelo Novo Banco por causa da descontinuação da operação em Espanha, que foi colocada à venda no ano passado.

Já esta sexta-feira o Fundo de Resolução disse que “se encontra em análise se os respetivos impactos nas contas do Novo Banco estão abrangidos, nos termos do contrato, pelo mecanismo de capitalização contingente”, enquanto o Ministério das Finanças afirmou estar “plenamente convicto” de que o banco não tem o direito a estes 160 milhões de euros.

Do lado do banco, a expectativa é outra, ainda que o conselho de administração tenda decidido não contabilizar esta nos rácios de capital. “Podendo haver dúvidas de elegibilidade dos 160 milhões de euros, por razões de cautela, o conselho de administração decidiu não contabilizar o montante no rácio de capital”, disse António Ramalho na conferência de apresentação de resultados, após o banco ter anunciado prejuízos de 1.330 milhões de euros em 2020.

Recorde-se que o Governo inscreveu na proposta de Orçamento do Estado para este ano 476 milhões de euros para o Novo Banco. O pedido de injeção feito pelo banco supera este montante. Se os 166 milhões forem descontados, a instituição terá direito a receber 432,3 milhões, abaixo das previsões do Executivo.

O Novo Banco tem recebido estas injeções ao abrigo do mecanismo de capital contingente criado em outubro de 2017, aquando da venda ao fundo americano Lone Star. Este mecanismo obriga o Fundo de Resolução a colmatar as falhas de capital do banco sempre que estas resultem de perdas de um conjunto delimitado de ativos problemáticos herdados do BES.

O Fundo de Resolução já injetou cerca de 3.000 milhões de euros no banco desde então, havendo ainda disponibilidades de 900 milhões no mecanismo.

Além destes 160 milhões de euros, há outra disputa no tribunal no valor de 200 milhões entre o Novo Banco e o Fundo de Resolução, devido à passagem do regime transitório da IFRS 9 para a adoção integral das novas regras internacionais de contabilidade e que implicou um pedido maior ao fundo presidido por Máximo dos Santos.

Costa espera que Alemanha não atrase “vitamina”

Costa disse ainda esperar que o Tribunal Constitucional alemão “não bloqueie” e nem atrase a aplicação daquilo que considerou ser “vitamina” europeia, referindo-se Fundo Europeu de Recuperação.

“Até agora todo o processo de ratificação tem estado a correr bem. Como em todos os Estados de Direito, podem suscitar-se questões de constitucionalidade e elas são devidamente tratadas e apreciadas”, começou por dizer relativamente a este tema.

“Espero que não bloqueie aquilo que é um processo fundamental: que é podermos ter o mais rapidamente possível essa vitamina fundamental para o arranque da economia, para a recuperação do emprego que é o Plano de Recuperação e Resiliência”, disse.

(Notícia atualizada às 12h49)

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Cristo Rei, Ponte da Arrábida e 119 municípios ficam hoje às escuras em defesa do planeta

Em 2021, mais de 180 países e territórios (e milhões de pessoas em todo o mundo) vão unir-se na celebração da Hora do Planeta, o maior evento popular pela ação contra as alterações climáticas.

Ditam os tempos que o dever seja de recolhimento, mas se este sábado, 27 de março, estiver à janela de sua casa em Lisboa ou no Porto, com vista para o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a Ponte 25 de Abril, o Cristo Rei, na capital, ou para a Ponte da Arrábida, Ponte do Freixo e Estação Ferroviária de São Bento, a norte, não se espante se às 20h30 em ponto todas as luzes se desligarem. Não se trata de uma falha de energia elétrica mas sim de um apagão intencional em defesa do planeta.

O evento é anual e já ficou conhecido como a Hora do Planeta. Em 2021, mais de 180 países e territórios (e milhões de pessoas em todo o mundo) vão unir-se esta sábado na celebração da Hora do Planeta, o maior evento popular pela ação contra as alterações climáticas. Em Portugal, 119 municípios aderiram à iniciativa com compromissos de sustentabilidade a realizar até ao final deste ano, marcando também o momento com o célebre apagão dos seus mais emblemáticos monumentos.

Na prática trata-se de desligar tudo o que esteja ligado à eletricidade durante uma hora (entre as 20h30 e as 21h30 deste sábado), uma ação simbólica pela proteção do planeta, com os cidadãos a apagar as luzes das suas casas e a alertar para a urgência de estratégias que combatam as alterações climáticas.

