Há obras da ferrovia que só ficarão prontas seis anos depois do prazo

Infraestruturas de Portugal volta a atrasar calendário para conclusão de obras prioritárias. Há pelo menos dois troços em que os trabalhos só ficarão prontos no final de 2025.

Apresentado em 12 de fevereiro de 2016, o programa de investimentos Ferrovia 2020, no valor de mais de dois mil milhões de euros, deveria ter ficado concluído no final de 2021. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem assumido os sucessivos atrasos das obras prioritárias nas linhas de comboio e tem garantido, nas últimas semanas, que “quase todo o programa” ficará concluído no final de 2023. No entanto, há cada vez menos trabalhos que ficarão prontos daqui a um ano e já há troços que apenas estarão concluídos no final de 2025, com seis anos de atraso sobre o calendário original.

Exemplo disso é a renovação integral de via entre Válega (Ovar) e Espinho, em plena Linha do Norte: em 2016, o calendário indicava que as obras iriam decorrer entre o quarto trimestre de 2017 e o terceiro trimestre de 2019. Quase sete anos depois, as obras neste percurso apenas devem começar no final de 2023 e terminar no final de 2025, mais de seis anos depois do prazo inicial, assume a Infraestruturas de Portugal (IP) em informação enviada aos operadores ferroviários.

Calendário das obras por concluir do Ferrovia 2020 em dezembro de 2022 – a negrito, novos prazos

As obras no troço Válega-Espinho apenas vão arrancar depois da conclusão da renovação da via no percurso seguinte, entre Espinho e Granja (Gaia). As intervenções na Linha do Norte levam a que os comboios entre Porto e Lisboa demorem mais 15 minutos do que em condições normais (duas horas e 43 minutos). Assim será até ao final de 2025.

A IP também veio confirmar que as obras de eletrificação da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua vão ficar prontas com seis anos de atraso face ao calendário original, conforme o ECO/Local Online tinha escrito em julho. O programa Ferrovia 2020 previa que as obras de eletrificação do troço Marco-Régua começassem no segundo trimestre de 2018 e ficassem concluídas no final de 2019. Agora, os trabalhos vão decorrer entre o início de 2024 e o final de 2025.

Por decorrem depois de 2023 e do quadro de financiamento do Portugal 2020, estas obras terão comparticipação europeia do programa de financiamento PT2030 para não perderem as verbas comunitárias. A situação, contudo, gera um efeito dominó e deverá adiar a execução de outras obras mais adiante.

Corrente elétrica ligada com (ainda) mais atraso

Estava previsto que em 2023 ficasse pronta a eletrificação dos troços da Linha do Oeste entre Meleças-Torres Vedras e Caldas da Rainha e da Linha do Algarve, assim como a construção da nova linha entre Évora e Elvas. Agora, a IP diz que a catenária nestes troços ficará a funcionar “no decorrer de 2024”. No caso do troço Tunes-Lagos, na Linha do Algarve, os trabalhos só estarão prontos no primeiro trimestre de 2024, dois anos e meio depois do previsto.

Na Linha de Cascais, as obras de modernização da linha e da colocação da mesma tensão na catenária da restante rede ferroviária nacional apenas ficarão prontas no final de 2024, três anos mais tarde do que estava previsto.

Apesar dos novos atrasos nas obras, a IP admitiu que ainda poderão existir mais alterações no calendário. A gestora da rede ferroviária nacional alega riscos de “dificuldades dos projetistas e empreiteiros”; a “publicação oportuna das autorizações de despesa” –a cargo do Ministério das Finanças (tutela financeira) –; os riscos das avaliações de impacto ambiental; o “espaço de tempo entre empreitadas para minimizar sobreposições”; o “espaço de tempo entre empreitadas para minimizar sobreposições”; e ainda a “eventual degradação do quadro macroeconómico”. As razões foram comunicadas à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes num relatório concluído em outubro.

Exemplo de obras de colocação de postes de catenária na ponte ferroviária de Tavira, na Linha do Algarve.

As obras do Ferrovia 2020 beneficiam sobretudo o transporte de mercadorias: além de a eletrificação reduzir as emissões poluentes, poderão circular comboios com 750 metros de comprimento em várias linhas, o que reduz os custos para os operadores. Para os passageiros, os maiores benefícios estão na maior aceleração de um comboio elétrico em comparação com uma unidade a combustão e na redução das passagens de nível – mais segurança.

No entanto, as modernizações das linhas servirão, sobretudo, para repor os tempos de viagem praticados quando os troços estão em melhores condições. Para terem reduções mais expressivas nos tempos de viagem, os passageiros terão de esperar pelas obras do Programa Nacional de Investimentos 2030, para o qual já estão a ser lançados projetos de execução, como a quadruplicação da Linha de Cintura no troço entre Braço de Prata e Roma/Areeiro, em Lisboa.

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Nova prestação de 240 euros: apoios às famílias mudam (outra vez) em tempo de Natal

António Costa anunciou um cheque-surpresa de 240 euros a pagar na antevéspera de Natal, desta vez para os mais carenciados. Economistas concordam, políticos nem tanto.

