Recálculo de pensões exigido pelo Bloco custa 200 milhões

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

A medida do Bloco de Esquerda para recalcular as pensões atribuídas entre 2014 e 2018 com uma penalização que não se aplicaria atualmente custa 200 milhões de euros.

Os bloquistas estimam que a medida de recalcular as pensões teria um impacto orçamental anual de 200 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) e daí em diante, de acordo com o Diário das Notícias (acesso pago). Em causa está a proposta do Bloco para recalcular as pensões dos pensionistas que se reformaram entre 2014 e 2018 com cortes que hoje em dia já não se aplicam.

Esta é uma das medidas exigidas pelo partido para viabilizar o Orçamento, mas tanto o primeiro-ministro como o ministro das Finanças não têm dado sinal de que vão ceder. A medida custa mais do dobro dos 86 milhões de euros que custa aumentar as pensões mais baixas (até 658 euros) em dez euros a partir de agosto, o que está previsto na proposta do Governo.

Além de querer recalcular os valores dessas pensões para pagamentos a partir de 1 de janeiro de 2022, os bloquistas querem também a revogação do fator de sustentabilidade para os pensionistas com longas carreiras contributivas — o que significa que os beneficiários com mais de 40 anos de desconto ficariam apenas sujeitos ao corte previsto por cada mês antecipado –, mas argumentam que não terá um impacto orçamental significativo. “Deve ser muito reduzido o universo das pessoas que não cabem em nenhum dos grupos (nos quais a idade de reforma já foi flexibilizada)”, diz o deputado José Soeiro.

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Justiça suíça pediu ajuda a Rui Pinto para investigar o presidente da FIFA

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

Num email enviado no final de 2018, o procurador Damian K. Graf, do cantão de Valais, pediu ao hacker português informações potencialmente incriminatórias sobre o presidente da FIFA.

No final de 2018, ainda a identidade de Rui Pinto não era conhecida e já as autoridades suíças pediam ajuda ao hacker português. De acordo com o Público (acesso condicionado), num email enviado nessa altura, o procurador Damian K. Graf, do cantão de Valais, pediu informações potencialmente incriminatórias sobre o presidente da FIFA, Gianni Infantino, no âmbito do Football Leaks. O hacker acabou por aceitar.

O procurador explicou que se suspeitava que Infantino teria atribuído vantagens indevidas a um outro magistrado suíço, Rinaldo Arnold, de modo a conseguir reunir-se secretamente com a figura máxima do Ministério Público deste país, Michael Lauber. Suspeitava-se que o presidente da FIFA aproveitou estes encontros para fazer desaparecer uma investigação sobre a concessão de um contrato de direitos televisivos a uma empresa offshore.

Uma semana depois deste email, Rui Pinto respondeu, mostrando-se disponível para colaborar, mas ressalvando que o contacto teria de ser feito através do seu advogado. A investigação acabou por concluir que o procurador Michael Lauber era “culpado de ter violado várias funções do cargo”, por ter ficado provado que esteve reunido informalmente (sem elaborar qualquer relatório ou registo) com Infantino em três ocasiões.

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Hoje nas notícias: Pensões, dívida pública e Ricardo Salgado

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa altura em que as negociações do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) estão no centro da discussão política, o Bloco de Esquerda estima que uma das suas exigências, o recalcular das pensões penalizadas entre 2014 e 2018, custará 200 milhões de euros de 2022 em diante. Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia relançou o debate sobre as regras orçamentais europeias e um atual comissário europeu e um ex-comissário fazem avisos sobre a dívida pública. Na Justiça, sabe-se agora que Ricardo Salgado passou um recibo verde de 8,5 milhões de euros e que a Suíça pediu ajuda a Rui Pinto para investigar o presidente da FIFA.

Recálculo de pensões exigido pelo Bloco custa 200 milhões

Os bloquistas estimam que a medida de recalcular as pensões teria um impacto orçamental anual de 200 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) e daí em diante. Em causa está a proposta do Bloco para recalcular as pensões dos pensionistas que se reformaram entre 2014 e 2018 com cortes que hoje em dia já não se aplicam. Esta é uma das medidas exigidas pelo partido para viabilizar o Orçamento, mas tanto o primeiro-ministro como o ministro das Finanças não têm dado sinal de que vão ceder. A medida custa mais do dobro dos 86 milhões de euros que custa aumentar as pensões mais baixas (até 658 euros) em dez euros a partir de agosto, o que está previsto na proposta do Governo.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Moscovici alerta que “não podemos ficar encurralados pela dívida” pública

O ex-comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, alerta que é preciso controlar a despesa pública e garantir um crescimento económico forte para diminuir o peso da dívida pública na Zona Euro, o qual se agravou durante a crise pandémica. “Não podemos ficar encurralados pela dívida pública e precisamos de ser capazes de controlar os problemas de dívida”, avisa, em declarações ao Jornal de Negócios, um dia depois de ter reunido com o ministro das Finanças, João Leão, agora no seu novo cargo de presidente do Tribunal de Contas francês. Porém, nota que, como aconteceu nos últimos anos, essa redução não pode ser feita à custa do investimento público, o qual tem de ser protegido.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

