Mais de mil voos da Lufthansa cancelados devido à greve de pessoal de terra

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Lufthansa cancela mais de mil voos por causa de greve do pessoal de terra e operadores de reboque. Em causa estão 134.000 passageiros, sendo que Frankfurt e Munique são as cidades mais afetadas.

Mais de mil voos da Lufthansa foram cancelados esta quarta-feira por causa de uma greve de 24 horas do pessoal de terra da companhia aérea alemã, afetando dezenas de milhares de passageiros, segundo a agência de notícias dpa.

Cerca de 134.000 passageiros tiveram que mudar os seus planos de viagem ou cancelá-los completamente e pelo menos 47 ligações já tinham sido canceladas na terça-feira, informou a agência de notícias alemã.

Frankfurt e Munique estão a ser os aeroportos mais afetados pela greve, mas também houve voos cancelados em Duesseldorf, Hamburgo, Berlim, Bremen, Hannover, Estugarda e Colónia.

A companhia aérea aconselhou os passageiros que não se desloquem aos aeroportos afetados porque a maioria dos balcões não terá funcionários.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, o sindicato Verdi diz ter emitido um pré-aviso de greve para o período das 03:45 (01:45 GMT) de esta quarta-feira às 06:00 de quinta-feira (04:00 GMT), “para aumentar a pressão” sobre a administração da empresa, reclamando aumentos salariais de 9,5%.

A greve na Lufthansa abrange os trabalhadores de terra, nomeadamente da manutenção, mas também os operadores de veículos de reboque de aeronaves, essenciais ao bom funcionamento do aeroporto.

Segundo a dirigente sindical Christine Behle, “a situação nos aeroportos está a deteriorar-se e os funcionários estão cada vez mais pressionados e sobrecarregados devido à grande falta de pessoal, à inflação alta e à ausência de aumentos há três anos”.

Desde o levantamento das restrições sanitárias, no início do ano, as companhias aéreas e os aeroportos têm tido dificuldades em responder ao forte aumento da procura, após dois anos de tráfego reduzido durante os quais o setor perdeu muitos funcionários.

Atualmente faltam mais de 7.000 funcionários no setor da aviação alemão, de acordo com um estudo do instituto económico IW publicado no final de junho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Depósitos das famílias sobem para novo recorde de 180,4 mil milhões em junho

Pelo nono mês consecutivo, os novos depósitos de particulares voltaram a subir, totalizando os 180,4 mil milhões. É um novo recorde.

Os depósitos de particulares voltaram a crescer, pelo nono mês consecutivo, atingindo em junho um valor recorde de 180,4 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Com este balanço, trata-se de um aumento de aproximadamente dois mil milhões de euros em relação ao mês anterior, quando tinham atingido os 178,4 mil milhões de euros.

Depósitos atingem recorde

Fonte: Banco de Portugal

No que toca aos depósitos das empresas, estes totalizaram os 63,7 mil milhões de euros no final do mês passado, isto é, um aumento de cerca de 300 milhões de euros face a maio deste ano.

“Estes depósitos continuaram a crescer a taxas robustas e superiores às da área euro”, destaca a instituição liderada por Mário Centeno, acrescentando que, “em junho, os depósitos de particulares e empresas cresceram, respetivamente, 6,8% e 11,7% em relação a junho de 2021.

Quanto ao stock de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas, estes aumentaram 2,9%, face ao período homólogo, para 77,3 mil milhões de euros, pondo fim a um ciclo de quatro meses consecutivos a cair. O banco central justifica este aumento sobretudo, pelos “empréstimos concedidos às micro e médias empresas e pelos setores das indústrias transformadoras, comércio e atividades imobiliárias“.

Neste âmbito, o BdP detalha, que, em junho deste ano, os empréstimos concedidos às micro empresas cresceram 7,9%, face ao mesmo mês do ano passado, ao passo que no caso das pequenas empresas cresceram 0,1% e nas grandes empresas subiram 3,6%. Em contrapartida, no que toca às médias empresas recuaram 0,1%.

