Fed aponta para subida dos juros de 50 ou 75 pontos base na reunião de julho

Membros do banco central dos Estados Unidos concordam que as taxas de juro podem precisar de continuar a subir por mais tempo.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) concordou no mês passado que as taxas de juro podem precisar de continuar a subir por mais tempo, de forma a evitar que a inflação se consolide, mesmo que isso provoque uma desaceleração na economia dos EUA. As minutas publicadas esta quarta-feira, referentes à reunião de junho, indicam que o banco central aponta para uma subida de 50 ou 75 pontos base nos juros em julho.

Os membros da Fed são a favor de um aumento de 50 ou 75 pontos base na taxa de juro na próxima reunião, que decorre nos dias 26 e 27 de julho, mostram os documentos. “Muitos participantes acreditaram que um risco significativo (…) era que a inflação elevada poderia se enraizar se o público começasse a questionar a determinação do Comité em ajustar a política monetária conforme fosse preciso”, lê-se.

Os membros da Fed também “reconheceram que o fortalecimento de políticas poderia desacelerar o ritmo de crescimento económico durante algum tempo, mas viram o retorno da inflação a 2% como fundamental para alcançar níveis mais altos de emprego de forma sustentada”.

A Fed aumentou as taxas de juro em 75 pontos base em junho, naquele que foi o maior aumento desde 1994. O presidente, Jerome Powell, avisou que poderia haver um novo aumento de 50 ou 75 pontos base na próxima reunião de julho. A presidente do Fed de Kansas, Esther George, foi a única dos 18 membros a discordar de aumentar os juros em 75 pontos base em junho, mostram as atas.

Com base nos dados divulgados nos dias anteriores à sessão, “os participantes concordaram (…) que as perspetivas de inflação de curto prazo se deterioraram desde o momento da reunião de maio“, referem as atas conhecias esta quarta-feira, justificando o aumento de 75 pontos base nos juros.

O índice de preços de gastos com consumo pessoal, indicador que a Fed usa para a sua meta de inflação, subiu 6,3% desde maio de 2021, ou seja, três vezes mais do que a meta de 2% definida pelo banco central, escreve a Bloomberg.

A política mais agressiva da Fed para conter a inflação, que está em máximos de 40 anos, abalou os mercados financeiros, já que os investidores temem que uma política monetária mais rígida leve a economia norte-americana a uma recessão. As hipóteses de uma recessão são agora de cerca de uma em três, de acordo com o Bloomberg Economics.

(Notícia atualizada às 19h40 com mais informação)

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