Manuel Pinho recebeu, durante 18 anos, 15 mil euros mensais do BES como “agente infiltrado”

A acusação revela que entre 1994 e maio de 2005, Manuel Pinho recebeu esse valor numa conta offshore por si controlada, oculta das autoridades nacionais.

Desde 1994, que Manuel Pinho, ex-ministro de Economia do Governo socialista de Sócrates, recebeu do “saco azul” do GES o montante mensal de cerca de 15 mil euros – e meio milhão de euros de uma só vez em maio de 2005, o qual não foi por si declarado até julho de 2012. Ou seja, durante 18 anos. Esta é a tese apresentada pelos magistrados do Ministério Público (MP), relativa ao chamado caso EDP, no que toca a Manuel Pinho que sublinham que este funcionava não só como um “mero informador mas, sobretudo, um verdadeiro agente infiltrado do BES/GES no Governo da República”.

Entre 1994 e maio de 2005 o arguido recebeu esse valor numa conta do BPES titulada pela sociedade MASETE, offshore por si controlada, mas oculta das autoridades nacionais, dizem os acusadores.

A acusação – a que o ECO teve acesso – debruça-se sobre o facto de, em exclusivo em abril de 2018, Pinho ter recebido uma avença mensal de 14.963, 94 euros através da sociedade offshore Espírito Santo (ES) Enterprises, o famoso saco azul do Grupo Espírito Santo (GES).

Manuel Pinho foi acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Ricardo Salgado foi acusado em concurso efetivo e autoria material de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

A mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, foi acusada em concurso efetivo e co-autoria material com Manuel Pinho de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal.

Já os ex-líderes da EDP, António Mexia e João Manso Neto, vão continuar a ser investigados num processo à parte e não foram acusados no processo EDP.

O MP acredita ainda que, apesar desta situação laborai extremamente favorável para a Manuel Pinho, nas vésperas de tomar posse como ministro da Economia, “estranhamente, abdicou – pelo menos na aparência – de todos os inúmeros benefícios e “cessou”, embora apenas formalmente, a sua relação laborai com o BES. Embora existisse um regime legal que permitia uma “licença sem vencimento” e possibilitaria ao arguido suspender temporariamente o seu contrato de trabalho e retomá-lo depois de abandonar o cargo público (o que o arguido não desconhecia).

No entanto esse regime legal não era minimamente aceitável para os dois arguidos pois embora o primeiro estivesse na pasta da Economia “nunca poderia favorecer o grupo BES/GES devido à exigêncial legal de se afastar de todos esses dossiês que envolvessem, direta ou indiretamente, o grupo económico em que trabalhava, caso tivesse o vínculo suspenso“.

Quando, dizem os acusadores, “o que se pretendia era o inverso – que o arguido Manuel Pinho, como ministro da Economia, cuidasse e promovesse e ainda publicitar [deslocando-se a empreendimentos do BES/GES, funcionando como embaixador do Grupo, e integrando Salgado em viagens e almoços/jantares de Estado) e agilizar os interesses e os negócios do GES/BES, sendo ele pessoal e diretamente a acompanhar, a dirigir esses dossiês e a encaminhá-los para o fim pré-determinado que permitisse favorecer esse Grupo Económico a que, no fundo e para lá das aparências, o arguido ainda continuava a pertencer, e a trabalhar, inclusive de modo mais produtivo para o grupo, não só como um “mero” informador mas, sobretudo, um verdadeiro agente infiltrado do BES/GES no Governo da República, como os arguidos queriam e conseguiram”.

E sublinha o facto de existir o que considera “manifestamente, uma situação de conflito de interesses, pois Pinho, no exercício das suas funções de ministro, defendia os interesses do BES/GES e era mesmo uma das pessoas que detinha um maior conhecimento da tesouraria e das operações de mercado que ele próprio dirigira e ajudara a desenvolver”.

O despacho final diz ainda que “Ricardo Salgado punha e dispunha no GES e no BES, comandava os destinos do GES, do BES, da família e dos respetivos patrimónios, exercendo um verdadeiro poder absoluto, tendo a última palavra e impondo as suas decisões, como aconteceu, por exemplo, na nomeação de Manuel Pinho omo administrador do BES AFRICA como compensação pela impossibilidade legal do mesmo passar em 2010 à reforma com 100% do salário pensionável, como tinham ambos acordado previamente ao início do seu mandato como ministro da Economia”.

“Não fui corrompido nem pela EDP, nem pelo BES e estou totalmente seguro de não lhes ter feito favores nenhuns”, afirmou Manuel Pinho. Sublinhando: “A acusação não merece a mínima credibilidade. (…) Os procuradores do Ministério Público foram incapazes de acusar a EDP de ter sido favorecida em um euro que seja”.