Quanto ao crédito concedido a particulares para habitação, cresceu 4,8% em relação a junho de 2021, para 99,2 mil milhões de euros. Já “o montante total dos empréstimos ao consumo foi de 20,3 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 5,5% por comparação com junho de 2021”, adianta ainda o BdP.

Neste contexto, a instituição liderada por Mário Centeno revela ainda que, em junho, “1,1% do stock total de empréstimos dos bancos aos particulares estava em incumprimento, o que corresponde a um novo mínimo histórico”. O regulador assinala, que, para esta diminuição, “contribuiu, maioritariamente, a redução do rácio de incumprimento dos empréstimos ao consumo e outros fins, de 4,3% em maio para 3,5% em junho, justificada, essencialmente, por empréstimos abatidos ao ativo dos bancos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas pede “ação reforçada e concertada” na UE para controlar surto de Monkeypox

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, defende que a União Europeia deve “continuar a trabalhar em conjunto para controlar o surto” de Monkeypox.

A Comissão Europeia pediu uma “ação reforçada, concertada e coordenada” na União Europeia (UE), o “epicentro dos casos detetados” de Monkeypox, para controlar o surto, agora classificado como emergência de saúde pública de preocupação internacional.

“À luz da declaração da OMS [Organização Mundial da Saúde] de uma emergência de saúde pública de preocupação internacional em relação à varíola macaco, […] escrevo a fim de apelar a uma ação reforçada, concertada e coordenada da UE para abordar uma situação global em desenvolvimento, em que a União Europeia é o epicentro dos casos detetados”, afirma a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, numa missiva enviada esta quarta-feira aos ministros europeus da tutela.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, a responsável vinca que “não há tempo para complacências”, pelo que a UE deve “continuar a trabalhar em conjunto para controlar o surto”. “As nossas prioridades claras neste ponto devem ser a intensificação da vigilância, identificação e notificação de casos, isolamento, rastreio de contactos e vacinação, bem como a prevenção da infeção e campanhas claras de comunicação dos riscos em todos os Estados-membros e países do Espaço Económico Europeu [EEE]”, salienta Stella Kyriakides.

A comissária europeia defende, assim, uma “vigilância sólida e atempada e a comunicação de dados a nível da UE”, um “rastreio eficaz do contacto e isolamento dos casos para ajudar a controlar o surto” e ainda uma “comunicação pública dos riscos”.

Stella Kyriakides adianta que a UE já comprou 160 mil doses da vacina Jynneos, estando agora a preparar dois procedimentos de aquisição conjunta para a compra de mais vacinas contra a varíola de macacos da Bavarian Nordic e do antiviral Tecovirimat.

Na semana passada, a OMS declarou o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta, quando estão notificados mais de 16 mil casos em 75 países. “Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Emergência que avaliou a evolução da doença no mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marco Dietrich é o novo diretor-geral da Bayer Portugal

O profissional sucede a Nathalie Cardinal von Widdern, que esteve três anos à frente da operação portuguesa.

Marco Dietrich é o novo diretor-geral e chefe da divisão de Pharma da Bayer Portugal. O profissional entrou para a Bayer em 2008 e, desde então, tem desenvolvido carreira na empresa, tendo transitado do cargo de head of business strategy EMEA para as atuais funções. Marco Dietrich sucede a Nathalie Cardinal von Widdern, que esteve três anos à frente da operação portuguesa.

“Uma das coisas de que mais gosto é de trabalhar com grandes pessoas e excelentes equipas com objetivos e visão fortes. Ao longo da minha carreira tive sempre essa sorte. Comecei na Suíça, onde tive oportunidade de ser o responsável pelo lançamento de um produto inovador, atualmente número 1 de vendas no mercado farmacêutico suíço. Já como business unit manager general medicine aprendi a construir equipas de elevado desempenho em vendas e marketing, o que me levou à sede em Berlim e, consequentemente, à liderança de equipas internacionais, primeiro como global head of marketing & sales excellence e depois como head of business strategy na região EMEA”, conta Marco Dietrich, em comunicado.