O primeiro-ministro revelou em entrevista à Visão que o Conselho de Ministros vai aprovar esta quinta-feira um cheque de 240 euros para as famílias fazerem face ao aumento do custo de vida. Só que ao contrário do que aconteceu em outubro, em que os apoios abrangeram a classe média, desta vez o dinheiro será apenas para beneficiários da tarifa social de eletricidade ou de prestações mínimas. O que vai ao encontro do que tem sido defendido por vários responsáveis nacionais e internacionais e é aplaudido pelos economistas ouvidos pelo ECO, mas não reúne o consenso dos partidos. E porquê fazer este pagamento só agora e porquê 240 euros?

Foi em finais de março que o Governo anunciou pela primeira vez um apoio extraordinário diretamente às famílias para fazerem face à inflação. A Rússia invadira a Ucrânia a 24 de fevereiro, fazendo disparar de imediato os preços dos combustíveis e aumentar os dos alimentos. O “cheque”, no valor de 60 euros, divididos em três prestações, começou a ser pago no final de abril, sendo destinado apenas a agregados com tarifa social de eletricidade e aos beneficiários de prestações mínimas, como o subsídio social de desemprego, o Rendimento Social de Inserção, o Complemento Solidário para Idosos ou a pensão social de velhice.

A medida seria renovada em junho, durante o primeiro debate de política geral do novo Governo de maioria absoluta. Um dos trunfos que António Costa levava na manga era o prolongamento por mais três meses do apoio ao cabaz alimentar ao mesmo universo de famílias, calculado em cerca de um milhão. A segunda leva começou a ser paga em julho, aplicando-se até final de setembro.

A inflação não dava tréguas e tal como os bancos centrais, o primeiro-ministro era obrigado a reconhecer que o efeito da inflação seria “mais duradouro do que se antecipava”. Ainda em julho, o debate do Estado da Nação serviu de palco para novo anúncio, agora ao retardador: “Em setembro, iremos aprovar um novo pacote de medidas para apoiar o rendimento das famílias e a atividade das empresas”.

António Costa protagonizou a apresentação do programa Famílias Primeiro.EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS

Logo na rentrée, a 5 de setembro, António Costa brindou os portugueses com o “Famílias Primeiro”, um “plano de resposta ao aumento dos preços”. Só que desta vez, aquilo que tinha sido uma medida restrita passou a um apoio em larga escala. O primeiro-ministro anunciou um “cheque” de 125 euros por adulto, para rendimentos brutos até aos 2700 euros mensais, abrangendo 5,8 milhões de pessoas. A que somou 50 euros por cada dependente até aos 24 anos, num total de 2,2 milhões de crianças e jovens. As duas medidas custaram 840 milhões de euros.

Na altura, o ministro das Finanças salientou que o programa, que incluía outras medidas como o pagamento extra de 50% da pensão ou um travão à subida das rendas, tinha com marca uma “abrangência muito forte às classes médias”, que também pagam mais impostos.

Na entrevista à Visão, o primeiro-ministro também justifica a maior abrangência dos apoios de outubro. “Em setembro, percebemos que era preciso responder à classe média, e aqueles 125 euros de apoio extraordinário coincidiram com o regresso às aulas, um tempo sempre de acréscimo de despesas para as famílias”, afirmou à revista.

Agora, com o cheque de 240 euros, que será pago de uma só vez a partir da antevéspera de Natal, o Governo regressa às medidas dirigidas apenas aos mais vulneráveis. Os economistas ouvidos pelo ECO consideram esta opção mais correta e aplaudem a medida.

É mais correto fazer este apoio do que apoiar um grupo maior e que não precisa. Corrige-se mais as desigualdades.

António Nogueira Leite

Professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova

“Faz sentido que seja aos mais desfavorecidos e não de uma forma generalizada como anteriormente”, sustenta o economista António Nogueira Leite. “É mais correto fazer este apoio do que apoiar um grupo maior e que não precisa. Corrige-se mais as desigualdades”, acrescenta o professor catedrático da faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

“Dar apoios tão alargados não faz sentido. Não faz sentido alguém como eu receber 50 euros pelas minhas duas filhas. É estar a contrariar as políticas do BCE. Temos de remar todos para o mesmo lado, não tendo medidas expansionistas”, afirma o economista Luís Aguiar-Conraria. “Aqui não há remédio, é preciso apoiar estas famílias e é possível fazê-lo apoiando mais e gastando menos, sem contrariar as políticas do banco central”, acrescenta o professor catedrático da Universidade do Minho.

É preciso apoiar estas famílias e é possível fazê-lo apoiando mais e gastando menos, sem contrariar as políticas do banco central.

Luís Aguiar-Conraria

Professor Catedrático da Universidade do Minho

Essa é também política que tem sido defendida pela presidente do BCE, Christine Lagarde, ou por responsáveis do FMI, evitando que os apoios impeçam a descida dos preços. Ainda esta semana, Vítor Gaspar, diretor do departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, veio defender que “os governos devem adotar estratégicas orçamentais que ajudem a reduzir as pressões inflacionistas e as vulnerabilidades do endividamento no médio prazo, incluindo a contenção no crescimento da despesa – protegendo ao mesmo tempo áreas prioritárias, incluindo o apoio para os mais atingidos pela crise do custo de vida”.

