Preço do gás natural alivia com subida das temperaturas na Europa

Preços do gás natural na Europa arrancam a semana em queda. A tendência é explicada por fatores como a previsão de temperaturas mais amenas e perspetivas de redução na procura, segundo a Reuters.

Os preços do gás natural aliviam esta segunda-feira na Europa. O recuo é explicado por fatores como a estabilidade dos fluxos de gás, a previsão de temperaturas mais amenas nos países europeus e a redução na procura.

Na Holanda, os futuros do TTF para entrega em maio, referência no continente europeu, recuavam 1,57% pelas 14h em Lisboa, transacionando em 102,25 euros/MWh. No mercado britânico de gás, a tendência também era de recuo dos preços.

A Reuters atribui a descida a três grandes fatores. Desde logo, verificou-se um aumento nos fluxos de gás da Noruega para o Reino Unido. Além disso, preveem-se temperaturas mais amenas para esta semana, o que pode resultar numa redução da procura.

Em simultâneo, as descargas de navios metaneiros no continente mantêm-se sólidas, sublinha a agência, enquanto a Rússia continua a vender gás natural à Europa, apesar da ameaça do Kremlin de que fechará a torneira se o combustível não for pago em rublos.

No mercado europeu de licenças de CO2, o contrato de referência recuou cerca de 1,8%, fixando-se em 78,62 euros a tonelada.

O gás natural é usado na Europa para a produção de energia elétrica, mas também por alguns setores industriais e pelas famílias para aquecimento.

Apesar do alívio neste arranque de semana, os analistas temem que a União Europeia acabe por aprovar um embargo ao gás russo, o que agravaria a crise energética que se vive no continente europeu. A medida, para já, carece de apoio dos países que são grandes consumidores de gás russo, como a Alemanha e a Hungria.

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TransPerfect gera volume de negócios de 96 milhões de euros em Espanha

  • Servimedia
  • 11 Abril 2022

A aposta da TransPerfect em Espanha como um dos seus principais centros de produção fora dos Estados Unidos permanece firme com a incorporação 350 novos colaboradores na sua sede em Barcelona.

TransPerfect, multinacional líder em serviços linguísticos e soluções tecnológicas para empresas globais, anunciou um volume de negócios de 105 milhões de dólares (96 milhões de euros) gerado a partir dos seus escritórios em Espanha. Este número foi tornado público após a divulgação dos seus resultados anuais, que ultrapassaram a marca dos mil milhões de dólares, anunciou a Servimedia.

A aposta da TransPerfect em Espanha como um dos seus principais centros de produção fora dos Estados Unidos permanece firme com a incorporação em 2021 de 350 novos colaboradores na sua sede em Barcelona, que se consolida pelo segundo ano consecutivo como o escritório com o maior número de empregados da empresa a nível mundial.

Com escritórios também em Madrid e Palma, este ano a empresa acrescentou novas localizações em Alicante e Valência com a aquisição do consórcio nórdico Semantix International Group AB, que anteriormente contava com um escritório na capital da Costa Blanca, e com a incorporação do estúdio valenciano de dobragem e sonorização Somàgic.

Para além de áreas de negócio como a inteligência artificial vertical (Vertical IA) e da sua plataforma DataForce, que fornece dados para tornar os sistemas de IA mais inteligentes, o crescimento de dois dígitos da TransPerfect na península surge novamente devido à procura de serviços de localização de conteúdos audiovisuais nos setores do entretenimento e das empresas e, especialmente para a consolidação da divisão de formação online (eLearning Development), uma equipa que experimentou um “crescimento impressionante” no escritório de Barcelona este ano, segundo Barnaby Wass, vice-presidente da empresa.

Da capital catalã, o vice-presidente sénior da multinacional norte-americana supervisiona cerca de vinte escritórios como o de Istambul, inaugurado em janeiro de 2021, dos mais de cem que a empresa tem em todo o mundo: “Espanha sempre foi para nós um centro estratégico, de onde oferecemos serviços a toda a Europa. Graças aos mais de 1.000 colaboradores em Barcelona, Madrid, Palma, Valência e Alicante, podemos anunciar estes grandes resultados que nos permitirão continuar a crescer no país”, sublinhou, citado pela Servimedia.

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Juros da dívida avançam pela quinta sessão com investidores à espera da reunião do BCE

Taxa das obrigações francesas também sobe, mas diferencial para a Alemanha recua, com a vantagem de Macron sobre Le Pen na primeira volta das presidenciais.

