Évora vai ter produção de hidrogénio verde com tecnologia portuguesa pioneira

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

O hidrogénio produzido nestes parques, que devem começar a funcionar em pleno em setembro, será “maioritariamente” para “injeção na rede de gás natural e fornecimento às indústrias consumidoras.

Dois parques para a produção a baixo custo de hidrogénio verde, com tecnologia desenvolvida em Portugal e considerada “inovadora e pioneira” no mundo, estão em instalação no concelho de Évora, num investimento de 4,8 milhões de euros.

Não há ninguém no mundo a produzir hidrogénio verde utilizando a concentração de radiação solar. A nossa tecnologia é altamente inovadora e pioneira”, pois, “é o primeiro projeto mundial à escala de produção”, afirmou esta terça-feira João Wahnon, da Fusion Fuel.

Esta empresa portuguesa está a desenvolver o projeto H2 Évora, que inclui a instalação de dois parques para a produção de hidrogénio verde, um deles junto ao parque industrial da cidade e o outro perto da localidade de Nossa Senhora da Tourega.

Segundo o responsável, que falava aos jornalistas à margem da visita efetuada hoje ao projeto pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, o parque de Nossa Senhora da Tourega conta com 15 unidades (painéis) denominadas Hevo-Solar, enquanto o outro tem 40 unidades.

“Estas unidades captam a radiação solar, concentram a radiação solar 1.500 vezes e, tirando partido dessa energia concentrada e do calor que isso produz”, é realizada “a eletrólise para produção do hidrogénio verde em alta eficiência”, o que se reflete “em baixo custo”, explicou.

João Wahnon referiu que o hidrogénio produzido nestes parques, os quais vão começar a funcionar em pleno em setembro, vai ser “comprimido e armazenado” e uma parte será utilizada para a produção de eletricidade com recurso a uma “fuel cell”, ou célula de combustível.

O hidrogénio da Fusion Fuel será “maioritariamente” para “injeção na rede de gás natural e fornecimento às indústrias consumidoras, como refinarias, cerâmicas, cimenteiras e metalúrgicas” e “estações de serviço para viaturas a hidrogénio”, adiantou.

Salientando que a Fusion Fuel levou “mais de três anos em testes” até chegar à tecnologia Hevo-Solar, o responsável afiançou que esta, “quando instalada em regiões de radiação alta, permite produzir o hidrogénio a preços mais baratos”.

O objetivo da empresa “é massificar a produção mundial de tecnologia para produção de hidrogénio” e, “ciente do enorme potencial”, decidiu “cotar a empresa no índice Nasdaq”, cuja operação ficou concluída no final de 2020.

“Com essa operação, conseguimos financiar e capitalizar a empresa num valor suficiente para fazer face ao nosso ambicioso plano estratégico, que envolve Portugal, mas também muitos outros locais no mundo”, realçou.

Além dos dois parques em Évora e de negócios um pouco por todo o mundo, a empresa tem também em curso a construção de uma unidade industrial, em Benavente (Santarém), num investimento de 35 milhões de euros, para o fabrico da tecnologia para projetos a desenvolver em Portugal e para exportação.

O administrador revelou que a Fusion Fuel tem ainda um outro projeto em Portugal, que está na fase de “licenciamento”, para “a instalação de 624 megawatts de capacidade de eletrólise para produzir 61 mil toneladas de hidrogénio por ano”, num investimento que deverá chegar “a 655 milhões de euros”, nos próximos anos.

“Estamos a falar de um investimento que começará pequeno, com 31 milhões de euros, em 2022”, disse.

Nesse sentido, acrescentou, a empresa já selecionou “mais de 800 hectares” para a instalação de parques em Sines e Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, na Ota, no concelho de Alenquer (Lisboa), e em Portalegre.

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OMS alerta para perigo do consumo de cigarros eletrónicos para a saúde

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

"As empresas do tabaco promoveram agressivamente novos produtos" para atrair jovens e criar "uma nova geração viciada em nicotina", disse Michael Bloomberg.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta terça-feira para o perigo do consumo de cigarros eletrónicos e outros produtos semelhantes para a saúde, defendendo uma melhor regulamentação.

“A nicotina é muito aditiva e os inaladores eletrónicos de nicotina são perigosos e devem ser melhor regulamentados“, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pela agência noticiosa AFP.