O maior partido da oposição defendeu medidas mais alargadas. O presidente do PSD, Luís Montenegro, considera que a medida “vem dar razão” ao plano que o partido defendeu há meio ano, mas defendeu “mecanismos de apoio a todas as famílias, incluindo as famílias da classe média”, remetendo para a necessidade de aliviar o IRS no terceiro, quarto e quinto escalão de IRS. André Ventura, também apelou a medidas mais abrangentes: “A classe média tem de estar dentro destes apoios”.

Quer o Bloco de Esquerda quer o PCP acusaram o Governo de apresentar medidas pontuais em vez de apoios mais estruturais para ajudar as famílias, numa altura em que tem “cofres cheios”. “Este não é um problema de um único mês, nem deste mês em particular. É um problema que já vem de trás e que se vai continuar a sentir nos meses seguintes”, sublinhou a deputada comunista Paula Santos.

Porquê só agora e porquê 240 euros?

A questão do timing é pertinente. Haverá razões políticas. O facto de o apoio ser anunciado e concedido nesta altura, contribui “para reforçar uma opinião positiva do Governo”, considera António Nogueira Leite, admitindo que também possa ser “uma resposta a situações menos bem recebidas pelos portugueses nos últimos tempos”, como os vários casos envolvendo ministros e secretários de Estado. Luís Aguiar-Conraria prefere não comentar o contexto político, mas acredita que a medida foi “feita para ser no Natal. Parece-me humano”.

Há também razões económicas e orçamentais. Na entrevista à Visão, o primeiro-ministro revela que o défice “não ultrapassará seguramente 1,5%” este ano, menos quatro décimas do que o valor previsto no Orçamento do Estado para 2023. O que se deve à revisão em alta do crescimento económico. Na segunda-feira, o ministro das Finanças tinha afirmado que “as projeções no OE em relação ao crescimento para este ano vão ser ultrapassadas”. Em vez de 6,5%, Portugal vai crescer, pelo menos, 6,7%. Por outro lado, a inflação, que em novembro registou uma variação média de 7,3%, muito acima dos 4% previstos no Orçamento para este ano, contribuiu para aumentar significativamente a receita fiscal, em particular do IVA.

Em novembro, o ministro das Finanças deixava a garantia que o Governo iria “devolver às famílias o acréscimo de receita que o Estado teve”. Pelo menos parte dele, já que mesmo com os cerca de 240 milhões que vai custar o cheque de 240 euros o saldo orçamental será menor. “Desta vez, em dezembro, encontrámos folga para esta medida, específica para as famílias mais vulneráveis, sejam pensionistas, sejam beneficiários de prestações sociais”, justificou o primeiro-ministro.

O apoio de 240 euros foi calculado para compensar o sobrecusto do aumento do cabaz de bens alimentares. Em novembro, a taxa de variação homóloga nos bens alimentares e bebidas não alcoólicas foi de 20%, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo INE. A taxa de inflação média dos produtos alimentares não transformados foi de 11% nos últimos 12 meses.

De uma só vez, o Governo decide avançar com um apoio que corresponde ao dobro dos apoios específicos para este universo social, que tinha sido de 120 euros em seis prestações mensais. Juntando os vários apoios extraordinários, as famílias desfavorecidas vão receber, ao todo, 465 euros. Para quem tem filhos até aos 24 anos, somam-se ainda mais 50 euros por cada um. Como o cheque de 240 euros chega mesmo na antevéspera de Natal, uma consequência direta do brilharete orçamental à custa da inflação e da enorme cobrança de impostos, o Pai Natal tem concorrência este ano.

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Empresas vão poder usar verbas do Fundo de Compensação a partir de julho só com ok dos trabalhadores

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

As empresas vão deixar de fazer os descontos de cerca de 1% sobre os salários para o Fundo de Compensação "a partir do próximo ano, mal entre em vigor a Agenda do Trabalho Digno", diz a ministra.

As empresas vão poder usar verbas do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) para formação ou apoio à habitação dos trabalhadores jovens a partir de julho, sendo necessário o acordo dos trabalhadores, disse esta quarta-feira a ministra do Trabalho.

A medida, que faz parte do acordo de médio prazo assinado em outubro entre o Governo, as confederações patronais e a UGT, foi apresentada pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, na Concertação Social.

À saída da reunião, a governante disse que a proposta do Governo prevê que “a partir do próximo ano, mal entre em vigor a Agenda do Trabalho Digno, que está a ser discutida na Assembleia da República” as empresas deixem de fazer os descontos de cerca de 1% sobre os salários para o FCT.

“Contamos que seja no arranque do ano de 2023, poderá ser em janeiro ou fevereiro”, acrescentou a ministra, defendendo que a medida é “muito importante porque é uma diminuição dos custos de trabalho”. Segundo indicou, o FCT tem neste momento 603 milhões de euros e há cerca de 263 mil empresas que descontam para o fundo.

A medida implica ainda “a eliminação de 3,1 milhões de declarações” mensais dessas empresas, referiu. Ana Mendes Godinho avançou que a proposta do Governo prevê que a mobilização da verba do FCT para formação dos trabalhadores ou para apoio à habitação dos trabalhadores jovens “pressupõe que haja um acordo com os representantes dos trabalhadores”.

