António Costa e Silva deixa Partex após dissolução da petrolífera

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

Depois da venda da Partex à tailandesa PTTEP, em 2019, Costa e Silva manteve-se na empresa “no pressuposto da continuidade da companhia", que foi entretanto dissolvida e liquidada.

António Costa e Silva anunciou esta quarta-feira a cessação de funções de Presidente do Conselho de Administração da Partex, depois da única acionista, PTTEP (PTT Exploration and Production), ter procedido à dissolução e liquidação da petrolífera.

“Tendo em conta a recente decisão da acionista única, a PTTEP, de não continuar a companhia e de proceder à sua dissolução e liquidação, e em consequência disso, venho comunicar que cessam a partir de hoje as minhas funções de Presidente do Conselho de Administração, e desejo que o processo que agora se enceta salvaguarde devidamente os direitos e os interesses de todos nele envolvidos”, informou António Costa Silva em comunicado, ao qual a agência Lusa teve acesso.

António Costa Silva recordou que, em 2019, quando a Partex foi vendida à Companhia Nacional Tailandesa PTTEP, a nova acionista solicitou-lhe que continuasse com as suas funções na administração, o que aceitou “no pressuposto da continuidade da Companhia”.

A 31 maio de 2020 o primeiro-ministro António Costa convidou António Costa Silva para coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica. A 16 de abril de 2021, o primeiro-ministro nomeou António Costa Silva para presidir à Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar formalmente em Bruxelas o seu PRR, tendo sido também o primeiro a ter aval da Comissão Europeia, em 16 de junho passado.

O Plano de Recuperação e Resiliência prevê reformas e investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização no valor de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido.

O período de execução é até 2026, estando previsto um conjunto de reformas e investimentos para alavancar o crescimento económico.

A Fundação Calouste Gulbenkian concluiu a 4 de novembro de 2019 a venda da petrolífera Partex à tailandesa PTTEP por cerca de 622 milhões de dólares (cerca de 555 milhões de euros na altura).

A PTTEP é uma empresa pública, cotada na Bolsa da Tailândia, que integra os índices Dow Jones Sustainability. A operar desde 1985, tem 46 projetos petrolíferos em 12 países espalhados pelo mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maioria das empresas dos EUA planeiam tornar vacina contra a Covid-19 obrigatória até ao fim do ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Setembro 2021

Mais de metade das empresas nos EUA planeiam tornar a vacinação contra a Covid-19 obrigatória até ao fim de 2021. Apple já pede aos trabalhadores que comuniquem "voluntariamente" o seu estado vacinal.

Mais de metade das empresas nos Estados Unidos estão a planear tornar a vacinação contra a Covid-19 obrigatória para os seus trabalhadores até ao final do ano, revela esta quarta-feira um inquérito realizado pela consultora Willis Towers Watson a 961 empregadores do país, citado pela Reuters. Um quarto dos inquiridos considera a inoculação como condição de emprego, sendo que a Apple já está a pedir aos seus funcionários nos EUA para que comuniquem o seu estado vacinal “voluntariamente” até meados de setembro.

O novo aumento de casos de Covid-19 nos EUA, provocado pela variante Delta e que tem pressionado o sistema de saúde norte-americano, a par com as novas orientações do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA — que exige que os indivíduos totalmente vacinados usem máscaras –, levou empresas como a Alphabet Inc., “mãe” da Google, a Walmart e a Goldman Sachs Group a alterarem as suas políticas acerca do uso de máscara e da vacinação.

Entre as empresas participantes – que, juntas, empregam cerca de 9,7 milhões de pessoas – mais de 52% admitem que poderão ter uma ou mais exigências de mandatos de vacinação no último trimestre de 2021, um aumento em relação aos atuais 21%. As ordens poderão variar entre a exigência de vacinação para os funcionários terem acesso a áreas comuns, como por exemplo cantinas, e a exigência de vacinação para todos os trabalhadores.

O inquérito revelou ainda que o número de empregadores que verificam se os trabalhadores completaram a sua vacinação está a aumentar, com mais empresas a considerarem até a implementação de incentivos financeiros para a vacinação.

