Margarida Aguiar (ASF): “Fundo de Garantia Automóvel tem excesso de financiamento”

  • Lusa
  • 19 Julho 2021

Estudo sobre o financiamento do Fundo de Garantia Automóvel está pronto vai ser entregue ao Governo para que tome decisões políticas, afirmou a presidente da ASF em audição na Assembleia da República

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, disse hoje que o Fundo de Garantia Automóvel (FGA) tem “excesso de financiamento”, e irá entregar ao Governo um relatório de sustentabilidade.

Questionada pelo deputado Miguel Matos (PS) acerca da “vasta reserva de dinheiro”, quer do Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT, passou de 243 milhões para 347 milhões de euros), quer do FGA (135 para 162 milhões), Margarida Corrêa de Aguiar lembrou já ter dito que a ASF iria “fazer um estudo de sustentabilidade” relativamente ao fundo automóvel.

Esse estudo está pronto. Vai ser entregue ao Governo esta semana. O Governo terá condições para tomar decisões políticas sobre o financiamento do Fundo de Garantia Automóvel”, disse a presidente da ASF, ouvida por videoconferência numa audição parlamentar no âmbito do Plano de Atividades.

A responsável confirmou ainda que o FGA “tem um excesso de financiamento, e a manter-se o nível de receitas que financiam este fundo, que são obtidas através de uma percentagem que recai sobre os prémios de seguros obrigatórios de responsabilidade civil automóvel, o FGA continuará a somar excesso de financiamento”.

Já ao deputado Duarte Alves (PCP), Margarida Corrêa de Aguiar referiu que “o ponto aqui é saber a medida certa que deve ser feita” uma alteração aos modelos do Fundo de Garantia Automóvel.

Sem ter um estudo de sustentabilidade que, no fundo, faz uma aferição do risco e das responsabilidades futuras tendo em conta cenários de risco, não é possível quantificarmos quanto é que pode ser a redução a fazer”, defendeu.

Para a responsável, o documento permite “perceber que reduções são essas que podem ser feitas, e não umas quaisquer”, sendo necessário, ao mesmo tempo, assegurar que “o fundo ficará, nos próximos 10 anos – o estudo foi para 10 anos – equilibrado financeiramente e não deixará de cumprir com as suas obrigações”.

Quanto ao Fundo de Acidentes de Trabalho, Margarida Corrêa de Aguiar rejeitou a situação de sobrefinanciamento, pois “tem um ativo total de 733 milhões de euros, mas tem um total de responsabilidades que são essencialmente rendas vitalícias, de 1.143 milhões de euros”.

“Em termos de médio e longo prazo, o que é preciso estudar é se o financiamento futuro é ou não é suficiente para fazer face a um nível de responsabilidades que vão ter que ser cumpridas ao longo do tempo”, disse a responsável, revelando que está em curso um estudo de sustentabilidade do FAT.

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Montepio já controla Groundforce e vai avançar para venda da maioria do capital da empresa de handling

Um tribunal considerou "improcedente" uma providência cautelar interposta por Alfredo Casimiro para impedir o Montepio de controlar a Groundforce. Agora o banco já pode vender a companhia.

A mudança de controlo acionista na Groundforce poderá estar por dias. O Banco Montepio tinha tomado posse das ações da Groundforce nas mãos de Alfredo Casimiro através de uma execução extrajudicial por incumprimento no pagamento de uma dívida de sete milhões de euros, mas o empresário tinha apresentado uma providência cautelar para travar a decisão do banco. Contudo, o ECO sabe que o juízo central cível de Lisboa considerou a providência “improcedente” e autorizou o Montepio a concluir a execução e, assim, já poderá vender as ações da Groundforce.

No meio de uma guerra entre a TAP e a Pasogal, a empresa de Alfredo Casimiro que tem o controlo da Groundforce, a sentença do tribunal, comunicada esta segunda-feira, abre uma saída para uma clarificação acionista e para uma pacificação das relações com a TAP, agora controlado pelo Estado. Como o ECO já tinha revelado, o Banco Montepio contratou o Bison Bank para organizar um leilão das ações da Groundforce detidas pelo empresário Alfredo Casimiro que estão penhoradas. O banco de investimento já recebeu propostas não vinculativas pela participação de 50,1% e agora, com esta decisão judicial, o Montepio quer avançar em breve com a venda daquelas ações que dão o controlo da empresa de handling. E segundo outra fonte, é certo que será um operador europeu, estando a concorrência entre a Swissport e a belga Aviapartner.