“Se não existirem representantes dos trabalhadores, tem de ser dois terços dos trabalhadores”, explicou a ministra. A verba que está no fundo, correspondente a cada empresa, pode ser integralmente usada, com prazos definidos, tendo em conta o capital da empresa. De acordo com a ministra, as empresas com até 10 mil euros no fundo, podem começar a utilizar integralmente a verba “no segundo semestre de 2023”.

Já as empresas com capital entre 10 mil e 400 mil euros podem mobilizar até 50% em 2023 e o restante nos anos seguintes (até 2026). Acima de 400 mil, podem mobilizar 25% da verba em 2023 e nos anos seguintes em tranches iguais (25% por ano).

Segundo detalhou a ministra, os descontos de 0,925% para o FCT acabam no início de 2023, mas as contribuições para o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT) ficam “suspensos”. Dos 603 milhões de euros que estão no FCT, 31,5 milhões de euros passam para o FGCT. Ou seja, a partir de julho, as empresas podem então mobilizar um total de cerca de 571 milhões de euros.

Para a dirigente da CGTP, Andreia Araújo, as verbas do FCT, a serem mobilizadas, devem ser transferidas para o Fundo de Garantia Salarial e não devolvidas às empresas. A líder sindical lembrou que o fundo foi criado numa altura em que as compensações por despedimento foram reduzidas, exigindo que sejam repostos os 30 dias de salário por cada ano de trabalho.

O acordo de médio prazo para a melhoria de rendimentos assinado em outubro previa já a possibilidade de as empresas usarem as verbas que descontaram nos últimos anos para o FCT para formação e custos com habitação dos jovens trabalhadores.

As confederações patronais exigem há anos mudanças no FCT, defendendo que o fundo tem centenas de milhões de euros que estão parados e que são necessários à economia.

O FCT é um fundo financiado pelas entidades empregadoras, através de contribuições mensais de cerca de 1% sobre contratações feitas desde final de 2013, com vista ao pagamento de parte do valor das indemnizações por cessação do contrato de trabalho. O fundo foi criado na altura da ‘troika’ e serviu então como contrapartida pelas alterações à lei laboral, nomeadamente a redução do pagamento das compensações por despedimento.

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Câmara de Lisboa com novos planos para renda acessível em Benfica, Arroios e Parque das Nações

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

Para este Programa de Renda Acessível estava prevista a construção de um total de 1.008 habitações, dos quais 688 em Benfica, 85 no Paço da Rainha (Arroios) e 235 no Parque das Nações.

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta quarta-feira a não adjudicação das concessões para construção de renda acessível em Benfica, Paço da Rainha e Parque das Nações, e alterou a operação prevista no Paço da Rainha para que seja 100% pública.

Em causa estão concursos no âmbito do Programa de Renda Acessível (PRA), em que se prevê a construção de um total de 1.008 habitações, designadamente 688 em Benfica, 85 no Paço da Rainha (freguesia de Arroios), e 235 no Parque das Nações.

Em reunião privada da autarquia, as propostas de não adjudicação dos concursos de renda acessível em Benfica e no Parque das Nações, apresentadas pela liderança PSD/CDS, que governa sem maioria absoluta, foram aprovadas por maioria, entre os 17 eleitos, com a abstenção da vereadora independente eleita pela coligação PS/Livre e os votos a favor dos restantes, designadamente sete da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), cinco do PS, dois do PCP, um do BE e um do Livre.

A proposta relativa ao PRA no Paço da Rainha foi viabilizada por unanimidade, assim como a alteração proposta pelo BE para que a construção prevista passe a ser 100% pública, sugestão que também foi feita para as outras duas operações de renda acessível, mas que foi chumbada, com os votos contra de PSD/CDS e a abstenção do PS.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa explicou que, após a aprovação do fim destes concursos para concessões, o executivo tem que “apresentar novas propostas para estas zonas da cidade, no prazo de um mês”. “Votamos favoravelmente a reconversão do Paço da Rainha, porque achamos que a tipologia de intervenção neste edificado não se adequa ao modelo das concessões”, afirmou a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), citada no comunicado.

Neste sentido, a Câmara de Lisboa já está a estudar a conversão desta concessão para outro modelo, nomeadamente o cooperativo, indicou a autarca do PSD.

Relativamente ao PRA em Benfica e no Parque das Nações, em que a tipologia de intervenção possibilita operações de maior envergadura, “está a ser desenhado um novo modelo que possa ser atrativo para os promotores privados, tendo em conta o contexto mundial de incerteza no setor da construção”, revelou a Câmara de Lisboa.

Neste âmbito, o BE voltou a opor-se ao modelo de parceria público-privada (PPP) no PRA, pelo que propôs que estas três operações passassem a ser de responsabilidade inteiramente pública, “garantindo 1.008 casas a preços que as pessoas podem pagar, determinantes num momento de crise na habitação”. Relativamente ao chumbo das alterações do PRA em Benfica e no Parque das Nações, o Bloco referiu, em comunicado, que “não irá desistir até que todas as operações passem para o Programa de Renda Acessível Público”.

O BE na Câmara de Lisboa, representado pela vereadora Beatriz Gomes Dias, recordou que o PRA público, proposto no anterior mandato pelo Bloco de Esquerda, “já atribuiu mais de 800 casas a preços que as pessoas podem pagar em Lisboa e o Programa de Renda Acessível versão PPP ainda não entregou uma única casa desde 2015”.