Ao mesmo tempo, a aprovação total concedida na semana passada à vacina da Pfizer/BioNTech pela agência reguladora do medicamento norte-americana (FDA, na sigla em inglês) é um passo importante que poderá ajudar a acelerar a implementação de mandatos de vacinação nos EUA. “Esperamos que ainda mais empregadores instituam mandatos de vacinação na sequência da aprovação da vacina Pfizer pela FDA”, disse um responsável da Willis Towers Watson.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno Santos garante que TAP não guarda ‘slots’

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

“Todas as companhias aéreas têm perdido slots. Não esperamos um tratamento diferente para a TAP. Obviamente que queremos limitar ao mínimo a perda de slots”, afirmou o ministro Pedro Nuno Santos.

O ministro das Infraestruturas garantiu esta quarta-feira, em Lisboa, que a TAP não guarda slots, vincando que a União Europeia tem regras “muito claras” sobre esta matéria.

“Às vezes, alimenta-se a ideia de que as companhias, neste caso, a TAP guarda slots. Quando uma companhia deixa de voar e usar um determinado slot ele volta ao mercado”, afirmou Pedro Nuno Santos, que falava, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Em 24 de agosto, o presidente da companhia aérea Ryanair acusou a TAP de bloquear slots (vagas horárias num aeroporto para uma companhia aérea aterrar e descolar aviões), no aeroporto de Lisboa, impedindo o crescimento de outras companhias aéreas.

Notando que a União Europeia tem regras “muito claras” quanto à utilização de slots, Pedro Nuno Santos referiu que, com a pandemia de covid-19, houve uma “quebra muito grande nos movimentos”, o que levou à suspensão de algumas dessas regras, “primeiro parcialmente depois totalmente”.

Todas as companhias aéreas têm perdido slots. Não esperamos um tratamento diferente para a TAP. Obviamente que queremos limitar ao mínimo a perda de slots”, afirmou Pedro Nuno Santos.

O governante recordou ainda que as slots (vagas horárias num aeroporto para uma companhia aérea aterrar e descolar aviões) são “muito importantes” para ligar, por exemplo, a Europa a África ou mesmo aos Estados Unidos.

Pedro Nuno Santos sublinhou que Portugal está em negociações com a Comissão Europeia sobre a perda de slots, mas não quis adiantar mais detalhes quanto aos números que estão em cima da mesa. “Diz-nos a nossa experiência que a negociação correrá melhor quanto menos for pública”, referiu.

Por sua vez, a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean, vincou que a Comissão Europeia tem regras claras para as slots. “Temos uma regulação clara […]. Reduzimos as slots face à pandemia. As coisas estão muito claras”, precisou.

Em conferência de imprensa, o presidente da Ryanair, Michael Kevin O’Leary, disse, na altura, que a companhia aposta em Portugal enquanto a TAP “corta empregos, corta rotas” e referiu que mais poderia ser feito se a TAP não bloqueasse slots, pedindo a intervenção do Governo.

A TAP impede outras companhias aéreas de investir em Lisboa, bloqueando artificialmente slots no aeroporto da Portela (que apenas desbloqueia a cada semana) que poderiam ser usados por outras companhias áreas para trazer mais rotas, mais tráfego”, afirmou em conferência de imprensa num hotel em Lisboa.

Segundo o responsável, se a TAP libertasse slots em Lisboa (que não usa nem irá usar devido à redução da frota) a Ryanair poderia ficar já com 200 ‘slots’ semanais.

Poderíamos pôr mais aviões em Lisboa, criar mais empregos, ajudar Portugal a crescer e a recuperar da crise da covid-19 de forma mais rápida”, acrescentou.

No dia 26 de julho, a Comissão Europeia propôs prolongar, até março de 2022, o alívio das regras da União Europeia (UE) para faixas horárias de descolagem e aterragem das companhias aéreas, devido aos efeitos ainda visíveis da pandemia no setor.

Em comunicado, o executivo comunitário defendeu “a alteração do regulamento das faixas horárias e o alargamento das regras de alívio”.

Isto significa que “o alívio [das regras] será prolongado até à próxima estação de inverno, que decorre de 31 de outubro de 2021 a 27 de março de 2022”, prevendo que, “em vez do requisito habitual de utilizar pelo menos 80% de um determinado conjunto de faixas horárias para manter os direitos sobre tais ‘slots’, as companhias aéreas possam utilizar apenas 50% de um determinado conjunto”, acrescentou a instituição.

O ministro das Infraestruturas afirmou ainda que o investimento na ferrovia será superior àquele realizado na TAP, notando que estes dois meios de transporte devem ser complementares.

