Petróleo recua 2,5% com sinais positivos vindos da Rússia
Investidores digerem sinais de abertura à diplomacia no leste europeu. Preços do petróleo nos mercados internacionais aliviam, apesar de se manterem perto dos 100 dólares por barril.
Os preços do petróleo nos mercados internacionais aliviavam esta terça-feira de manhã, apesar de continuarem em máximos de 2014. Os investidores estão a digerir as últimas informações vindas do leste europeu, que apontam para uma possível retirada de algumas tropas russas.
Pelas 9h23 em Lisboa, o contrato de Brent para entrega em abril recuava 2,31%, para 94,24 dólares — a referência para as importações portuguesas. Já o WTI para entrega em março cedia 2,64%, para 92,94 dólares.
A Bloomberg noticiou esta terça-feira de manhã que o Ministério da Defesa russo informou que algumas tropas vão regressar às bases habituais após concluírem exercícios militares. A notícia está a pressionar os preços do petróleo e a acelerar as bolsas.
Apesar da queda, não falta muito para os preços do petróleo superarem a fasquia dos 100 dólares por barril. De acordo com alguns analistas, é um cenário inevitável se a Rússia avançar mesmo com uma invasão à Ucrânia, passando fatura a milhões de famílias em todo o mundo, sobretudo na hora de atestar o depósito.
A incerteza na região tem suportado uma escalada nos preços do petróleo, numa altura em que se estima que cerca de 130 mil tropas russas tenham cercado a Ucrânia, suportadas num vasto arsenal de guerra. Os EUA consideram que uma invasão pode estar iminente.
Este contexto também tem impulsionado os preços do gás natural e da eletricidade, dado que a Rússia é um dos principais fornecedores desse combustível para o continente europeu. No caso de invasão, o receio é de que Vladimir Putin feche as torneiras do gás enviado por gasodutos que atravessam o país presidido por Volodymyr Zelensky.
Esta terça-feira, numa entrevista à Lusa, o economista português Abel Mateus considerou que a dependência europeia do gás natural russo é “um problema gravíssimo”, sem solução no médio prazo.
As tensões continuam elevadas, mas outros sinais foram igualmente interpretados como avanços positivos pelos investidores na segunda-feira à noite.
Por um lado, Zelensky disse numa conferência de imprensa que a ambição da Ucrânia de se tornar membro da NATO pode não passar de um “sonho”, declaração interpretada como sendo uma maior abertura de Kiev a uma das principais exigências do Kremlin. Por outro, oficiais russos disseram que a via da diplomacia “ainda não se esgotou”.
Vladimir Putin tem negado que a Rússia esteja em vias de lançar um ataque militar à Ucrânia, considerando que as acusações do ocidente são meras provocações. A concentração militar junto à fronteira com a Ucrânia é, segundo o Kremlin, o resultado de exercícios militares, incluindo em parceria com a Bielorrússia.
(Notícia atualizada às 9h25)
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