Os juros da dívida dos Estados da Zona Euro avançam pela quinta sessão para máximos de vários anos, com os investidores à espera da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que anunciará o rumo da política monetária na quinta-feira. Entre as taxas que sobem estão as da dívida francesa, mas o diferencial para a Alemanha contrai, após a vitória de Macron na primeira volta das presidenciais em França.

A yield associada às obrigações a dez anos de Portugal sobe para 1,671% e está em máximos desde janeiro de 2019 – já avança mais de 100 pontos base desde o início do ano.

Taxa portuguesa em máximos de três anos

Fonte: Reuters

Os juros da Espanha, Itália, França e Alemanha no mesmo prazo também avançam há uma semana. A taxa espanhola aumenta para 1,731% (o valor mais alto desde outubro de 2018) e a taxa italiana avança para 2,4% (máximos desde março de 2020, início da pandemia).

Numa análise ao mercado da periferia, os analistas do Saxobank falam numa “das mais aceleradas subidas os juros da dívida em anos” nas últimas semanas, num contexto de inflação, guerra e de uma perspetiva de aperto agressivo das condições financeiras por parte do BCE para travar a subida dos preços.

Além do mercado da periferia, os investidores estão particularmente atentos à evolução dos juros das obrigações francesas, na sequência da primeira volta das eleições presidenciais. Com 96% dos votos contados, Emmanuel Macron tinha 27,41% dos votos e Marine Le Pen 24,03%. A segunda volta decorrerá daqui a duas semanas.

“A liderança confortável de Macron retira algum do suspense da segunda volta”, assinala Mortiz Paysen, da Berenberg, citado pela agência Reuters.

Neste cenário, os juros franceses estão em alta como o resto do mercado, com a taxa a dez anos a subir para 1,283%, mas o spread para os juros alemães – a referência no mercado – estreitou-se 3,5 pontos base para 50,5 pontos base.

“O resultado da primeira volta das eleições presidenciais francesas mostrou que Macron tem uma vantagem substancial sobre a concorrente na segunda volta, Marine Le Pen. Mas a vantagem não é decisiva”, destacam os analistas do Citi numa nota aos clientes.

Para esta semana, os investidores vão estar atentos à reunião de política monetária do BCE na quinta e aos dados da inflação nos EUA.

Os mercados monetários estão a antecipar uma subida de 70 pontos base nas taxas do BCE até final do ano, apontando para um banco central um pouco mais agressivo do que esperavam ainda na sexta-feira.

Os juros norte-americanos também estão em alta, na véspera de ser divulgada a taxa de inflação que os analistas projetam acima dos 8% em março, estabelecendo um novo recorde de 40 anos.

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OCDE deteta sinais de abrandamento na economia europeia em março

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

OCDE vê sinais de abrandamento da economia europeia, com base nos indicadores compósitos avançados. Inflexão no ritmo de crescimento é visível na Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino Unido.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vê sinais de abrandamento da economia europeia com base nos indicadores compósitos avançados esta segunda-feira publicados e os primeiros a ter em conta os efeitos da guerra na Ucrânia.

Esta inflexão no ritmo de crescimento é visível nas grandes economias europeias, tais como Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino Unido, enquanto nos Estados Unidos, Japão e Canadá a tendência permanece estável.

Os indicadores compósitos avançados para março – estatísticas que assinalam flutuações no ciclo económico com entre seis e nove meses de antecedência – caíram para a maioria dos países do Velho Continente, embora geralmente permaneçam acima do nível 100, o que marca a média de longo prazo.

O declínio neste mês é significativo no Reino Unido (menos 28 centésimos para 100,58 pontos), França (menos 25 centésimos para 99,45 pontos) ou Itália (menos 23 centésimos para 100,80 pontos) e um pouco menos pronunciado em Espanha (menos 16 centésimos para 101,11 pontos) ou na Alemanha (menos 13 centésimos para 100,63 pontos).

Em toda a Zona Euro, o declínio mensal é de 17 centésimos de ponto para 100,43 pontos.

Fora da Europa, o indicador sobe quatro centésimos de ponto para os Estados Unidos para 100,09 pontos, mantém-se para o Japão para em 100,55 pontos e desce cinco centésimos de ponto para o Canadá para 100,09 pontos.

Entre os Estados membros da OCDE da América Latina, a característica mais marcante é a queda acentuada no Chile, com um decréscimo de 48 centésimos de ponto em março, o que representa uma aceleração da tendência que tinha sido observada nos meses anteriores.

O indicador do Chile situa-se em 98,88 pontos, um dos mais baixos da organização e muito abaixo do nível 100 da média de longo prazo.