Vamos investir mais na ferrovia do que na TAP. A ferrovia pode substituir a aviação nas distâncias mais curtas”, indicou Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas, em Lisboa.

Conforme apontou o governante, o comboio nunca poderá substituir o avião nas longas distâncias, mas pode ser nas curtas, assim que existam condições para tal.

“A Portugal chega-se, por norma, de avião […]. Não podemos ter a ilusão de que vamos ter na viagem de comboio uma alternativa ao avião”, referiu Pedro Nuno Santos, numa conferência de imprensa após um encontro com a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean, que está em Lisboa.

O ministro lembrou ainda que mesmo a rodovia é complementar à ferrovia, uma vez que o objetivo dos comboios não é chegar a todos os bairros. “Cada meio de transporte tem a sua função”, reiterou.

(Notícia atualizada às 21h09 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maioria dos alunos subiram nota após revisão da prova

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

Mais de 75% das revisões resultaram na melhoria de nota, de acordo com os dados do Júri Nacional de Exames.

A maioria dos alunos que pediu a reapreciação das provas da primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário conseguiu subir a nota, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Ministério da Educação.

São poucos os alunos a quem a nota conseguida nos exames nacionais não convence e do total das 204.388 provas realizadas este ano durante a primeira fase, 2.937 voltaram para trás para serem reavaliadas.

Este número representa apenas 1,4% do total, mas nos poucos casos em que os alunos em que acontece, a reapreciação das provas parece compensar: de acordo com os dados do Júri Nacional de Exames (JNE), 75,1% das revisões resultaram na melhoria de nota.

Os casos em que os alunos acabaram por manter a mesma nota são menos frequentes e esse resultado verificou-se em apenas 17,4% das reapreciações. Já o pior cenário possível (baixar a classificação inicial) é também o menos provável e este ano só aconteceu com 220 provas (7,5%).

As médias dos exames nacionais desceram em quase todas as disciplinas, num ano em que o grau de dificuldade das provas aumentou ligeiramente.

Nas quatro principais disciplinas, só Português manteve a média de 12 valores registada no ano anterior e Física e Química ficou abaixo do 10, com uma queda de mais de três valores que também se verificou a Matemática A.

Apesar da descida das classificações em comparação com o ano anterior, o número de pedidos de reapreciações não aumentou, diminuindo até em termos absolutos (no ano passado foram 3.305 e os mesmos 1,4%).

A tendência dos resultados das reapreciações também se repetiu, e já no ano passado a grande maioria tinha conseguido melhorar a nota.

Este ano, as provas finais do secundário servem apenas para melhoria da classificação interna ou ingresso no ensino superior, mas, apesar dos piores resultados, o concurso nacional de acesso ao ensino superior registou um número recorde de candidatos: 63.878 na primeira fase, o maior número desde 1996.

A partir desta quarta-feira, os estudantes vão poder voltar a ir a exame na segunda fase, que decorre até terça-feira, mas a nota dessas provas só poderá ser utilizada na candidatura à segunda fase do concurso nacional de acesso, entre 27 de setembro e 8 de outubro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Proprietários criticam “aumentozinhos” dos valores das rendas

Rendas vão subir 0,43% em 2022, de acordo com a inflação, mas proprietários dizem que "efeito prático é zero". Inquilinos falam no peso que terá para quem tem baixos salários.

As rendas são normalmente atualizadas anualmente de acordo com a inflação e, embora não tenha havido mexidas este ano, em 2022 o aumento será de 0,43%. Para os proprietários, esta subida é irrisória, cujo “efeito prático é zero”, como disse ao ECO o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP). Contudo, os inquilinos alertam para o peso que será para as famílias de baixos rendimentos.

Uma atualização de 0,43% nas rendas no próximo ano é “aceitável”, diz António Frias Marques, mas “o efeito prático disto é zero”. E aqui, o responsável chama a atenção para as “rendas mensais antigas abaixo de 50 euros”.

No segundo caso, “este aumento de 0,43% significa 22 cêntimos”, diz o presidente da ANP, referindo que há cerca de 120 mil rendas inferiores a 50 euros em todo o país. “A lei determina que é necessário enviar uma carta registada com aviso de receção” a avisar o inquilino desse aumento, carta essa que custa 3,55 euros. Ora, “se o proprietário vai aumentar a renda em 0,43%, ou seja, 22 cêntimos, no ano inteiro não consegue apurar o custo da carta“.