“É essencial reduzir a dívida pública para responder a choques futuros”, diz Dombrovskis

O atual vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, avisa no dia em que a Comissão Europeia relança o debate sobre o futuro das regras orçamentais europeias, que “é essencial reduzir a dívida pública para responder a choques futuros”. Porém, essa redução tem de ser feita “de uma forma inteligente, gradual, sustentada e favorável ao crescimento”, nomeadamente melhorando “a qualidade das finanças públicas e promovendo o investimento público”. Ao mesmo tempo que avisa que os juros baixos não vão durar para sempre, o letão admite que um dos elementos em discussão no debate promovido pela Comissão Europeia é saber se “é viável” exigir aos Estados-membros a redução anual (inscrita atualmente nas regras) de 1/20 da dívida até chegar aos 60% do PIB.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Justiça suíça pediu ajuda a Rui Pinto para investigar o presidente da FIFA

No final de 2018, ainda a identidade de Rui Pinto não era conhecida e já as autoridades suíças pediam ajuda ao hacker português. Num email enviado nessa altura, o procurador Damian K. Graf, do cantão de Valais pediu informações potencialmente incriminatórias sobre o presidente da FIFA, Gianni Infantino, no âmbito do Football Leaks. Uma semana depois desse email, Rui Pinto respondeu estar disponível para colaborar, mas com a ressalva de que o contacto teria de acontecer através do seu advogado.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Ricardo Salgado passa recibo verde de 8,5 milhões de euros

Ricardo Salgado declarou ao Fisco os 8,5 milhões de euros que recebeu, em 2011, de José Guilherme, construtor civil da Amadora, como rendimentos de trabalho independente oriundos de Angola. O ex-BES entregou nas Finanças, em 2012, três declarações de substituição do IRS de 2011: numa delas, declarou o dinheiro recebido do empresário da Amadora como um “ato isolado”, justificando esta verba milionária como um presente de José Guilherme em troca dos conselhos que lhe dera para investimentos em Angola.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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5 coisas que vão marcar o dia

Governo negoceia aumentos salariais na Função Pública. Rui Moreira toma posse como presidente da Câmara Municipal do Porto. Concertação Social discute Agenda do Trabalho Digno.

O Governo vai reunir com os sindicatos da Função Pública para negociar aumentos salariais, no dia em que Rui Moreira toma posse como presidente da Câmara Municipal do Porto. Está ainda marcada uma reunião da Concertação Social para continuar a discutir a Agenda do Trabalho Digno.

Governo negoceia aumentos na Função Pública

O Governo vai reunir-se com os sindicatos da Administração Pública. A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública e o secretário de Estado da mesma área governativa recebem representantes da Fesap, Frente Comum e Frente Sindical, depois de, na última reunião negocial, na semana passada, Alexandra Leitão ter apresentado a estas estruturas uma atualização salarial de 0,9% no próximo ano, em linha com a inflação prevista. A proposta foi considerada insuficiente por todas.

Rui Moreira toma posse na Câmara do Porto

Reeleito sem maioria absoluta, o independente Rui Moreira toma posse esta quarta-feira para cumprir o último mandato como presidente da Câmara do Porto, liderando um executivo municipal que conta com um vereador do BE pela primeira vez. O movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto!” obteve 40,72% dos votos, elegendo seis vereadores, não tendo conseguido reeditar a maioria absoluta conquistada nas autárquicas de 2017. A cerimónia vai decorrer no Pavilhão Rosa Mota a partir das 17h30.

Concertação discute Agenda do Trabalho Digno

A Comissão Permanente de Concertação Social continua a discutir a Agenda do Trabalho Digno esta quarta-feira. Na última reunião, na semana passada, o Governo propôs um limite máximo de quatro renovações dos contratos temporários, contra as atuais seis, no âmbito do combate à precariedade. A Agenda do Trabalho Digno prevê ainda incentivos à partilha entre homens e mulheres do gozo das licenças parentais e o aumento das bolsas dos Estágios Ativar.pt para candidatos licenciados para 878 euros.

Juros da casa continuam a descer?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai mostrar esta quarta-feira como evoluíram as taxas de juro do crédito à habitação no mês de setembro. Em agosto, os juros implícitos no crédito da casa voltaram a descer, pelo 12.º mês consecutivo. A taxa média fixou-se em 0,792%, um novo mínimo histórico.

E a inflação continua a subir?

Por sua vez, o Eurostat atualiza os dados relativos à taxa de inflação na Zona Euro em setembro, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC). A taxa de inflação anual avançou em agosto na Zona Euro e na União Europeia pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se nos 3% e 3,2%, respetivamente, com Portugal a apresentar a terceira mais baixa (1,3%).

