Crise na Ucrânia atira petróleo para os 99 dólares e põe bolsas sob pressão
Tensão na Ucrânia atirou o barril de Brent para os 99 dólares e as bolsas continuam sob pressão vendedora, mas menos intensa do que no arranque do dia. Lisboa oscila entre ganhos e perdas.
As tensões estão ao rubro também nos mercados financeiros, depois de a Rússia ter reconhecido a independência de Donetsk e Lugansk e de ter enviado tropas para as duas regiões, com o Ocidente a prometer duras sanções económicas. O barril de petróleo está a disparar para perto dos 100 dólares, com receios de que a situação no leste da Europa possa provocar disrupções na oferta. As ações estão também sob pressão, mas a correção está a ser menos intensa do que aquela que se poderia esperar neste contexto de grave crise, de acordo com os analistas. O Stoxx 600 cai 1% para mínimos de sete meses. Já o ouro valoriza ao atrair os investidores mais assustados com a grave crise militar a leste.
Para já, o maior impacto faz-se sentir no mercado do petróleo. Em Londres, o barril de Brent para entrega a 28 de fevereiro está a valorizar 3,68% para 98,9 dólares, renovando máximos desde 2014 e quando está prestes a ultrapassar a barreira dos 100 dólares, perante os receios de disrupções na oferta no mercado se a situação na Ucrânia se agravar ainda mais. Em Nova Iorque, o contrato WTI que expira esta terça-feira dispara 4,99% para 95,5 dólares.
Petróleo dispara
Nas ações, a enorme pressão do arranque do dia aliviou a meio da manhã. O índice de referência na Europa, o Stoxx 600, está em baixa de 0,91% ara 451,51 pontos, o valor mais baixo dos últimos sete meses, com o setor da banca a ser dos mais penalizados do dia. A bolsa de Frankfurt — considerada uma das mais vulneráveis em relação aos outros índices por causa da dependência da Alemanha ao gás russo — cede mais de 1% no pior desempenho no Velho Continente.
Por cá, o PSI-20 oscila entre perdas e ganhos, negociando perto dos 5.500 pontos, com 13 cotadas em baixa. As perdas em Lisboa estão a ser contidas pelos bons registos da EDP Renováveis e Galp, que somam 1,8%, 0,7%, respetivamente.
“A implicação para a Europa seria principalmente através dos preços do gás e do petróleo, mas é do interesse da Rússia garantir que a disrupção não seja muito grande. Isso está por detrás da reação silenciosa do mercado por enquanto”, afirmou Seema Shah, analista da Principal Global Investors, citado pela Reuters. Os analistas explicam ainda que grande parte das tensões na Ucrânia já tinham sido descontadas no preços das ações, pelo que a reação desta terça-feira foi minimizada.
No contexto de elevada incerteza, o ouro — um ativo clássico de refúgio — está a valorizar 0,71% para 1.912 dólares com a onça a manter-se perto de máximos históricos.
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