Incerteza e silêncio entre os patrocinadores de Djokovic
Depois da derrota legal na Austrália, a Lacoste já admitiu rever com o tenista os acontecimentos das últimas semanas com Djokovic. Em causa estão 30 milhões de dólares anuais em patrocínios.
A especulação em torno dos patrocínios de Novak Djokovic tem aumentado, e as opiniões dividem-se, desde que a Lacoste expressou vontade em “rever” os acontecimentos das últimas semanas na Austrália com o tenista. Até ao momento, é a única marca a manifestar-se, avançou a CNN (acesso gratuito, e conteúdo em inglês).
Depois do Tribunal Federal australiano cancelar o visto do tenista sérvio, ordenar a sua deportação e proibir a sua entrada no país durante três anos, Djokovic ficou impedido de defender o seu título no Australia Open. “Assim que possível, entraremos em contato com Novak Djokovic para rever os acontecimentos que acompanharam a sua estadia na Austrália”, adiantou a francesa Lacoste, em comunicado.
Em causa estão patrocínios no valor de 30 milhões de dólares anuais, ou 26 milhões de euros, segundo estimativas da Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês). Djokovic ainda terá a oportunidade de disputar o ‘Grand Slam‘ no Open de França, mas apenas se tiver vacinado, avançou o governo francês. Os acontecimentos na Austrália, e o alerta do governo francês, levantaram dúvidas quanto à participação dos não vacinados no circuito da temporada de ténis.
Resta a dúvida se as marcas vão retirar o apoio ao tenista sérvio, ou permanecer em silêncio. Em questão estão marcas como a relojoeira suíça Hublot, a têxtil ASICS ou a fabricante automóvel Peugeot. “Novak Djokovic é a sua própria pessoa”, comentou a suíça Hublot, acrescentando que a marca irá continuar a sua parceria com o tenista. Já o banco austríaco Raffeissen esclareceu que “enquanto patrocinador, está a observar de perto a situação atual”, avançou a Associated Press (acesso gratuito, e conteúdo em inglês).
Pablo Burillo, diretor do MBA em Gestão de Entidades Desportivas da Universidade Europeia em Espanha, admite que “as marcas criam uma personalidade através das pessoas que patrocinam, elas tornam-se humanas através dos atletas”, acrescentando que, deste modo, as marcas “procuram personalidades com valores semelhantes aos que querem transmitir”. Por outro lado, Francesc Cruces, diretor do Mestrado em Gestão Desportiva da EAE Business School, em Espanha, refere que “às vezes” as marcas procuram aliar-se justamente a este tipo de personalidades, avançou a Cinco Días (acesso gratuito, e conteúdo em espanhol).
Para o consultor de marketing desportivo no Reino Unido, Tim Crow, os patrocinadores necessitam primeiro de avaliar se Djokovic agiu de forma ilegal, ou imoral, antes de invocarem mau comportamento como razão para cancelar o contrato. Já Ceyda Mumcu, professora de Gestão Desportiva na Universidade de New Haven, nos Estados Unidos, refere que caso o tenista continue a jogar, e vença, haverá menos pressão para os patrocinadores o abandonarem, avança a Associated Press.
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