“Dá-me a ideia de que continuamos a brincar aos aumentos das rendas”, diz António Frias Marques, salientando que “estes aumentos são apenas para cumprir calendários”. São “aumentozinhos que, na prática, não servem para nada”, acrescenta. E explica que quem tem inquilinos com rendas altas não os quererá incomodar com esta atualização, assim como quem tem inquilinos com rendas muito baixas.

“Em rendas muito elevadas é muito significativo”, dizem inquilinos

Do lado dos arrendatários, Romão Lavadinho afirma que “os inquilinos estão disponíveis para pagar essa taxa, porque é algo legal e não há nada a dizer”. Mas também concorda que uma subida de 0,43% “não vai alterar muito significativamente” os valores das rendas, pelo menos nas mais altas.

Ainda assim, o presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) faz a distinção consoante os rendimentos das famílias. “O aumento é baixinho se considerarmos altos rendimentos, mas se considerarmos o salário mínimo, 0,43% ainda é bastante”, diz. “Para pessoas com rendimentos muito baixos, essa taxa ainda representa alguns euros”, acrescenta. “E em rendas muito elevadas é muito significativo”.

Contudo, Romão Lavadinho diz que não há muito para discutir neste ponto. “A questão está resolvida há muitos anos e não contestamos”, diz o presidente da AIL ao ECO, recordando que houve anos em que associação contestou, como por exemplo na Troika. “Na altura eram valores elevados e as famílias tinham redução de rendimentos”, diz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola quer vender participações na Caixa Angola, BAI e Mota-Engil até junho de 2022

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

Secretário de Estado das Finanças de Angola adiantou que o Governo pretende vender as participações nos bancos Caixa Angola, BAI e na construtora Mota-Engil Angola no primeiro semestre de 2022.

O Estado angolano quer concluir a venda das suas participações no banco Caixa Angola, no BAI e na Mota-Engil Angola até ao final do primeiro semestre de 2022, disse o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião da Comissão Nacional Interministerial responsável pela implementação do Programa de Privatizações (CNI-PROPRIV), Ottoniel dos Santos disse que foram aprovadas recomendações “no sentido de fazer com que estes ativos possam ser alienados até ao final do primeiro semestre de 2022”.

A reunião foi liderada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, tendo sido avaliados os vários processos incluídos no Programa de Privatizações (PROPRIV).

No que diz respeito ao processo de privatização das participações do Estado no Banco Caixa Geral de Angola (25%), o início está previsto para este ano, enquanto os 10% do BAI (10%) serão alienados em bolsa, por meio de uma Oferta Pública de Venda. O Estado detém ainda 20% do capital social da Mota-Engil Angola, através da Sonangol.

Ottoniel dos Santos adiantou ainda que o processo de venda das 16 unidades industriais levadas a concurso vai ser fechado este ano, sem detalhar quantas propostas foram já recebidas.

As 16 unidades industriais a privatizar nesta fase são AngolaCabos (Indústria de Cabos de Fibra Ótica), Angtor (Indústria de Torneiras), Infer (Indústria de Puxadores, Dobradiças, Fechaduras e Cilindros), Indugalv (Cromagem, Niquelagem e Zincagem), Bombagua (Bombas de Água para a Irrigação), Induplastic (Indústria de Produtos Plásticos Sanitários/Domésticos).

A Indumassas (Indústria de Massas Alimentares), Ninhoflex (Indústria de Colchões de Espuma, de Molas e Travesseiros), Indupame (Indústria de Naves Industriais em Estrutura Metálica), BTMT (Indústria de Quadros Elétricos), Betonar (Indústria de Pré-Fabricados, Pré-Esforçados e Artefactos de Betão), Inducabos (Indústria de Cabos Elétricos de Baixa e Média Tensão) serão igualmente privatizadas.

Constam ainda da lista das unidades industriais da ZEE a serem privatizadas, as empresas MateEletrica (Indústria de Interruptores, Tomadas, Caixa de Derivação e de Aparelhagem), Indulouças (Indústria de Sanita Convencional), Indutubos (Indústria de Tubos e Acessórios) e a Fundinar (Fundição de Ligas Metálicas).