Fora da OCDE, entre as grandes economias emergentes, o Brasil destaca-se pela queda considerável do indicador em março (menos 51 centésimos de ponto para apenas 97,82 pontos), o que mais uma vez aponta para uma inflexão no crescimento económico.

Num primeiro relatório de avaliação do impacto económico da invasão russa da Ucrânia apresentado em 17 de março, a organização estimou que o produto interno bruto (PIB) mundial poderia cair quase dois pontos percentuais.

Os autores do estudo especificaram então que a Zona Euro, devido à dependência dos combustíveis fósseis que importa da Rússia, o impacto poderia ser de 1,4 pontos do PIB, enquanto nos Estados Unidos este seria menos (0,9 pontos).

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Mais de 310 pedidos de tarifa social de Internet feitos até ao momento

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

Para beneficiar desta tarifa, o pedido deverá ser formulado junto do operador de telecomunicações, o qual será depois encaminhado para a Anacom.

Mais de 310 pedidos de tarifa social de Internet, dirigida às famílias de baixos rendimentos, foram realizados até ao momento, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) pedidos pela Lusa. “Até agora foram feitos 314 pedidos” da tarifa social de Internet, que tem como objetivo permitir às famílias com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais acederem a serviços de Internet em banda larga, fixa ou móvel.

Esta tarifa conta com cerca de 780 mil beneficiários potenciais, o universo da população que beneficia da tarifa social de eletricidade e da água. A tarifa entrou em vigor este ano e em 21 de fevereiro passado o regulador Anacom tinha anunciado que a mesma já podia ser subscrita.

Para beneficiar desta tarifa, o pedido deverá ser formulado junto do operador de telecomunicações, o qual será depois encaminhado para a Anacom, “que verificará se reúne todos os requisitos”, explicou o regulador, em fevereiro. Se reunir todos os requisitos, a Anacom informa o operador “e este terá de ativar a tarifa social no prazo máximo de 10 dias”.

Todos os operadores que oferecem serviços de acesso à Internet a clientes residenciais são obrigados a disponibilizar a tarifa social em todo o país, desde que exista infraestrutura instalada e/ou cobertura móvel que permita prestar este serviço. Cada agregado familiar apenas pode beneficiar de uma tarifa social de acesso à Internet.

As pessoas que beneficiem da pensão social de velhice ou do complemento solidário para idosos; do subsídio de desemprego; da pensão social de invalidez do regime especial ou do complemento da prestação social para inclusão; do rendimento social de inserção; do abono de família; e os agregados familiares com “rendimento anual igual ou inferior a 5.808 euros, acrescidos de 50% por cada membro do agregado familiar que não disponha de rendimento, até um limite de 10 pessoas” podem aceder à tarifa.

Nestas famílias, se existirem estudantes universitários deslocados, a estudar em outros municípios, podem solicitar a oferta adicional de tarifa social“, referiu a Anacom, em fevereiro último.

A tarifa social de Internet tem uma mensalidade de cinco euros mais IVA (6,15 euros) inclui um mínimo de 15 GB de dados por mês, e os operadores devem assegurar uma velocidade mínima de ‘download’ de 12 Mbps e 2 Mbps de ‘upload’.

Esta medida deve permitir ao beneficiário utilizar o correio eletrónico; procurar e consultar todo o tipo de informação em motores de pesquisa; utilizar ferramentas educativas e de formação; aceder a jornais ou notícias; comprar ou encomendar bens ou serviços; procurar emprego; efetuar ligações em rede, a nível profissional; utilizar serviços bancários ‘online’ e serviços da Administração Pública; utilizar redes sociais e mensagens instantâneas; e efetuar chamadas e videochamadas com qualidade.

Pode ainda ser cobrado um valor máximo e único de 21,45 euros mais IVA para serviços de ativação e/ou para equipamentos de acesso. O beneficiário da tarifa social de Internet pode optar pelo pagamento do montante em seis, 12 ou 24 meses, a par da possibilidade de pagamento integral na primeira fatura. Esta tarifa não inclui televisão nem telefone.

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EDP abre portas aos Free Electrons. Procura startups focadas na transição energética

As candidaturas para a sexta edição do Free Electrons já arrancaram. Startups podem inscrever-se online até ao dia 18 de abril.

A EDP e seis outras empresas globais do setor energético estão à procura de startups que possam contribuir para um planeta mais sustentável e inovador. As candidaturas para a 6ª edição do FreeElectrons já arrancaram. As startups podem inscrever-se online até 18 de abril.