Segundo o município, os concursos de concessão foram aprovados em abril de 2021 e decorreram até maio de 2022, com diversos adiamentos, tendo os júris considerado que nenhuma das quatro propostas apresentadas – duas em Benfica, uma no Parque das Nações e uma no Paço da Rainha – estaria apta para adjudicação.

“Consignado e em curso está o contrato de concessão na Rua Gomes Freire, com um total de 92 habitações”, adiantou a câmara, referindo que os trabalhos de reabilitação se iniciaram em 12 de outubro. Relativamente à concessão para renda acessível na Rua de São Lázaro, com um total de 131 habitações, a autarquia informou que “aguarda ainda consignação, uma vez que o processo se encontra em tribunal desde 2020”.

O PRA em Benfica prevê a construção de 688 habitações, das quais 459 para renda acessível, com “um custo previsto de 120 milhões de euros”, referiu a câmara, acrescentando que a operação no Parque das Nações estima “235 habitações, 154 das quais para renda acessível, e um custo estimado de 31,2 milhões de euros”.

O Programa de Renda Acessível (PRA) é um programa de habitação pública na cidade de Lisboa que se desenvolve em vários eixos, dois dos quais o PRA Concessões e PRA Público.

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Governo vai aprovar aumento do salário mínimo esta quinta-feira, avança UGT

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

Com a aprovação em Conselho de Ministros, "os trabalhadores em janeiro vão ver o seu vencimento mínimo aumentado", antecipou a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso.

A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, disse esta quarta-feira que o aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 705 euros para 760 euros em 2023, será aprovado na reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira.

Amanhã [quinta-feira] será aprovado em Conselho de Ministros o aumento do salário mínimo o que quer dizer que os trabalhadores em janeiro vão ver o seu vencimento mínimo aumentado“, disse Lucinda Dâmaso à saída de uma reunião na Concertação Social, onde esteve a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Em outubro, no âmbito do acordo de médio prazo de melhoria de rendimentos, o Governo avançou com uma proposta para aumentar o salário mínimo dos atuais 705 euros para 760 euros em janeiro de 2023.

Segundo o acordo assinado entre o Governo, a UGT e as confederações patronais, o objetivo é alcançar os 900 euros até final da legislatura (2026).

O Governo propõe que o salário mínimo evolua para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para 900 euros em 2026.

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ARC lança coberturas paramétricas epidémicas com a Munich Re e Aon

  • ECO Seguros
  • 14 Dezembro 2022

A seguradora africana African Risk Capacity lançou os primeiros seguros paramétricos para riscos epidémicos. Serão apoiados pela resseguradora Munich Reinsurance. Aon acrescentou corretagem.

A African Risk Capacity (ARC), fornecedora de produtos de seguros paramétricos para catástrofes, lançou o primeiro produto de transferência de risco epidémico, com o apoio da Munich Re e a corretagem Aon.

“Estamos hoje a lançar este novo mecanismo de transferência de riscos soberanos através de seguros paramétricos, que permitirão aos nossos Estados-membros beneficiar, para além do seguro contra catástrofes relacionadas com o clima, de uma cobertura contra riscos epidémicos”, explicou o Subsecretário-Geral da ONU e Director-Geral do Grupo ARC, Ibrahima Cheikh Diong.

O produto de seguros paramétricos começará por cobrir o Senegal contra riscos epidémicos de alto impacto e foi concebido para fornecer uma fonte de financiamento rápido para apoiar os esforços de contenção de surtos de doenças infecciosas de alto impacto, complementando ao mesmo tempo os esforços dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África). Os seguros paramétricos contra epidemias podem cobrir os estados membros da União Africana (UA) de três agentes patogénicos selecionados responsáveis pela doença do vírus Ébola, doença do vírus Marburgo, e meningite.

Os surtos de doenças requerem financiamento imediato, semelhante à ocorrência de um desastre natural, pelo que o gatilho paramétrico é uma forma adequada de implementar um seguro ou produto de transferência de risco que possa ser reactivo.

A publicação especializada Artemis explicam também que as apólices de seguros paramétricos contra epidemias estarão ligadas a esforços de resiliência e planos de contingência dos governos africanos, de uma forma semelhante ao produto de seguro contra a seca da CPA.

“Na perspetiva de diversificação da oferta de produtos destinados a proteger as populações mais vulneráveis do nosso continente, estamos a lançar este novo mecanismo de transferência de riscos soberanos através de seguros paramétricos, que permitirão aos nossos Estados-membros beneficiar, para além do seguro contra catástrofes relacionadas com o clima, de uma cobertura contra riscos epidémicos“, explicou o Subsecretário-Geral da ONU e Director-Geral do Grupo ARC, Ibrahima Cheikh Diong.

“Estamos confiantes de que estes instrumentos de financiamento previsíveis, associados a planos operacionais, irão reforçar as capacidades de resposta dos nossos Estados Membros ao mesmo tempo que desenvolvem os seus conhecimentos especializados para enfrentar emergências de saúde pública”.