A OMS publicou esta terça-feira um novo relatório sobre o combate ao tabagismo, elaborado em colaboração com a organização filantrópica Bloomberg Philanthropies, fundada pelo ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg. O relatório denuncia que os fabricantes procuram aliciar crianças e adolescentes com milhares de sabores, tendo listado 16 mil, e com declarações tranquilizadoras.

No lançamento em Portugal, a JUUL vai lançar quatro sabores: tabaco, manga, baunilha e menta.JUUL

“Uma vez que as vendas de cigarros estão a retroceder, as empresas do tabaco promoveram agressivamente novos produtos, como os cigarros eletrónicos ou produtos à base de tabaco aquecido, e abordaram governos para limitar a sua regulamentação“, acusou o magnata Michael Bloomberg, que criou a Bloomberg, uma empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro. Segundo o ex-autarca de Nova Iorque, o objetivo da indústria do tabaco é tornar “uma nova geração viciada em nicotina”. “Não podemos deixar”, exortou.

A OMS advertiu, em particular, para os efeitos nefastos da nicotina no desenvolvimento do cérebro dos mais novos, assinalando que as crianças que consomem cigarros eletrónicos têm mais probabilidade de fumar mais tarde.

De acordo com o relatório, 32 países proíbem a venda de inaladores eletrónicos de nicotina e 79 adotaram pelo menos uma medida para limitar o seu uso, como o fim da sua publicidade. Contudo, 84 países nada fizeram para travar o aumento destes produtos.

Os esforços para os regulamentar não devem distrair os governos da luta contra o tabagismo, que mata oito milhões de pessoas por ano, incluindo um milhão por fumo passivo, avisa a OMS.

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Gasolina é 26 cêntimos por litro mais cara em Portugal do que em Espanha. Culpa é dos impostos, diz a ERSE

São mais 26 cêntimos/litro na gasolina e mais 18 cêntimos/no gasóleo. "O peso fiscal em Portugal justificou a prática de preços mais caros do que em Espanha no segundo trimestre de 2021", diz a ERSE.

Entre abril e junho de 2021, abastecer o depósito do carro com gasolina 95 simples custou mais 26 cêntimos por litro em Portugal do que em Espanha. E a culpa é sobretudo dos impostos, diz a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que atiraram os preços em bomba para 1,602 euros/litro face a 1,346 euros/litro.

No gasóleo, diz o regulador, também este combustível ficou este ano 19 cêntimos por litro mais caro do lado de cá da fronteira: 1,393 euros/litro face a 1,206 euros/litro.

“A carga fiscal aplicada nos dois países explicou a prática de preços médios de venda no mercado nacional superiores aos preços médios praticados em Espanha”, refere o mais recente Boletim dos Preços Médios dos Combustíveis praticados na UE-27 da ERSE.

De acordo com esta análise detalhada, no segundo trimestre do ano Portugal registou na gasolina “um preço médio de venda sem impostos mais baixo do que em Espanha [0,634 euros/litro face a 0,639 euros/litro]”, mas “a carga fiscal aplicada em Portugal (60%) justificou a menor competitividade dos preços no contexto da Península Ibérica”,

“Desconsiderando o efeito fiscal, o preço médio da gasolina no mercado nacional foi inferior em cerca de 1 cêntimo por litro aos valores praticados em Espanha”, cuja carga fiscal é cerca de 8 pontos percentuais inferior por comparação com Portugal.

Nos último três meses, Portugal apresentou assim um preço médio de venda da gasolina 21 cêntimos mais caro face à média europeia, enquanto nos preços antes de impostos o país está apenas 5 cêntimos acima dos valores praticados na UE. De novo, a explicação está na carga fiscal: 60% no mercado nacional, face à média registada na UE-27 (57%), a Espanha (52%), à Alemanha (59%) e à Bélgica (59%).

“Portugal situa-se na quinta posição dos países que vendem gasolina 95 simples mais cara na UE-27, sendo que o preço praticado corresponde a uma diferença de 56 cêntimos/litro e de 17 cêntimos/litro face ao país com os preços mais baratos [Bulgária] e ao país com os preços mais caros [Países baixos], respetivamente”, diz a ERSE.

Na UE-27 o preço médio de venda sem impostos da gasolina aumentou 7,1 cêntimos por litro do 1º para o 2º trimestre do ano, enquanto no gasóleo esta subida foi de 5,2 cêntimos/litro.