O processo — número 9937/21.2T8LSB do Juízo central cível de Lisboa – juiz 7 — é uma espécie de ‘fim de linha’ na estratégia de Alfredo Casimiro para manter o controlo da Groundforce e conduzir, ele próprio, a venda da companhia de handling. O empresário tinha contratado o banco Nomura para vender as mesmas ações da Groundforce, processo que agora ficará sem efeito.

A posição detida pela Pasogal de Alfredo Casimiro está sob quatro penhoras (três no Montepio e uma no Novo Banco) e, após ter entrado em incumprimento, foi alvo de uma execução extrajudicial por parte do Banco Montepio. Foi nesse seguimento que o Bison Bank começou a auscultar potenciais interessados, enquanto a Deloitte fazia uma avaliação do valor do negócio. Este processo tornou-se ainda mais urgente depois de um fim de semana de caos no aeroporto de Lisboa na sequência da greve dos trabalhadores da Groundforce.

Este era um dos cenários preferidos pelo Governo para afastar Alfredo Casimiro e abrir a possibilidade de uma mudança de acionista (o empresário chegou a ter negociações com a Swissport, que não chegaram a bom porto), mas não era a única alternativa.

Já esta segunda-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal decidiu avançar com a revogação de uma licença de ocupação da Groundforce, alegando que a empresa de handling deve 769,6 mil euros em taxas de ocupação, segundo um documento a que a Lusa teve acesso. Além disso, a própria ANAC está a avaliar se a Groundforce poderá manter a licença que lhe permite operar como empresa de handling nos aeroportos portugueses, e a TAP, recorde-se, tem a propriedade de todo o equipamento de operação e admite também avançar para outro caminho, que poderá passar pela criação de uma nova empresa de handling.

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ANA avança com revogação de licença da Groundforce

  • Lusa e ECO
  • 19 Julho 2021

A ANA – Aeroportos de Portugal alega que a empresa de handling tem uma dívida global aos Aeroportos de Portugal superior a 13 milhões de euros.

A ANA – Aeroportos de Portugal vai avançar com a revogação de uma licença de ocupação da Groundforce, nos aeroportos de Faro e Madeira, lembrando que a empresa de handling tem uma dívida global aos Aeroportos de Portugal superior a 13 milhões de euros.

No projeto de deliberação da Comissão Executiva da ANA, a que a Lusa teve acesso, o grupo explica que, enquanto concessionário do serviço público aeroportuário, está a seu cargo “o licenciamento da ocupação e do exercício de atividades e serviços em bens do domínio aeroportuário incluídos no âmbito da concessão”, assim como de todos os atos que dizem respeito “à execução, à modificação e extinção de licenças”.

A ANA recorda depois, no documento assinado pelos presidente e vogal da Comissão Executiva, Thierry Ligonnière e Francisco Vieira Pita, que lhe cabe cobrar as respetivas taxas neste âmbito, incluindo uma de ocupação.

Assim, diz a gestora, a SPdH (Groundforce) “encontra-se licenciada para o exercício de atividade de assistência em escala nos aeroportos da ANA S.A., nomeadamente no aeroporto de Faro”.

De acordo com a ANA, a licença em causa começou em 1 de janeiro de 2017 e termina em 31 de dezembro deste ano e por esta licença a Groundforce tem de pagar uma taxa de ocupação.

À data [29 de junho], encontra-se em dívida, para com a ANA S.A., a título de taxa de ocupação, o valor total de 769.669,31 euros”, garante, apontando para faturas que “integram valores devidos no âmbito da presente ocupação e de outras ocupações da SPdH, nos aeroportos da rede ANA”.

A concessionária considera assim que “se verifica um incumprimento reiterado das obrigações a que a SPdH se encontra adstrita, enquanto titular da licença de ocupação” em causa.

Por isso, a Comissão Executiva da ANA deliberou “revogar a licença de ocupação 7460/2006/AM, com efeitos a partir da deliberação final a tomar no âmbito do procedimento administrativo”, devendo a Groundforce “proceder à entrega dos espaços afetos à referida licença livres e devolutos”, segundo o documento.

A Lusa contactou a Groundforce sobre esta questão, mas a empresa não quis fazer comentários.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de ‘handling’ ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.

Groundforce deve à ANA mais de 13 milhões

A Groundforce tem uma dívida global aos Aeroportos de Portugal (ANA) superior a 13 milhões de euros. A empresa que gere os aeroportos portugueses confirmou, em comunicado, que enviou no dia 7 de julho uma proposta de deliberação para revogação da licença de ocupação dos espaços, nos aeroportos de Faro e da Madeira, sobre a qual ainda aguarda resposta por parte da Groundforce.