Podem inscrever-se startups com “soluções ou produtos que possam ter impacto na transição energética, em áreas como as energias renováveis, redes inteligentes, gestão de energia, mobilidade sustentável, armazenamento de energia, flexibilidade, hidrogénio verde ou descarbonização”, informa a EDP.

As prioridades tecnológicas envolvem inteligência artificial, software avançado, internet das coisas, blockchain, robótica de automação, cibersegurança, AR/VR e impressão 3D/4D, refere ainda a elétrica.

Com a EDP, fazem parte do consórcio global a American Electric Power (EUA), CLP (Hong Kong, China), E. ON (Alemanha), ESB – Electricity Supply Board (Irlanda) e Origin Energy (Austrália). O apoio à gestão é da consultora de inovação Beta-i.

Nesta edição, os módulos de trabalho entre as startups escolhidas e as utilities voltam ao formato presencial, já a partir de junho.

Depois de três fases de aceleração de ideias, a final desta edição será organizada pela EDP em outubro em São Paulo, um dos locais onde a empresa mais tem desenvolvido a sua estratégia de inovação aberta. É a primeira vez que um módulo do Free Electrons se realiza no Brasil.

Os candidatos escolhidos para a edição deste ano terão acesso às várias unidades de negócio do grupo EDP, que está presente em 28 mercados, e a equipas especializadas com que poderão testar as suas soluções.

No ano passado, a vencedora foi a irlandesa KelTechIoT, que venceu o prémio de 200 mil euros do FreeElectrons, com uma solução para edifícios inteligentes. Em 2020 tinha sido a inglesa Vyntelligence, com uma solução de smartvideo e inteligência artificial, a ganhar o programa de inovação.

Em cinco anos, a EDP já investiu mais de 37 milhões de euros em projetos-piloto, investimentos e negócios.

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UGT exige serviço de ambulâncias em Córdova pela SSGA-Ambulancias M. Pasquau

  • Servimedia
  • 11 Abril 2022

A UGT SP exige que o contrato do serviço de ambulâncias ajudicado à SSGA-Ambulancias M. Pasquau o ano passado seja iniciado e denuncia "ilegalidade" dos atuais prestadores.

A secção de Transporte Sanitario de UGT Servicios Públicos (UGT SP) exige que o contrato para o serviço de ambulâncias na província de Córdova, adjudicado em maio de 2021 à Unión Temporal de Empresas (UTE) SSGA-Ambulancias M. Pasquau, seja iniciado e denuncia que os atuais prestadores estão a fazê-lo de uma forma “ilegal”, noticia a Servimedia.

Assim é declarado pelo responsável estatal da Transporte Sanitario UGT-SP, Juan Martínez Cisneros, num documento datado de 10 de março de 2022, no qual explica que nesta altura “não há razão” para não se assinar o contrato de ambulâncias (dossier 2020/475160) para fornecer cobertura sanitária à província de Córdova e que foi adjudicado a 26 de maio de 2021 à UTE SSGA-Ambulancias M. Pasquau, embora esta adjudicação tenha sido objeto de recurso em processo administrativo.

A UGT afirma que este recurso foi rejeitado pelo Tribunal de Recursos Contractuales de la Junta de Andalucía a 3 de dezembro de 2021, e, por conseguinte, solicita a assinatura do contrato com a “legítima adjudicatária”, considerando que foi esgotada a via administrativa e que “na opinião desta central sindical não há qualquer impedimento” à assinatura do contrato.

Além disso, acrescenta que ficou anulada a convocatória de concurso que adjudicou o serviço a outra empresa devido a um recurso interposto pela UGT, pelo que o sindicato declara na sua carta que os atuais prestadores prestam o serviço “não só depois de terem perdido o referido contrato”, mas com base num concurso e numa resolução anulada.

Assim, considera que os atuais prestadores fazem-no “de uma forma claramente ilegal e, claro, sem cumprir, para além de tudo o acima referido, a convenção coletiva de aplicação, que afeta de forma clara os trabalhadores, que dada a situação flagrante de precariedade são prejudicados e este sindicato vê a necessidade de evitar a continuidade que precariamente e sem qualquer título é mantida”, cita a Servimedia.

Por estas razões, a UGT exige o início do contrato “legitimamente adjudicado” e que “se ponha termo à situação de precariedade e abuso que atualmente se verifica contra uma decisão firme e contra um processo que foi legitimamente levado a cabo e finalizado”, lê-se no documento, citado pela agência de notícias.