Do total de 138 ativos inscritos no PROPRIV foram vendidos até agora 41, incluindo seis empresas de referência, estando em fase de conclusão outros 27 processos, segundo dados do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não há necessidade urgente” de dar doses de reforço de vacinas na UE, diz ECDC

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

"Não há necessidade urgente de administrar doses de reforço de vacinas a indivíduos totalmente vacinados na população em geral”, defende a ECDC.

O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) defendeu esta quarta-feira não existir “necessidade urgente” de administrar doses de reforço da vacina anticovid-19, dado que os fármacos aprovados na Europa são “altamente protetores” contra doença grave.

“As provas disponíveis neste momento relativamente à eficácia da vacina no ‘mundo real’ e à duração da proteção mostram que todas as vacinas autorizadas na UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] são atualmente altamente protetoras contra a hospitalização relacionada com a covid-19, doenças graves e morte, sugerindo que não há necessidade urgente de administrar doses de reforço de vacinas a indivíduos totalmente vacinados na população em geral”, indica o ECDC num estudo hoje divulgado e ao qual a Lusa teve acesso.

No documento com “Considerações provisórias de saúde pública para o fornecimento de doses adicionais de vacina anticovid-19”, o centro europeu admite, porém, “a opção de administrar uma dose adicional de vacina a pessoas que possam ter uma resposta limitada ao ciclo primário de vacinação”, o que “já deve ser considerado agora”.

Aqui incluem-se “algumas categorias de indivíduos imunodeprimidos, por exemplo, recetores de transplante de órgãos sólidos”, precisa a agência europeia de aconselhamento aos países.

“Isto deve ser visto como uma extensão do ciclo de vacinação primário para estes grupos específicos e não como um reforço. Também se poderia considerar a possibilidade de fornecer uma dose adicional como medida de precaução a indivíduos mais velhos frágeis, em particular os que vivem em ambientes fechados, por exemplo, residentes de instalações de cuidados continuados”, indica ainda o estudo.

E também para estes grupos mais vulneráveis “deve ser considerada a vacinação completa contra a covid-19 de todos os contactos familiares elegíveis e contactos próximos, incluindo profissionais que prestam cuidados”, sustenta o organismo.

Na que toca à população em geral, “fornecer a todos os indivíduos elegíveis o regime de dose recomendada deve continuar a ser a prioridade atual dos programas de vacinação anticovid-19 na UE e EEE”, adianta o ECDC no relatório.

Em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu na semana passada a administração de uma terceira dose da vacina anticovid-19 a estes dois grupos populacionais.

A questão da terceira dose tem duas componentes: para os imunodeprimidos é uma outra oportunidade de ficarem imunizados; para as pessoas que tiveram a sua vacinação, mas porque são velhos, doentes ou terem outra condição que não os deixou duradouramente protegidos, está a ser equacionado um reforço”, afirmou a responsável na altura.

Posição semelhante manifestou hoje o diretor do departamento de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio, que em entrevista à agência Lusa afirma que, “de momento, não há absolutamente nenhuma prova que mostre que a terceira dose é necessária para todos”.

“A nossa posição é de que, basicamente, as pessoas que provavelmente nunca responderão ao ciclo com duas doses podem precisar realmente de uma terceira dose, mas não como um reforço, antes como uma conclusão do seu ciclo inicial e estou a falar de pessoas que são imunodeprimidas”, acrescenta o responsável, que contribuiu para o estudo do ECDC hoje publicado.

Atualmente, 70% da população adulta da UE já foi inoculada com duas doses de vacina contra a covid-19, num total de mais de 250 milhões de pessoas totalmente vacinadas.

Sediado na Suécia, o ECDC tem como missão ajudar os países europeus a dar resposta a surtos de doenças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguradora afegã quer continuar a funcionar sob regime talibã

  • ECO Seguros
  • 1 Setembro 2021

A maior seguradora privada afegã, sediada em Cabul, quer conciliar retoma da sua atividade com as regras da 'shariah', ordem legal que deriva do Corão, livro sagrado do Islão.

Apesar do ambiente político e do caos que reina no país, o maior grupo segurador privado do Afeganistão espera manter-se em funcionamento, segundo Jamal Asfour, CEO da Insurance Corporation of Afghanistan (ICA), citado numa publicação semanal da AM Best, agência especialista em notação financeira para a indústria seguradora.

A retirada das forças dos EUA, após permanência que se prolongou por duas décadas, levou a evacuações em massa e à fuga de civis afegãos. Após a tomada do controlo político do país pelos talibãs, a companhia tenta reiniciar operações e espera reunir com entidades reguladoras para assegurar os seus produtos cumprem requisitos impostos pela aplicação da shariah, lei fundamental do Islão.