Em Portugal, a Hora do Planeta será assinalada com um talk show digital transmitido em direto no Facebook e canal Youtube da ANP|WWF, dedicado ao tema da Água e Alterações Climáticas, e com com a participação de Rodrigo Leão, Eduardo Rêgo, Francesco Rocca, Luis Costa, entre outros convidados.

Para Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF, “os quase 15 anos de história da Hora do Planeta são a prova que cidadãos em todas as partes do mundo se podem unir na defesa de uma causa comum, como é a defesa do nosso planeta. Estamos cada vez mais próximos de um ponto sem retorno e a perda de biodiversidade acontece a um ritmo galopante. Hoje, mais do que nunca, é necessário que todos nos unamos no combate às alterações climáticas, e a agua é uma das nossas maiores preocupações. Portugal (e a Península Ibérica) está em escassez hídrica e os efeitos das alterações climáticas apenas irão agravar esta situação. É urgente criar uma estratégia para mitigar estes efeitos e acautelar um futuro com água para todos, isto é, para as pessoas e para a natureza”.

Em 2021, a Hora do Planeta conta com o apoio de várias empresas: Procter&Gamble, Finish, El Corte Inglês e participam ainda nesta Hora do Planeta a ADENE, Herdade da Cortesia Hotel, Ben&Jerry’s, Missão Continente e a Coca-Cola.

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Hora muda este fim de semana. Vem aí o horário de verão

  • ECO
  • 27 Março 2021

Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios deverão ser adiantados uma hora quando for 01h00, passando a ser 02h00.

Os ponteiros do relógio vão adiantar 60 minutos na madrugada de domingo em Portugal Continental e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, para a hora legal de Verão, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa.

Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios deverão ser adiantados uma hora quando for 01h00, passando a ser 02h00. Já na Região Autónoma dos Açores, a mudança será feita às 00h00, passando para a 01h00.

A hora legal voltará depois a mudar em outubro para o regime de inverno.

O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.

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Sonae Indústria reduz prejuízo para 6 milhões em 2020

  • Lusa
  • 27 Março 2021

A Sonae Indústria registou seis milhões de euros de prejuízo em 2020, uma melhoria face aos 13,4 milhões de euros apurados no ano anterior.

A Sonae Indústria registou seis milhões de euros de prejuízo em 2020, uma melhoria face aos 13,4 milhões de euros apurados no ano anterior.

“Os resultados líquidos de 2020 foram negativos em cerca de seis milhões de euros, uma melhoria face aos resultados líquidos negativos de 13,4 milhões de euros registados em 2019”, indicou, em comunicado, a empresa.

Por sua vez, o volume de negócios consolidado cedeu 12,2% em 2020, para 201,8 milhões de euros, sobretudo, devido ao negócio na América do Norte “com menores volumes de vendas e com uma variação cambial desfavorável”, a que se juntou o impacto da pandemia de covid-19.

Já o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da Sonae Indústria atingiu cerca de 26,7 milhões de euros, um aumento homólogo de 0,9 milhões de euros.

De janeiro a dezembro de 2020, os custos fixos da empresa representaram 16,8% do volume de negócios, um retrocesso de 0,6 pontos percentuais em comparação com 2019.

“A pandemia causou extensos prejuízos humanos à escala mundial, ao nível da saúde, da sociedade e da economia e levou à disrupção de uma diversidade de indústrias e negócios de todas as dimensões”, apontou, citado no mesmo documento, o presidente do Conselho de Administração da Sonae Indústria, Paulo Azevedo.

Este responsável notou ainda que os negócios da empresa “demonstraram uma resiliência surpreendente e recuperaram claramente durante o segundo semestre de 2020”.

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Facebook vai reabrir escritórios em Silicon Valley com capacidade reduzida

  • Lusa
  • 27 Março 2021

O distanciamento físico e a utilização de máscaras vão continuar a ser obrigatórios. Os escritórios de Silicon Valley vão reabrir apenas a 10% da capacidade total.

A rede social Facebook vai reabrir os escritórios em São Francisco (Califórnia) na eventualidade de os contágios pelo SARS-CoV-2 continuarem a diminuir, mas vai prescindir para já da oferta do jantar aos funcionários e do transporte.

“A saúde e segurança dos nossos funcionários e dos elementos das nossas comunidades é a nossa maior prioridade e estamos a adotar uma abordagem comedida para reabrir os escritórios”, disse um porta-voz do gigante tecnológico norte-americano através de uma nota enviada à France-Presse (AFP).