No gasóleo, os preços médios de venda em Portugal estiveram então 19 cêntimos por litro mais caros do que em Espanha no segundo trimestre. No entanto, fora a carga fiscal, o preço médio nacional deste combustível esteve alinhado aos valores espanhóis, com uma diferença inferior a 0,1 cêntimos/litro.

No diesel, a carga fiscal no mercado português foi de 56% no trimestre em análise, acima da média registada na UE-27 (52%), em Espanha (49%), Grécia (51%), Alemanha (51%) e Países Baixos (55%).

Portugal está na sexta posição dos países que vendem gasóleo simples mais caro na UE-27: 38 cêntimos por litro mais caro do que na Bulgária, 21 cêntimos/litro mais caro do que a média europeia, mas 20 cêntimos mais barato do que na Suécia (país mais caro). Na Europa Ocidental, Espanha praticou o preço mais barato no gasóleo simples.

 

 

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Portugal aloja sete das 366 fábricas da UE para produção de vacinas

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

As sete fábricas em Portugal que participam na produção de vacinas contra a Covid-19 para a União Europeia situam-se em Oeiras, Lisboa, Sobral de Monte Agraço, Coimbra, Cantanhede e Guimarães.

Portugal aloja sete das 366 fábricas que, na União Europeia (UE), participam no processo de produção de vacinas contra a Covid-19, nomeadamente de fabrico e de fornecimento de matérias-primas e outros componentes, segundo dados da Comissão Europeia.

A informação consta do mapa interativo, lançado esta terça-feira pelo executivo comunitário, que exibe as capacidades de produção de vacinas contra a Covid-19 na UE ao longo de toda a cadeia de abastecimento, passando pelo fornecimento (de matérias-primas, consumíveis, descartáveis e equipamentos), produção (fabrico e formulação), acabamentos, armazenamento e expedição e ainda por outras áreas (como investigação e desenvolvimento e serviços de gestão de ensaios clínicos).

Segundo esta ferramenta de cartografia, que tem por base os dados do grupo de trabalho da Comissão Europeia para a expansão industrial da produção de vacinas contra a Covid-19 e as informações dados pelos Estados-membros, são 366 os espaços atuais na UE dedicados a esta questão.

E, destes, sete estão alojados em Portugal, entre os quais GenIbet Biopharmaceuticals (uma fábrica de produção em Oeiras e outra de outro tipo em Lisboa), Neutroplast (de fornecimento em Sobral de Monte Agraço), Bluepharma – Indústria Farmacêutica (de fornecimento em Coimbra), IMMUNETHEP (de outro tipo em Cantanhede), Laboratórios Basi – Indústria Farmacêutica (de fornecimento em Mortágua) e Stemmatters, Biotecnologia e Medicina Regenerativa (de fornecimento em Guimarães), de acordo com os dados da Comissão Europeia.

Os dados foram publicados no dia em que a UE atingiu o marco dos 70% dos adultos vacinados com a primeira dose da vacina anticovid-19, estando 57% totalmente inoculados.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas contra a Covid-19 pelo regulador da UE: a Comirnaty (nome comercial da vacina Pfizer/BioNTech), Spikevax (nome comercial da vacina da Moderna), Vaxzevria (novo nome do fármaco da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

Além dos atrasos na entrega das vacinas e em quantidades aquém das contratualizadas por parte da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, a campanha de vacinação da UE tem sido marcada por casos raros de efeitos secundários como coágulos sanguíneos após a toma deste fármaco, relação confirmada pelo regulador europeu, como também aconteceu com a vacina da norte-americana Johnson & Johnson.

No caso da AstraZeneca, a farmacêutica foi obrigada judicialmente (por um tribunal belga) a cumprir os prazos de entrega de vacinas à UE.

Em fevereiro deste ano, a Comissão Europeia criou um grupo de trabalho para aumentar a capacidade de produção de vacinas na UE, atuando como um balcão único para os fabricantes que necessitam de apoio e identificação e resolução de eventuais problemas na cadeia de abastecimento.

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Wall Street segue quedas mundiais com foco nas tecnológicas

Wall Street está no "vermelho", com os investidores à espera dos resultados de várias empresas do setor tecnológico.

Os principais índices de Nova Iorque estão no “vermelho”, acompanhando a tendência negativa vivida na generalidade dos mercados acionistas. Esta queda acontece numa altura em que os investidores estão à espera dos resultados trimestrais de várias empresas de tecnologia.