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MP abre inquérito a Mariana Mortágua depois de queixa sobre colaboração com media

  • Lusa
  • 11 Abril 2022

MP abre inquérito à deputada do BE, Mariana Mortágua, para apurar eventual prática de infração pela sua colaboração com órgãos de comunicação social, estando em regime de exclusividade.

O Ministério Público confirmou esta segunda-feira que abriu um inquérito na sequência de uma queixa relativa à deputada do BE Mariana Mortágua e à sua colaboração com órgãos de comunicação social estando em regime de exclusividade.

De acordo com a edição de esta segunda-feira do jornal Inevitável, o Ministério Público abriu um inquérito a Mariana Mortágua para apurar eventual prática de infrações penais.

Questionado pela agência Lusa, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirmou “a receção de queixa relacionada com a matéria, a qual deu origem a um inquérito”. “O mesmo encontra-se em investigação no DIAP de Lisboa e está sujeito a segredo de justiça”, acrescenta. Já o BE disse à Lusa não dispor “de qualquer informação que confirme essa notícia”.

“No que diz respeito à colaboração com a SIC, é público que Mariana Mortágua regularizou imediatamente a situação, tendo o Parlamento concluído que não existiu qualquer ilegalidade. É também sabido que o Parlamento, chamado a pronunciar-se sobre a colaboração com o JN, concluiu que não existiu qualquer violação do regime de exclusividade”, refere.

Em 24 de março, a Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados aprovou um parecer no qual conclui que a colaboração de Mariana Mortágua com o Jornal de Notícias, como colunista, não viola o regime de exclusividade.

“A atividade desenvolvida pela senhora deputada Mariana Mortágua no âmbito da sua colaboração com o Jornal de Notícias circunscreveu-se à elaboração da referida coluna semanal de opinião, pelo que não se verifica qualquer violação do regime de exclusividade no exercício do mandato com esse fundamento”, lia-se no parecer ao qual a agência Lusa teve acesso.

Numa outra resposta à Lusa, o Parlamento indicou também que, quanto à colaboração de Mariana Mortágua “como comentadora no programa Linhas Vermelhas da SIC Notícias, entre outubro de 2021 e fevereiro de 2022” a Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados “avaliou já, a pedido da própria, a situação”.

“O registo de interesses foi atualizado e retificado em conformidade com as orientações da Comissão, tendo os montantes relativos ao abono mensal para despesas de representação, decorrente do regime de exclusividade, sido repostas pela senhora deputada em relação aos meses referidos, como já havia declarado à comissão, tendo a matéria ficado encerrada na reunião da comissão da passada 3.ª feira”, referiu.

Num relatório de fevereiro de 2020, o Grupo de Trabalho – Registo de Interesses concluiu que “as colaborações remuneradas com a imprensa escrita são consideradas como perceção de rendimentos provenientes de direitos de autor, não sendo por isso, em linha com a doutrina estabilizada nesta matéria, incompatíveis com o exercício do mandato em regime de exclusividade”.

Já “as colaborações remuneradas com órgãos de comunicação social que revistam outra natureza (v.g. participação regular em programas de comentário ou debate televisivo) não se podem reconduzir à perceção de direitos de autor, não sendo por isso compatíveis com o exercício do mandato em regime de exclusividade (sendo, todavia, compatíveis com o exercício do mandato, nos termos gerais)”, continua o mesmo documento.

Mariana Mortágua diz que Parlamento já concluiu que não há qualquer ilegalidade

A deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou esta segunda-feira que tomou conhecimento do inquérito do Ministério Público pela comunicação social, antecipando que esta investigação “chegará à mesma conclusão” do Parlamento de que não há qualquer irregularidade ou ilegalidade da sua parte.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, em Lisboa, a deputada e dirigente bloquista afirmou que tomou conhecimento deste assunto pela comunicação social. “Eu tive conhecimento pela comunicação social deste assunto e foi também pela comunicação social que soube que ele foi espoletado por uma queixa, apesar de a Assembleia da República já ter esclarecido que não existia qualquer ilegalidade ou qualquer irregularidade”, adiantou.

Segundo Mariana Mortágua, “a própria Assembleia da República já teve oportunidade de comunicar aos senhores jornalistas e de esclarecer que não existiu qualquer ilegalidade e que toda a situação está regularizada”, considerando que o Parlamento “encerrou esse assunto dessa forma”.

A deputada do BE acrescentou ainda que “a Comissão de Transparência teve a oportunidade de se debruçar sobre esta matéria e que concluiu por unanimidade que não existe qualquer irregularidade e que a situação está por isso regularizada”.