Relativamente aos desafios que vai enfrentar na sua jornada à frente da Bayer Portugal, Marco Dietrich espera contribuir “para que a Bayer, uma empresa que os portugueses conhecem bem e em quem confiam, reforce ainda mais o seu papel de parceiro do Serviço Nacional de Saúde, e da economia nacional com o investimento no ecossistema de inovação nacional e na atração de novos talentos”.

O novo diretor-geral é licenciado em Business Administration and Economics pela Universidade de Berna, onde concluiu também o seu MBA. Antes de ingressar na Bayer, passou por empresas como a Pfizer e Input.

Nascido na Suíça, Marco Dietrich instalou-se em Portugal em dezembro e diz sentir-se já completamente integrado no país. “Em Portugal conto com uma equipa fantástica, que coloca todos os dias o cliente no centro de tudo, ao mesmo tempo que se transforma numa organização verdadeiramente ágil. Sinto que a natureza aqui em Portugal é verdadeiramente poderosa, e poder desfrutar dela, juntamente com a minha família, tem sido revigorante”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estudo europeu liderado por Coimbra propõe estratégia agroambiental para melhorar produção agrícola

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Estudo europeu liderado por Coimbra propõe estratégia agroambiental para proteger polinizadores e, por consequência, melhorar produção agrícola. E valoriza a conservação de habitats naturais.

Um estudo europeu, liderado por duas investigadoras da Universidade de Coimbra (UC), propôs uma estratégia agroambiental para a proteção dos polinizadores e melhoria da produção agrícola, revelou esta terça-feira aquela instituição de ensino superior.

“Em regiões com vegetação natural e seminatural, a implementação de bordaduras florais é uma estratégia de sucesso para promover os polinizadores e a produtividade do girassol”, concluiu o estudo liderado pelas cientistas Lucie Mota e Sílvia Castro, que foi publicado na revista Journal of Applied Ecology, especializada em Biologia da Conservação.

Numa nota enviada à agência Lusa, a UC informou que se trata de um estudo que contribui para mitigar os efeitos da intensificação das paisagens agrícolas, de modo a satisfazer a crescente procura por alimentos, na biodiversidade e nos serviços dos ecossistemas, especialmente os vários grupos de polinizadores, vitais para a manutenção das culturas dependentes de polinização.

“As bordaduras florais são pequenas zonas, junto a campos agrícolas, que têm recursos florísticos, por exemplo, plantas com flor, com o objetivo de, entre outros, fornecer alimento – pólen e néctar – aos insetos polinizadores, especialmente quando a cultura agrícola não está em flor e os recursos alimentares são escassos”, explicou Lucie Mota, primeira autora do artigo científico e investigadora do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Neste estudo, que visou avaliar o efeito da implementação de bordaduras florais junto de campos de girassóis em duas regiões de agricultura intensiva e quantificar o seu impacto nas taxas de visita e na produtividade do girassol, as bordaduras florais foram obtidas “pelo semeio de uma mistura de sementes de espécies de plantas selecionadas”.

“Assim, os insetos polinizadores alimentam-se do pólen e néctar destas flores, que florescem antes do girassol, transitando depois para a cultura agrícola quando esta se encontrar em floração”, esclareceu Sílvia Castro, coautora do estudo e também investigadora da FCTUC.

O trabalho foi realizado ao longo de dois anos, em duas regiões de Espanha (Burgos e Cuenca), em campos de girassol com vegetação seminatural associada, com bordaduras florais implementadas e sem vegetação.

Neste período, a equipa da Universidade de Coimbra, em colaboração com a Universidade Autónoma de Madrid e a Universidade de Burgos, registou as taxas de visita de polinizadores, através de observações diretas, e quantificou, quer a produção, quer o peso das sementes, em 52 campos por ano.