Numa nota enviada à Lusa, o ex-governante defende que este processo “é uma mentira pegada” e criticou o MP por ter investigado o denominado Caso EDP durante “onze anos” sem que as suspeitas em torno da sua ligação à elétrica portuguesa estejam na origem dos factos inseridos nas 574 páginas do despacho de acusação.

“Fui investigado durante onze anos por ter beneficiado a EDP e é revoltante ser acusado por factos que não têm nada a ver com a EDP. Investigar durante onze anos é perseguir, o que não se admite numa democracia”, frisou, sem deixar de defender as escolhas feitas na área da energia quando tutelou a Economia no primeiro governo de José Sócrates (2005-2009): “A verdade é que não favoreci a EDP nem em 1.200 milhões nem em nada”.

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Administrador financeiro deixa Novobanco no final do ano

  • ECO
  • 15 Dezembro 2022

Presidente executivo do banco vai acumular pelouro financeiro de forma interina até à nomeação de novo responsável por esta área.

O administrador financeiro do Novobanco vai abandonar o cargo em 30 de dezembro. Leigh Bartlett decidiu sair do banco por motivos pessoais. O lugar será ocupado, de forma interina, pelo presidente executivo da instituição, Mark Bourke, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Segue-se agora o processo de escolha de um substituto: “Na sequência desta comunicação vão ser desencadeados pelo órgão competente, o Comité de Nomeações do Conselho Geral e de Supervisão, os procedimentos com vista à sua sucessão, e as suas conclusões serão anunciadas oportunamente, logo que concluído o processo”, assim refere o comunicado.

“Em nome do Banco, faço questão em agradecer ao Leigh a sua dedicação e contributo para o Novobanco e desejar-lhe o maior sucesso no seu futuro”, assim comentou o presidente executivo do banco, Mark Bourke, citado em comunicado.

Leigh Bartlett era o administrador financeiro do Novobanco desde o final de agosto de 2022. Licenciado em Engenharia e Gestão na Universidade de Nottingham e membro do Institute of Chartered Accountants England and Wales (ICAEW), iniciou a sua carreira em finanças empresariais em 1996 para as grandes consultoras, incluindo empresas como a KPMG e a Pricewaterhouse Coopers.

Desde 2004, desempenhou várias funções executivas de alto nível no segmento de serviços financeiros, tanto no Reino Unido como no estrangeiro. Ao longo da sua carreira profissional, exerceu funções como Diretor Financeiro da Divisão Bancária de Retalho da Alliance & Leicester, CFO do RBS UK Retail Banking Division, CFO do RBS Insurance Division (atualmente Direct Line Group plc), CFO do Westpac New Zealand Limited e como CFO da Williams & Glyn.

Em 2020, Leigh Bartlett foi CEO do Masthaven Bank, banco ao qual se juntou como CFO em outubro de 2019, antes de se juntar ao Novobanco em 2022, assim refere a informação divulgada na página da instituição.

(Notícia atualizada às 18h49 com mais informação)

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CGTP convoca protesto para 9 de fevereiro com greves e paralisações em todo o país

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

A central sindical reivindica o aumento geral dos salários, o controlo dos preços, a regulação dos horários de trabalho, a defesa da contratação coletiva e a revogação das “normas gravosas” da lei.

A CGTP decidiu esta quinta-feira convocar um dia de protesto para 9 de fevereiro, que vai contar com greves e paralisações em todos os setores e todo o país, anunciou a secretária-geral, Isabel Camarinha.

“A CGTP decidiu convocar um dia nacional de indignação, protesto e luta, com greves e paralisações em todos os setores e todo o país”, afirmou a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, em conferência de imprensa, em Lisboa.

A central sindical reivindica o aumento geral dos salários, o controlo dos preços, a regulação dos horários de trabalho, a defesa da contratação coletiva e a revogação das “normas gravosas” da legislação laboral.

Isabel Camarinha lamentou que a pandemia, a guerra na Ucrânia e as consequentes sanções tenham sido aproveitadas para gerar uma especulação dos preços e atacar os direitos dos trabalhadores, enquanto os grandes grupos continuam a apresentar resultados “de milhares de milhões”.

A intersindical exige, neste sentido, o fim da especulação, a taxação de lucros e o controle de preços, nomeadamente dos bens essenciais e energia. A secretária-geral da CGTP lembrou ainda que o Governo é quem mais contrata com vínculos precários, o que referiu prejudicar as relações de trabalho.