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Fundos europeus para apoiar políticas de migração têm reforço de 168 milhões

Políticas migratórias, fronteiras e vistos e cooperação policial são as três áreas da Administração Interna com um reforço de dotação de 168,3 milhões no novo Quadro Financeiro Plurianual (2021-2027).

Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar em Bruxelas os programas nacionais relativos aos fundos europeus para a área dos assuntos internos do próximo período de programação (2021-2027). Estes três programas, que tiveram um aumento de dotação de 168,3 milhões de euros, vão agora ser negociados com a Comissão Europeia, até março de 2022.

O Instrumento de Apoio Financeiro à Gestão das Fronteiras e à Política de Vistos (IGFV) com uma dotação inicial de 66,6 milhões de euros é o que regista o aumento mais significativo face ao quadro anterior (2014-2020) e ainda em execução. Portugal tem um aumento de 234% nas verbas para financiar iniciativas relacionadas com a gestão integrada das fronteiras e emissão de vistos de curta duração.

Presentemente este instrumento apresenta uma taxa de pagamento de 60%, de acordo com os dados que o Ministério da Administração Interna avançou ao ECO. Ou seja, inferior à taxa de 62% que o Portugal 2020 apresentava no final de junho, de acordo com o boletim trimestral dos fundos da União Europeia.

Este instrumento tem por objetivo financiar ao longo dos próximos sete anos a ampliação do controlo automático de passageiros; reforçar a qualidade e da inovação dos serviços prestados aos requerentes e titulares de vistos; manter e reforçar o Sistema Integrado de Vigilância e Controlo Costeiro e qualificar os Centros de Cooperação Policial e Aduaneira Luso-Espanhóis.

O segundo fundo mais relevante, do ponto de vista financeiro é o Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) com uma dotação de 60,8 milhões (um aumento de 85,6% face ao quadro ‪2014-2020). Este fundo, que serve para financiar as políticas migratórias, nomeadamente a implementação do Sistema Europeu Comum de Asilo (SECA), a integração de Nacionais de Países Terceiros (NPT) na sociedade e economia portuguesas e para a concretização do princípio da solidariedade entre Estados-Membros e para com países terceiros alvo de fluxos migratórios desproporcionado, tem atualmente uma taxa de pagamento de 77%, ou seja, superior à média do PT2020.

Com estes 60,8 milhões de euros, o Executivo espera expandir a capacidade nacional de acolhimento, com qualidade; apoiar alternativas à detenção, dando particular atenção a famílias com crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade; financiar as operações de retorno voluntário de cidadãos Nacionais de Países Terceiros e apoiar a processos sustentáveis de reintegração nos países de origem ou ainda reforçar a estratégia de informação sobre canais de migração legal para Portugal e para a UE.

Finalmente, o último fundo é o da Segurança Interna, destinado à cooperação policial, ao intercâmbio de informações, cooperação transfronteiriça e à prevenção e combate à criminalidade grave e organizada, vai ter uma dotação de 40,9 milhões de euros o que representa um aumento de 116,4% face ao período de 2014-2020. Em termos de comparação, só a expansão do metro de Lisboa conta com um apoio comunitário de 103 milhões de euros.

A este nível o Executivo destaca reforço dos serviços nacionais de apoio a testemunhas, informadores e vítimas de crimes; o alargamento da capacidade de resposta nas áreas periciais e forenses e o aumento da capacidade de (des)encriptação de informação, bem como desenvolvimento de novas bases de dados.

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É gripe ou Covid? Saiba o que distingue os sintomas

Esta semana, arrancou a administração simultânea das vacinas contra a gripe e a Covid-19. O que distingue os sintomas destas duas doenças?

Com a aproximação do inverno, Portugal prepara-se para enfrentar o habitual período de gripes. Mas, à semelhança do ano passado, a Covid traz uma preocupação adicional. Afinal, que sintomas são mais comuns nestas duas doenças?

Esta semana, arrancou a administração simultânea das vacinas contra a gripe e a Covid-19. A medida vai abranger cerca de dois milhões de pessoas, sendo que os portugueses vacinados com estas duas vacinas em simultâneo podem ser aconselhados a tomar paracetamol, tendo em conta a possibilidade de existirem mais reações adversas provocadas pela administração conjunta.

Assim, os portugueses elegíveis para receberem estas duas vacinas devem aguardar a convocatória, que será feita por SMS, carta ou telefone. A vacinação vai decorrer num misto entre centros de saúde e de vacinação, sendo que com a administração da terceira dose da vacina para os maiores de 65 anos, as autoridades de saúde decidiram manter cerca de 339 pontos de vacinação espalhados pelo país.

