Salários de topo disparam com pandemia. Políticos, chefes e gestores sobem 27%

  • ECO
  • 14 Agosto 2021

População empregada com ensino superior teve "um acréscimo de 15,7% e abrangeu 223,4 mil pessoas", segundo dados do INE. Maior subida percentual cabe aos "representantes do poder legislativo".

Os salários de topo de trabalhadores por conta de outrem dispararam durante a pandemia, tendo ainda sido registado uma subida de 27% do número de políticos, chefes e gestores, noticiou o Dinheiro Vivo.

No segundo trimestre havia mais de 40 mil pessoas a ganhar 2500 a 3000 euros por mês, bem como mais de 50 mil com salários líquidos acima de 3000 euros, mais cerca de 91 mil pessoas nas faixas salariais mais elevados, um recorde nas séries do INE, segundo cálculos feitos pelo Dinheiro Vivo, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no novo inquérito ao emprego relativo ao segundo trimestre do ano.

Esta faixa representa perto de 2% do emprego total por conta de outrem. De acordo com o INE, um salário médio em Portugal ronda os 1010 euros limpos mensais. A população empregada com ensino superior teve “um acréscimo de 15,7% e abrangeu 223,4 mil pessoas”, segundo o INE, o que pode explicar o reforço do emprego nestes escalões.

Ao todo a economia nacional criou 209 mil empregos neste ano, tendo o maior maior contributo vindo da classe “especialistas das atividades intelectuais e científicas“, onde o emprego aumentou 11% – 113 mil novos empregos – mais de metade do emprego criado no período em análise.

A maior subida percentual cabe, no entanto, aos “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos”, onde Portugal ganhou mais 75 mil empregos, uma subida de 27%, totalizando agora 349 mil pessoas. O maior das dez classes profissionais analisadas pelo INE, destaca o Dinheiro Vivo.

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Turistas franceses superam britânicos nos gastos em Portugal

  • ECO
  • 14 Agosto 2021

No ano passado os franceses deixaram em Portugal 1551 milhões de euros, enquanto os britânicos tiveram gastos de 1202 milhões dos britânicos, passando a ocupar a segunda posição

Os turistas franceses superaram os britânicos nos gastos em Portugal. Desde 1996 até à pandemia, a França só superou o Reino Unido em dois anos. Desde março do ano passado até maio deste ano, só em setembro é que os gastos dos britânicos superaram os dos franceses, noticiou o Público. A saída do Reino Unido e as restrições de viagens poderão estar na origem desta mudança de posicionamento no topo dos gastos.

O Reino Unido tem sido tradicionalmente o maior mercado emissor de turismo para Portugal e o que mais gera receitas para o País. Mas desde a pandemia, essa posição tem sido ocupada pelos franceses. No ano passado os franceses deixaram em Portugal 1551 milhões de euros, enquanto os britânicos tiveram gastos de 1202 milhões dos britânicos, passando a ocupar a segunda posição. Nos primeiros cinco meses deste ano, segundo dados do Banco de Portugal, os franceses gastaram 344 milhões, contra 243 milhões dos britânicos, noticia o diário (acesso condicionado). A saída do Reino Unido da UE e as restrições de viagens ditadas pela pandemia podem estar na origem desta alteração.

Os quatro maiores mercados emissores, que além dos britânicos e dos franceses engloba alemães e os espanhóis, geraram 985 milhões de euros de receitas nos primeiros cinco meses deste ano, ou seja, mais de metade do total (58%). Penalizado pelas restrições de viagens, o maior mercado extra-europeu, o Brasil, gerou apenas 33 milhões nesse período.

Junho recupera em junho mas abaixo de níveis pré-pandemia

Em junho o turismo continuou a recuperar face ao ano passado, mas está a cerca de metade dos níveis pré-pandemia. “O setor do alojamento turístico registou 1,4 milhões de hóspedes e 3,4 milhões de dormidas em junho de 2021, o que compara com 476,7 mil hóspedes e 1,0 milhões de dormidas em junho de 2020″, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Face a junho de 2019, há um recuo de 50,1% nos hóspedes e 52,6% nas dormidas.

Números que refletem a descida dos visitantes estrangeiros. “Observaram-se decréscimos de 7,6% nas dormidas de residentes e de 72,0% nas dormidas de não residentes”, quando se compara com junho de 2019. Este foi o mês em que o Reino Unido retirou Portugal da lista “verde” de destinos para viajar, tendo apenas voltado em julho, para os vacinados.

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Setor do mel “imune” à pandemia e espera recuperar dos maus anos apícolas

  • Lusa
  • 14 Agosto 2021

Campanha está a terminar no Norte do país e a perspetiva é que 2021 possa ser um ano de retoma para muitos apicultores. O ano passado a produção de mel em Portugal fixou-se em 9.817 toneladas.

O setor do mel não sofreu um impacto significativo face à pandemia de covid-19 e espera até recuperar dos maus anos apícolas, marcados por quebras de produção até aos 80%, apesar da vespa asiática continuar a ser um problema.

“Os impactos da pandemia no setor do mel não se fizeram sentir, uma vez que o trabalho nunca foi interrompido (à semelhança das outras atividade agropecuárias) e as vendas do produto não sofreram um impacto significativo”, adiantou à Lusa a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP).

Conforme apontou, a venda de mel tem uma “sazonalidade marcada”, verificando-se um pico entre o outono e o inverno, sendo que as quebras notaram-se apenas nos apicultores que fazem muitas vendas em mercados e feiras, situação que foi também confirmada pela Sociedade dos Apicultores de Portugal (SAP).