Em matéria de pensões e reformas, a CGTP notou que muitas pessoas vivem no limiar da pobreza, pedindo ainda um reforço do investimento na saúde, educação, proteção social e habitação. Neste contexto, a CGTP, que está a terminar uma semana de luta, promete continuar a desenvolver “processos reivindicativos” em janeiro, com a presença dos sindicatos nos locais de trabalho.

“A inflação baixou duas décimas, mas não houve preços a baixar. Sem um controlo, os preços vão manter-se e até aumentar. Janeiro e fevereiro vão trazer um maior agravamento da situação dos trabalhadores”, acrescentou.

Na reunião desta quinta, o Conselho Nacional da CGTP decidiu também convocar o XV congresso da intersindical para os dias 23 e 24 de fevereiro de 2024, no Seixal, com o lema “Com os trabalhadores, organização, unidade e luta! Garantir diretos, combater a exploração. Afirmar abril por um Portugal com futuro”. Isabel Camarinha foi eleita secretária-geral da CGTP em 2020, mandato que deverá cumprir até 2024.

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+M

França x Marrocos visto por 2 milhões de telespectadores

  • + M
  • 15 Dezembro 2022

Acompanhe as audiências de todos os jogos do campeonato mundial de futebol no Qatar, numa análise da agência de meios Carat para o ECO/+M, e confira os resultados desportivos.

No segundo jogo da 1/2 final do Mundial, no estádio Al Bayt, assistiram ao vivo 68.294 espectadores, que viram a França vencer por 2 – 0 a seleção de Marrocos. O jogo, transmitido na TVI, registou uma audiência de 1 milhão e 896 mil telespectadores (20,0% aud. média) e 41,1% share. 116 mil acompanharam o jogo através da SportTV1. No global o jogo terá sido visto por cerca de 2 milhão 013 mil telespectadores, mostra a análise da Carat.

Agora com 62 jogos transmitidos, a RTP1 (20 transmissões) captou 49% dos telespectadores que estiveram sintonizados a ver o Mundial do Qatar, a SIC (com sete transmissões) com 20% dos telespectadores e a TVI (também com sete jogos) 19%. A Sport TV1 transmitiu 54 jogos e captou 11% da audiência e a SportTV2, com oito jogo, 0,6%.

51 milhões 395 mil telespectadores acompanharam até ao momento os 21 dias de Mundial, uma média de 2 milhões 502 mil por dia, refere a Carat. A fase de grupos conseguiu uma audiência diária de 2 milhões 399 mil telespectadores, com os 1/8 final esse valor subiu para 2 milhões 459 mil telespectadores (+60 mil), os 1/4 final registaram uma audiência de 3 milhões 327 mil por dia e as 1/2 finais captaram uma audiência de 3 milhões 718 mil telespectadores.

Aud. Média (Nr. Indivíduos) = Somatório das audiências dos canais onde foi efetuada a transmissão Canais Sport TV, audiências recolhidas na faixa horária da transmissão Fonte: CAEM TV / Yumi – Análise Carat

 

Aud. Média (Nr. Indivíduos) = Somatório das audiências dos canais onde foi efetuada a transmissão Canais Sport TV, audiências recolhidas na faixa horária da transmissão Fonte: CAEM TV / Yumi – Análise Carat

 

Aud. Média (Nr. Indivíduos) = Somatório das audiências dos canais onde foi efetuada a transmissão Canais Sport TV, audiências recolhidas na faixa horária da transmissão Fonte: CAEM TV / Yumi – Análise Carat

 

Aud. Média (Nr. Indivíduos) = Somatório das audiências dos canais onde foi efetuada a transmissão Canais Sport TV, audiências recolhidas na faixa horária da transmissão Fonte: CAEM TV / Yumi – Análise Carat

 

 

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Concorrência acusa sete laboratórios e ANL de participação em cartel em testes Covid e análises

A participação em cartel na prestação de análises clínicas e testes à Covid terá durado, pelo menos, entre 2016 e 2022. A ANL recusa a acusação da Autoridade da Concorrência.

A Autoridade da Concorrência (AdC) acusou sete laboratórios e a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) de participação em cartel na prestação de análises clínicas e testes à Covid. Em comunicado, a associação empresarial rejeita “firmemente” a acusação e lamenta que o regulador não tenha “em qualquer momento” tentado obter “esclarecimentos sobre os factos em questão”.

“O cartel em causa, estabelecido entre os laboratórios visados por via da sua participação na direção da associação visou a fixação dos preços aplicáveis à prestação de análises clínicas e ao fornecimento de testes Covid-19, bem como a repartição do mercado e de fontes de abastecimento, incluindo o compromisso de não-angariar/contratar trabalhadores dos grupos laboratoriais concorrentes (prática designada por “no-poach”)”, aponta o regulador, em comunicado, não divulgando, no entanto, os nomes dos grupos de laboratórios e a associação em causa.