A ANA refere que está em causa, nestes 13 milhões de euros, “o não pagamento desde março de 2020” e “valores em dívida em todos aeroportos da rede ANA”. A ANA indica ainda que “após esgotadas todas as vias para receber os pagamentos em falta viu-se obrigada a tomar as medidas legalmente previstas, com vista à regularização da situação”.

(Notícia atualizada às 22h01 com a dívida da Groundforce à ANA)

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Do problema da sucessão à gestão de conflitos. Luís Todo Bom lança “Manual de Gestão de Empresas Familiares”

No livro, Luís Todo Bom trata as principais questões relacionadas com a atividade empresarial desenvolvida por famílias, entre elas o problema da sucessão e a gestão de conflitos.

A gestão de empresas familiares é uma realidade “complexa”, que exige uma interação permanente entre o sistema família e o sistema empresa, defende Luís Todo Bom seu mais recente livro “Manual de Gestão de Empresas Familiares”, apresentado esta segunda-feira.

“Demorei dois anos a produzir esta obra e devo dizer que a gestão de empresas familiares é um desafio intelectual espantoso, o maior que encontrei em toda a minha vida académica. Porquê? Porque exige uma interação permanente entre família e empresa, que se verifica em tudo, na gestão, no governance, na estratégia, em todo o lado…”, começa por dizer o gestor e professor universitário, na apresentação da sua mais recente obra, num encontro coorganizado pela SRS Advogados, o Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), a Associação das Empresas Familiares e a Europartners.

Na obra, Luís Todo Bom trata as principais questões relacionadas com a atividade empresarial desenvolvida por famílias, entre elas o problema da sucessão. “A sucessão é crítica nas empresas familiares. E a sucessão do fundador é muito diferente das outras sucessões, porque o sucessor é um empreendedor, o que precisa é que os seus sucessores sejam grandes gestores. O que acontece é que os filhos tendem a ser parecido com o pai.” E essa sucessão, pautada pela semelhança de perfis, pode não ser a melhor opção.

Há um grande número de sucessões em que a sucessão de avó para neto revela ser melhor do que a sucessão de pai para filho. Isto porque o neto é diferente do avô, pelo menos mais diferente do que o pai”, explica o autor.

Ainda sobre este tema das sucessões, Maria José de Tavares, sócia do departamento de resolução de litígios da SRS Advogados, que interveio durante a apresentação presencial e online do livro, salienta que a sucessão representa sempre um risco e “muitas empresas falham no planeamento sucessório, na passagem para a geração seguinte”.

Para evitar essas falhas, a sócia da firma de advogados aconselha que a sucessão seja “planeada com antecedência, em vida e quando o fundador é novo”.

As empresas familiares gostam de crescer organicamente, mas o crescimento orgânico não é suficiente para a sobrevivência da empresa familiar. É preciso crescer por fusões”

Luís Todo Bom

“O que distingue as empresas familiares não é serem detidas pela família. É a família querer continuar com a empresa”, afirma Luís Todo Bom, remetendo-se para o problema da inovação e da mudança, um tema que considera “crítico” e que “algumas empresas precisam de robustecer”.

O livro conta, também, com um capítulo dedicado à gestão de conflitos, especialmente importante na gestão de empresas familiares. Mas nem todos os conflitos devem ser considerados na gestão da empresa. “Todas as famílias têm conflitos. Mas esses conflitos só têm importância se se refletirem nas empresas. Temos de identificar os conflitos que de facto podem pôr em causa a sobrevivência das empresas familiares“, explica Luís Todo Bom. Para isso, o autor sugere identificar os conflitos que existem, em primeiro lugar, entre a família e a empresa, em segundo lugar, entre a família e os acionistas (que podem, ou não, ser família), e, finalmente, entre a empresas e os acionistas. “Estes conflitos é que são importantes para serem analisados.”

Outro tema fundamental é a estratégia de crescimento. “Quando a empresa cresce, a harmonia da família é maior. Se a empresa não cresce, começa a ser pequena para a família, e isso traz conflitos. As empresas familiares gostam de crescer organicamente, mas o crescimento orgânico não é suficiente para a sobrevivência da empresa familiar. É preciso crescer por fusões”, diz Luís Todo Bom.

Também a gestão de projetos de investimento é um capítulo que merece destaque. O gestor confessa que, durante o seu percurso profissional, deparou-se com grupos familiares que entraram em rutura quando começaram a crescer, o que não deixa de ser paradoxal. “Entraram em rutura quando começaram a desenvolver (mal) projetos de investimento.”