Segundo a SAP, as perspetivas são agora “promissoras”, apesar de a importação de mel de países terceiros e a “deficiente rotulagem dos mesmos” configurar um “sério obstáculo” à comercialização. A isto acresce a concorrência com mão de obra mais barata e sem os “requisitos higiossanitários europeus”.

a FNAP perspetiva que 2021 seja um ano de retoma, após os maus anos apícolas de 2018 a 2020, que, nalguns casos, levaram a quebras de produção de 80% devido, nomeadamente, a perturbações climáticas na época da floração.

“A campanha está a terminar no Norte do país e a perspetiva é que 2021 possa ser um ano de retoma para muitos apicultores”, notou, acrescentando que, no Algarve e Alentejo, registaram-se colheitas normais e que os preços do mercado mundial estão estabilizados.

Porém, no Centro e no Norte, onde as crestas (recolha do mel das colmeias) são mais tardias, “ainda não se consegue perspetivar se o ano será de retoma”.

No que se refere à vespa asiática, tanto a FNAP como a SAP confirmam que continua a ser um problema, sendo que a sociedade de apicultores sublinhou a falta de prevenção e supervisão.

“A vespa, cada vez mais, continua a ser um grave problema. A extensão para Sul atinge já o Alentejo e não me parece que as entidades competentes lhe estejam a dar a importância necessária. Muitas vezes, as empresas contratadas para a sua eliminação fazem-no de forma incorreta, levando à multiplicação dos ninhos”, apontou o presidente da SAP, António Hermenegildo, em resposta à Lusa, assegurando que existe também falta de “supervisão e de prevenção”.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020, a produção de mel em Portugal fixou-se em 9.817 toneladas, sendo 9.643 toneladas das quais provenientes do continente. Os Açores e a Madeira, por sua vez, produziram, respetivamente, 128 e 46 toneladas.

Portugal tem 747.145 colónias e 43.564 apiários registados, segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), referentes a setembro de 2020.

A FNAP representa perto de 50 associados, entre cooperativas, agrupamentos de produtores e associações, onde se inclui a SAP.

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40 empresas têm participação direta na loja do Pavilhão de Portugal na Expo Dubai

  • Lusa
  • 14 Agosto 2021

Portugal volta a participar numa exposição mundial, que arranca em 1 de outubro no Dubai, Emirados Árabes Unidos, depois de um interregno de mais de 10 anos.

O comissário-geral de Portugal para a Expo 2020 no Dubai, Luís Castro Henriques, revela, em entrevista à Lusa, que o Pavilhão de Portugal conta com a participação direta na loja de “40 empresas diferentes”.

Portugal volta a participar numa exposição mundial, a qual arranca em 01 de outubro no Dubai, Emirados Árabes Unidos, depois de um interregno de mais de 10 anos (a última participação portuguesa foi em Xangai, em 2010).

“No nosso pavilhão temos participação direta na loja de cerca de 40 empresas diferentes”, mas “obviamente o portefólio de produtos é mais alargado”, explica o também presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Trata-se da concept store, loja que irá apresentar produtos portugueses aos visitantes da primeira exposição mundial na região do Médio Oriente, África e Sul da Ásia (MEASA, na sigla inglesa), no ano do jubileu de ouro dos Emirados Árabes Unidos.

“E temos outras 20 empresas que participaram no pavilhão”, onde se inclui o arquiteto Miguel Saraiva, “que desenhou este magnífico pavilhão, estou a incluir a Casais, que construiu o Pavilhão [de Portugal], depois há todo um conjunto de materiais construção, de materiais de acabamento, de móveis, de iluminação”, acrescenta o responsável.

“Tudo o que foi possível trazer para cá e que era viável”, Portugal trouxe: “E também vamos ser práticos”, o que “tem visibilidade é de facto português e tem que ser português para que as pessoas, quando entrem no pavilhão, sintam que estão em Portugal com tudo o que” o país “tem para oferecer”.

Portanto, o Pavilhão de Portugal é uma montra do país? “É exatamente isso”, responde perentoriamente Luís Castro Henriques. Questionado sobre se o pavilhão vai manter-se após o final da Expo, que termina em março de 2022, o responsável desconhece qual “vai ser o destino futuro”. Este tema “ainda está em discussão, estamos a aguardar um bocadinho para perceber quais são os planos da própria organização para esta zona toda”, refere. No entanto, “há uma proposta para que os pavilhões fiquem e possam ser utilizados ou não”, mas “isso tem de ser discutido com a própria Expo”.

Neste momento, o “foco” de Portugal é chegar ao dia da inauguração e lançar o Pavilhão de Portugal, que tem uma área de 1.800 metros quadrados e dois pisos e onde não falta a calçada portuguesa, azulejos da Viúva Lamego, cadeiras e candeeiros em cortiça e até um terraço com oliveiras. “O objetivo primordial é termos um pavilhão excelente durante os seis meses da Expo”, reforça Luís Castro Henriques.

Foco na sustentabilidade

Além de estar localizado numa zona onde irão decorrer espetáculos, o pavilhão português está também na área da sustentabilidade (uma das três temáticas da Expo 2020 Dubai). Uma escolha de Portugal “por dois motivos: um prático e um conceptual”, remata o comissário-geral.

No que respeita ao conceptual, “e a verdade é porque esta é a temática onde nós achamos que nos inserimos mais, Portugal já tem algum reconhecimento nesta área, está a fazer algum trabalho na sustentabilidade, por exemplo”, em indústrias designadas por tradicionais, “mas que estão a fazer uma boa conversão”.

E “aí vimos bem, numa perspetiva de futuro, que esta é uma área onde nos podemos afirmar e o nosso objetivo era, de facto, estarmos numa zona onde conseguiríamos ser diferenciadores”, destaca. Já quanto ao motivo prático, “é que, dentro das localizações todas, nós considerámos que esta localização era absolutamente ‘premium'”.