Recorde-se que, paralelamente, desde 27 de setembro que decorre a vacinação gratuita para a gripe sazonal, estando previstas para esta época gripal (2021/2022) 2,24 milhões de doses de vacinas, um aumento de 146 mil vacinas face ao ano anterior, segundo dados da Direção-Geral de Saúde. Além disso, e por forma a proteger os trabalhadores, há já algumas empresas a avançar com programas de vacinação contra a gripe sazonal.

Certo é que os sintomas da gripe podem ser muito semelhantes aos registados em pessoas infetadas por Covid-19. Nesse sentido, a linha SNS24, do Serviço Nacional de Saúde, faz a seguinte distinção sobre estas duas doenças:

  • Covid-19: Os sintomas mais comuns da Covid-19 são febre, com uma temperatura igual ou superior 38 graus, tosse persistente (geralmente seca ou associada a dores de cabeça e no corpo), dificuldade respiratória e uma perda do paladar e/ou olfato. Por vezes, as crianças infetadas por Covid-19 podem sofrer de dor de cabeça (cefaleias), vómitos e diarreia. Nos casos mais raros, pode levar “a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte”, lê-se. Nesta doença, o período de incubação pode chegar aos 14 dias.
  • Gripe: Entre os sintomas mais frequentes da gripe está a febre alta, fadiga e mal-estar, tosse seca, dores musculares e dores de cabeça. Além disso, por vezes, os pacientes têm inflamação nos olhos. Nas crianças mais velhas, os sintomas são semelhantes aos dos adultos, ao passo que nos bebés pode também surgir vómitos, diarreia e otites. Na gripe, o período de contágio “começa 1 a 2 dias antes do início dos sintomas aparecerem e vai até 7 dias depois”, sendo que nas crianças pode ser superior, sublinha o SNS 24.

Em linhas genéricas, comparando os sintomas mais comuns das duas doenças, a febre e as dores no corpo são sintomas comuns tanto para a Covid-19 como para a gripe. Já a falta de ar e perda de paladar e/ou olfato não afeta as pessoas com gripe, mas pode surgir em pessoas infetadas com o novo coronavírus. Por vezes, a linha que traça a fronteira entre uma e outra doença é tão ténue que no mercado há já testes para despistar estas duas doenças. É o caso da Unilabs, que há cerca de um ano comercializa um teste de diagnóstico que permite diferenciar a Covid de outros tipos de infeções respiratórias.

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Invenção portuguesa vai ao fundo do mar para subir à Noruega

Tecnologia criada pelo INESC TEC e IPMA cria “novo paradigma de comunicação” na exploração subaquática, com potencial de exportação via spin-off ou transferência para empresa estrangeira.

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) desenvolveram uma solução de comunicações de longo alcance e banda larga para ambiente subaquático, que torna possível uma ligação sem fios entre a superfície de água e o fundo do mar.

Desenvolvida no âmbito do projeto Grow, concluído em setembro e financiado em 240 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), esta tecnologia inovadora à escala internacional é apresentada como “um novo paradigma de comunicação” para apoiar a exploração subaquática, ao reduzir “significativamente” os custos e o atraso no acesso aos dados recolhidos debaixo de água.

O coordenador do projeto, Rui Campos, disse ao ECO que a comercialização e a criação de um negócio em torno desta solução deve demorar “quatro a cinco anos” e há duas hipóteses em cima da mesa. “A nível nacional há muito poucas empresas capazes de incorporar a tecnologia que desenvolvemos no seu portefólio. Por essa razão, a nossa abordagem passará pelo licenciamento ou transferência da tecnologia para uma empresa internacional ou pela criação de uma spin-off”, detalhou.

A nossa abordagem [comercial] passará pelo licenciamento ou transferência da tecnologia para uma empresa internacional ou pela criação de uma spin-off.

Rui Campos

Coordenador da área de redes sem fios do INESC TEC.

Testada em ambiente real, a 20 metros de profundidade, durante a campanha de mar que decorreu na baía de Sesimbra a bordo do navio de investigação RV Diplodus, esta solução combina tecnologias sem fios de curto alcance; veículos subaquáticos autónomos (AUV) que percorrem a coluna de água e funcionam como transportadores de dados; e comunicações acústicas que permitem o controlo da transmissão dos dados em tempo real.

Rui Campos liderou durante quase três anos uma equipa multidisciplinar composta por investigadores do INESC TEC na área das redes sem fios e robótica e também do IPMA na área da investigação oceanográfica e da geologia marinha. Descreve o “potencial de exportação” desta tecnologia — pode ser usada pelo próprio IPMA — e aponta como potenciais clientes “empresas ou entidades que realizam missões subaquáticas usando veículos autónomos submarinos ou que possuem observatórios marinhos, com necessidade de recolha periódica de dados”.

Embora todos os países costeiros possam ter “muito interesse” na tecnologia, fora de Portugal, o coordenador da área de redes sem fios no instituto ligado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto coloca a Noruega “à cabeça” dos interessados, “pela sua aposta muito forte no mar, quer do ponto de vista científico, quer do ponto de vista empresarial”.