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PCP exorta Governo a libertar Groundforce “da chantagem” do privado

  • Lusa
  • 19 Julho 2021

"O Governo tem todos os instrumentos para resolver de imediato esta situação. Através da nacionalização da Groundforce, libertando-a da chantagem do acionista privado", defende o PCP.

O PCP exortou o Governo a “resolver de imediato” a situação da Groundforce através da nacionalização da empresa de ‘handling’, “libertando-a da chantagem do acionista privado” e garantindo o pagamento dos salários dos trabalhadores.

Em comunicado divulgado, o PCP explicitou que “desde há mais de um ano” que os funcionários da Groundforce estão a viver uma “situação de profunda instabilidade”.

Os comunistas recordaram que já tinham proposto a nacionalização da empresa de ‘handling’ como única maneira de “ultrapassar a presente crise”, mas “o Governo do PS não quis seguir esse caminho, preferindo deixar a empresa entregue ao capitalista a quem um anterior governo oferecera 50,1%” das ações.

“O Governo tem todos os instrumentos para resolver de imediato esta situação. Através da nacionalização da Groundforce, libertando-a da chantagem do acionista privado que tenta salvar-se à custa dos trabalhadores, da TAP e da economia nacional. É isso que se exige”, sublinhou o partido.

Alfredo Casimiro, no entender do PCP, mostrou-se desde o início “completamente incapaz” de dirigir a Groundforce.

“Ao longo do último ano ficou perfeitamente demonstrado que quer o Governo quer a TAP não quiseram resolver a situação da Groundforce pois a sua prioridade era manter a fragilidade destes trabalhadores para conseguir impor uma redução salarial de cerca de 30%”, sustentaram os comunistas.

Os trabalhadores da Groundforce estiveram em greve durante o fim de semana. A paralisação cancelou centenas de voos nos aeroportos portuguesas, em particular, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

A greve vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto.

Além desta paralisação, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de ‘handling’ ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.

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Bruxelas propõe agência europeia de combate ao branqueamento de capitais

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Julho 2021

Bruxelas propõe que a agência, que irá monitorizar e impor sanções a empresas transnacionais, seja criada em 2024 e comece a funcionar em 2026.

A Comissão Europeia vai lançar esta terça-feira um novo pacote contra a lavagem de dinheiro e o financiamento de atividades ilícitas, que incluirá uma proposta para criar uma nova agência europeia para combater o branqueamento de capitais, noticia o jornal espanhol El País.

A Autoridade Europeia Contra o Branqueamento de Capitais (AMLA, na sigla em inglês) terá o poder de monitorizar e impor sanções a empresas transnacionais, bem como de controlar as carteiras de criptomoeda. Prevendo um orçamento de 45,6 milhões de euros, Bruxelas propõe que a agência seja criada em 2024 e comece a funcionar em 2026, tendo optado por uma autoridade independente da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), na qual trabalharão cerca de 250 pessoas.

O executivo comunitário optou por uma entidade fora da EBA porque as suas ações serão para além do setor financeiro. Segundo a proposta à qual o El País teve acesso, a AMLA “desempenhará um papel-chave” no combate ao dinheiro ‘sujo’ dentro da União Europeia (UE). O pacote, contudo, terá de ser negociado pelo Parlamento Europeu e pelos 27 Estados-membros.

Entre outras tarefas, a nova entidade terá de manter o sistema financeiro europeu fora da órbita do crime organizado, avaliando “os riscos” que representam, tanto dentro como fora do mercado interno da UE. Procurará também a convergência das ações das agências nacionais e das unidades de informação sobre crimes financeiros, coordenando o seu trabalho e encorajando a troca de informações entre as mesmas.

A AMLA estará ainda encarregue de realizar uma avaliação de um grupo de instituições financeiras selecionadas. De acordo com a proposta europeia, trata-se de instituições de crédito estabelecidas em pelo menos sete Estados-membros e outras instituições financeiras que operam em pelo menos 10 países da UE – incluindo o país onde estão sediadas -, que contem com uma filial noutro Estado-membro e que tenham atividade em todo o bloco comunitário, o que inclui empresas dedicadas ao câmbio, fundos de investimento, instituições de dinheiro virtual, serviços de pagamento e companhias de seguros.

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Bonfim ganha hotel cultural de oito milhões de euros

O M.Ou.Co. é um projeto dedicado à música e às suas diferentes dimensões. Vai contar com 62 quartos, restaurante, sala de espectáculos, musicoteca, salas de ensaios, jardim, piscina, bar e esplanada.

Chama-se M.Ou.Co e é o novo espaço hoteleiro e cultural do Porto. Localiza-se no Bonfim e teve um investimento de oito milhões de euros que contou com o financiamento no âmbito do Programa Norte 2020.