As relações comerciais entre Portugal e os Emirados Árabes Unidos (que são compostos por sete emirados) ainda têm “uma importância reduzida“, ou seja, em que, em média, há “pouco mais de 150 milhões de euros em termos de exportações”.

No entanto, “esta é uma zona onde manifestamente queremos crescer e continuar a crescer, até porque tivemos um crescimento muito relevante há cinco anos”, curiosamente “quando começaram as ligações diretas por avião”, afirma o comissário-geral. O que Portugal pretende desta região é, sobretudo, “dar notoriedade” aos produtos portugueses. E a razão assenta no facto de haver “muitas cadeias de compras que estão sediadas no Dubai e depois, a partir do Dubai, vão para outras zonas do Golfo e também para outras zonas de África, só aí há uma vantagem direta”, considera.

Um segundo aspeto, “é preciso não esquecer que o próprio Dubai é uma plataforma de trading, é um dos maiores portos do mundo”, entre outros. “Nesse sentido, quanto maior for a visibilidade que conseguirmos dar aos nosso bons produtos e à inovação” dos mesmos, qualidade e autenticidade, “melhor”, defende. Quanto a áreas de atividade, é tudo “muito diversificado”.

A presença de empresas portuguesas nos Emirados Árabes Unidos não é grande: “Estamos a falar de cerca de 30 empresas que estão cá, diria 26 no Dubai, quatro em Abu Dhabi, a larguíssima maioria ou são empresas de comércio e, portanto, de troca de bens, importadoras, ou empresas de serviços que estão cá e que prestam serviços a vários níveis”, explica.

Luís Castro Henriques argumenta que os produtos portugueses ainda não têm um grande nível de reconhecimento nesta zona, pelo que se pretende mostrar que são “diferenciados”, são “tipicamente de uma qualidade superior” e “muitos deles estão muito, muito direcionados aos gostos desta zona do mundo”.

No que respeita aos bens, “estamos a falar obviamente do agroalimentar“, como também “de oportunidades a nível da moda e da ourivesaria” – ou seja, “também são setores que irão ter semanas temáticas cá” –, “estamos a falar de desenvolver ações para dar notoriedade ao nível do turismo médico” e até do setor fármaco, “aí potenciando a venda de bens de produtos farmacêuticos, mas também produtos hospitalares”, detalha.

O responsável recorda que há no Dubai “uma grande feira de equipamento hospitalar onde há uma presença relevante de empresas portuguesas para potenciar isso, mas também a oportunidade de virem fazer tratamentos a Portugal”. Energia e sustentabilidade são duas áreas em destaque, tal como as tecnologias de informação (IT).

Na Expo 2020 Dubai haverá uma semana temática dedicada ao IT e às startups porque “de facto Portugal, hoje em dia, pelo menos na Europa, já é reconhecido como um hub a nível de software“, salienta o comissário-geral.

“Tudo indica que muitas dessas empresas e talvez algumas das nossas ‘startups’ possam fazer expansões para esta zona do mundo”, utilizando a plataforma do Dubai, estima o responsável.

Os Emirados Árabes Unidos já manifestaram a sua intenção de reforçar a aposta no setor das tecnologias e no mês passado anunciaram que vão oferecer vistos gold a 100 mil programadores e codificadores de todo o mundo para estabelecer empresas na região.

“Aliás, nós estamos no bairro cujo objetivo futuro para esta Expo é que esta seja a cidade do ‘tech’ e a cidade das novas tecnologias”, ou seja, que se instalem na zona ‘startups’ e fundos de capital de risco, aponta.

“Portanto, aí estamos em sintonia e achamos que temos uma oferta que é diferenciadora”, sublinha Luís Castro Henriques, salientando que atualmente há “muitos produtos de ‘software'” portugueses, muitos deles até “em serviço para os próprios Estados” que estão espalhados pelo mundo. “Alguns já cá estão e eu creio que poderão estar mais”, espera Luís Castro Henriques.

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Há coligações para todos os gostos nestas autárquicas

As coligações autárquicas para estas eleições abundam. Enquanto algumas não são uma novidade no boletim de voto, outras são uma junção improvável.

Os portugueses vão mais uma vez às urnas este ano, numas autárquicas que serão ainda marcadas pela pandemia. Os partidos já tiveram de entregar as listas com as candidaturas e há várias coligações para as câmaras em diferentes pontos do país. Enquanto algumas eram já expectáveis, outras fizeram levantar as sobrancelhas dos eleitores.

Nestas eleições, que se vão realizar a 26 de setembro, ainda com alguns condicionamentos devido à pandemia, vão a votos os órgãos autárquicos de 308 municípios do país e 3.092 freguesias. Os principais partidos avançam com candidaturas para estas eleições, por vezes de forma independente e, por outras, coligados.

Como já é habitual, os portugueses vão ver a CDU (Coligação Democrática Unitária), que junta o Partido Comunista Português (PCP), o Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV) e a Associação Intervenção Democrática, no boletim de voto. A CDU vai concorrer a 305 dos municípios do país e a cerca de 1.630 das freguesias, segundo anunciou esta terça-feira a coligação.

Já outros partidos que costumam juntar forças são PSD e CDS, que assinaram um acordo-quadro para coligações nas eleições deste ano, que excluiu a possibilidade de incluir o Chega. O acordo assenta em princípios “semelhantes” aos das últimas eleições autárquicas. Em 2017, PSD e CDS-PP concorreram coligados em cerca de uma centena de municípios.

Coligações à direita chegam a juntar sete partidos

Este ano, o PSD integra 146 coligações, segundo adiantou o partido em comunicado. Quanto ao CDS-PP, este vai candidatar-se a 251 concelhos nas eleições autárquicas, grande parte dos quais em conjunto com os social-democratas.