O distanciamento físico e a utilização de máscaras vão continuar a ser obrigatórios. Os escritórios de Silicon Valley vão reabrir apenas a 10% da capacidade total.

Os restantes escritórios vão reabrir a partir de 02 de julho e até 50% da capacidade, mediante as restrições sanitárias que estejam em vigor nas áreas onde estão localizadas estas instalações e a melhoria no número de infeções locais.

Contudo, esta capacidade de 50% apenas vai ser a partir de 07 de setembro nas maiores instalações do Facebook.

Todos os funcionários podem continuar a trabalhar a partir de casa até 02 de julho e os que não estão oficialmente em teletrabalho podem continuar a trabalhar no domicílio até um mês depois da reabertura do escritório onde trabalham e depois de ser atingida 50% da capacidade.

A rede social é apenas uma de muitas empresas que começam a pensar no regresso ao trabalho “pós-pandemia”, uma vez que a campanha massiva de vacinação que está em curso nos Estados Unidos permite começar a olhar além deste último ano de confinamentos, reaberturas, recuos e incertezas.

A Microsoft vai adotar um sistema diferente, com uma reabertura “híbrida” da maior parte dos escritórios que tem pelo mundo, mas com uma mistura entre o teletrabalho e o trabalho presencial.

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“Bússola” do desconfinamento já mudou três vezes. Tem cada vez mais cores<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Tiago Lopes
  • 27 Março 2021

Desde dia 11 de março, altura em António Costa apresentou o plano de desconfinamento, o gráfico que serve de "bússola" para regressar à normalidade não parou de ser revisto. Vai na terceira "versão".

Foi a 11 de março que o Governo apresentou o plano de desconfinamento, após quase dois meses de medidas muito apertadas para travar o avanço da pandemia em Portugal. Nesse mesmo dia, António Costa apresentou um modelo que foi desenvolvido para servir de "bússola" para guiar todo o processo de regresso gradual à "normalidade". Um gráfico composto por números, cores e o “X”.Após a apresentação do plano de desconfinamento, as críticas foram dirigidas sobretudo a este gráfico, que muitos consideraram não ser suficientemente percetível.Muitas dessas críticas apareceram nas redes sociais com vários utilizadores a compararem o gráfico ao “totobola” ou ao “sudoku”. Outro utilizador comparou a simplicidade do gráfico usado na Alemanha com a complicada bússola portuguesa. O primeiro quadro

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Com “sim” de Marcelo reforço dos apoios chegará aos trabalhadores mesmo que Governo recorra ao Tribunal Constitucional

Se o Presidente da República promulgar o reforço dos apoios aprovado pela oposição, o Governo até pode recorrer ao Constitucional, mas entretanto a Segurança Social terá de pagar valores atualizados.

O Presidente da República está confrontado com um dilema. A oposição aprovou, no Parlamento, o alargamento do apoio à família e o reforço do apoio à redução da atividade dos trabalhadores independentes, mas o Governo já veio avisar que, por considerar estar em causa uma violação da lei-travão, admite enviar estes diplomas para o Tribunal Constitucional, se o chefe de Estado lhes der “luz verde”. Os advogados ouvidos pelo ECO esclarecem, contudo, que, a acontecer, esse pedido de fiscalização não impedirá, pelo menos no imediato, a aplicação prática do reforço dos apoios, aprovado à revelia do PS e do Executivo.

Em declarações ao ECO, Tiago Duarte, sócio da PLMJ, começa por explicar: “Nos termos da Constituição, o primeiro-ministro pode solicitar ao Tribunal Constitucional que aprecie a eventual inconstitucionalidade de normas legais em vigor“. José Luís Moreira da Silva, sócio da SRS, detalha que estaria em causa um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade das normas e frisa que a solicitação só poderá ser feita ao Palácio do Ratton após os diplomas terem sido promulgados e publicados.

Por outro lado, a concretizar-se esse pedido por parte do Governo, nada impedirá que o reforço dos apoios chegue ao terreno, tendo a Segurança Social de passar a pagar os valores atualizados, já que, enquanto decorre, a fiscalização do Tribunal Constitucional não suspende as normas.

“Enquanto o Tribunal Constitucional estiver a analisar a potencial inconstitucionalidade das normas da lei, estas não estão suspensas e como tal aplicam-se“, salienta o sócio da PLMJ. O sócio da SRS acrescenta, por sua vez, que a decisão do Tribunal Constitucional “pode demorar bastante”. Por exemplo, a esquerda pediu há mais de ano e meio a fiscalização sucessiva de algumas normas da lei laboral e até agora não obteve uma decisão sobre a sua constitucionalidade.