Com uma área total de 5.000 metros quadrados, o M.Ou.Co. integra um total de 62 quartos, um restaurante, uma sala de espetáculos e uma musicoteca, local onde os visitantes terão a oportunidade de descobrir a coleção de discos de vinil e livros dedicados ao universo musical.

O projeto conta, ainda, com três salas de ensaios, um espaço dedicado à saúde do músico e, também, áreas exteriores de jardim, piscina, bar e esplanada. “Vai ser um espaço para os apreciadores de música, para os criativos, para profissionais de todas as áreas, desde as mais criativas às mais tradicionais”, lê-se em comunicado.

O M.Ou.Co vai ser apresentado em agosto em modo soft opening, mas a inauguração oficial está marcada para setembro. “Stay. Listen. Play.” é a assinatura do projeto que se assume como um local para ficar, relaxar, ouvir, tocar e experimentar, não fosse este um conceito que junta o Turismo, a Cultura e a Comunidade, tendo a Música como fio condutor e elemento agregador”, lê-se em comunicado.

O M.Ou.Co vai contar com uma programação própria, desenhada de forma trimestral, maioritariamente dedicada à área da música, desde o rock, pop e jazz, passando pela música eletrónica e experimental, até à música tradicional e as músicas do mundo. Para além de um conjunto de concertos, o M.Ou.Co. disponibilizará também diversos workshops, masterclasses e talks.

O novo espaço destaca-se pela escolha de materiais voltados para a estética industrial como o betão, a madeira, o aço corten, aço distendido, brick e microcimento. O projeto de arquitetura tem assinatura da Arquitectos Aliados e da arquiteta Susana Leite, estando a construção a cargo da Casais, Engenharia e Construção.

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ASF remeteu chumbo do plano de convergência da Mutualista Montepio para o Governo

  • Lusa
  • 19 Julho 2021

"Se não há um plano de convergência aprovado, é porque a Associação Mutualista demonstrou que tem dificuldades", diz a presidente da ASF.

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, disse esta segunda-feira em audição parlamentar que remeteu a questão do chumbo o plano de convergência da Mutualista Montepio para o Governo.

Não há nenhum plano de convergência. A ASF não aprovou nenhum plano de convergência. Desse facto foi dada nota ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que é o ministério que tutela as Associações Mutualistas, e que em face da informação que lhe foi prestada tomará as decisões que entender mais convenientes”, disse Margarida Corrêa de Aguiar aos deputados.

A presidente da ASF falava através de videoconferência numa audição da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República (AR), respondendo ao deputado Nuno Carvalho (PSD).

Em causa está o plano apresentado pela Associação Mutualista Montepio para convergir, durante o período transitório de 12 anos, para o regime de Solvência II, aplicável aos seguros, no âmbito do Código das Associações Mutualistas, cuja supervisão deverá ser assegurada pela ASF.

Sem entrar em detalhes, Margarida Corrêa de Aguiar vincou, em resposta a Mariana Mortágua (BE), que “se não há um plano de convergência aprovado, é porque a Associação Mutualista demonstrou que tem dificuldades em compaginar a sua estratégia de negócio, as suas atividades futuras, com aquilo que são os requisitos próprios do regime de Solvência II”.

Face à comunicação ao Governo, através da Direção-Geral de Segurança Social (DGSS), da não aprovação do plano, a responsável pela supervisão remeteu a questão para o campo político, cabendo ao Governo “decidir quais vão ser os passos seguintes”.

Trata-se, portanto, de uma decisão política, não se trata de uma decisão regulatória nem de supervisão, pelo simples facto de que nós não seríamos supervisores, ainda que houvesse um plano de convergência”, disse Margarida Corrêa de Aguiar.

A ASF irá “aguardar”, mostrando-se disponível para colaborar com o Governo.

“Houve um processo de aprendizagem, conhecemos os regimes de solvência e portanto estamos disponíveis para ajudar no desenho de soluções que o Governo gostasse de ver desenhadas e trabalhadas, numa perspetiva de aplicar o regime de solvência às associações mutualistas”, disse a responsável.

Margarida Corrêa de Aguiar disse ainda não ter recebido, até ao momento, qualquer pedido de registo por parte de listas candidatas à liderança da Associação Mutualista Montepio, cujas eleições estão marcadas para dezembro.

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Reino Unido vai vacinar apenas menores com problemas de saúde

  • Lusa
  • 19 Julho 2021

Crianças de 12 a 15 anos com deficiências neurológicas graves, síndrome de Down, com deficiências de aprendizagem múltiplas ou graves e imunodeficiências devam ser inoculados com a vacina Pfizer.