Eu irei colaborar com qualquer instituição que tenha interesse sobre esta matéria, tal como colaborei com a Assembleia da República e estou certa de que qualquer outra instituição chegará à mesma conclusão que a Assembleia da República chegou”, declarou.

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Volume de negócios nos serviços cresce 30% em fevereiro com “forte recuperação” do alojamento e restauração

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Abril 2022

O INE destaca a "forte recuperação" do setor do alojamento, restauração e similares, que tiveram um crescimento de 169,8% no mês de fevereiro, face ao mesmo mês do ano passado.

O índice de volume de negócios nos serviços acelerou 8,6 pontos percentuais (p.p.), para uma variação homóloga nominal de 29,9% em fevereiro, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Num comunicado sobre os Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços relativos a fevereiro, o gabinete nacional de estatísticas salienta a “forte recuperação do alojamento, restauração e similares, com um crescimento de 169,8%“. O “forte crescimento” deste setorreflete essencialmente efeitos base”, ressalva o INE, sublinhando que em fevereiro de 2021 a variação homóloga tinha contraído 19,9% devido às restrições pandémicas.

Taxa de variação homóloga (%) do volume de negócios nos serviços e principais contributos (p.p.) por secção

Fonte: INE

Também o setor do comércio contribuiu positivamente para a variação do índice total, com particular destaque para o comércio e reparação de veículos automóveis e motociclos, que acelerou 12,8 p.p face a janeiro, para um crescimento de 27,6% em fevereiro, enquanto a variação homóloga se fixou em 22,3%. No total, o comércio por grosso aumentou 20,9%, mais 3 p.p. que no período precedente.

Quanto aos transportes e armazenagem, a variação homóloga foi de 44%, tendo acelerado 16 p.p. comparativamente a janeiro deste ano e contribuindo com 5,2 p.p. para a variação do índice. Estes resultados conduziram novamente a uma subida, de 2,2%, em relação ao período pré-pandemia. Aqui, destacam-se os transportes aéreos, que reforçaram a recuperação ao registar uma taxa de variação homóloga de 221,5%, (115,2% em janeiro), permanecendo ainda assim 23,8% abaixo de fevereiro de 2020.

“Em fevereiro de 2022, apenas duas secções permaneciam em patamares significativamente inferiores a fevereiro de 2020, o último mês pré-pandemia: o alojamento, restauração e similares e as atividades administrativas e dos serviços de apoio”, aponta o gabinete de estatísticas.

Os índices de emprego, de remunerações e de horas trabalhadas ajustado de efeitos de calendário tiveram variações homólogas de 5,7%, 4,5% e 18,0%, respetivamente, quando, em janeiro, os mesmos índices apresentaram taxas homólogas de 4,2%, 3,9% e 9,1% (pela mesma ordem).

Variação homóloga (%) dos índices do Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços

Fonte: INE

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Viz.ai voa para unicórnio e quer duplicar a equipa em Portugal

A tecnológica que usa a inteligência artificial para a deteção de doenças tem cerca de 30 pessoas em Portugal e quer atingir 60 ainda este ano. Está a recrutar na área de engenharia.

Equipa da Viz.ai em PortugalD.R.

A Viz.ai acaba de fechar uma ronda de investimento de 100 milhões de dólares (91,7 milhões de euros), atingindo uma avaliação de 1,2 mil milhões de dólares e alcançando o estatuto de unicórnio. A tecnológica, que desenvolve soluções inovadoras de Inteligência Artificial para o setor da saúde, quer globalmente duplicar a equipa para 500 colaboradores na área de engenharia. Em Portugal tem cerca de 30 pessoas e quer atingir 60 ainda este ano. Está a recrutar.

“A Viz.ai está empenhada em ajudar os doentes a conseguir um melhor acesso, mais célere e mais equitativo a tratamentos que salvam vidas”, sublinha Chris Mansi, cofundador e CEO da Viz.ai, citado em comunicado.

“Vamos continuar a investir significativamente em tecnologia e serviços de ponta para nos integrarmos em todo o processo hospitalar, permitindo-nos automatizar a deteção de doenças, aumentar a taxa de diagnóstico e melhorar o fluxo de trabalho em todo o sistema de saúde. Desta forma, mais pacientes receberão o tratamento certo, traduzindo-se em melhores resultados e numa maior eficiência financeira para o próprio sistema de saúde”, conclui.

A ronda de financiamento Série D foi liderada pela Tiger Global e pela Insight Partners, mas também participaram a Scale Ventures, Kleiner Perkins, Threshold, Google Ventures, Sozo Ventures, CRV e Susa.