O PSD e o CDS juntam-se frequentemente a outras forças de direita em algumas autarquias. Nas últimas eleições, em seis concelhos os dois partidos coligaram-se com o MPT, e em quatro com o PPM. Noutros 11 municípios, avançou mesmo a coligação PPD/PSD, CDS-PP, MPT e PPM.

Este ano, junta-se à “mistura” um partido que tem vindo a ganhar expressão: a Iniciativa Liberal. O partido indicou que vai a votos em cerca de 50 concelhos, referindo ainda que recebeu convites para 112 coligações, mas só terá aceitado integrar sete. Entre as coligações que avançaram conta-se, por exemplo, uma com o PSD e o CDS na Covilhã, com o CDS, o PPM e o MPT em Olhão e com a Aliança em Matosinhos.

Olhando em termos de dimensão, por Odivelas encontra-se uma das maiores coligações destas eleições: PSD, CDS/PP, Aliança, MPT, PDR, PPM e RIR juntam-se para apoiar a candidatura de Marco Pina. Serão também sete os partidos que se coligaram na candidatura de José Manuel Silva para a Câmara de Coimbra: PSD, CDS, PPM, Volt, RIR, Aliança e Nós, Cidadãos.

PS prefere correr sozinho mas aceita RIR

Já o PS escolheu concorrer sozinho na grande maioria dos municípios (95%, segundo anunciaram) e integrar menos de uma dezena de coligações. Contam-se coligações em Aveiro, Cascais, Funchal, Maia, Felgueiras e Penafiel, às quais se junta Lisboa, decisão revelada mais tarde.

Entre os primeiros anúncios de coligações encontrou-se logo um que fugiu ao padrão: o PS e o partido de Tino de Rans decidiram formar uma coligação em Penafiel. Os socialistas juntaram-se assim ao partido RIR na coligação “Penafiel Unido”, com Paulo Araújo Correia como cabeça-de-lista.

O PS decidiu também juntar-se a alguns partidos noutras câmaras do país, como foi o caso da Câmara de Cascais, onde, em conjunto com o PAN e o Livre, apoiam o candidato independente Alexandre Faria, presidente do Estoril Praia.

em Lisboa, a candidatura do PS, encabeçada por Fernando Medina, fechou um acordo com o Livre. Com este passo, Rui Tavares desistiu da candidatura para integrar a coligação, ficando com o pelouro da Cultura, Conhecimento, Ciência e Direitos Humanos.

Na capital, há também uma coligação à direita: PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança apoiam o candidato Carlos Moedas. De fora desta coligação ficou a Iniciativa Liberal, apesar de terem existido conversações. O partido de João Cotrim Figueiredo acabou por avançar com um candidato próprio, que teve depois de ser substituído, concorrendo agora Bruno Horta Soares.

Partidos mais pequenos também se juntam

Quanto aos restantes partidos, em Oeiras, o movimento de cidadãos independentes Evoluir Oeiras fez um acordo para uma coligação com o Bloco de Esquerda, Livre e Volt. Esta terá como cabeça de lista à Câmara Municipal de Oeiras a presidente do movimento Evoluir Oeiras, Carla Castelo, de 50 anos.

As regiões autónomas também não fogem às coligações, sendo que, no Funchal, seis partidos apoiam a candidatura de Miguel Gouveia: PS, BE, PAN, PDR, NOS Cidadãos e MPT.

Quanto ao Pessoas-Animais-Natureza (PAN), este concorre a 43 câmaras municipais e 69 juntas de freguesia, tendo decidido fazer coligações nos municípios de Aveiro, Cascais e Madeira, de acordo com o partido.

Já o Aliança vai concorrer a 33 concelhos do país, com listas próprias em três municípios e em coligação nos restantes 30. Por outro lado, o Chega vai candidatar-se a estas autárquicas em “cerca de 220 municípios”, mas sem coligações, segundo adiantou André Ventura.

Existem ainda coligações entre partidos com menos expressão. O Partido da Terra (MPT) e o Partido Democrático Republicano (PDR), por exemplo, juntaram-se na candidatura à Câmara de Cascais, numa coligação que tem como cabeça de lista o advogado Luís de Belo Morais.

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Wall Street encerra semana com novos máximos

S&P 500 e Dow Jones fecharam em novos máximos intradiários. Nas empresas, o destaque vai para as ações da Disney.

As bolsas norte-americanas encerraram a semana em terreno positivo, com o S&P 500 e o Dow Jones a baterem novos máximos intradiários. Nas empresas, o destaque desta sexta-feira vai para a Disney, que chegou a subir 3% depois de ter apresentado resultados acima das previsões.

O índice de referência dos Estados Unidos, o S&P 500, somou 0,18% para 4.468,82 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que avançou 0,04% para 35.515,38 pontos. Foram dois novos máximos diários, com os índices a encerrarem a semana com um ganho acumulado positivo. O tecnológico Nasdaq também seguiu pelo mesmo caminho ao valorizar 0,04% para 14.822,9 pontos.

Nas empresas, em destaque estiveram as ações da Walt Disney, que valorizaram 0,99% para 181,07 dólares, mas estiveram a disparar mais de 3% durante o dia. Este desempenho acontece no dia em que a empresa apresentou resultados acima das perspetivas dos analistas.

O crescimento anual dos lucros deve ser de 92,9%, de acordo com a Refinitiv, citada pela CNBC. Até agora, cerca de 90% das empresas do S&P 500 apresentaram os resultados do terceiro trimestre, sendo que cerca de 88% delas superaram as estimativas dos analistas de Wall Street.