Rui Campos, coordenador do projeto Grow.D.R. 19 Outubro, 2021

Por outro lado, lembra que o mar tem cada vez maior relevância na economia mundial e no âmbito das alterações climáticas, o que “torna cada vez mais comum” a utilização de veículos autónomos na monitorização ambiental ou na inspeção de infraestruturas subaquáticas, como pipelines e pilares de torres eólicas offshore. E a tecnologia de comunicações desenvolvida por este grupo de investigadores portugueses, conclui, é “determinante para a extração dos dados recolhidos neste tipo de missões subaquáticas”.

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No final do ano, 1 em cada 8 portugueses serão beneficiários da ADSE

A ADSE vai contar com 1,3 milhões de beneficiários, depois de ter feito um alargamento aos funcionários com contrato individual. O aumento vai levar a uma maior receita com os descontos.

A ADSE estima que o número total de beneficiários titulares e familiares deva ser próximo de 1,3 milhões no final deste ano, o que quer dizer que 1 em cada 8 portugueses serão beneficiários do subsistema de saúde da Função Pública. Isto depois de se ter alargado o subsistema aos trabalhadores com contrato individual de trabalho (CIT).

Na Proposta de Lei do Orçamento da ADSE para 2022, prevê-se um aumento de 7,5% do número de beneficiários, nomeadamente devido ao alargamento aos CIT, de acordo com o parecer do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) sobre o documento. “Este número deve ser revisto para cima face a ter-se verificado um número de adesões superior”, indicam, sendo que o alargamento trouxe 105.507 novas inscrições.

Desta forma, está também contemplada uma subida na receita com os descontos dos beneficiários de 2,1%. O número é “idêntico ao previsto para 2021, o que parece manter a permanente subavaliação dos Orçamentos anteriores”, reitera o CGS, no parecer.

O aumento no montante obtido com os descontos (que reflete também a continuação das valorizações remuneratórias e a progressão de carreiras) contribui para o acréscimo líquido de 14.003.268 euros na receita, face ao valor aprovado no orçamento para 2021.

A receita, que totalizará os 736.992.554 euros, é também influenciada pelo “vencimento a 15 de abril de 2021 da aplicação CEDIM – Certificados Especiais de Dívida de Médio e Longo Prazo à taxa de juro 3,43% e, posterior constituição de uma nova aplicação CEDIC – Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo à taxa de juro de 0,10%”.

Por outro lado, a despesa irá também aumentar, nomeadamente devido à “expectativa de aumento das despesas com aquisição de bens e serviços no valor de 30.838.216 euros, relacionadas com a prestação de cuidados de saúde em regime convencionado e em regime livre, decorrentes do retorno à atividade normal no exercício de 2022, pós pandemia Covid-19, bem como pelo alargamento do número de beneficiários”.

Tendo em conta esta evolução, o orçamento da ADSE estima um resultado líquido positivo de 129.772.173 euros para 2021 e de 63.311.436 euros para 2022. “A variação do resultado líquido previsto para 2021, face ao período homólogo de 2020, está relacionada, fundamentalmente, com a previsão de um aumento expressivo, de 20%, na despesa com o regime convencionado e regime livre, decorrente do retorno à atividade pós pandemia”, explicam.

De salientar ainda que o Conselho liderado por João Proença considera que “não está devidamente refletida no Orçamento a necessária transferência de atos do Regime Livre para o Regime Convencionado com a entrada em vigor da nova Tabela do Regime Convencionado, por opção dos Beneficiários”.

O conselho consultivo sublinha também que “há que ter em conta que não foram recebidas as transferências relativas às isenções, constante das Recomendações do Tribunal de Contas, e não teve ainda continuidade o processo das regularizações”.

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PS viabilizou 21% das propostas do PCP na especialidade do OE2021

Os socialistas nunca tinham viabilizado tantas propostas dos comunistas como no ano passado, mas 2021 também foi o ano em que os comunistas apresentaram mais propostas desde a criação da geringonça.

No ano passado, o Partido Socialista viabilizou 21% das propostas do Partido Comunista Português na fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) para garantir a abstenção dos comunistas e, assim, assegurar a aprovação do OE. No caso do PAN e do PEV, também essenciais para viabilizar o Orçamento, os partidos viram 19% e 27% das suas propostas aprovadas, respetivamente, de acordo com os dados cedidos pelos serviços do Parlamento ao ECO. Neste momento, o PS negoceia à esquerda a viabilização da proposta do OE2022, especulando-se sobre que cedências estão em jogo.

Desde a criação da geringonça no final de 2015 que os parceiros parlamentares do PS foram conseguindo ver aprovadas propostas suas na fase de especialidade dos Orçamentos, as quais se somavam às medidas que já tinham sido negociadas com o Governo e inscritas no documento inicial. Como revelou o ECO no ano passado, os comunistas conseguiram viabilizar mais propostas do que os bloquistas ao longo dos últimos seis anos, antes do Bloco decidiu votar contra o OE2021.