A entidade ainda liderada por Margarida Matos Rosa acrescenta que a concentração entre os sete principais grupos laboratoriais a operar em Portugal “ter-lhes-á permitido aumentar o seu poder negocial face às entidades públicas e privadas com as quais negociaram o fornecimento de análises clínicas e de testes Covid-19, levando à fixação de preços potencialmente mais elevados do que os que resultariam de negociações individuais no âmbito do funcionamento normal do mercado, impedindo ou adiando a revisão e a redução dos preços. De acordo com o regulador, a prática terá durado, pelo menos, entre 2016 e 2022.

A AdC sublinha ainda que esta nota de Ilicitude “não determina o resultado final da investigação”, pelo que as empresas visadas têm oportunidade de exercerem o seu direito de defesa em relação à acusação.

A ANL já reagiu, referindo que “refuta firmemente as conclusões que constam da nota preliminar da Autoridade da Concorrência” e garante que contribuiu a pedido do Estado português, de forma decisiva para ajudar a superar as fragilidades e constrangimentos que assolaram o Serviço Nacional de Saúde durante um período de especial fragilidade”, mantendo uma postura de ” transparência com todas as autoridades”.

Em comunicado, esta associação empresarial garante ainda que esta nota de ilicitude será “no momento e locais próprios, alvo de contraditório e refutação” e lamenta que ao longo da investigação a AdC “não tenha, em qualquer momento, procurado obter junto da ANL esclarecimentos sobre os factos em questão”.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h42)

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Nos ganha mais 11 milhões com venda de torres móveis à Cellnex

Acordo entre operadora e Cellnex pode ascender a até 350 torre móveis. Pagamento foi feito em duas prestações.

A Nos concluiu a venda de cerca de 300 torres móveis à empresa espanhola de infraestruturas Cellnex. O negócio foi formalizado nesta quinta-feira e gerou um encaixe de mais 11 milhões de euros do que estava previsto em abril, no anúncio do acordo.

Em termos financeiros, o negócio está completo e a Nos recebeu o valor em duas prestações: “cerca de 118 milhões de euros foram recebidos a 30 de setembro e os restantes 45 milhões de euros” nesta quinta-feira, refere o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. No final, a operação poderá envolver um total de cerca de 350 torres móveis.

A operadora portuguesa já tinha arrecadado cerca de 375 milhões de euros, em 2020, com a venda da Nos Towering, a entidade que geria as torres móveis. Esta operação em conjunto com a venda concluída nesta quinta-feira vão gerar um impacto de cerca de 25 milhões de euros na tesouraria operacional da Nos após 2026.

Até 2026 poderão ainda ser transferidas mais torres móveis da Nos para a Cellnex.

A Cellnex também tem acordos em Portugal desde 2018 com a Altice.

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PS propõe tribunais a decidir quem é o patrão nas plataformas: a app ou o intermediário

Plataformas terão de provar que trabalhador deve ser reconhecido como funcionário de intermediário, caso não queiram que vínculo seja com elas próprias. No fim do dia, é o tribunal que decide.

As plataformas como a Uber e a Glovo terão de provar que um dado trabalhador deve ser considerado funcionário de uma empresa intermediária, caso contrário, podem ser forçadas a assumir as responsabilidades desse vínculo laboral. No fim do dia, é o tribunal que decide quem é a entidade empregadora.

É assim que vão funcionar as novas regras laborais das plataformas, caso esta nova proposta do PS seja aprovada na especialidade. Na expectativa de resolver o impasse que tem levado aos sucessivos adiamentos da votação da medida no Parlamento, os socialistas alteraram a estrutura do artigo 12-A. Uma reunião que tem lugar esta quinta-feira.

São previstas seis características para guiar o reconhecimento da existência de um contrato de trabalho “entre o prestador de atividade e a plataforma digital”. O vínculo é reconhecido quando “se verifiquem algumas” dessas características.

Uma delas é quando “a plataforma digital fixa a retribuição para o trabalho efetuado na plataforma ou estabelece limites máximos e mínimos para aquela”, ou quando “a plataforma digital exerce poderes laborais sobre o prestador de atividade, nomeadamente o poder disciplinar, incluindo a exclusão de futuras atividades na plataforma através de desativação de conta”.

Depois, a proposta socialista prevê que a presunção “pode ser ilidida nos termos gerais, nomeadamente se a plataforma digital fizer prova de que o prestador de atividade trabalha com efetiva autonomia, sem estar sujeito ao controlo, poder de direção e poder disciplinar de quem o contrata”.