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Boris Johnson promete “não virar costas” ao Afeganistão

  • Lusa
  • 13 Agosto 2021

“A ideia de uma solução militar ou de combate não é a que devemos seguir neste momento”, defendeu o primeiro-ministro britânico.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, comprometeu-se esta sexta-feira a “não virar costas ao Afeganistão”, confrontado com o avanço dos talibãs, apelando aos ocidentais para trabalharem com Cabul para evitar que o país “volte a ser terreno fértil para o terrorismo”.

Falando às televisões britânicas no final de uma reunião de emergência sobre o Afeganistão com os seus principais ministros e responsáveis da segurança, o dirigente indicou que o seu país tenciona “fazer pressão” pela via diplomática e política, mas exclui a hipótese de uma “solução militar”.

“O que devemos agora fazer não é virar costas ao Afeganistão, mas continuar, enquanto membros do Conselho de Segurança [da ONU] a trabalhar com os nossos parceiros para nos assegurarmos de que o Governo de Cabul não deixa o país voltar a ser terreno fértil para o terrorismo”, declarou Johnson.

“Vamos utilizar os nossos meios de pressão diplomática, política, o orçamento da ajuda internacional, para exercer mais pressão”, explicou, acrescentando: “A ideia de uma solução militar ou de combate não é a que devemos seguir neste momento”.

O líder do Governo britânico mostrou-se “extremamente orgulhoso” do papel desempenhado pelo Reino Unido nos últimos 20 anos no Afeganistão, de onde retirará nos próximos dias “a grande maioria” do seu pessoal diplomático, perante a intensificação da ofensiva talibã.

“Graças aos esforços das Forças Armadas do Reino Unido, a todos os sacrifícios que fizeram, não assistimos a ataques da Al-Qaida contra o Ocidente durante muito tempo”, afirmou Johnson numa entrevista à estação televisiva Sky News, após a reunião governamental de crise.

“Além disso, três milhões de meninas e mulheres jovens foram educadas no Afeganistão graças aos esforços do Reino Unido e das Forças Armadas britânicas”, acrescentou.

O avanço dos talibãs, que prossegue no Afeganistão, levou Londres a anunciar, na quinta-feira à noite, o envio nos próximos dias, de cerca de 600 militares para ajudarem à repatriação do pessoal da embaixada britânica em Cabul, dos cidadãos britânicos no país e dos afegãos que colaboraram com a missão do Reino Unido.

O primeiro-ministro sublinhou que também será enviada uma equipa do Ministério do Interior para ajudar a tratar dos documentos necessários para que esse pessoal local possa viajar para as ilhas britânicas, e pediu a quem ajudou o Reino Unido no Afeganistão que “se apresente e se identifique” na sua representação diplomática.

“Podíamos ver que isto ia acontecer desde há algum tempo, pelo que tivemos de fazer preparativos para nos retirarmos. Chegou agora o momento”, declarou.

Questionado sobre a possibilidade de manter tropas no terreno no país daqui em diante, Johnson disse que “há que ser realista sobre a capacidade do Reino Unido ou de qualquer potência para impor uma solução militar”.

As forças talibãs controlam agora quase metade das 34 capitais provinciais afegãs, todas tomadas em apenas oito dias.

Inquirido sobre se os combates travados no Afeganistão nas últimas duas décadas foram “em vão”, Boris Johnson afirmou que partilha “a dor das famílias” das 457 “mulheres e homens das tropas britânicas que morreram no conflito”.

“Entendo como devem sentir-se neste momento [as suas famílias], mas devo dizer que não creio que tenha sido em vão, porque penso que, quando olhamos para trás, durante os últimos 20 anos, fez-se um esforço incrível para lidar com um problema particular”, afirmou.

“Todo o mundo recordará [o que ocorreu] após o 11 de Setembro (de 2001, atentado às Torres Gémeas e ao Pentágono)”, disse o chefe do executivo, considerando “um êxito” que “em grande medida a ameaça da Al-Qaida nas ruas da capital britânica e em todo o Reino Unido e Ocidente tenha sido amplamente reduzida”.

De manhã, o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, criticou a decisão dos aliados norte-americanos de retirar as suas tropas do Afeganistão, seguida das forças da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte).

“Não foi nem o momento certo, nem a decisão certa a tomar, porque a Al-Qaida provavelmente regressará”, declarou à Sky News Ben Wallace, “preocupado” com aquilo que definiu como “uma ameaça para a nossa segurança e os nossos interesses”.

O ministro britânico criticou, em particular, o acordo de retirada inicial assinado em Doha, em fevereiro de 2020, entre o então Presidente norte-americano, Donald Trump, e os talibãs, considerando que se tratou de um “erro, cujas consequências vamos todos provavelmente pagar”.

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Mesmo nos “bastiões”, partidos não deixam de investir nas campanhas autárquicas

Em algumas câmaras do país, foi sempre o mesmo partido a assegurar a gestão. Mesmo nestas zonas, PSD, PS e PCP continuam a planear gastos com a campanha em linha com outros locais da mesma dimensão.

Há cerca de 30 câmaras no país cuja gestão nunca mudou de mãos, estando sempre a cargo do mesmo partido. Mas mesmo nesses municípios, os partidos não se dão ao luxo de não investir nas campanhas, como demonstram os orçamentos para as eleições autárquicas deste ano, que se realizam em setembro. Gastos previstos do PSD, PS e PCP nos “bastiões” estão em linha com as despesas para os municípios da mesma dimensão ou mesmo acima.

No caso do PSD, há onze municípios que sempre tiveram uma autarquia laranja. Na Madeira, a Calheta (com despesas previstas de 36 mil euros) e Câmara de Lobos (45 mil) até têm um orçamento mais elevado que outros municípios da mesma dimensão.

Em Santa Maria da Feira, o partido planeia mesmo ter gastos à volta de 170 mil euros. Para Coimbra, que tem aproximadamente os mesmos habitantes, o orçamento (para uma candidatura que é em coligação com outros partidos) é de 100 mil euros e para Leiria de 70 mil euros.