De acordo com as estatísticas cedidas pela Assembleia da República, o PCP conseguiu ver aprovadas 205 propostas desde o Orçamento do Estado para 2016 (OE 2016) até ao OE 2020. Mais recentemente, no Orçamento Suplementar, no qual votou contra, 14 propostas do PCP foram aprovadas (23% do total de 60 apresentadas), o que compara com 25% no caso do Bloco (seis propostas aprovadas das 24 apresentadas), que ainda viabilizou esse Orçamento.

Daqui já se podem retirar algumas conclusões: os comunistas têm sido os que mais propostas entregam para a fase de especialidade e nem sempre uma maior percentagem de propostas aprovadas garante a sua abstenção como se viu no Suplementar. Além disso, esta análise não avalia o impacto (orçamental ou de outro tipo) de cada medida, mas apenas o número de propostas aprovadas, as quais dependem do voto favorável do PS, à exceção de algumas maiorias negativas.

Fonte: Serviços do Parlamento.

No caso do Orçamento do Estado para 2021, a divergência entre o PCP e o Bloco ficou mais evidente uma vez que os bloquistas decidiram apresentar apenas 12 propostas que consideravam essenciais para viabilizar o OE, das quais apenas uma foi aprovada — uma estratégia que repetem este ano com apenas nove propostas. Já os comunistas apresentaram 352 propostas, das quais retiraram seis, e viram 75 aprovadas (21% do total). Nunca o PS tinha viabilizado tantas propostas do PCP desde a criação da geringonça.

Recorde-se que no ano passado os partidos apresentaram um número recorde de propostas de alteração à proposta de Orçamento do Governo num total de 1.547 propostas, um cenário que poderá repetir-se este ano dada a insatisfação da esquerda com o documento. Porém, antes disso, o Executivo terá de dar garantias aos partidos sobre o que o PS viabilizará na fase de especialidade para que estes se abstenham na votação na generalidade na próxima quarta-feira, 27 de outubro, e assim se possa avançar para a próxima fase.

O Ministério das Finanças tem lutado contra esta tendência dos partidos de apresentarem centenas de propostas na fase de especialidade, apelando à “responsabilidade” dos partidos, nomeadamente do PSD, principalmente no que toca às chamadas “maiorias negativas” (direita unida com os partidos da esquerda). No ano passado, os social-democratas conseguiram aprovar 30 das suas 104 propostas de alteração ao OE, as quais se somam oito dos deputados eleitos pelo círculo da Madeira. O CDS conseguiu sete e a Iniciativa Liberal apenas duas.

PAN consegue viabilizar 19% das propostas e PEV 27%

A matemática parlamentar não permite que os socialistas se preocupem apenas com as propostas comunistas, sendo necessário conquistar também a abstenção do PAN e do PEV. Com o voto contra da direita e a hipótese do Bloco repetir o que fez há um ano, será preciso também convencer os três deputados do PAN e os dois deputados do PEV, os quais também já ameaçaram com um voto contra este ano.

No Orçamento Suplementar, o PAN avançou com 20 propostas, das quais três (15%) foram viabilizadas. No OE 2021, o partido subiu a parada e apresentou 266 propostas, das quais 50 (19%) foram viabilizadas. O partido reuniu-se esta segunda-feira com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e admitiu que houve uma aproximação da parte do Governo, mas pediu “medidas concretas” nos próximos dias. Na quarta-feira volta a reunir-se com o Executivo, desta vez com António Costa.

Já o PEV é o partido que, em termos percentuais, mais propostas vê serem viabilizadas pelo PS: quatro das 19 propostas do Suplementar de 2020 (23%) e 33 das 123 do OE 2021 (27%). Na semana passada, o partido sinalizou que irá votar contra o Orçamento se não houver cedências nas negociações até à votação na generalidade. “O Orçamento conforme está apresentado não tem pernas para andar”, disse José Luís Ferreira, acrescentando que ainda “há condições, há tempo e há espaço” para negociar “soluções” de forma a se viabilizar o Orçamento na votação na generalidade a 27 de outubro.

Apesar de não precisar da abstenção das deputadas não inscritas para viabilizar o Orçamento, o PS também tem negociado com Cristina Rodrigues (ex-PAN) e Joacine Katar Moreira (ex-Livre). No ano passado, os socialistas viabilizaram 11 propostas de Joacine Katar Moreira, de um total de 60, e nove propostas de Cristina Rodrigues, de um total de 101.

Nos últimos anos, naturalmente o PS foi o partido que mais proposta conseguiu ver aprovadas na fase de especialidade, o que se repetiu no OE2021: todas as 65 propostas dos socialistas que foram a votos acabaram aprovadas. Muitas destas alterações eram aproximações às exigências dos parceiros da geringonça que depois viabilizam as propostas socialistas, tal como deverá acontecer este ano.