Os advogados frisam, contudo, que se o Tribunal Constitucional entender que o reforço dos apoios é inconstitucional, os beneficiários dessas medidas (neste caso, pais em teletrabalho e trabalhadores independentes castigados pela pandemia) poderão vir a ter de devolver os valores referidos. Isto “salvo se o Tribunal Constitucional vier a considerar as normas inconstitucionais mas não obrigar as pessoas a devolverem os apoios já recebidos“, afirma Tiago Duarte.

“No caso de vir a ser decidida pela inconstitucionalidade da norma, esta perde a sua eficácia retroativamente, desde a sua entrada em vigor, com respeito pelos factos entretanto já adquiridos. Pode, no entanto, o Tribunal Constitucional decidir que a inconstitucionalidade só inicia os seus efeitos após a decisão do Tribunal Constitucional, o que é muitas vezes feito”, enfatiza José Luís Moreira da Silva.

Em causa está, por um lado, o apoio dirigido aos trabalhadores independentes cuja atividade esteja suspensa ou encerrada por imposição legal ou administrativa, que varia entre 291,4 euros e 665 euros. O cálculo dessa prestação parte hoje da base de incidência contributiva registada nos últimos 12 meses, mas o Parlamento aprovou uma alteração à legislação que determina que deverá ter por base, em alternativa, o rendimento médio anual mensualizado do trabalhador no ano de 2019.

Em 2020, estes profissionais viram os seus rendimentos consideravelmente castigados pelas várias restrições impostas por causa da pandemia, o que significa que uma parte dos requerentes tem recebido apenas o valor mínimo da prestação extraordinária, daí a mudança aprovado na Assembleia da República.

Por outro lado, os deputados aprovaram, também à revelia do PS e do Governo, a flexibilização do apoio excecional à família, permitindo que mais pais em teletrabalho possam faltar ao trabalho para cuidar dos filhos, por força do encerramento das escolas.

Ambas as medidas foram aprovadas no Parlamento, em votação final global, a 3 de março, tendo sido entretanto enviadas para Belém para promulgação. Esta sexta-feira, quando questionada sobre este assunto, a ministra Mariana Vieira da Silva atirou: “Obviamente que o Governo não abdica de nenhuma das suas prerrogativas [constitucionais] e usará se necessárias. Aquilo que agora temos de fazer é aguardar”. Por outras palavras, o Governo está à espera da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, mas, se os diplomas forem promulgados, admite enviá-los para o Tribunal Constitucional, por considerar que violam a norma-travão, que impede o Parlamento de aumentar as despesas do Estado no ano em curso para lá do que está previsto no Orçamento do Estado.

Em alternativa, poderá ser o próprio chefe de Estado a enviar para o Palácio do Ratton os diplomas, pedindo a fiscalização preventiva dessa lei. Marcelo Rebelo de Sousa dispõe de oito dias após o envio das normas para promulgação para o fazer. “Nesse caso, o Tribunal Constitucional tem de decidir em 25 dias e, durante esse período de tempo, a lei ainda não está em vigor pois ainda não foi promulgada nem publicada“, explica Tiago Duarte.

O Chefe de Estado pode também optar por vetar sem recorrer ao Tribunal Constitucional, como já fez quando chumbou o alargamento de um apoio aos sócios-gerentes, precisamente por considerar que violava a norma-travão.

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DBRS mantém rating da UE em AAA com perspetiva estável. Há menos “risco de fragmentação”

A agência de rating DBRS acredita que a resposta europeia à pandemia de Covid-19 fortaleceu a coesão do bloco.

A DBRS Morningstar confirmou o rating da União Europeia (UE) em AAA, com perspetiva estável. A agência de rating canadiana considera que a “resposta da UE à crise da Covid-19 demonstra capacidade e disposição para neutralizar choques económicos”.

Para a agência, “o compromisso dos Estados-membros com a União, reforçado recentemente por várias medidas para mitigar o impacto da pandemia da Covid-19, fortaleceu a coesão e reduziu o risco de fragmentação para a UE”, contribuindo assim para a avaliação de tendência estável, nota, em comunicado.