Expandir a plataforma — para a deteção e triagem de doenças adicionais — e aumentar a base a nível global estão entre os objetivos desta ronda de financiamento.

A companhia tem como objetivo duplicar a equipa para 500 colaboradores na área de engenharia. Objetivo de crescimento que passa igualmente por Portugal, onde já tem uma equipa de 30 pessoas.

“No ano passado, tivemos um crescimento significativo em Portugal, crescimento no qual queremos continuar a apostar em 2022. Sendo um país-chave para nós, é nossa intenção estabelecer parcerias com mais uma série de entidades de saúde por todo o território e reforçar a contratação. O talento tecnológico português continua a surpreender-nos e acreditamos que terá um papel fundamental na nossa missão de salvar vidas e melhorar o tratamento dos pacientes a um nível global”, realça David Golan, CTO da Viz.ai, citado em comunicado.

A companhia procura talento para as funções de Android, iOS e Engineering Manager.

A solução da Viz.ai já está a ser utilizada por dois hospitais na Europa, tendo na calha clientes em Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Itália e Sérvia, informa a companhia.

Localizada nos EUA, Israel, Portugal e Holanda, a Viz.ai utiliza a Inteligência Artificial para aumentar a rapidez do diagnóstico e do tratamento de uma variedade de doenças aguda. “A criação da empresa foi motivada pelo caso de um paciente que, apesar de submetido com sucesso a uma cirurgia ao cérebro, faleceu pela realização já demasiado tardia da operação.”

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O novo paradigma do talento e os três aceleradores da mudança

  • PESSOAS + EY
  • 11 Abril 2022

Sandy Antunes, Manager EY, People Advisory Services, fala da realidade de hoje, em que a oferta de emprego supera a procura, fazendo com que as empresas não consigam responder às necessidades.

A evoluir a uma velocidade que já não é a que era, o mundo das organizações de hoje não é compatível com as práticas de gestão de pessoas das últimas décadas, em que o mundo era diferente e o ritmo, substancialmente, mais lento.

A forma como olhamos para o talento em 2022 é, claramente, diferente da forma como olhávamos. Muito mudou. Hoje convivemos com uma realidade em que a oferta de vagas de emprego supera a procura, fazendo com que as empresas dos mais variados setores não estejam a conseguir responder em quantidade suficiente às necessidades, principalmente em matéria de profissionais qualificados.

É crítico que as empresas se mantenham dinâmicas, competitivas e relevantes para as suas pessoas. Porque sem pessoas não há empresas. Importa que percebam que, hoje, têm de cativar candidatos, chamar à atenção por boas razões, promover um “namoro” assente na confiança e na construção de uma relação sólida e de longo prazo, num ecossistema propício ao crescimento.

Face a este contexto de evolução muito rápida no mercado de trabalho e com novas funções a serem criadas, impõe-se a necessidade de acelerar em três áreas chave da gestão de pessoas: atração, formação e bem-estar.

Atração de talento

Ao nível da atração de talento temos de acelerar, transformando e agilizando todo o processo no sentido de criar uma maior aproximação à comunidade de talento. Atrair talento hoje tem de ser encarado como um desafio central do negócio, sabendo que a competição pelo talento não acontece apenas ao nível nacional, mas também ao nível global. Primeiro, ganhar consciência de que a escassez de talento conduz a que o candidato ganhe uma nova centralidade, passando a ser um processo candidate-driven.

Em segundo lugar, urge a necessidade de transformar a atual realidade da maioria das empresas, que se debatem com processos longos, exigentes para os recrutadores e desencorajadores para os candidatos. Assim, a necessidade está em evoluir para um processo mais ágil e transparente, em que o candidato percebe a fase em que está e faz uma melhor gestão da evolução do mesmo.

De igual modo, não estar à espera que seja o candidato a ter a iniciativa, mas antes adotar uma estratégia proativa, como a promoção do recrutamento com base na referenciação e/ou através de algoritmos que permitam chegar às pessoas certas. Investir em anúncios personalizados e estruturar uma proposta assente nos benefícios e flexibilidade, revelam-se também aspetos cruciais.

Formação

Na formação temos de acelerar porque, apesar de termos a geração portuguesa mais qualificada de sempre, os licenciados nas áreas tecnológicas ainda não são em número suficiente para responder às necessidades. Perante a escassez de recursos qualificados e a exigência de novas competências, emerge a necessidade de requalificar o talento interno, através de upskill e resksil, a par da aposta em soft skills.