Já olhando para Boticas, concelho onde se têm verificado maiorias absolutas do PSD, o partido orçamenta despesas de 19 mil euros. Comparando com outros concelhos da mesma dimensão, o valor varia muito, mas por exemplo para a Aljezur, que tem aproximadamente o mesmo número de habitantes, o orçamento é de 8.585 euros.

É de notar também que os restantes partidos não apostam muito nas câmaras que nunca mudaram de cor. Utilizando o mesmo exemplo, de Boticas, o PS não tem um candidato, apoiando um independente. Já para Calheta, o PS vai gastar cerca de metade do PSD, e o PCP apenas prevê despesas de 1.750 euros.

Vendo o caso do PS, também com 11 “bastiões”, os orçamentos para os municípios que têm escolhido o partido nas autárquicas variam, mas não fogem muito aos da mesma dimensão. Para a Câmara de Gavião, a campanha socialista deverá custar cerca de 25,7 mil euros. Acima dos 16 mil euros para Góis ou Constância, que contam com sensivelmente o mesmo número de habitantes.

Por outro lado, para Portimão, que tem cerca de 55 mil habitantes, as despesas devem apontar também a 25 mil euros. Quanto a Olhão, também incluído na lista do PS, o orçamento é de 45,7 mil euros. Comparando com Faro, também no sul mas que nas últimas autárquicas deu mais votos ao PSD, aí as despesas fixam-se nos 42.969 euros.

Por fim, no que diz respeito ao PCP, que nas autárquicas concorre com a coligação CDU, muitas vezes o investimento nas câmaras tipicamente comunistas acaba por ser até mais elevado que noutros municípios da mesma dimensão. Em Avis e Mora, as despesas com a campanha vão rondar os 35 mil euros. Valores comparam com Cuba, onde o orçamento é de 30 mil euros, ou Constância, com 20 mil.

Já para Santiago do Cacém, Serpa e Montemor-o-Novo, todos aproximadamente da mesma dimensão, o investimento na campanha para estas autárquicas é de cerca de 50 mil euros. Comparando com Beja, que é até um pouco maior, aí a despesa é de 44.200 euros.

Moita e Palmela também terão custos semelhantes para a campanha comunista, à volta de 66 mil euros. É mais do que para Évora, que tem quase a mesma dimensão mas cujo orçamento é de cerca de 42,5 mil euros. Já o Seixal é o maior concelho “vermelho” e conta com um orçamento de 120 mil euros.

Olhando para os investimentos dos outros partidos nestes bastiões do PCP, a dimensão é muito menor. O PSD prevê gastar 21 mil em Palmela e o PS 35 mil euros, ambos menos do que a campanha comunista. O mesmo para o Seixal, zona onde o PSD vai investir 38 mil euros e o PS 84 mil.

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Fenprof diz que há menos professores nas escolas no próximo ano

  • Lusa
  • 13 Agosto 2021

Para a Fenprof, as listas de colocação confirmam dos coisas: menos docentes nas escolas e mais injustiças na Mobilidade Interna.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) denunciou esta sexta-feira que a publicação das listas de colocação revela que as escolas vão ter menos professores no próximo ano através da contratação inicial, apontando ainda injustiças na mobilidade interna.

Os serviços do Ministério da Educação (ME) divulgaram hoje os resultados dos concursos de mobilidade interna e de contratação inicial: mais de 13 mil mudam de escola e cerca de 6.500 foram colocados em estabelecimentos de ensino através de contratação inicial. Para a Fenprof, estas listas confirmam dos coisas: menos docentes nas escolas e mais injustiças na Mobilidade Interna.

Em comunicado, os representantes dos professores explicam que, no âmbito da contratação inicial, as escolas vão ter menos professores no início do próximo ano letivo do que aqueles que chegaram pela mesma via no ano anterior (11.152).

Fazendo as contas, e somando os 6.500 contratados aos que entraram este ano para os quadros do Ministério da Educação e àqueles que já estavam vinculados, e contando também com a saída dos docentes que se aposentaram, “as escolas terão menos 3.362 docentes quando abrir o novo ano escolar”, conclui a Fenprof.

Por outro lado, relativamente à mobilidade interna, a estrutura sindical reitera aquilo que considera ser uma injustiça e para a qual tem vindo a alertar: a exclusão dos horários incompletos e as consequentes ultrapassagens. “A colocação dos docentes, nesta fase, apenas em horários completos, (…) significa que serão ultrapassados por colegas menos graduados que, não tendo obtido colocação, transitaram para as Reservas de Recrutamento”.

Em reação às listas, a Fenprof conclui: “o número de docentes nas escolas não tem vindo a aumentar; o nível de precariedade nos profissionais docentes não tem vindo a baixar; as injustiças provocadas por opções do ME que pervertem o princípio da graduação profissional mantêm-se na mesma”.

A publicação, a mais de um mês do arranque do ano letivo, foi também sublinhada pelo ministro da Educação, que disse que estas listas nunca tinham sido conhecidas tão cedo. “O ano passado pudemos fazê-lo de forma inédita na primeira quinzena de agosto, e nós estamos preparados agora, estamos a ultimar as listas, para que a mais de um mês do início do ano letivo os professores possam conhecer as listas de colocação”, anunciou.

Sobre isso, a Fenprof considera que deveriam ter sido conhecidas mais cedo, justificando que “o ano nas escolas inicia-se dentro de duas semanas com os professores a serem chamados a um trabalho, que passa por preparar um ano letivo particularmente exigente”.

Os docentes agora colocados na mobilidade interna e na contratação inicial têm dois dias para aceitar a colocação na aplicação eletrónica, e 72 horas para se apresentar nas escolas onde foram colocados. No mês passado, foram divulgadas as listas de colocação do concurso interno e concurso externo.

