Presidente executivo do Credit Suisse demite-se
Thomas Gottstein abandona Credit Suisse após descrever resultados financeiros do segundo trimestre como “dececionantes”. Banco vai reduzir custos e justifica resultados com guerra na Ucrânia.
O presidente executivo do banco Credit Suisse, Thomas Gottstein, demitiu-se esta quarta-feira do cargo, sendo substituído por Ulrick Korner a partir de 1 de agosto, avançou o banco em comunicado.
A saída de Thomas Gottstein surge após o banco reportar perdas no valor de 1.866 milhões de francos suíços, ou 1.913 milhões de euros, no primeiro semestre, e prever ainda uma alteração ao seu plano estratégico de modo a refletir uma redução de custos a médio prazo para baixo dos 15.500 milhões de francos suíços (15.881 milhões euros). O banco quer poupar entre os 1.000 a 1.500 milhões de francos suíços, em custos estruturais anuais, até 2024.
“Os nossos resultados para o segundo trimestre de 2022 são dececionantes, especialmente no banco de investimento”, admitiu Thomas Gottstein, sendo que o Credit Suisse registou um lucro de 253 milhões de francos no segundo trimestre de 2021. O presidente executivo demissionário justificou estes resultados com a combinação entre a situação geopolítica após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o aperto monetário dos principais bancos centrais em resposta à inflação, e a aversão ao risco dos clientes.
Adicionalmente, a instituição atravessa momentos agitados com a saída do antecessor de Gottstein, Tidjane Thiam, que abandonou o Credit Suisse em 2020 após vários altos cargos serem alvo de investigações internas. Também António Horta-Osório, antigo presidente, abandonou a instituição após violar as regras de quarentena impostas pela pandemia de Covid-19, tal como o vice-presidente Severin Schwan, por pressões dos principais acionistas.
Por outro lado, o colapso das empresas de capitais Archegos e Greensill, em 2021, também está a afetar o Credit Suisse, sendo que no mês passado um tribunal suíço multou ainda o banco em mais de 2 milhões de dólares, por não impedir a lavagem de dinheiro associada a uma rede criminosa búlgara, há mais de 15 anos.
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