O industrial Dow Jones está a cair 0,56% para 34.948,24 pontos, enquanto o S&P 500 recua 0,4% para 4.404,4 pontos. Quem também não escapa às perdas é o tecnológico Nasdaq que desvaloriza 0,54% para 14.760 pontos.

Este desempenho negativo acontece num dia negativo para as bolsas. As praças europeias estão também em queda, acompanhado a desvalorização das praças asiáticas, com a pressão sobre as tecnológicas chinesas perante o aperto na regulação ao setor na China.

Em Wall Street, as tecnológicas estão também em foco, numa altura em que são esperados os resultados de parte das cotadas deste setor. O “pontapé de saída” foi dado pela Tesla, que registou quase mil milhões de lucros. As ações da empresa estão, contudo, a cair 1,25%. Hoje prestam ainda contas a Apple, a Alphabet e a Microsoft.

“Parece que vamos ter ganhos realmente sólidos com essas empresas e isso deve dar um impulso ao mercado”, diz Victoria Fernandez, estrategista-chefe da Crossmark Global Investments, citada pela CNBC (conteúdo em inglês).

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UE tem 122 milhões para projetos de descarbonização da economia. Dois são portugueses

Na corrida a este investimento está a Navigator Pulp Setúbal, com um projeto na área da pasta de papel, e a Hyperion Energy Investments, no setor da energia solar.

Dois projetos portugueses estão em destaque no pacote de investimento da União Europa no valor total de 122 milhões de euros em projetos inovadores para descarbonizar a economia. Um deles está a cargo da Navigator Pulp Setúbal e será desenvolvido em Portugal, na área da pasta de papel. O outro, no domínio da energia solar, é o BHyPER Community e é coordenado pela Hyperion Energy Investments.

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira que pela primeira vez desde a criação do Fundo de Inovação a UE vai investir 118 milhões de euros em 32 pequenos projetos inovadores em 14 Estados-Membros da UE, e também na Islândia e na Noruega.

Estas subvenções — nas quais se insere o projeto da Navigator — apoiarão projetos destinados a introduzir tecnologias hipocarbónicas em setores com utilização intensiva de energia e nos setores do hidrogénio, do armazenamento de energia e das energias renováveis.

Além disso, há ainda 15 projetos em 10 Estados-Membros da UE e na Noruega que beneficiarão de uma ajuda ao desenvolvimento de projetos no valor máximo de 4,4 milhões de euros, cujo objetivo é contribuir para a sua maturação. Um desses projetos é da Hyperion.

No caso da Navigator, o projeto prevê a conversão de uma fábrica de celulose de gás natural para biomassa. O objetivo é reduzir em 76% a emissão de gases de efeito estufa do forno de cal da fábrica de celulose, que passará a ser alimentado com 100% de resíduos de madeira (eucalipto) e pellets.

Quanto ao projeto BHyPER Community, da Hyperion, prevê o fornecimento de hidrogénio verde a um complexo industrial, com base num sistema de geração de energia fotovoltaica e de baterias de armazenamento.

“Graças a este investimento, a UE está a dar um apoio concreto a projetos de tecnologias limpas em toda a Europa, a fim de intensificar o recurso a soluções tecnológicas que possam ajudar a alcançar a neutralidade climática até 2050. O aumento do Fundo de Inovação proposto no pacote “Objetivo 55” permitirá à UE, no futuro, apoiar ainda mais projetos, acelerar o seu desenvolvimento e colocá-los no mercado o mais rapidamente possível”, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans.

Os 32 projetos selecionados para financiamento (esperado para o último trimestre de 2021) foram avaliados por peritos independentes quanto à sua “capacidade para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em comparação com as tecnologias convencionais e para inovar ao nível mais avançado”. A somar a isso, deviam ter maturidade suficiente para poderem ser rapidamente implantados.

Outros critérios incluíam o potencial dos projetos em termos de escalabilidade e rentabilidade. Os projetos selecionados abrangem uma vasta gama de setores relevantes com vista à descarbonização de diferentes partes dos setores industrial e energético da Europa. A taxa de sucesso das propostas elegíveis para este convite à apresentação de propostas é de 18%.

Já os 15 projetos que podem beneficiar de ajuda ao desenvolvimento foram considerados suficientemente inovadores e promissores em termos da sua capacidade para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas ainda não suficientemente maduros para poderem beneficiar de uma subvenção.