De acordo com um artigo publicado pela BestWeek, o líder da maior seguradora privada do Afeganistão, adiantou que os 63 funcionários da companhia regressarão, em breve, ao trabalho, para retomarem funções. As perspetivas da seguradora resumem-se a continuar a operar e, talvez, até crescer.

No entanto, Asfour afirma que, sob controlo talibã, o país se encontra num “limbo político à espera que a comunidade internacional pese a situação”. Citado no artigo reproduzido no site Middle East Insurance Review (MIER) Asfour referiu que, atualmente, o país se encontra num vazio político, “que necessita de uma atenção cuidadosa, porque esta lacuna política está a afetar a nossa indústria seguradora”.

Sem reconhecimento internacional (ao regime talibã), as restrições relacionadas com seguros poderiam ser impostas aos principais bancos, empresas de telecomunicações ou outras organizações importantes que operam no Afeganistão, acrescentou.

A ICA foi fundada em 2007 e é a maior companhia de seguros privada do país. Oferece seguros individuais e empresariais, incluindo a aviação, negócios, terrorismo e risco político, seguros de saúde, cobertura de acidentes pessoais e linhas de negligência médica, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas lança plano de ação no outono para comboios de longa distância

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

“Estamos a elaborar um estudo na Comissão para identificar os obstáculos à viabilidade económica destes projetos”, indicou a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean.

A Comissão Europeia (CE) vai lançar, no outono, um plano de ação para estimular os transportes ferroviários de longa distância, depois de concluir um estudo sobre esta matéria, adiantou esta quarta-feira, no Parlamento, a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean.

Numa audição conjunta das Comissões dos Assuntos Europeus e da Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, a responsável revelou “há um impulso especial em diferentes países para os comboios de longa distância e noite”, mas, ressalvou, “têm de ser viáveis economicamente” porque a CE não pode “subsidiar tudo”.

“Estamos a elaborar um estudo na Comissão para identificar os obstáculos à viabilidade económica destes projetos”, indicou.

De acordo com Adina Vălean, esse trabalho já demonstrou “que as pessoas preferem o comboio ao avião em distâncias inferiores a três horas”.

A Comissária revelou depois que a CE vai “propor um plano de ação para estimular os transportes ferroviários de longa distância” já “no outono”.

A responsável europeia reconheceu ainda que, quando se fala em sistema de transportes, é preciso falar na sua “dimensão social”, passando por ter “preços acessíveis”, mas também por melhores “condições para os trabalhadores do setor”.

“Temos uma falta preocupante de trabalhadores dos transportes”, adiantou, salientando que a CE está a tentar “aumentar a atratividade [do setor] para as mulheres e jovens” e alertando que serão “necessárias novas competências”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reino Unido avança com terceira dose da vacina contra a Covid

  • ECO
  • 1 Setembro 2021

As autoridades de saúde do Reino Unido decidiram administrar uma terceira dose da vacina para as pessoas com imunossupressão.

O Reino Unido vai aderir ao clube da terceira dose da vacina Covid-19 este mês, avança a agência Reuters. O reforço, no entanto, vai limitar-se a pessoas com imunossupressão, que tem uma resposta mais fraca ao sistema normal de duas doses da vacina.

A decisão é justificada pela Saúde Pública de Inglaterra com um estudo que aponta que 40% deste grupo de pessoas gera um nível baixo de anticorpos depois do esquema vacina normal. É o caso de pessoas com HIV ou em tratamentos, como quimioterapia. No total, a medida deve abranger menos de 1% da população, entre 400 mil e 500 mil pessoas.

“Queremos que as pessoas com um sistema imunológico comprometido tenham mais hipóteses de ficar protegidas da Covid-19 através da vacinação”, disse Wei Shen Lim do comité conjunto de vacinação e imunização (JCVI). O comité rejeita, no entanto, que esta decisão seja considerada um “reforço” da vacina, mas sim como uma parte da vacinação normal para este grupo de pessoas.

“O NHS (Serviço Nacional de Saúde) entrará em contato com as pessoas o mais rápido possível para discutir suas necessidades e marcar uma consulta para uma terceira dose quando clinicamente apropriado”, disse ainda o ministro da saúde, Sajid Javid.