Apesar de admitir que a “introdução de um instrumento único denominado Next Generation EU conduzirá a um aumento acentuado da dívida da UE”, a DBRS reitera que “a União continua muito bem posicionada para cumprir as suas obrigações de serviço da dívida a longo prazo”.

Tanto o “aumento do limite máximo dos recursos próprios”, como “a introdução de novos recursos próprios da UE no futuro, proporcionam uma margem orçamental significativa à UE para cumprir os seus compromissos financeiros”.

Para além disso, também o “acordo final sobre o novo Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para o período de 2021–27 reduziu significativamente as incertezas remanescentes sobre o orçamento da UE após a saída do Reino Unido do bloco”.

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#12 Fomos enganados nas barragens da EDP? E já temos mesmo um novo Novo Banco?

  • ECO
  • 26 Março 2021

As barragens da EDP, a nova injeção de capital no Novo Banco, o sucesso da Feedzai, o défice de 2020 e as moratórias de crédito estão em análise n'O Mistério das Finanças desta semana.

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Afinal, o Estado foi ou não enganado no negócio das barragens da EDP? E vamos ou não ter, finalmente, um novo Novo Banco? Estes são dois casos analisados no episódio desta semana d’ O Mistério das Finanças, podcast do ECO apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro.

O episódio abre com um editorial sobre a Feedzai, o novo unicórnio português. E termina com análise ao défice orçamental de 5,7% em 2020 e com o fim das moratórias privadas, que fará retomar o pagamento de 3,7 mil milhões de euros em crédito à habitação de famílias portuguesas.

O Mistério das Finanças é um podcast semanal do ECO, disponível nas plataformas habituais, na apple podcast e spotify.

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Défice abaixo da meta do Governo. Partidos querem apoios sociais

Bloco e PCP apontam que o Governo deveria prolongar os apoios sociais durante este ano. CDS sublinha o aumento da carga fiscal.

O Instituto Nacional de Estatística revelou esta sexta-feira que o défice ficou em 5,7% em 2020, aquém da meta do Governo. Em reação aos dados, Bloco de Esquerda e PCP defendem que preocupação do Governo deveria focar-se nos apoios sociais, enquanto CDS destaca que a carga fiscal também aumentou. Já o PS considera que os números mostram que “o Governo não poupou esforços na resposta à crise”.

O Ministério das Finanças explicou que o valor ficou abaixo do esperado por causa do melhor desempenho da receita. João Leão adiantou também que o défice deste ano “vai ficar ligeiramente acima do previsto” devido aos apoios.” Em reação a estes dados, Mariana Mortágua apontou que “o que os números nos dizem é que o Governo não executou o Orçamento Suplementar, aprovado na Assembleia da República, para dar meios ao Governo para combater a crise”, mais de mil milhões de euros. Assim, o “Governo deixou por executar mais de mil milhões de despesa”, que “não executou porque não quis, são uma folga, que transita para 2021”, reitera a deputada do Bloco.

“Esta folga de mais de mil milhões de euros é o dobro do que custaria ao Estado prolongar os apoios em 2021 a todas as pessoas que os receberam em 2020″, sublinha, apontando que “é precisamente esse prolongamento que o Governo prometeu, que quer agora evitar e travar”. Para o Bloco, “se o Governo não dá a todas as pessoas o direito de ter um apoio em 2021 digno e igual a 2020 não é por falta de cabimentação orçamental”.

“É grave o suficiente que não tenha executado em 2020, e ainda mais grave que não use para corrigir erro de não prolongar apoios”, reiterou a deputada do Bloco, referindo-se à ameaça do Governo de recorrer ao Tribunal Constitucional para tentar travar três diplomas aprovados pela oposição na Assembleia da República, que reforçam apoios sociais à revelia do que o Executivo tinha estipulado no Orçamento do Estado para 2021.

Em resposta a esta posição do Bloco, o PS acusou o partido de não querer “ver os números que tem à frente”, considerando que o défice orçamental apresentado demonstra que “o Governo não poupou esforços na resposta à crise” decorrente da pandemia.

“Consideramos que o BE não quer ver os números que tem à frente. Em primeiro lugar, sabemos que nos últimos meses do ano de 2020 houve uma ligeira recuperação da nossa atividade económica, o que impediu uma queda maior da receita e por isso é que o défice [orçamental] também não é maior, e, ao mesmo tempo, as medidas que o Governo lançou de apoio à proteção do emprego, como o lay-off simplificado, foram medidas eficazes, porque travaram o crescimento do desemprego”, disse à agência Lusa o vice-presidente da bancada parlamentar socialista João Paulo Correia.