O gigante global de resseguros Munich Re foi o selecionado como ressegurador líder para o novo produto de seguro paramétrico epidémico e a empresa tem uma reputação de longa data de subscrição de riscos epidémicos, bem como de soluções de seguro paramétrico. A Aon prestou serviços de corretagem através da sua unidade Reinsurance Solutions, enquanto o prémio do seguro para o produto foi subsidiado pela Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (SDC). Além disso, a equipa de seguros da Appleby Bermuda aconselhou a ARC sobre o produto de seguros paramétricos, criando a estrutura de contas segregadas para criar o quadro legal e operacional para o programa. A ARC colaborou ainda com a Ginkgo Bioworks, especialista em conhecimentos epidemiológicos e serviços de estimativa de riscos epidémicos.

A ARC tem vindo a explorar produtos de seguros paramétricos contra pandemias e epidemias desde há alguns anos, tendo começado a desenvolver tais conceitos já em 2015.

 

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Seguros apenas cobrem 5% dos possíveis danos por catástrofes naturais em Portugal

  • ECO Seguros
  • 14 Dezembro 2022

Os portugueses apenas estão seguros a 5% para todos os perigos que decorrem de catástrofes naturais, revela um estudo agora divulgado pela UE. Sismos são apresentados como o risco mais preocupante.

Portugal tem o 6º pior insurance gap – a diferença entre o valor em que algo devia estar seguro e aquele por que realmente está – entre os países da Europa. A conclusão resulta da segunda edição do Dashboard on Insurance Protection Gap for Natural Catastrophes, agora publicado pela Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA), a instituição da União Europeia que supervisiona as 27 autoridades europeias de seguros que incluem a ASF em Portugal.

O estudo analisa cinco tipos de catástrofes naturais salientando, em relação a Portugal, que “os incêndios mostram um insurance gap relevante e o risco sísmico deve ser monitorado”, adianta o Dashboard, “os sismos podem apresentar-se como a principal preocupação no futuro, com possíveis repercussões sistémicas em Portugal”. Estas consequências, segundo o estudo, devem-se “ao potencial de devastação de áreas que combinam grande vulnerabilidade e exposição a uma muito baixa penetração de cobertura de riscos por seguros. Conclui neste ponto a EIOPA que “tem de ser implementada pressão para que exista ação no sentido de reduzir o protection gap”.

No topo direito está o maior risco (estimativa de risco) e a menor cobertura por seguros (penetração). Fonte: Dashboard on Insurance Protection Gap for Natural Catastrophes (EIOPA)

Com base em seguros existentes, os riscos calculados e indicadores económicos do país, o estudo apurou um score, uma nota da 1 a 5, em que o 3, 4 e 5, revelam que é preciso atenção a esses riscos. Também são observados dois momentos, um atual e um histórico, que resulta da análise dos últimos 41 anos – de 1980 a 2021- de 5 tipos de eventos catastróficos: incêndios (em que Portugal tem, atualmente, score 3 e uma situação que apenas é melhor do que a Grécia), inundações costeiras (Portugal tem 2,5 e pior só a Alemanha e Países Baixos), em inundações, em que Portugal tem score 1, apesar da crise deste mês de dezembro), tempestades (Portugal tem 1,5 de score e, apesar do risco médio, tem bom nível de cobertura por seguros), e sismos, a grande preocupação, em que pior do que Portugal só Itália e Grécia e com maior risco, mas também com mais seguros, apenas Roménia e Bulgária.

O estudo revela ainda que o histórico de protecion gap em Portugal demonstra que este é elevado como resultado de baixa penetração de seguros em todos os perigos. Verifica-se que perdas não cobertas por seguros são maiores em sinistros mais frequentes e nos mais recentes. A EIOPA acrescenta que o período analisado, desde 1980, não inclui sismos que causaram perdas significativas em Portugal. A referência poderá ser aos sismos de 1755, 1909 e 1969.

Em relação aos riscos analisados pelo estudo, Portugal está no nível mais baixo de proteção de 0% a 25% em sismos e inundações costeiras, de 25% a 50% em inundações e incêndios e 50% a 75% apenas em tempestades.

O protection gap relativo aos riscos sísmicos tem sido matéria desenvolvida pela APS (Associação Portuguesa de Seguradores) tentando motivar diferentes entidades para a sua finalização.

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Insurance Europe diz que não há necessidade de nova diretiva

  • ECO Seguros
  • 14 Dezembro 2022

A Insurance Europe respondeu à proposta da Comissão Europeia para uma Diretiva de Recuperação e Resolução de Seguros (IRRD). Defende que não é necessário desenvolver tal quadro.

Em resposta à proposta da Comissão Europeia para a Diretiva de Recuperação e Resolução de Seguros (IRRD), a Insurance Europe defende que não há necessidade de desenvolver o quadro de parâmetros.

“A Insurance Europe não considera haver necessidade de desenvolver um quadro de recuperação e resolução extensivo para as seguradoras”, disse a federação de seguros na sua declaração. “Se adotado, deve ser devidamente adaptado ao setor dos seguros e ter em consideração as características específicas dos diferentes mercados nacionais da UE”.

A federação de seguros declarou também que a proposta da Comissão para a IRRD necessita de “mudanças significativas” para evitar submeter as seguradoras europeias e os seus segurados a uma carga regulamentar “mais cara, extensa e desnecessária”.