O apoio, que será prestado pelo Banco Europeu de Investimento sob a forma de assistência técnica adaptada, visa promover a maturidade financeira ou técnica dos projetos, para que estes possam eventualmente voltar a candidatar-se no âmbito de novos convites à apresentação de propostas do Fundo de Inovação.

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Multas de natureza económica aumentam para singulares e empresas a partir de 4.ª feira

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

Para as pessoas singulares, os novos limites vão de 150 euros, para infrações leves, até 2.000, para muito graves, e para as pessoas coletivas vão de 250 euros até 90 mil euros.

Coimas de natureza económica, como excesso de sal no pão ou beata no chão, a partir de quarta-feira, têm tabela uniforme com limites mínimos e máximos predefinidos, divididas por contraordenações leves, graves ou muito graves.

Os novos limites, que para as pessoas singulares vão de 150 euros, para infrações leves, até 2.000, para muito graves, e para as pessoas coletivas de 250 euros até 90 mil euros, resultam do novo Regime Jurídico das Contraordenações Económicas (RJCE), publicado em 29 de janeiro e que entra na quarta-feira em vigor, 180 dias após a publicação.

O RJCE altera dezenas de diplomas, numa tentativa, tal como explica o Governo no preâmbulo do diploma, de uniformizar e simplificar regimes contraordenacionais relativos a acesso e exercício de atividades económicas, ao longo das cadeias de produção e de distribuição.

O objetivo, acrescenta, é o de acautelar “não só a eficiência desejada quanto à tramitação dos processos de contraordenação, mas também estabelecendo um regime substantivo e um regime adjetivo comuns aos ilícitos contraordenacionais económicos, que reflitam a ponderação dos vários princípios subjacentes à teleologia do direito sancionatório económico, no respeito dos direitos procedimentais e processuais” dos operadores económicos.

O RJCE introduz alterações nas coimas para atos de pessoas coletivas, incluindo violar regras da publicidade da venda de automóveis, ultrapassar a quantidade de sal permitida ou não prevenir a doença do legionário, e nas coimas das pessoas singulares, por exemplo, por atirarem beatas de cigarro para o chão, ato que desde setembro já é punido com coimas entre os 25 e os 250 euros.

Outra alteração introduzida pelo regime é a de, expressamente, determinar que a tentativa é punível nas contraordenações económicas graves e muito graves, situação em que os limites mínimos e máximos da coima são reduzidos para metade.

Já nas contraordenações muito graves e graves, os limites mínimo e máximo da coima a aplicar passam a ser elevados para o dobro quando, por ação ou omissão, o infrator cause dano na saúde ou segurança das pessoas ou bens, bem como quando o agente retire da infração um benefício económico calculável superior ao limite máximo da coima e não existirem outros meios de o eliminar.

O novo regime estabelece também o regime da advertência para as infrações leves, permitindo à autoridade administrativa escolher não prosseguir com o processo de contraordenação, quando o autuado não tenha sido advertido/condenado nos últimos três anos por uma contraordenação económica, situações em que é advertido para cumprimento da obrigação, mas sem aplicação de decisão condenatória.

Quando há pagamento voluntário da coima, o novo regime determina uma redução em 20% do montante mínimo da coima a cobrar, independentemente da classificação das infrações, entre leve e muito grave, e diminui o pagamento de custas para metade quando o arguido realizar o pagamento durante o prazo concedido para apresentação de defesa.

O RJCE também institui a possibilidade de atenuar a medida da coima quando existem circunstâncias anteriores ou posteriores à prática da contraordenação, ou contemporâneas que diminuam acentuadamente a ilegalidade do ato, a culpa do agente ou a necessidade de aplicação de coima.

Sem prejuízo desta solução, o novo regime prevê, igualmente, que essa atenuação ocorra sempre quando o arguido repare, até onde for possível, os danos causados aos particulares, caso existam, e cesse a conduta ilícita que gerou a contraordenação, se a mesma ainda existir.

O diploma define a competência para a instrução dos processos por contraordenação, atribuindo tal competência no continente à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), e a decisão e aplicação das sanções ao conselho diretivo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, e nas ilhas à Autoridade Regional das Atividades Económicas.

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Crédito às famílias volta a subir em junho

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

Nos particulares, os empréstimos à habitação interromperam a trajetória ascendente registada desde dezembro de 2019, recuando para os 94.793,9 milhões de euros.