O Governo britânico aceitou esta segunda-feira a recomendação para vacinar apenas menores com certos problemas de saúde no Reino Unido, onde se registaram 39.950 novos casos e 19 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas.

O Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI] recomendou que crianças de 12 a 15 anos com deficiências neurológicas graves, síndrome de Down, com deficiências de aprendizagem múltiplas ou graves e imunodeficiências devam ser inoculados com a vacina Pfizer.

De acordo com as recomendações existentes, jovens de 16 a 17 anos com comorbidades de maior risco perante a covid-19 já tinham sido chamados para ser imunizados, mas o JCVI não aconselha a vacinação de menores de 18 anos fora destes grupos.

O ministro da Saúde, Sajid Javid, prometeu que o organismo vai continuar a analisar informação sobre a potencial vacinação de menores sem outras patologias específicas de saúde.

De acordo com o quadro de dados sobre a pandemia covid-19, no domingo o Reino Unido tinha registado 48.161 novos casos e 25 mortes.

Nos últimos sete dias, entre 13 e 19 de julho, a média diária foi de 42 mortes e 46.024 casos, o que corresponde a uma subida de 48% no número de mortes e de 41,2% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.

A média diária de pessoas hospitalizadas foi de 617 entre 7 e 13 de julho, um aumento de 39,5% face aos sete dias anteriores.

Na sexta-feira estava internados 4.094 pacientes, dos quais 573 com auxílio de ventilador.

Desde o início da pandemia, foram notificados 128.727 óbitos de covid-19 num total de 5.473.477 infeções confirmadas no Reino Unido.

Nas passadas 24 horas foram administradas 147.064 vacinas, tendo todos os adultos no Reino Unido sido chamados para serem imunizados.

Desde dezembro foram inoculadas 46.314.039 pessoas, o que corresponde a 87,9% da população adulta, e 36.099.727 milhões de pessoas, ou 68,5% da população adulta, já tem a vacinação completa.

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Novo Banco apresenta recurso na Relação para obter 112 milhões do Fundo de Resolução

  • ECO
  • 19 Julho 2021

Depois de ter ouvido um "não" na primeira instância, Novo Banco avançou para o Tribunal da Relação de Lisboa para tentar receber já os 112 milhões de euros do Fundo de Resolução que estão em falta.

O Novo Banco não desiste de tentar receber já os 112 milhões de euros da injeção do Fundo de Resolução que o Governo travou, e continua com diligências nos tribunais.

A instituição liderada por António Ramalho já tinha ouvido um “não” na primeira instância em relação à providência cautelar que apresentou para desbloquear o travão colocado pelo Ministério das Finanças, conforme avançou o Jornal de Negócios.

Esta sexta-feira, entretanto, avançou com um recurso contra essa decisão no Tribunal da Relação de Lisboa, de acordo com a ação disponibilizada no portal Citius.

No passado dia 4 de junho, o Fundo de Resolução transferiu “apenas” 317 milhões de euros para o banco do cheque de 429 milhões que estava previsto ao abrigo do mecanismo de capital contingente. E adiantou que a verba de 112 milhões de euros se encontrava retida e “condicionada” até às conclusões de uma “averiguação complementar” relacionada com a “opção do Novo Banco de não aplicar a política de contabilidade de cobertura aos instrumentos financeiros derivados contratados para cobrir risco de taxa de juro resultante da exposição a obrigações de dívida soberana de longo prazo”.

Essa auditoria está a ser realizada pela PwC, de acordo com o Jornal Económico.

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PSD mantém dúvidas sobre independência de Ana Paula Vitorino para liderar AMT

  • Lusa
  • 19 Julho 2021

O PSD justificou o voto contra no relatório sobre a nomeação da deputada do PS e ex-ministra do Mar para liderar a AMT por considerar que “não está afastada” a possibilidade de falta de independência.

O PSD reiterou esta segunda-feira as suas dúvidas sobre a independência de Ana Paula Vitorino para presidir à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), e classificou como “inédito e rocambolesco” o processo de indigitação.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PSD Carlos Silva justificou o voto contra o relatório elaborado pelo PS por considerar que “não está afastada” a possibilidade de falta de independência da deputada do PS e da ex-ministra do Mar para o cargo.

“Sim, está garantida competência técnica. Não, não está garantida a independência, idoneidade, isenção e imparcialidade da personalidade indigitada”, referiu, repetindo as conclusões que estavam expressas no relatório original da sua autoria.

No entanto, depois de o PS ter aprovado alterações ao relatório que, no seu entender, “desvirtuavam as componentes essenciais”, Carlos Silva pediu escusa e foi elaborado um novo relatório pelo deputado do PS Hugo Costa.