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Bloco de Esquerda tem quatro novas bandeiras orçamentais

Do fator de sustentabilidade aos dias de férias, o Bloco de Esquerda tem quatro novas propostas para o OE, em comparação com o pacote apresentado para 2021.

O Bloco de Esquerda enviou ao Governo nove propostas para as negociações do Orçamento do Estado para 2022. Desse pacote, constam cinco medidas que os bloquistas defenderam e viram rejeitadas no ano passado — como a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde e o fim da caducidade dos contratos coletivos –, além de quatro novas propostas que não estavam incluídas nas reivindicações apresentadas para o OE2021, como a reposição dos 25 dias de férias e a revogação do fator de sustentabilidade para alguns pensionistas.

“A pedido do Governo e em prol de um avanço na negociação” do Orçamento do Estado para o próximo ano, os bloquistas formalizaram, sob a forma de redação de norma legal, nove propostas, que giram em torno de três grandes temas: Saúde, Segurança Social e Código do Trabalho.

A primeira medida indicada nesse pacote diz respeito à contratação, dedicação plena e respetivos incentivos. Esta medida constou das reivindicações do BE para o OE2021, ainda que com algumas diferenças. Por exemplo, na proposta anterior, o BE sublinhava que a autonomia dada às instituições do Serviço Nacional de Saúde teria como objetivo a “celebração de contratos sem termo e o aumento efetivo do número de profissionais”. Já no pacote agora enviado, os bloquistas apontam que será de competência do órgão máximo de gestão dos serviços e estabelecimento de saúde do SNS a celebração de contratos a termo certo ou incerto ou contratos por tempo indeterminado.

Também na saúde, o BE volta a exigir a dedicação plena dos profissionais do SNS — mas encurta, por exemplo, o prazo em que o Governo tem para arrancar as negociações com os sindicatos — e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, avançando agora com mais detalhes sobre que profissionais transitariam para essa nova carreira, caso esta medida fosse aprovada.

Já quanto ao Código do Trabalho, o Bloco de Esquerda repete três medidas face ao que tinha reivindicado para 2021, voltando a insistir no fim da caducidade dos contratos coletivos — o Governo avançou com uma moratória, mas os bloquistas insistem na revogação desta norma –, na revisão da compensação por despedimento — ainda que, desta vez, se exija que esse valor passe a equivaler a 30 dias e não a 20 dias — e na reposição do princípio do tratamento mais favorável.

Em comparação com o pacote apresentado para o OE2022, o partido coordenado por Catarina Martins deixa cair, por outro lado, a referência à necessidade de regular o trabalho nas plataformas digitais, sendo importante notar, contudo, que os bloquistas apresentaram, entretanto, um projeto de lei para esse fim na Assembleia da República fora do âmbito orçamental.

Outra medida que o BE deixa cair é a reversão do alargamento do período experimental feito em 2019. Isto já que, entretanto, o Tribunal Constitucional declarou que essa medida não fere a Constituição, exceto na parte que se refere aos trabalhadores que estejam à procura do primeiro emprego que anteriormente tenham sido contratados, com termo, por um período igual ou superior a 90 dias, por outros empregadores. O Bloco de Esquerda assegurou que iria insistir na redução do período experimental para os demais trabalhadores visados pela alteração feita em 2019, mas não inclui nada nesse sentido no pacote agora enviado ao Governo.

Por outro lado, os bloquistas trazem, desta vez, duas novas medidas, no capítulo da lei laboral: a reposição do direito a 25 dias úteis de férias e a reposição do direito ao descanso e à compensação pela prestação de trabalho suplementar. É relevante salientar que estas medidas são novas face às 12 propostas apresentadas, na especialidade, pelo BE, em 2020, mas já são bandeiras recorrentes do partido, noutros âmbitos.

Já no que diz respeito à Segurança Social, o Bloco de Esquerda coloca, este ano, em cima da mesa duas propostas: a valorização da idade pessoal de reforma e a revogação do fator de sustentabilidade e recálculo de pensões “para eliminar os cortes em pensões de beneficiários com longas carreiras contributivas e profissões de desgaste rápido”. Ambas as medidas não constavam do pacote bloquista apresentado para o Orçamento para 2021.

Por outro lado, desse conjunto, caem três medidas: a redução do prazo de garantia do subsídio de desemprego, o travão aos despedimentos nas empresas que beneficiem de apoios extraordinários — sendo que, no próximo ano, espera-se que a adesão a essas ajudas caia consideravelmente — e a revisão dos contornos do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores.

Além destas, o Bloco de Esquerda não inclui, desta vez, a medida que travava um eventual empréstimo do Fundo de Resolução para o Novo Banco, mesmo que esse dinheiro tivesse origem nos bancos do sistema e não no Estado diretamente. É que, da proposta de Orçamento do Estado para 2022, não consta qualquer menção a uma nova injeção no novo banco, pelo que esta bandeira deixou de fazer sentido, daí ter caído.