O JCVI ainda esta a ponderar sobe a necessidade de uma terceira vacina para os mais velhos e vulneráveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bairro fecha ronda de 1,2 milhões. Quer fazer entregas de super no Porto até final do ano

Startup de entregas planeia nos próximos dois anos expandir a gama de produtos alimentares e bens de consumo, bem como apostar nos produtos farmacêuticos.

A Bairro levantou 1,2 milhões numa ronda de investimento liderada por um grupo de investidores privados internacionais com uma grande experiência no retalho e delivery. A startup de entregas rápidas de supermercado quer com esta injeção de capital expandir distribuição em Lisboa, chegar ao Porto até ao final do ano e, mais tarde, realizar entregas em todo o país. O plano de negócios inclui a expansão para Espanha e mercados vizinhos.

“É indiscutível que os hábitos de consumo estão a mudar, impulsionados em grande parte pelo contexto pandémico. Realizar as compras a partir de casa, de forma mais cómoda e rápida, é cada vez mais uma realidade para os consumidores e considerámos que existia espaço no mercado para criar um serviço que viesse resolver o problema das compras de supermercado de última hora, de forma eficiente e sem custos elevados”, diz Milana Dovzhenko.

“A Bairro quer estar ao lado dos portugueses em todos os momentos do seu dia, garantindo sempre a máxima qualidade dos produtos e entrega just in time, desde o ingrediente especial para o jantar a dois que está a preparar ou as pipocas para a sessão de cinema em família. Adicionalmente, este serviço permite que haja menos desperdício alimentar, pois há menos compras por impulso ou de produtos que acabam por nunca serem utilizados dentro da sua validade”, acrescenta a sócia-fundadora da Bairro, citada em nota de imprensa.

O que faz a startup?

Fundada por Artem Kokhan, de 25 anos e residente há 8 anos em Portugal, e Milana Dovzhenko, com um investimento de 100 mil euros, a Bairro faz entregas em 15 minutos de produtos de supermercado, comida e bens essenciais em Lisboa, entre as 10:00h às 00:00h, a partir da sua dark store, nas antigas instalações da Nokia, no Marquês de Pombal, que abriu no final de março. A startup já possui contratos diretos com grandes fornecedores como a PepsiCO, Unilever, Nestlé, entre outros, planeando nos próximos dois anos expandir a gama de produtos alimentares e bens de consumo, bem como apostar nos produtos farmacêuticos. Já entregou mais de 2 mil pedidos mensais nos primeiros quatro meses de atividade.

Acaba de levantar 1,2 milhões junto a investidores russos, como Leonid Dovladbegyan, diretor-geral do hipermercado online Vprok.ru – X5 Retail Group, Dmitry Shklyar, investidor líder e business angel, Alex Vasiliev, ex-diretor da JD.com e da Cainiao, e Andrey Tsytsenko, ex-diretor do Delivery Club e do Pandao.

“A tração impressionante do projeto, o volume atual do mercado alimentar português, que representa um valor estimado de 24 mil milhões de euros e a baixa concorrência no segmento de entrega rápida na região, foram fatores que conduziram à decisão de investir na Bairro”, comenta o business angel Dmitry Shklyar.

“Não é por acaso que tantos especialistas da indústria tecnológica do setor alimentar decidiram apostar no conceito, apoiando também o projeto como conselheiros, tendo como base a sua vasta experiência neste setor. A nossa tarefa não é apenas ajudar a equipa a crescer uma startup num ambiente competitivo, mas, na verdade, criá-la do zero no mercado de entrega rápida no país, numa altura em que o volume do mercado de entrega online rápida em geral não ultrapassa os 5%”, diz o business angel Leonid Dovladbegyan, diretor administrativo do hipermercado online Vprok.ru – X5 Retail Group, citado em nota de imprensa.

O plano de negócios da Bairro inclui a expansão da Bairro para mercados como Espanha e outros países vizinhos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montijo: Tribunal indeferiu providência cautelar mas critica localização do aeroporto

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada indeferiu uma providência cautelar, mas, segundo o advogado do processo, "arrasa por completo a opção da localização".

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada indeferiu uma providência cautelar relativa à Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do aeroporto no Montijo, mas, segundo o advogado do processo, a sentença “arrasa por completo a opção da localização”.