Os deputados da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas a Habitação aprovaram esta segunda-feira este relatório sobre a audição de Ana Paula Vitorino, com os votos a favor do PS, abstenções do Bloco de Esquerda e PCP e votos contra do PSD, PAN e CDS.

“O relatório que foi hoje aprovado é uma espécie de ‘Omo lava mais branco’ da personalidade indigitada, diz que tem competência técnica, mas que não foi encontrado um consenso ao que cada partido considera ser a sua independência”, afirmou Carlos Silva, que referiu que o documento apenas teve votos favoráveis dos socialistas, abstenção de PCP e BE e votos contra de PSD, CDS-PP e PAN.

O deputado frisou que “se exige uma regulação forte” e que a lei das entidades reguladoras pretende que o relatório – resultante de uma audição da indigitada – aborde quer a sua competência quer a sua independência.

“Durante a audição, não foram afastadas dúvidas sobre essa falta de independência”, considerou.

Por um lado, face aos regulados, “uma vez que foi consultora de algumas empresas” no setor que irá agora regular e por ter sido ministra do Mar, há menos de dois anos, “um setor acompanhado pela AMT”.

“Por outro lado, foi eleita pelo grupo parlamentar do partido que apoia o Governo. Nessa circunstância, não existe independência face ao poder político, não é dada prova forte dessa mesma independência”, disse ainda.

Carlos Silva acrescentou ainda que “a AMT vai trabalhar com centenas de contratos de serviço público”, com “temas que fazem parte do Conselho de Ministros” e Ana Paula Vitorino “tem ligações familiares no Conselho de Ministros”, numa alusão ao facto de ser casada com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o que “pode dar lugar a litigância”.

Questionado se o Governo deveria indicar uma outra personalidade para o cargo, o deputado do PSD diz que o partido não interfere nas opções do executivo.

“O Governo deveria fazer uma leitura do que se está a passar no parlamento, já houve situações no passado em que o Governo recusou”, disse, salientando que não é só o PSD a colocar estas dúvidas.

O deputado criticou ainda o facto de, enquanto deputada do PS, Ana Paula Vitorino “ter querido participar no processo de alterações ao próprio relatório” inicial do PSD, considerando que tal reforça “a falta de isenção e imparcialidade”.

“O PS acaba por aprovar um relatório elaborado, processado por um deputado do seu próprio grupo parlamentar, onde está incluída a engenheira Ana Paula Vitorino”, disse, considerando que o processo “não honra a atividade parlamentar e dos deputados”.

Na audição parlamentar, realizada em 01 de julho, a deputada do PS e antiga ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, rejeitou que possa ter “falta de isenção” para ocupar o cargo de presidente da AMT.

PAN diz que processo de indigitação de Ana Paula Vitorino está “ferido de opacidade”

O PAN considerou esta segunda-feira que o processo de indigitação de Ana Paula Vitorino para presidir à AMT está “ferido de conflito de interesses e de opacidade”.

“Este número que o PS decidiu fazer é uma das principais razões pelas quais as pessoas se afastam daquilo que é a política em Portugal e se refugiam no que são os discursos populistas e antidemocráticos”, afirmou o deputado Nelson Silva, em declarações aos jornalistas no parlamento, aconselhando o PS a “olhar para o espelho da próxima vez que for procurar motivos para o aumento da abstenção” ou destes movimentos.

O parlamentar do PAN justificou o voto contra do partido por considerar “que não é assim que a política deve ser feita”, pois “o Governo e os partidos do arco da governação têm de ter uma grande responsabilidade quando fazem este tipo de nomeações”, considerando que não é por um partido ter militantes “tecnicamente válidos” para um cargo que deve “ignorar todos os critérios de conflitos de interesses e de idoneidade”.

“No nosso entender, esta nomeação não está livre deste tipo de conflitos”, disse.

Em primeiro lugar, considerou Nelson Silva, está o facto de Ana Paula Vitorino ter sido “até há bem pouco tempo ministra do Mar” e ter executado políticas (como a dos portos de pesca) que caem dentro das competências da AMT.

Vai regular trabalho seu, não vai ter uma posição completamente isenta de conflitos”, afirmou.

O deputado sublinhou ainda que a deputada do PS “aparentemente manteve até há pouco tempo” uma participação social numa empresa que agora vai regular.

“O PAN alertou-a para corrigir a sua declaração de registo de interesses no parlamento, algo que ainda não foi feito, pelo menos até ao dia de ontem [domingo]”, disse.