E acrescenta: “A plataforma digital pode, igualmente, invocar que a atividade é prestada perante pessoa singular ou coletiva que atue como intermediário da plataforma digital para disponibilizar os serviços através dos respetivos trabalhadores.”

Ou seja, é a plataforma que, querendo, terá de provar que o trabalhador deve ser reconhecido como funcionário de um intermediário. No limite, cabe “ao tribunal determinar quem é a entidade empregadora”.

BE acrescenta à proposta do PS

A votação do artigo 12-A já foi adiada por três vezes, a última na passada terça-feira. O tema está a ser discutido num grupo de trabalho na especialidade, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno.

Num aparente sinal de aproximação dos partidos nesta matéria, o Bloco de Esquerda pediu esta quinta-feira algumas alterações à referida proposta dos socialistas. O partido quer que a lei salvaguarde a aplicação do “disposto em matéria de acidentes de trabalho, cessação do contrato, proibição do despedimento sem justa causa, remuneração mínima, férias e limites ao período de trabalho”.

Além disso, o Bloco pretende adicionar um novo número para clarificar que as regras se aplicam à atividade do transporte em veículos descaracterizados (TVDE), vulgo “Ubers”.

(Notícia atualizada às 18h01 com mais informação)

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Tranquilidade: 70% das inundações em casa foram participadas de forma digital

  • ECO Seguros
  • 15 Dezembro 2022

Peritagens com video em 24 horas, autonomia aos gestores para decidir sinistros e pagamentos até um dia depois do processo concluído, foram respostas da seguradora às cheias desta semana.

A Tranquilidade / Generali recebeu nos últimos dias centenas de ocorrências relacionadas com os eventos atmosféricos extremos da última semana. Fonte da seguradora afirmou que desde o dia 7 de dezembro estão mobilizados todos os meios, humanos e tecnológicos para “garantir o melhor serviço”.

Segundo a seguradora, as ocorrências distribuíram-se por 57% habitação, 24% comércio e indústria e 19% automóvel. Adianta ainda que 70% dos sinistros foram comunicados em apenas 2 dias.

Segundo a companhia, a partir de 8 de dezembro foram partilhadas comunicações a alertar para o agravamento do estado do tempo nas zonas mais afetadas, reforçando as medidas preventivas e dando instruções aos clientes sobre como proceder em caso de sinistro, disponibilizando no site e na app informação relevante sobre como proceder em caso de sinistro. A Tranquilidade também comunicou com os clientes através das redes sociais, reforçando as atualizações da proteção civil e encaminhando para os melhores canais para participação dos seus sinistros.

Num segundo nível foi realocada a rede de peritos para garantir capacidade de resposta nas zonas mais afetadas pelas cheias, “garantindo peritagens em 24h o que, aliado à ferramenta de vídeo-peritagens, nos permitiu ser muito mais ágeis na avaliação dos danos”, disse a seguradora. Houve ainda um reforço da capacidade no contact center para celeridade no atendimento de chamadas e tratamento de processos que chegaram via email.

Foi instaurada uma flexibilização de processos para garantir resolução mais rápida, através da utilização dos canais digitais (app, chatbot, site), fomentando as participações online, que permitem à companhia um tratamento mais rápido dos processos. A Tranquilidade exemplifica com o seguro casa 70% dos clientes já participaram os seus sinistros de forma totalmente digital. Foram também flexibilizadas as regras de regularização dos sinistros, dando maior autonomia aos gestores de forma a acelerar as indemnizações e foi implementado um modelo de pagamento simplificado, que permite garantir reembolsos em 24h.

A Tranquilidade resume a ação planeada com reforço da comunicação preventiva, mobilização efetiva de equipas multidisciplinares e flexibilização de processos, alavancando ao máximo as plataformas digitais como ferramentas, conclui a companhia.

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Inflação mundial de 8,1% foi a mais elevada em pelo menos 20 anos

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

O relatório do EIU antecipa que, em 2023, a subida de inflação abrande, dos 8,1% de 2022 para 6,6%, embora reconheça a existência de muitas variáveis geopolíticas incertas.

O mundo registou em 2022 o mais elevado nível de inflação dos últimos 20 anos, com uma subida média de 8,1%, estimando-se que abrande em 2023, segundo um estudo do Economist Intelligence Unit (EIU).

No inquérito desta organização ligada à revista Economist, a subida de preços entre setembro de 2021 e setembro deste ano foi a mais acelerada desde pelo menos 2002, quando este estudo começou a ser realizado.