A IRRD foi inicialmente proposta pela Comissão Europeia a 22 de setembro de 2021. A diretiva permitiria às autoridades seguradoras manter a estabilidade financeira, proteger os segurados, assegurar a continuidade das funções críticas do ressegurador e proteger os fundos públicos. Isto ao conferir às autoridades disposições abrangentes para preparar e lidar com falhas de resseguradoras a nível nacional, bem como disposições de cooperação para lidar com falhas de resseguro transfronteiriças.

A Insurance Europe pretende que as seguintes alterações se reflitam na IRRD, caso a Comissão Europeia avance: assegurar que o âmbito reflete as características nacionais, a legislação atual e as formas jurídicas, bem como os conglomerados; ter um âmbito específico para os requisitos de planeamento de recuperação e resolução, estabelecido utilizando critérios baseados no risco e assegurar uma interação sem descontinuidades com a escada de supervisão de intervenção Solvência II.

A Insurance Europe também aconselhou a Comissão a evitar: introduzir pontos de intervenção de supervisão novos e desnecessários; exigir a criação de autoridades de resolução dedicadas; deixar o desenvolvimento de aspetos importantes da IRRD para as diretrizes da AESPCR ou normas técnicas regulamentares e introduzir um requisito para as disposições nacionais de financiamento de resolução.

No mês passado, a Insurance Europe elegeu Alexander Sarrigeorgiou, presidente e CEO da Eurolife, para servir como seu novo vice-presidente.

 

 

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Montepio propõe redução do capital social para metade

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

"O ajustamento proposto mediante a incorporação de resultados transitados não terá qualquer impacto nos capitais próprios nem nos rácios de capital", indica a administração.

O Montepio quer reduzir o seu capital social em 1.210 milhões de euros, uma deliberação do Conselho de Administração do banco, que será sujeita à apreciação dos acionistas, foi comunicado esta quarta-feira ao mercado.

“[…] O Conselho de Administração do Banco Montepio deliberou submeter à apreciação dos acionistas a redução do capital social em 1.210.000.000 euros, sem alteração do número de ações existentes e sem alteração do valor total da situação líquida, através do valor nominal de cada ação de um euro para 0,50 euros”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Vai ainda ser submetida aos acionistas uma alteração aos estatutos do Montepio, referente ao artigo 4.º (capital social).

Os procedimentos para o registo comercial da redução do capital só serão iniciados após a “deliberação unânime” dos acionistas, o que, segundo a mesma nota, deverá ocorrer até ao final do ano.

“Mais se informa que o ajustamento proposto mediante a incorporação de resultados transitados não terá qualquer impacto nos capitais próprios nem nos rácios de capital, pelo que os indicadores de solvabilidade do Banco Montepio não terão qualquer alteração”, esclareceu.

Segundo informação disponível no site do Banco Montepio, o seu capital social é 2.420 milhões de euros.

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Empresas que iniciaram atividade em 2022 abrangidas pelo apoio do gás

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

Em causa está o novo apoio extraordinário aos consumidores industriais de gás natural que será feito através dos comercializadores e aplicado a partir de janeiro, com reflexo na fatura de fevereiro.

As empresas que iniciaram este ano atividade também vão ser contempladas pelo apoio extraordinário aos consumidores industriais de gás, sendo a medida aplicada de forma proporcional tendo em conta os consumos já registados.

“Para todos os negócios que tenham surgido em 2022 é criada uma metodologia de cálculo com uma estimativa”, disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva para apresentação dos apoios extraordinários à fatura energética (de gás e eletricidade) para 2023.

Em causa está o novo apoio extraordinário aos consumidores industriais de gás natural que será feito através dos comercializadores e aplicado a partir de janeiro, com reflexo na fatura de fevereiro. O apoio será aplicável a 80% da média do consumo de cada cliente, no âmbito do cumprimento das metas de redução do consumo de gás, tendo como referência consumos anteriores.

No caso das empresas recentes, sem consumos anteriores que possam servir de referência, a solução passa por fazer a “a anualização com base nos consumos existentes”, aplicando-se a medida de forma proporcional. “As empresas que iniciaram recentemente a atividade não vão ser excluídas deste apoio”, reforçou, por seu lado, o ministro da Economia.

O apoio extraordinário abrange os consumidores de gás com consumos anuais superiores a 10 mil metros cúbicos, ou seja, aqueles que estão fora da tarifa regulada do gás, incluindo empresas e entidades do setor social. Em termos práticos, o novo apoio extraordinário traduz-se num desconto de até 40 euros por megawatt hora (MWh), excluindo impostos, a ser aplicado quando o preço for superior a 30 euros por MWh.

Segundo o Governo, após a faturação do consumo e feito o pagamento da fatura pelo cliente, os comercializadores aplicam no mês seguinte o desconto, devendo este estar expressamente identificado na fatura respetiva. Os pagamentos relativos aos consumos de gás natural faturados em 2023 vão decorrer entre fevereiro do próximo ano e até ao final de janeiro de 2024.

Na conferência de imprensa, que decorreu no Ministério da Economia, António Costa Silva precisou que o apoio extraordinário ao gás vai manter-se em 2023 até esgotar os mil milhões de euros, sendo então reavaliado. O ministro da Economia disse ainda que é cumulativo ao apoio às empresas intensivas de gás, lançado em 2022.