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Lituânia constrói vedação na fronteira com Bielorrússia para travar migrantes. UE recusa financiar “muro”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Agosto 2021

Com o fluxo migratório vindo da Bielorrússia, a Lituânia está a construir uma vedação ao longo da fronteira com aquele país que custará 152 milhões de euros. A UE já disse que não financiará o "muro".

Cinco anos passados do acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia para travar o fluxo de refugiados e migrantes, firmado em março de 2016, o espaço comunitário vê erguer-se um novo “muro” na fronteira externa de um dos seus Estados-membros. Ao longo de 508 quilómetros, e com quatro metros de altura, a Lituânia já começou a erguer uma vedação na fronteira europeia com a Bielorrússia, país a partir do qual já entraram mais de 4.000 migrantes desde o início do ano.

A vedação, aprovada na terça-feira pelo próprio parlamento lituano, será coberta com arame farpado e, segundo a BBC, custará cerca de 152 milhões de euros. Em julho, a previsão da ministra do Interior do país, Agne Bilotaite, antecipava um custo de 41 milhões. “Sem esta barreira física, é impossível proteger as nossas fronteiras” da chegada de migrantes, disse Agne Bilotaite à Reuters.

Só este ano, já chegaram ao país de 2,8 milhões de habitantes cerca de 4.026 migrantes, provenientes da Bielorrússia, um número cerca de 50 vezes superior ao total de chegadas em 2020 (74). A maioria dos migrantes tem como país de origem o Iraque, a República do Congo e Camarões.

Esta onda migratória tem afetado também a Letónia e a Polónia, que, juntamente com a Lituânia, acusam o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, de utilizar os migrantes para pressionar o bloco europeu a reverter as sanções impostas devido à forte repressão contra os seus opositores após as eleições presidenciais de agosto de 2020, consideradas fraudulentas. As relações com a UE deterioraram-se ainda mais em junho deste ano, após a Bielorrússia ter forçado um voo da Ryanair em direção à Lituânia a desviar-se para Minsk, detendo um jornalista bielorrusso da oposição e a sua namorada que seguiam a bordo.

Lukashenko, por seu lado, rejeitou as alegações dos Estados bálticos e da Polónia. Durante uma conferência de imprensa de oito horas e meia, no início da semana, o presidente da Bielorrússia negou que estivesse a “chantagear” a Europa com uma crise migratória, mas disse que estava a reagir à pressão estrangeira “de acordo com as suas capacidades”.

A Ucrânia – que, tal como a Lituânia e a Polónia, tem oferecido ajuda aos opositores de Lukashenko enviou entretanto mais de 38 toneladas de arame farpado para o país báltico como “ajuda humanitária”. “A Ucrânia enviou ajuda humanitária à República da Lituânia por necessidades de segurança”, disse o serviço de emergência numa declaração, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O serviço divulgou imagens de bobinas de arame farpado a serem carregadas num camião, dizendo que era o primeiro carregamento deste tipo e que se esperava que mais fosse enviado em setembro.

Bruxelas, contudo, já lembrou que não contribuirá para a construção de muros ou barreiras físicas. O executivo comunitário anunciou esta semana uma ajuda de emergência de 36,7 milhões de euros à Lituânia, para ajudar a melhorar a capacidade de acolhimento face ao “número excecional” de migrantes ilegais que chegam desde a Bielorrússia.

A ajuda financeira, concedida ao abrigo do Fundo de Asilo, Migração e Integração, servirá para melhorar as instalações e serviços como primeiros socorros, cuidados médicos, instalações de isolamento para doentes com Covid-19 e vacinas, abrigo, alimentação, vestuário e kits de higiene, ao mesmo tempo que reforçará as equipas de resposta para detetar potenciais vítimas de tráfico de seres humanos e para ajudar as pessoas que necessitam de proteção internacional.

Este apoio de emergência foi decidido na sequência da visita da comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, à Lituânia no início de agosto, bem como da deslocação de funcionários da Comissão durante a qual foi feita uma avaliação estratégica para determinar o apoio a conceder a Vílnius. Tendo em conta que estas fronteiras são também fronteiras externas da UE, a questão vai ser discutida numa videoconferência extraordinária de ministros dos Assuntos Internos dos 27 Estados-membros, convocada para 18 de agosto.

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Medina obrigado a retirar cartazes em Lisboa considerados publicidade

  • Lusa
  • 13 Agosto 2021

Concelhia de Lisboa do CDS apresentou queixa. Comissão Nacional de Eleições (CNE) considera cartazes publicidade institucional. Câmara de Lisboa discorda.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) ordenou ao presidente da Câmara de Lisboa (CML), Fernando Medina, um procedimento contraordenacional e a remoção de quatro cartazes colocados na freguesia do Parque das Nações, considerados publicidade institucional.

A decisão da CNE, datada de quinta-feira e à qual a Lusa teve acesso esta sexta-feira, surge na sequência de uma queixa efetuada pela concelhia de Lisboa do CDS-PP, alegando a violação da lei que proíbe a publicidade institucional a partir da data do decreto que marca as eleições autárquicas.

A queixa do CDS diz respeito à colocação de quatro “dispositivos publicitários institucionais”, na freguesia do Parque das Nações, sobre a construção da Unidade de Saúde Familiar, o programa Renda Acessível na Estrada de Moscavide, a creche Ilha dos Amores e o novo pavilhão desportivo. Apesar de a CML considerar que os cartazes em questão não são publicidade institucional, mas sim informativos, esse não é o entendimento da CNE.