O estudo – que analisou um pacote de preços de mais de 200 produtos em 172 grandes cidades em mais de 90 países – atribui esta rápida aceleração da inflação aos efeitos de continuadas restrições de produção na China devido à pandemia de covid-19 e às consequências da invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro passado.

O relatório do EIU antecipa que, em 2023, a subida de inflação abrande, dos 8,1% de 2022 para 6,6%, embora reconheça a existência de muitas variáveis geopolíticas incertas, que podem alterar esta estimativa. A subida do preço do litro de gasolina, que em média global atingiu os 22%, contribuiu de forma decisiva para estes números recorde, ao lado das subidas dos preços do gás e da eletricidade, que atingiram em média 29% no período analisado.

A inflação na área da alimentação e dos bens domésticos também ficou em níveis muito elevados, refletindo restrições na produção e no comércio a nível global, de acordo com o estudo do EIU. Este ano, e pela primeira vez, Nova Iorque é considerada a cidade mais cara do mundo, empatada no ranking do EIU com Singapura, que tem este estatuto há oito anos consecutivos.

Damasco (Síria) e Tripoli (Líbia) são as cidades mais baratas do mundo entre o lote de 172 analisadas por este estudo. A cidade que assistiu a uma maior inflação este ano foi a capital da Venezuela, Caracas, com uma subida de preços de 132%, apesar da hiperinflação venezuelana estar a abrandar há várias semanas.

Outras cidades com níveis elevados de inflação foram Istambul (Turquia), Buenos Aires (Argentina) e Teerão (Irão), num estudo que este ano excluiu da lista analisada a capital da Ucrânia, Kiev, por incapacidade de analisar com rigor os seus dados, devido à invasão russa.

A nível de continentes, a Europa ocidental ficou acima da média global, com uma subida de preços de 9,9% (que foi atenuada pela desvalorização do euro), e a Europa oriental atingiu uma inflação de 13,5%, afetada particularmente pela guerra na Ucrânia.

Zurique é a cidade mais cara da Europa, logo seguida por uma outra cidade suíça, Genebra. Ainda em termos regionais, o Médio Oriente tem um nível de inflação mais baixo, com 4,7%, e os países africanos revelam muitas assimetrias, atingindo, no seu todo, uma subida de preços média de 7,8%.

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Caso EDP: Manuel Pinho e Ricardo Salgado acusados de corrupção

O Ministério Público concluiu a acusação da investigação do processo EDP, tendo acusado Manuel Pinho e Ricardo Salgado por crimes de corrupção. Mulher de antigo ministro da Economia também é acusada.

Manuel Pinho e Ricardo Salgado foram acusados pelo Ministério Público no âmbito do processo EDP, avança o Ministério Público em comunicado. Em causa estão crimes de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais. A acusação — a que o ECO teve acesso — conta com 574 páginas e revela que Salgado e Pinho foram acusados de dois crimes de corrupção: ativa no caso de Salgado e passiva no caso de Pinho e de branqueamento de capitais. Aos crimes de Pinho junta-se ainda o crime de fraude fiscal.

Além destes dois arguidos, também a mulher do antigo ministro da Economia é acusada em regime de co-autoria com o marido pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Foi há dez anos, em 2012, que se deu a abertura de inquérito deste processo. O foco da investigação centrava-se nas suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Mas com o decorrer da investigação várias outras suspeitas foram nascendo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates.

O inquérito investiga práticas de corrupção e participação económica em negócio nos procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

No âmbito desta investigação está ainda a aprovação da classificação das Herdades da Comporta, do Grupo Espírito Santo (GES), e do Pinheirinho, grupo imobiliário Pelicano, como Projeto de Interesse Nacional, através de financiamento do BES. Outro dos eixos da investigação é a autorização para que a Brisa passasse a explorar as autoestradas do Atlântico, também pelo financiamento do BES, após ter sido chumbada pela Autoridade da Concorrência e revertida por Pinho.

Entre os arguidos neste processo está Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, a sua mulher, Alexandra Pinho, António Mexia, ex-presidente da EDP, João Manso Neto, ex-presidente da EDP Renováveis, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um Governo PSD, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, Miguel Barreto, ex-diretor geral de Energia, João Conceição, administrador da REN e antigo consultor de Pinho, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.

Foi em julho de 2017 que Manuel Pinho foi constituído arguido por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. Na altura o ex-ministro da economia do governo de José Sócrates garantiu que não foi favorecido pela empresa e solicitou ainda que a investigação fosse levada até “às últimas consequências”, declarando-se disponível para prestar os esclarecimentos necessários.