O total de empréstimos às famílias voltou a subir em junho, situando-se agora nos 122.567 milhões de euros, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o BdP, o ‘stock’ dos empréstimos concedidos pelos bancos aos particulares ascendia no final do passado mês de junho a 122.566,5 milhões de euros, acima dos 122.188,5 milhões de euros do mês anterior e dos 118.979 milhões de euros de junho de 2020.

Nos particulares, os empréstimos à habitação interromperam a trajetória ascendente registada desde dezembro de 2019, recuando para os 94.793,9 milhões de euros, valor que compara com os 96.665,6 milhões de euros em abril e os 93.623,6 milhões de euros homólogos.

Em junho, a taxa de variação anual dos empréstimos a particulares para habitação foi de 3,7%, o que reflete um aumento de 0,2 pontos percentuais, face a maio.

Os dados divulgados esta terça-feira pelo banco central apontam ainda que os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizaram 168,5 mil milhões de euros no final de junho, com a taxa de variação anual de 7%, valor 0,5 pontos percentuais abaixo do registado em maio.

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Dívidas do SNS aos fornecedores voltam a crescer e ascendem a 605,4 milhões

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

“As dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a crescer a um ritmo de quatro milhões de euros ao dia", revelou o comunicado do Conselho Estratégico Nacional da Saúde.

As dívidas do Serviço Nacional de Saúde aos fornecedores cresceram 119,5 milhões de euros em junho e ascendem a 605,4 milhões de euros, indicou esta terça-feira o Conselho Estratégico Nacional da Saúde, apelando a um orçamento suplementar.

“As dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a crescer a um ritmo de quatro milhões de euros ao dia – só em junho cresceram 119,5 milhões de euros e já ascendem a 605,4 milhões de euros segundo a execução orçamental ontem [segunda-feira] revelada”, refere o Conselho Estratégico Nacional da Saúde (CENS), em comunicado.

O CENS, que reúne oito associações do setor e representam mais de 4.500 empresas a operar em Portugal, acrescenta que as dívidas por pagar há mais de 90 dias aumentaram “454 milhões de euros desde o início do ano e fazem temer pelo valor total da dívida do SNS”.

O Conselho Estratégico Nacional da Saúde sublinha que os pagamentos em atraso “são uma das deficiências estruturais do país e que afeta de modo muito especial a saúde sendo que a situação é particularmente grave quando a economia se ressente dos efeitos recessivos da Covid-19”.

“Não é aceitável que o Estado e o SNS se financiem crescentemente nos fornecedores. Para mais, a execução orçamental do SNS relativa ao primeiro semestre aponta para um aumento da despesa corrente de 9,5% face ao período homólogo, bastante impulsionada pelo aumento das despesas com pessoal relativas a novas contratações e ao aumento dos encargos com suplementos remuneratórios, em especial com trabalho extraordinário realizado no âmbito do combate à Covid-19, enquanto o financiamento do Orçamento do Estado não aumenta mais de 1,9%”, frisa aquele conselho que pertence à Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

O CNES acrescenta que o défice do SNS até junho cifrou-se em 200,2 milhões de euros “representando uma deterioração de 424,4 milhões de euros face ao período homólogo”.

No comunicado, o CENS apela para que se equacione a apresentação de um orçamento suplementar para 2021 onde estejam devidamente contempladas “as reais necessidades correntes do SNS, o cumprimento atempado dos compromissos financeiros e um plano para recuperar a atividade assistencial e reduzir as listas de espera, que se têm acumulado e penalizam gravemente o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde”.

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Mais seis mortes e 2.316 casos de Covid-19. Há 200 doentes nos cuidados intensivos

Morreram mais seis pessoas com Covid-19 e foram detetados mais 2.316 casos. Número de internados em unidades de cuidados intensivos fixou-se em 200.

Foram detetados em Portugal mais 2.316 casos de Covid-19 e morreram seis pessoas por causa da doença nas últimas 24 horas, mostra o boletim diário da DGS. O número de internamentos voltou a subir, havendo 928 pessoas hospitalizadas (+9), das quais 200 estão em unidades de cuidados intensivos (+2).

Estes dados surgem no dia em que peritos e políticos estiveram reunidos toda a manhã no auditório do Infarmed. Foi proposto o aumento do limiar de incidência da Covid-19 para 480 casos por 100 mil habitantes, por causa das vacinas, e do limiar de internamentos em unidades de cuidados intensivos para 255.