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 será votada na generalidade a 27 de outubro. A aprovação do documento apresentado por João Leão na Assembleia da República ainda não está garantida, uma vez que não só a direita já disse que irá votar contra, o PCP diz que a negociação não está a ter “grande evolução” e o Bloco de Esquerda mostra-se desfavorável, ainda que tenha enviado as referidas 9 propostas, mostrando abertura para a negociação.

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Governo já pagou 8,4 milhões para casas mais eficientes

No que toca a Vales Eficiência para famílias pobres, o ministro anunciou que já foram distribuídos mais de 540 vales, com 6.831 candidaturas.

O ministro do Ambiente e da Ação Ambiental revelou em entrevista ao ECO/Capital Verde que o Fundo Ambiental já pagou 8,4 milhões de euros em apoios no Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis 2021. Este valor corresponde a 5.164 candidaturas.

Foram já submetidas 34.137 candidaturas, das quais 6.048 foram consideradas elegíveis, o que corresponde a um valor total de quase 10 milhões, ou seja, um terço do valor total deste primeiro aviso de 30 milhões para tornar as casas mais eficientes.

Em análise estão ainda 18.603 candidaturas, para uma dotação remanescente de 90 milhões de euros.

No que toca a Vales Eficiência, o ministro anunciou que já foram distribuídos mais de 540 vales, com 6.831 candidaturas. Destas, 550 foram consideradas elegíveis o que equivale a um valor 707 mil euros. Restam ainda mais de 31 milhões de euros para Vales Eficiência.

Quantos aos fornecedores que neste momento estão acreditados para receber estes vouchers, são 113, de acordo com o Fundo Ambiental.

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Governo disponível para aliviar impacto da subida do gasóleo nos transportes, diz Matos Fernandes

Ministro do Ambiente diz ao ECO que o Governo está disposto a apoiar setores mais atingidos pela subida dos combustíveis como o transporte de mercadorias e o transporte coletivo de passageiros.

O ministro do Ambiente diz em entrevista ao ECO que o Governo reconhece as dificuldades dos setores mais atingidos pela subida dos combustíveis e está disponível para tomar medidas que aliviem o impacto. As reuniões com as associações de transportes de mercadorias e de passageiros decorrem já esta semana.

“Estou certamente preocupado com isso e relativamente a alguns setores específicos da mobilidade estão a começar agora as conversas. O meu colega Pedro Nuno Santos tem já hoje [terça-feira, dia 19] os transportes de mercadorias e nós ainda esta semana reuniremos com a ANTROP [Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros]”, afirma o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Questionado sobre o que o Governo está disponível para fazer, Matos Fernandes respondeu que prefere esperar pela reunião com a ANTROP antes de fazer o anúncio de qualquer medida. “Mas é óbvio que se estamos a ter estas reuniões setoriais é porque reconhecemos que há setores mais afetados do que outros. Não pode ser posto em causa aquilo que é, por exemplo, a utilização do transporte coletivo”, acrescentou o governante.

E saiu em defesa do apoio a este setor: “A utilização do transporte coletivo, mesmo quando movido a diesel, tem sempre vantagens ambientais, porque estamos a falar de transportar muito mais pessoas por quilómetro do que num carro individual”. Matos Fernandes quer também garantir que o esforço orçamental feito com o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) não foi em vão.

Nós não fizemos o esforço do PART para termos os transportes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que conheço melhor, com um grau de utilização de 60%. É desolador.

João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente e da Ação Climática

“Nós não fizemos o esforço do PART para termos os transportes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que conheço melhor, com um grau de utilização de 60%. É desolador”, disse o ministro. “Eu percebo que as pessoas em função da Covid tenham ainda este receio e não arrisco dizer em quanto tempo é que acho que o receio passa. O início do ano letivo trouxe mais pessoas aos transportes coletivos, mas estamos significativamente abaixo daquilo que era a procura, até antes do PART”, acrescentou.

As associações de transportes têm manifestado vocalmente o seu descontentamento pelo impacto da subida do preço dos combustíveis. Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, já veio admitir a possibilidade de as empresas terem de aumentar o preço dos bilhetes, um cenário que Matos Fernandes quer evitar. Uma das medidas que defendem é o acesso ao gasóleo profissional, que permite um desconto até 18 cêntimos por litro, atualmente só disponível para as empresas de transporte de mercadorias.

Também a ANTRAM tem vindo a contestar o preço do gasóleo e elevada carga fiscal que sobre ele incide. Em declarações à agência LUSA, a associação que representa os transportadores rodoviários de mercadorias considerou no sábado que a descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), anunciado na passada sexta-feira, terá um “impacto muito reduzido” e lembra que as empresas “estão no seu limite”, antevendo insolvências “a breve trecho”. “Mais de 60 cêntimos em impostos em cada um euro de combustível é um exagero”, afirmou o porta-voz, André Matias de Almeida.

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