Em dezembro de 2019, o grupo de cidadãos Negociata – Ninguém Espera Grandes Oportunidades Com Investimentos Anti-Ambiente – interpôs uma providência cautelar para suspender a Avaliação de Impacto Ambiental relativa ao novo aeroporto do Montijo e requereu que não fosse emitida a Declaração de Impacte Ambiental (DIA). A DIA foi emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em janeiro e, o mesmo grupo, pediu que o procedimento cautelar fosse ampliado também à decisão da APA.

Agora, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada indeferiu a providência cautelar, mas, segundo o advogado do processo, Miguel Santos Pereira, a fundamentação da decisão “é uma verdadeira sentença de morte para a opção de localização”. A providência cautelar, explicou, foi indeferida porque não existe especial urgência nem danos para a população, uma vez que o processo está parado, tendo o Governo anunciado uma avaliação ambiental estratégica.

Contudo, Miguel dos Santos Pereira considera que a decisão “arrasa por completo com a opção da localização no Montijo, entendendo o tribunal que a declaração de impacto ambiental nunca poderia ter sido favorável“. “Pese embora o tribunal entenda que a declaração de impacto ambiental nunca poderia ter sido favorável, nós vamos analisar se faz ou não sentido recorrer porque é manifesta a procedência na ação principal e o tribunal podia ter suspendido e acabado com o tema desde já”, disse.

Miguel dos Santos Pereira refere ainda que o grupo de cidadãos pode também optar por avançar com outro procedimento cautelar mal seja colocada a primeira pedra. “O que fica claro de uma vez por todas, e com a chancela do tribunal, é que a opção não cumpre os requisitos legais. Os que entenderam que a opção tinha viabilidade estão enganados e, como é o mesmo tribunal e a mesma juiz que vai decidir a ação principal, ficou claro que o aeroporto do Montijo não vai por diante”, frisou.

“Podem agora, o Estado e a ANA, pedir pareceres jurídicos, podem fazer o que quiserem, mas o aeroporto do Montijo, com esta decisão, fica claro que está sentenciado de morte e terá de ser colocado noutro sítio”, salientou.

Na sentença, a juíza escreve que “a escolha do local na Base Aérea do Montijo descura de modo evidente e manifesto os impactos ambientais, quer na fase de construção, quer na fase de exploração, nas áreas sensíveis legalmente protegidas, de importância nacional, comunitária e internacional, impactos esses que são, designadamente, a vasta destruição no local, na fase da construção e a sua afetação irremediável no futuro durante os cinquenta anos da fase de exploração, sem qualquer possibilidade de reconstituição ‘in natura’, desde que comece a fase de construção”.

Considera ainda a juíza que “o local escolhido com as implicações que apresenta em áreas sensíveis e legalmente protegidas, contraria a legislação ambiental invocada relevando ainda a violação manifesta do Decreto-Lei nº 140/99, porquanto o EIA (Estudo de Impacto Ambienta)l apresentado, apenas poderia fundamentar, naquele local, uma DIA desfavorável, de acordo com as leis de proteção dos locais, áreas protegidas, aves e habitats e o princípio da prevenção e da precaução”.

Ainda de acordo com a sentença agora proferida, “as 200 condicionantes exigidas, para remediar a situação, apenas demonstram a dificuldade ou mesmo a impossibilidade de cumprimento dos objetivos de proteção e conservação ambiental que devem ser prosseguidos pela Autoridade de AIA de cada Estado-Membro”.

No que se refere à extensão da pista para Sul, o tribunal refere que “o que está também em causa neste projeto com efeitos imprevisíveis e não estudados é a utilização diária da pista com uma extensão de 300 metros sobre o rio Tejo, o ruído diário dos aviões, a descolar e a aterrar, as luzes de presença no rio a indicar a pista, os gases de efeito estufa sobre as populações, ou seja, durante 50 anos a utilização intensiva do local”.

No entender da juíza, “a utilização pretendida difere da atual efetuada pela Base Militar, primeiro porque a pista atualmente utilizada é paralela ao rio no sentido oeste/este. No projeto em causa pretende-se a utilização no sentido sul/norte. Acresce ainda que o movimento de hoje efetuado na Base Aérea é incomparável com o que se perspetiva com o projeto”.

Segundo o tribunal, “a apreciação deste fator ambiental apenas reforça a desadequação do local e, consequentemente, da DIA favorável condicionada” e “a viabilidade ambiental do projeto”. Em 08 de janeiro de 2019, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.