Boletim epidemiológico de 27 de julho de 2021:

A maioria dos novos casos foi observada no Norte (+920 e uma morte), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (+835 e quatro mortes). O Centro superou o Alentejo na terceira posição, com mais 283 casos e uma morte, contra mais 147 no sul e nenhuma morte. No Alentejo, detetaram-se mais 66 infeções. Nas regiões autónomas, Açores têm mais 34 casos e a Madeira tem mais 31.

O número de casos ativos de Covid-19 em Portugal decresceu face a segunda-feira, tendo caído em 2.741, para 51.255 casos ativos. 5.051 pessoas foram dadas como recuperadas no último dia. Desde o início da pandemia já foram confirmados 956.985 casos de Covid-19, morreram 17.307 pessoas com a doença e 888.423 recuperaram.

As autoridades de saúde mantêm ainda 80.227 pessoas sob vigilância ativa, por terem estado em contacto com pessoas que testaram positivo, uma redução de 457 face a segunda-feira.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h28)

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FMI vê retoma mais divergente com Zona Euro e EUA a crescer mais

As economias avançadas vão crescer mais do que o previsto anteriormente, mas os países mais pobres ficam para trás. Já a inflação não é uma preocupação para já, ainda que a incerteza se mantenha.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) continua a apontar para um crescimento do PIB mundial de 6% este ano, mas vê agora ainda mais divergências na retoma pós-pandemia. As boas notícias são para os países onde a vacinação está mais acelerada, maioritariamente economias avançadas, como é o caso dos EUA e da Zona Euro, cujo PIB é revisto em alta. Já as economias emergentes ficam com as más notícias, alerta o FMI na atualização do World Economic Outlook (WEO) esta terça-feira.

A recuperação mundial da economia continua, mas com um crescente fosso entre economias avançadas e muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento“, escreve a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, notando que, apesar da previsão mundial ser a mesma do WEO anterior, a “composição [do crescimento] mudou”. Nas economias avançadas há uma revisão em alta do PIB de 0,5 pontos percentuais ao passo que nas restantes há uma revisão em baixa da mesma dimensão, mais pronunciada nos países asiáticos emergentes.

Esta atualização não vem com nova previsão para Portugal, mas tem números para a Zona Euro e as suas principais economias: o PIB da Zona Euro vai crescer 4,6% em 2021 e 4,3% em 2022, mais duas décimas e cinco décimas, respetivamente, do que no anterior WEO. França fica igual e na Alemanha há uma revisão em alta em 2022, mas é Itália que se destaca pela positiva com uma revisão em alta significativa tanto este ano como no próximo. Já em Espanha há uma revisão em baixa este ano, mas compensada por mais crescimento no seguinte.

Os Estados Unidos vão crescer 7% este ano, mais seis décimas do que o previsto anteriormente, e 4,9% no próximo, mais 1,4 pontos percentuais. Estas revisões em alta devem-se aos estímulos orçamentais adicionais da administração Biden que vão chegar no segundo semestre deste ano e a melhoria da situação epidemiológica no país.

Fonte: FMI.

A divergência entre estes dois blocos de países deve-se ao ritmo do processo de vacinação, o qual permitirá libertar cada vez mais a economia, e às ajudas disponibilizadas pelos países. Gopinath detalha que perto de 40% da população das economias avançadas já foi vacinada completamente, o que compara com 11% nos mercados emergentes e uma “fração pequena” nos países em desenvolvimento. A mesma divergência é notória no apoio económico com o pacote das economias avançadas a chegar aos 4,6 biliões de dólares em 2021 e anos seguintes, enquanto nos outros países muitas medidas expiraram em 2020 e os países tentam reequilibrar as contas públicas.

Mais: o FMI estima que a pandemia tenha reduzido o rendimento per capita nas economias avançadas em cerca de 2,8%, relativamente ao que seria a tendência pré-pandemia entre 2020 e 2022, o que compara com uma perda de 6,3% nas restantes economias, excluindo a China. Perante este cenário, o Fundo deixa um aviso: “A recuperação, porém, não está assegurada mesmo nos países onde as infeções estão atualmente muito baixas enquanto o vírus circular em todo o lado“, diz, num apelo a medidas que contrariem esta divergência e recordando a propagação da variante Delta e a hipótese de haver variantes que contornem a proteção das vacinas.