“Na verdade, trata-se de uma forma de publicidade institucional num caso explícita [‘Casas que as pessoas podem pagar’] e, nos demais, indutora de um estado de espírito de recetividade e adesão à recandidatura do atual Presidente da CML que, em todos os casos, extravasa o caráter puramente informativo, não sendo de todo imprescindível à sua fruição pelos cidadãos nem essencial à concretização das suas atribuições, numa situação de grave e urgente necessidade”, considera a Comissão Nacional de Eleições.

Relativamente ao argumento utilizado pela autarquia lisboeta de que “os ‘outdoors’ foram colocados muito antes da marcação da data das eleições“, a CNE recorda, citando a lei, que incumbia ao município, “por sua iniciativa, determinar a remoção de materiais que promovam atos, programas, obras ou serviços e/ou suspender a produção e divulgação de formas de publicidade institucional até ao dia da eleição”.

No relatório é ainda salientado que, mesmo para quem entenda que as mensagens presentes nos cartazes configuram informação pública, “tal entendimento colide com jurisprudência do Tribunal Constitucional quando […] refere que ‘as prerrogativas de divulgação institucional das entidades, órgãos ou serviços públicos deveriam ceder no período eleitoral, salvo em casos de necessidade pública urgente'”.

A CNE realça também que a CML, presidida por Fernando Medina (PS), apesar de demonstrar “um aturado conhecimento” do quadro legal em vigor, “nega que os conteúdos dos ‘outdoors’ ora em causa revestem natureza de publicidade institucional, não logrando, porém, demonstrar ‘a necessidade pública urgente da publicitação de conteúdos com caráter meramente informativo’, única situação que poderia justificar a licitude da sua conduta”.

“Tudo visto e ponderado, a Comissão delibera ordenar procedimento contraordenacional contra o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, por violação do n.º4, do artigo 10, da Lei n.º 72-A/2015″, lê-se no relatório.

Além disso, e atendendo a que a violação da lei que proíbe a colocação de publicidade institucional foi transmitida a tempo ao presidente da autarquia, “sem que ele tenha agido em conformidade”, a CNE decidiu notificá-lo agora para, “sob pena de cometer o crime de desobediência”, remover os quatro cartazes no prazo de 48 horas. A deliberação da CNE pode ser objeto de recurso para o Tribunal Constitucional, no prazo de um dia.

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Internet por satélite de Elon Musk já está disponível em Portugal. Adesão custa 560 euros

A Starlink já começou a fornecer internet por satélite em Portugal, com "oferta limitada". Para aderir é preciso pagar 560 euros (equipamentos e outros custos). Mensalidade fica a 99 euros.

A Starlink já está a fornecer internet por satélite em Portugal, embora com “oferta limitada”. A empresa do grupo SpaceX, que foi fundada por Elon Musk, patrão da Tesla, está a informar os interessados de que o serviço está agora disponível no país para um grupo restrito de portugueses.

Também já estão confirmados os preços do serviço. De acordo com o que é indicado no site da empresa, os consumidores interessados têm de adquirir o hardware proprietário da Starlink por 499 euros (parabólica, tripé, router Wi-Fi e fonte de alimentação).

Ao valor da encomenda, somam-se portes de envio e custos de manuseamento no valor total de 61 euros, o que perfaz um custo de entrada de 560 euros.

Além deste valor, os utilizadores ficam a pagar 99 euros por mês por um acesso à internet que, segundo a empresa, nesta primeira fase, tem um débito que varia entre os 50 e os 150 Mbps (megabits por segundo), uma latência entre 20 e 40 ms (milissegundos) e pode enfrentar “breves períodos sem nenhuma conexão”.

“A Starlink está agora disponível com oferta limitada em Portugal! Os utilizadores podem esperar velocidades de dados que variam entre 50 Mbps e 150 Mbps ao longo dos próximos meses, à medida que vamos melhorando o sistema da Starlink”, lê-se num email enviado a potenciais clientes.

A empresa assume ainda, na mensagem, que à medida que vai lançando mais satélites, instala estações terrestres e melhora o software que gere a rede, “a velocidade, latência e disponibilidade vão melhorar dramaticamente”.

A internet por satélite é uma alternativa de banda larga fixa aos acessos por cabo, fibra ótica ou rede móvel. Devido aos preços tendencialmente mais elevados do que os praticados pelas operadoras mais bem estabelecidas, o serviço tende a ser vocacionado para regiões onde a cobertura de banda larga é mais fraca.

O ECO tem vindo a colocar questões à Starlink, através da SpaceX, ao longo dos últimos meses. A empresa não tem respondido nem tem acusado a receção desses pedidos.

Internet que vem do espaço

A 6 de abril, foi noticiado que a SpaceX tinha criado a SXPT em Portugal para fornecer internet via satélite. Nessa altura, responsáveis da companhia reuniram com a administração da Anacom, que informou que a Starlink iria ter capacidade para fornecer internet a 50 mil utilizadores.

Segundo o regulador das comunicações, a empresa estimou ainda atingir 16 mil acessos até ao final de 2021. A promessa foi a de que o serviço estaria disponível até ao final de junho.

Num contexto de pandemia, em que o acesso à rede global se mostrou indispensável para a maioria dos portugueses, a Anacom tem mostrado um maior interesse na promoção das ofertas de internet por satélite. Também em abril, o regulador emitiu um comunicado onde resumiu as ofertas de internet por satélite que já existem em Portugal, salientando que algumas custam 12,90 euros por mês.

“As ofertas de acesso à internet via satélite anunciam velocidades de download até 100 Mbps e velocidades de upload até 10 Mbps. O débito de upload, que nas atuais circunstâncias (teletrabalho) ganhou uma importância acrescida, varia entre 1 Mbps e 6 Mbps, no caso das ofertas residenciais, e entre 3 Mbps e 10 Mbps, no caso das ofertas não residenciais”, apontou a Anacom.

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