O caso está relacionado com os CMEC no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade. O alegado favorecimento da EDP no desenho final dos CMEC.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE), que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004. Ou seja, é um regime de compensação da elétrica por grande parte das suas centrais elétricas passarem a vender a sua energia ao preço de mercado, ao invés de manterem os contratos de preço fixo que já tinham.

Os CMEC e a licença da central a carvão de Sines levaram o MP a crer que este “negócio” foi oneroso para os consumidores de eletricidade e beneficiou a EDP. Daí que, Manuel Pinho, seja um dos arguidos no processo.

Em causa estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos por Manuel Pinho à EDP, entre outubro de 2006 e junho de 2012. Os pagamentos teriam alegadamente como destino uma nova sociedade ‘offshore’ de Pinho – chamada “Tartaruga Foundation”, com sede no Panamá – e seriam feitos pela Espírito Santo Enterprises – empresa que também é uma ‘offshore’, nas Ilhas Virgens Britânicas, e que ficou conhecida como o Saco Azul do Grupo Espírito Santo (GES).

Segundo a tese defendida pelo Ministério Público, o grupo GES/BES teria interesse em decisões favoráveis à elétrica porque na altura era acionista da EDP, com pouco mais de 2%.

No período em que Manuel Pinho foi ministro da Economia — entre março de 2005 a julho de 2009 — a ES Enterprises transferiu um total de cerca de 508 mil euros por via de uma transferência mensal de valor exatamente igual (de 14.963,94 euros).

Ricardo Salgado é assim também um dos nomes deste processo. Sobre o ex-presidente do BES recaem então suspeitas de alegados subornos superiores a cinco milhões de euros pagos a Pinho, enquanto era ministro da Economia, para favorecer os interesses do BES no governo de Sócrates, entre os anos de 2005 e 2009.

Entre estas suspeitas surge a mulher de Manuel Pinho, Alexandra Pinho, acusada do crime de branqueamento de capitais. Em causa está a sua ajuda a dissimular os proveitos ilícitos do marido.

Manuel Pinho foi ministro da Economia do Governo de José Sócrates entre 2005 e 2009 e após a sua demissão do Executivo o economista foi dar aulas para a Universidade de Columbia nos Estados Unidos, num curso sobre energias renováveis patrocinado pela EDP.

O Ministério Público investiga também se existe qualquer ligação entre este convite e as condições que a EDP conseguiu em 2007 nos CMEC e a extensão da concessão de 27 barragens, sem um concurso público.

A EDP pagou ao Estado 704 milhões de euros por esta extensão, valor em linha com as avaliações do CaixaBI e do Crédit Suisse. Mas o valor acordado está a ser investigado pelo Ministério Público, pois fica abaixo dos 1.600 milhões de euros apurados por um outro estudo realizado pela REN.

Outro dos pontos que incide o caso EDP é sobre a adjudicação da barragem do Baixo Sabor, perto de Torre de Moncorvo. Os procuradores responsáveis pelo caso suspeitam que uma adjunta de Manuel Pinho terá recebido de representantes da construtora Odebrecht uma mala com dinheiro vivo no próprio Ministério da Economia.

Em causa está uma entrega de 190 mil euros em dinheiro vivo no dia 1 de fevereiro de 2008, o que é desmentido pela adjunta, existindo ainda a suspeita de mais 505 mil euros entregues numa segunda reunião, a 9 de abril.

No documento, do Tribunal Central de Instrução Criminal, assinado pelo juiz Carlos Alexandre e onde o magistrado cita o Ministério Público, os arguidos Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, António Mexia e João Manso Neto, alegadamente concertaram posições durante um almoço para a adjudicação da obra a este consórcio.

Foi já feita uma auditoria, encomendada pela EDP à EY, ao processo de adjudicação da barragem do Baixo Sabor à Odebrecht, que encontrou irregularidades graves, nomeadamente relativas às regras.

As alegadas luvas terão um valor total de 4,7 milhões de euros pagos entre 2008 e 2015, sendo que poderão ter sido usadas duas sociedades offshore dominadas pela Odebrecht para fazer circular os fundos. As suspeitas dos procuradores de corrupção na adjudicação por parte da EDP daquela barragem surgiram após o envio do Ministério Público Federal brasileiro para Portugal de uma certidão da parte da contabilidade paralela da holding da Odebrecht, em agosto de 2020.

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Portugueses planeiam gastar cerca de 239 euros este Natal, menos 25% que em 2021

  • Mariana Marques Tiago
  • 15 Dezembro 2022

Os portugueses planeiam gastar, em média, cerca de 239 euros durante o período de Natal e investir principalmente em presentes. Os mais jovens são os que mais querem poupar.