A medida, criada para mitigar o impacto do aumento dos preços da energia, foi aprovada no Conselho de Ministros em outubro, no âmbito de um pacote de ajudas no valor global de 3.500 milhões de euros, dirigido também ao mercado de eletricidade – valor que resulta do reforço de 500 milhões de euros no apoio à eletricidade e que foi hoje divulgado.

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Novas modalidades de apoio no gás natural têm “luz verde” de Bruxelas

Novos limites máximos de 2 ou 5 milhões de euros por empresa finalmente aprovados pela Comissão Europeia. “Já entrou em circuito legislativo e esperamos rapidamente ter isto no terreno”, diz ministro.

Acabam de receber “luz verde” da Comissão Europeia as duas novas modalidades de apoio às empresas no gás natural, em que o limite máximo pode ascender a dois milhões de euros por empresa ou a cinco milhões de euros caso sejam verificadas perdas de exploração.

O ministro da Economia, António Costa Silva, adiantou esta quarta-feira que essa negociação foi “concluída há poucos dias” em Bruxelas. “Estes processos às vezes demoram tempo porque configuram ajudas estatais e temos de ter a aprovação da Comissão Europeia. Mas o decreto de lei já entrou em circuito legislativo e esperamos rapidamente ter isto no terreno”, referiu o governante.

Em causa está uma nova modalidade de apoio de dois milhões de euros para todas as empresas que, neste contexto, registem custos expressivos relativamente à aquisição de gás; e outra de cinco milhões de euros de apoio específico para a manutenção da atividade industrial, para empresas com custos excessivos, perdas operacionais e em risco de paragem de atividade.

Estas medidas tinham sido incluídas no pacote de apoios para as empresas apresentado a 15 de setembro pelo Executivo socialista, visando ajudá-las a enfrentar o aumento dos preços da energia e dos custos de produção. No entanto, como o ECO noticiou, mais de metade do pacote de 1.400 milhões de euros ainda não saiu do papel, incluindo a linha de crédito a operacionalizar pelo Banco de Fomento e o programa de formação alternativo ao lay-off simplificado.

Na área dos apoios ao consumo intensivo de gás, outras duas alterações apresentadas nessa altura e que também exigiam negociação com a Comissão Europeia já tinham recebido aprovação em outubro. A ajuda por empresa foi alargada de 400 mil para 500 mil euros e a taxa de apoio que recai sobre a diferença entre os custos suportados em 2021 e em 2022 passou de 30% para 40%. Aplica-se às empresas cujos gastos com gás tenham aumentado para mais do dobro, com outra novidade a ser a extensão ao setor da indústria transformadora agroalimentar.

Esta quarta-feira, na conferência de imprensa conjunta com o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, em que anunciou um reforço do pacote de apoios à fatura energética para 3,5 mil milhões de euros em 2023, com mais 500 milhões sob a forma de uma ajuda extraordinária aos preços da eletricidade, o ministro da Economia fez o balanço deste programa Apoiar Gás, que tem uma dotação de 235 milhões de euros e que já vai no terceiro aviso, que está aberto até 30 de dezembro.

Fonte: Ministérios da Economia e do Ambiente

Nos dois primeiros avisos, fechados em junho e em setembro, foram recebidas 397 candidaturas e daí resultaram 381 ordens de pagamento no valor de 27,8 milhões de euros. Neste terceiro aviso já se candidataram 219 empresas e foram dadas 157 ordens de execução para o pagamento de 22,9 milhões de euros. Ou seja, até à data, já foram executados cerca de 46,9 milhões de euros, para um total de 582 candidaturas aprovadas.

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Presidente da República considera que apoio de 240 euros pode fazer a diferença na vida de várias famílias

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2022

Chefe de Estado defendeu que o apoio de 240 euros anunciado pelo primeiro-ministro pode fazer a diferença na vida de várias famílias, apesar de sublinhar que não conhece todos os detalhes da medida.

O Presidente da República considerou esta quarta-feira que o apoio de 240 euros anunciado pelo primeiro-ministro pode fazer a diferença na vida de várias famílias, embora afirmando que tem de conhecer melhor os contornos da medida para a poder comentar.

“Tenho dificuldade ainda [em comentá-la] porque não conheço a medida em concreto”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre o apoio de 240 euros que António Costa anunciou durante uma entrevista à revista Visão e que será aprovado quinta-feira pelo Conselho de Ministros.

O chefe de Estado disse ter apenas conhecimento de que “não é o mesmo universo” de portugueses que recebeu, a partir de outubro, o apoio de 125 euros extraordinário para mitigar os efeitos da inflação.

“São aqueles que têm necessidades económicas e sociais mais graves. Não sei quantos serão exatamente, mas admito que se forem famílias ou pessoas com rendimentos muito, muito, muito baixos, 240 euros façam uma diferença nas suas vidas”, concluiu o chefe de Estado.

O Governo vai atribuir uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiam da tarifa social de energia.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro em entrevista à revista Visão, que vai ser divulgada na íntegra na quinta-feira. O Conselho de Ministros também vai aprovar a medida na quinta-feira. “Corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre”, sustentou António Costa à Visão.

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