O deputado acrescentou ainda que o “desemprego não cresceu para o patamar previsto, porque se crescesse para esse patamar previsto a execução da despesa teria sido aquela que estava prevista”. Por essa razão é que os subsídios de desemprego e “as outras prestações sociais não atingiram o máximo da sua execução”, por causa das medidas “que foram implementadas e também porque a economia recuperou ligeiramente naquele período de desconfinamento de 2020”.

Já Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, reiterou que “privilegiar a redução do défice pelos apoios sociais demonstra que o Governo não esta verdadeiramente preocupado com situações de injustiça, de dramas, de pobreza”, em declarações transmitidas pela SIC.

Reagindo também aos dados conhecidos esta sexta-feira, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, sublinhou que o “défice nas contas públicas está a aumentar mas também a carga fiscal sobre portugueses está a aumentar, atingindo hoje cerca de 35% do PIB”. “Apesar do Estado se estar a endividar, está a roubar cada vez mais dinheiro às famílias”, apontou.

(Notícia atualizada às 21h50)

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Onze empresas portuguesas participam em exercício com produtoras de vacinas

  • Lusa
  • 26 Março 2021

Estas empresas vão participar, em 29 e 30 de março, num "exercício de interligação" com empresas produtoras de vacinas que estão a necessitar de maior capacidade de produção.

O ministro da Economia anunciou esta sexta-feira que onze empresas portuguesas irão participar, em 29 e 30 de março, num “exercício de interligação” com empresas produtoras de vacinas que estão a necessitar de maior capacidade de produção.

Pedro Siza Vieira falava à imprensa após uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e o comissário europeu do Mercado Interno e líder do grupo de trabalho da União Europeia (UE) para as vacinas, Thierry Breton, na qual abordaram a produção de vacinas contra a covid-19.

Questionado sobre o papel de Portugal no desenvolvimento de vacinas, o ministro afirmou que foi identificado “um grupo de onze empresas que vai participar num evento, que decorrerá nos dias 29 e 30 deste mês, que será precisamente um exercício de interligação” entre empresas da Europa e as produtoras de vacinas que “têm necessidade de capacidade de produção”, ou seja, que têm sofrido atrasos no processo de fabrico de vacinas.

Esse exercício decorre da estratégia apresentada pela Comissão Europeia que, “entre outras coisas, visa aceder às capacidades da UE e assegurar que as capacidades existentes nos vários Estados-membros correspondem às necessidades de produção”, apontou.

Esperando “que algumas capacidades já existam”, Siza Vieira acredita que vai ter de ser feito “algum investimento daqui para a frente”.

O governante referiu-se à fábrica que está a ser construída no norte de Portugal, aludindo à empresa em construção em Paredes de Coura, “que visa apenas produzir vacinas para doenças virais” e que espera que possa “participar nesse esforço”.

Ao mesmo tempo, no âmbito da presidência do Conselho da UE, que Portugal assume até junho, o ministro assegurou estar a trabalhar com a Comissão “em termos de mapeamento de capacidades” e no apoio aos “esforços da ‘task force'” europeia para as vacinas, falando com os 27 e “certificando-se que este processo atua rapidamente”.

Outro tópico abordado na reunião foi a preparação dos Estados-membros para “começarem exercícios de vacinação em massa no próximo trimestre”, disse.

Dando o exemplo de Portugal, que está prestes a iniciar um processo de vacinação em massa com professores e outros funcionários da rede escolar, Siza Vieira assumiu que esse exercício “vai testar a nossa capacidade para ter a certeza de que somos capazes de implementar isso diariamente, conforme as vacinas que entregamos”.

Nesse sentido, acredita que “todos os Estados-membros devem começar a fazer esses exercícios porque, como agora vemos a habilidade de entregar vacinas rapidamente, também devemos ser capazes de ter a logística para realmente entregar as vacinas a toda a população”.

Sobre as limitações na entrega de vacinas, o ministro destacou a capacidade de produção e a entrega da produção pelos fornecedores como “os maiores entraves”.

No entanto, o responsável considera que agora há “mais visibilidade de como será esse abastecimento no próximo trimestre, graças ao esforço da ‘task force’ [da UE] e ao mapeamento da capacidade produtiva”.

O ministro foi ainda questionado sobre a possibilidade da quebra de patentes das vacinas, mas sublinhou que o problema na vacinação da UE é “logístico” e “não um problema de patentes”.

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