Este ano os portugueses planeiam gastar, em média, cerca de 239 euros durante o período de Natal. O valor expressa uma diminuição de 25% face a 2021.

De acordo com os dados do estudo Observador Cetelem Natal 2022, a maioria dos portugueses tenciona gastar até 100 euros e apenas 33% prevê gastar entre 101 e 250 euros. Este ano, apenas 9% dos portugueses dizem querer gastar mais de 501 euros, uma queda de três pontos percentuais face a 2021.

Em média, os inquiridos dizem querer gastar cerca de 239 euros, menos 60 euros face a 2021.

Os mais jovens (dos 18 aos 24 anos) são aqueles que menos procuram gastar este ano: em média 182 euros. Por oposição, a faixa etária que mais prevê abrir os cordões à bolsa – em média 273 euros – vai dos 55 aos 74 anos. A nível nacional, acrescenta o estudo, é na região norte que se prevê um maior valor de gastos (cerca de 237 euros). No sul, prevê-se uma despesa de 221 euros, em média. Já na região centro o valor aponta para cerca de 201 euros.

No que toca à distribuição dos gastos por categoria, a maior parte do orçamento dos portugueses será investido em presentes, nomeadamente 126 euros (menos 21 face a 2021). Seguem-se os gastos em mercearia (93 euros) e, por último, as decorações. Apesar de a última se manter enquanto a categoria em que os portugueses menos tencionam gastar, os dados do estudo preveem que o gasto seja de mais sete euros face a 2021 (o que corresponde a um investimento de 19 euros).

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Exportações de gás russo para países “não amigos” caem mais de 45% desde janeiro

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

A Gazprom anunciou também que as exportações de gás para a China estão a crescer.

As exportações de gás da Gazprom para países não pertencentes à Comunidade dos Estados Independentes (CEI), principalmente na Europa, diminuiu em 45,1% este ano, anunciou esta quinta-feira a empresa russa. Entre 1 de janeiro e 15 de dezembro, a Gazprom vendeu a países fora da CEI 97.800 milhões de metros cúbicos, o que representa menos 80.200 milhões de metros cúbicos em relação ao mesmo período de 2021.

Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, a Rússia diminuiu os seus fornecimentos de gás à Europa em reação às sanções que lhe têm sido impostas devido à guerra. Os países europeus também têm procurado reduzir a sua excessiva dependência dos fornecimentos russos, recorrendo a outros mercados, como os Estados Unidos.

Segundo os dados citados pela agência espanhola EFE, a Gazprom produziu 394.100 milhões de metros cúbicos de gás entre 01 de janeiro e 15 de dezembro, o que representa uma diminuição de 19,6% (ou 96.300 milhões de metros cúbicos) relativamente a 2021.

A Gazprom anunciou também que as exportações de gás para a China estão a crescer através do gasoduto “Power of Siberia” ao abrigo de um contrato de longo prazo com a China National Petroleum Corporation (CNPC). O gigante do gás russo argumentou que as entregas “excedem regularmente as quantidades diárias estipuladas no contrato”.

Algumas horas depois de terem sido divulgados os dados da Gazprom, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia vai aumentar o fornecimento de gás à Ásia para 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030. “Um passo importante para reduzir o impacto das sanções e outras ações hostis contra a Rússia será o desenvolvimento de infraestruturas portuárias e de condutas no sul e no leste, incluindo o aumento da exportação de gás natural”, disse.

Putin referiu que o aumento será possível com projetos como o campo de Kovyktinskoye na Sibéria, o gasoduto “Power of Siberia 2”, que passará pela Mongólia até à China, e a rota do Extremo Oriente. Estes projetos aumentarão o fornecimento de gás à Ásia para 48.000 milhões de metros cúbicos até 2025, e 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030, segundo Putin.

O líder russo disse também que os novos projetos de gás natural liquefeito em Yamal (norte) aumentarão a produção em 70.000 milhões de metros cúbicos até 2030, o que permitirá expandir a geografia das exportações. A venda de petróleo da Rússia para países amigos aumentou quase 25% nos primeiros nove meses deste ano, disse ainda Putin numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Estratégico e Projetos Nacionais.

Na sequência do limite imposto pelo G7, Austrália e União Europeia ao petróleo russo, bem como do embargo da UE ao petróleo bruto através do transporte marítimo, Putin disse que a Rússia redirecionará o fornecimento dos seus recursos energéticos para os mercados de países amigos. Continuará também a procurar novos parceiros promissores em regiões de rápido crescimento da economia mundial, designadamente, Ásia, América Latina, África e Médio Oriente, acrescentou.

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