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CMVM investiga “abuso de informação” ligado ao Benfica

A CMVM confirmou que está a investigar um eventual "abuso de informação" por parte do Benfica ou das partes ligadas aos "recentes eventos" em torno do clube.

A CMVM está a investigar se houve “abuso de informação” por parte do Benfica SLBEN 1,19% ou de “partes envolvidas nos recentes eventos” que envolveram o clube, por considerar que podem ter ocorrido “infrações” que colocam em perigo os investidores. A informação foi divulgada num comunicado pela polícia dos mercados de capitais.

“Os eventos das últimas semanas evidenciam infrações passiveis de fazer perigar a integridade do funcionamento do mercado de capitais e a proteção dos investidores, nomeadamente na divulgação de informação ao mercado e de abuso de informação, as quais continuarão a ser investigadas”, começa por escrever o Conselho de Administração da CMVM, presidido por Gabriela Figueiredo Dias.

De seguida, a comissão indica que “sem prejuízo da apreciação da relevância infracional da conduta das partes envolvidas nos recentes eventos, a CMVM continuará a acompanhar a evolução de qualquer aspeto do qual possa resultar a necessidade de prestação de informação adicional ao mercado, com intuito de zelar pela integridade do funcionamento do mercado de capitais, em defesa dos investidores”.

Mas este é apenas um dos quatro pontos do comunicado da comissão que supervisiona os mercados de capitais em Portugal. Nos demais tópicos, a CMVM presta contas sobre as ações que tomou ao longo das últimas semanas, depois de o Benfica ter sido catapultado para o centro da agenda mediática após a detenção do então presidente Luís Filipe Vieira, e de um dos grandes acionistas da SAD, José António dos Santos, no passado dia 7 de julho. Em causa, suspeitas de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

“Depois de se terem tornado do conhecimento público indícios de irregularidades diversas, suscetíveis de afetar a Benfica SAD, de impactar o seu governo societário e de criar opacidade sobre a composição da sua estrutura acionista, a CMVM diligenciou no sentido de que as partes interessadas assegurassem a disponibilização ao mercado de toda a informação relevante de que tivessem conhecimento, com vista a garantir condições mínimas de negociabilidade dos valores mobiliários”, escreve a CMVM — leia-se, as ações do clube.

No entanto, o Benfica também tem em curso uma emissão obrigacionista. A CMVM recorda que os factos surgiram depois da aprovação e divulgação do prospeto da operação, pelo que exigiu o desenho e aprovação de uma adenda ao mesmo. A comissão indica, nesse sentido, que “os investidores devem ponderar adequadamente, perante a informação constante do prospeto e da adenda, a oportunidade de investimento oferecida, bem como a sua disponibilidade para suportar, num cenário adverso, os riscos inerentes a esta oferta”.

As ações do Benfica fecharam a sessão desta segunda-feira a valerem 3,52 euros cada uma. Num dia de maior liquidez do que a média, com mais de 21,6 mil títulos a trocarem de mãos, as ações derraparam 14,98% face ao fecho anterior.

Evolução das ações do Benfica em Lisboa:

Luís Filipe Vieira já não é presidente do Benfica, tendo renunciado ao cargo na semana passada, pouco depois de se ter afastado a si mesmo da liderança das “águias”. A condução do Benfica tem sido, desde então, protagonizada por Rui Costa.

É sobre este último ponto que se debruça, por fim, o comunicado da CMVM. A entidade recorda que “a definição da estrutura acionista” de uma cotada, “bem como a concreta composição dos seus órgãos sociais, não se encontra dependente de qualquer ato prévio de natureza autorizativa”.

“Compete aos investidores, e, em particular aos atuais acionistas da Benfica SAD, promover a avaliação e os atos societários que entendam convenientes em função da informação que a cada momento deve ser integralmente disponibilizada pelo emitente”, conclui a comissão.

Incerteza envolve negócio com americano

Importa recordar que foi por causa da CMVM que o Benfica acabou por confirmar a existência de dois acordos entre José António dos Santos, conhecido pela alcunha “Rei dos frangos”, e o investidor norte-americano John Textor, para a venda de 25% da SAD benfiquista. Até então, não se sabia que Dos Santos controlava, direta e indiretamente, 25% do capital da SAD.

A 14 de julho, o ECO noticiou em exclusivo que o Benfica vai tentar chumbar o negócio. O clube tenciona invocar o direito de aprovação por Textor poder representar “uma entidade concorrente”. Textor já veio discordar publicamente dessa interpretação.

Até ao fim do ano, o Benfica tenciona promover eleições antecipadas, dando voz aos sócios na escolha de um novo presidente.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h04)

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