Acelerar na formação é preparar o futuro e é transmitir uma mensagem de confiança e de investimento nas pessoas, mostrando o impacto positivo da requalificação através de programas com uma elevada componente prática. Desenvolver formação menos formal, mais contínua e em formatos mais atrativos como bootcamps e programas aceleradores de curta duração, constituem fatores de aceleração e aprendizagem eficaz.

Bem-estar

Por último, temos de acelerar para que o bem-estar laboral seja a prioridade e uma realidade nas empresas. Hoje, muito se debate sobre as condições laborais e a conciliação entre responsabilidades profissionais e familiares. É nessa conciliação que vale a pena apostar e fazer evoluir para o patamar das “family supportive organizations”, resultando em ganhos ao nível do bem-estar e do desempenho do colaborador, podendo ser medido através de índices de burnout, absentismo, ou até mesmo da taxa de natalidade na empresa.

Nesta dimensão, é relevante que as empresas procurem compreender o contexto dos colaboradores em termos de enquadramento familiar e estilo de vida, e escolherem as medidas que permitam uma real conciliação.

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Governo vai rever inflação em alta para 4% em 2022, segundo a Iniciativa Liberal

À saída de uma reunião com o Governo, o líder da Iniciativa Liberal (IL) revelou que a nova proposta para o Orçamento de 2022 deve rever em alta a taxa de inflação para 4%.

O líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, revelou esta segunda-feira que, na nova proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o Governo vai rever em alta para 4% a previsão para a taxa de inflação de 2022: “A variação de inflação que vai estar na base deste Orçamento é de 4,0%”, disse. Anteriormente, no Programa de Estabilidade 2022-2026 entregue no final de março, o Executivo apontava para 3,3%, pelo que há uma revisão de sete décimas num curto período de tempo.

Em cerca de duas semanas, o Ministério das Finanças, que passou das mãos de João Leão para as de Fernando Medina, terá mudado o valor esperado para a taxa de inflação, aproximando-se das previsões do Conselho das Finanças Públicas (3,9%) e do Banco de Portugal (4%). Estes valores referem-se ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), o indicador utilizado a nível europeu. Em Portugal, dá-se mais destaque ao IPC (Índice de Preços no Consumidor), tendo o Governo anteriormente uma previsão de 2,9% para este indicador.

Quando questionado sobre a diferença face à previsão do Banco de Portugal, o então gabinete de João Leão explicava que “por trás da estimativa de 2,9% está uma inflação superior a 4% no primeiro semestre, em linha com o observado até fevereiro, e uma desaceleração para valores inferiores a 2% no final do ano (devido ao efeito base relacionado com a inflação já muito elevada no final de 2021)”. Além disso, “esta estimativa considera também o efeito das medidas de política que atenuam o efeito dos preços (em particular na área da energia e dos transportes) e que explicam que Portugal já tenha das taxas de inflação mais baixas da União Europeia e que vá continuar a ter”.

A proposta do Orçamento do Estado para 2022, onde constará o cenário macroeconómico esperado pelo novo Governo, será entregue esta quarta-feira na Assembleia da República.

À saída de uma reunião com o Governo, João Cotrim Figueiredo disse que questionou o Governo se haveria espaço para aliviar a carga fiscal dado o reforço da receita pública por causa da inflação, mas o Executivo terá dito que as medidas fiscais são as mesmas que constavam do Orçamento original. “Se não houver alterações fiscais em linha com a inflação, como a atualização dos escalões de IRS à taxa de inflação, isso sim representa um aumento de impostos“, disse.

O líder da Iniciativa Liberal acusou esta equipa do Ministério das Finanças de estar numa “desorientação” em relação às medidas a adotar para esta situação económica. O deputado liberal disse que não houve resposta sobre qual será a previsão para o crescimento económico e revelou ter uma “expectativa não positiva” sobre o que será apresentado na quarta-feira. “Há opções que não estão claras“, assinalou.

Outra das críticas dos liberais é a manutenção no OE2022 de medidas exigidos pelos antigos parceiros da geringonça: “Agora que o PS tem maioria absoluta, seria de esperar que as exigências mais rocambolescas do BE e PCP fossem deixadas cair. Não parece ser essa a opção deste Governo“, disse Cotrim. O Governo terá confirmado que a meta do défice orçamental mantém-se nos 1,9% do PIB em 2022, mas a IL queixa-se da falta de pormenores para saber onde haverá cortes na despesa ou aumentos de receita.

(Notícia atualizada às 11h50 com mais informação)

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