Fonte: FMI.

Apesar do otimismo geral do relatório com a retoma, o FMI relembra que há riscos caso o processo de vacinação seja mais lento do que o antecipado, caso as condições financeiras se deteriorem rapidamente por causa das expectativas de inflação e da atuação dos bancos centrais, ou caso as economias emergentes e em desenvolvimento venham a ser “duplamente” penalizadas pela deterioração da pandemia e por condições de financiamento piores.

FMI afasta preocupações com a inflação

O Fundo reconhece que há pressões nos preços, mas estas refletem desenvolvimentos relacionados com a pandemia, os quais são transitórios. “Espera-se que a inflação volte aos intervalos pré-pandemia na maioria dos países em 2022”, assim que os fatores se dissipem.

Perante este diagnóstico, o FMI considera que os bancos centrais devem evitar apertar a política monetária até existir mais certezas sobre as dinâmicas de preços. “Uma comunicação clara por parte dos bancos centrais sobre as perspetivas da política monetária será crucial para moldar as expectativas e salvaguardar contra um aperto prematuro das condições financeira”, lê-se no WEO.

Porém, a “incerteza mantém-se elevada”. Até porque, mais uma vez, a história pode ser outra para as economias emergentes em que a inflação pode manter-se elevada por causa da subida dos preços da comida. O FMI assume que há o risco das pressões transitórias tornarem-se mais persistentes, o que levará a uma ação mais preventiva por parte dos bancos centrais.

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Comissão Europeia defende reabertura dos EUA a viajantes da UE após restrição a Portugal

  • Lusa
  • 27 Julho 2021

A Comissão Europeia acredita que existem “fortes razões para os Estados Unidos reabrirem aos viajantes da Europa”, numa altura em que 57% dos europeus está totalmente vacinado.

A Comissão Europeia defendeu esta terça-feira existirem “fortes razões” para os Estados Unidos abrirem as suas fronteiras a viajantes da União Europeia (UE), não comentando a nova restrição norte-americana a Portugal, após o país ter considerado como destino a evitar.

Estamos em estreito contacto com a administração norte-americana sobre a questão do reinício seguro de todas as viagens entre a UE e os Estados Unidos […] e recebemos garantias de que esta é uma questão de alta prioridade” para o lado norte-americano, declarou o porta-voz da Comissão Europeia para a área dos Assuntos Internos, Adalbert Jahnz.

Notando existirem contactos técnicos entre Bruxelas e Washington para ultrapassar a proibição de viagens norte-americanas, adotada devido à pandemia de covid-19, Adalbert Jahnz acrescentou acreditar que existem “fortes razões para os Estados Unidos reabrirem aos viajantes da Europa”, numa altura em que 57% dos europeus está totalmente vacinado e 70% recebeu a primeira dose da vacina.

Durante a conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, o responsável foi questionado sobre a nova restrição norte-americana a Portugal, imposta na segunda-feira, na qual o país foi considerado como destino a evitar, bem como Espanha.

Sem responder diretamente, Adalbert Jahnz lembrou que, “de um modo geral, o Conselho da UE tem vindo a recomendar desde 18 de junho que todos os Estados-membros da UE levantem a restrição de viagens para os residentes dos Estados Unidos, independentemente do estatuto de vacinação, com base nas provas científicas disponíveis e sem prejuízo de quaisquer possíveis medidas adicionais relacionadas com a saúde, tais como testes ou quarentena”.

E recordou que, nessa recomendação, ficou também previsto que “a reciprocidade é um dos elementos que os Estados-membros têm de ter em conta quando decidem sobre o levantamento das restrições de viagem para um país específico não pertencente à UE”. Por isso, “cabe então ao Conselho considerar quaisquer questões de reciprocidade deste tipo”, adiantou Adalbert Jahnz.

Os Estados Unidos da América incluíram na segunda-feira novamente Portugal à lista de países em que recomenda a “evitar viajar”, colocando-o no nível “muito alto”, devido ao agravamento da pandemia da covid-19. O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado, numa declaração na qual indicou que Chipre e o Quirguistão também subiram para essa categoria.

No que se refere a Portugal, a recomendação destina-se especificamente à pandemia. Os avisos de viagem foram emitidos com base na recomendação do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, que colocaram Portugal e Espanha no “nível 4”, devido à pandemia.

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