As conclusões do estudo evidenciam que a implementação de bordaduras florais ou a manutenção de habitats seminaturais próximos de campos de girassol “mostraram efeitos dependentes do contexto paisagístico nas taxas de visita e na produtividade da cultura”.

“Em agroecossistemas fortemente simplificados, estas intervenções podem não ser suficientes ou necessitam de mais tempo para produzirem efeitos significativos. Mas, em regiões onde existe vegetação natural e seminatural, a implementação de bordaduras florais foi uma estratégia de sucesso para promover os polinizadores e a produtividade do girassol”, destacaram.

De acordo com as investigadoras, este estudo chama a atenção para a importância da conservação de zonas verdes, naturais ou seminaturais, numa paisagem agrícola.

“Estas infraestruturas verdes constituem habitats para os insetos polinizadores, que são fundamentais à produção de alimentos. Neste caso específico, a cultura do girassol permite, principalmente, a obtenção de óleos, mas isso só é possível através de uma polinização eficiente”, sustentaram.

No entender das cientistas, a conservação de habitats naturais permite a manutenção das comunidades de insetos polinizadores na zona agrícola e, assim, uma maior e melhor produção agrícola.

“Em zonas cujos recursos florísticos disponíveis não sejam suficientes, a implementação de bordaduras florais parece ser uma boa estratégia agroambiental, combinada com a vegetação natural já existente”, afirmam. Contudo, adiantam, “em zonas agrícolas em que exista pouca ou nenhuma vegetação natural, esta estratégia, por si só, parece não ser suficiente. Daí a importância da preservação de algumas infraestruturas verdes naturais, próximo dos campos agrícolas”.

Este trabalho faz parte de um projeto mais vasto intitulado Poll-Ole-GI SUDOE, que é financiado pelo Programa Europeu Interreg-Sudoe e pelo Programa de Apoio da União Europeia para a Investigação e a Inovação Horizonte 2020 (Ecostack).

Além da UC, participam no projeto a Universidade de Burgos, instituição líder do projeto, a Universidade Autónoma de Madrid (Espanha), o Institut Nationale de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environment e o Centre National de la Recherche Scientifique (França).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice Portugal capta clientes e controla custos. Receitas crescem 14%

Primeiros resultados de Ana Figueiredo mostram crescimento nas receitas, adição de clientes e manutenção do controlo de custos. Investimento encolheu no semestre.

A Altice Portugal continuou a aumentar as receitas e a controlar as despesas no segundo trimestre de 2022, o primeiro período já com Ana Figueiredo aos comandos do grupo. Uma estratégia que contribuiu para a melhoria dos resultados da dona da Meo nos primeiros seis meses deste ano.

As receitas da operadora cresceram 14% no semestre, face ao período homólogo, para 1.254,2 milhões de euros, enquanto o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou 8,9%, para 454,3 milhões. Segundo revelou ainda a empresa esta quarta-feira, a base de clientes aumentou, incluindo nos serviços fixos e no negócio móvel.

Analisando apenas o segundo trimestre, as receitas cresceram 16,5% e atingiram 641,8 milhões, ao passo que o EBITDA avançou 9,1%, para 232,3 milhões. “Este nível de crescimento do EBITDA assenta na expansão progressiva da base de subscritores e no incremento do valor médio aportado, impulsionando a receita, mas também da disciplina de controlo de custos operacionais”, justifica a Altice Portugal, em comunicado.

Foi a 2 de abril, um dia depois do início do trimestre, que Ana Figueiredo assumiu o cargo de presidente executiva da Altice Portugal. Substituiu Alexandre Fonseca, que passou a desempenhar funções executivas no grupo numa escala internacional. Ana Figueiredo era, até então, CEO da Altice na República Dominicana. São, por isso, os primeiros resultados apresentados pela gestora ao acionista.

Do ponto de vista das receitas, a Altice Portugal destaca, no mesmo comunicado, que “o crescimento dos negócios fixo e móvel, da base de clientes e do portefólio de serviços da empresa, aliado à concretização de um planeamento eficaz e às iniciativas operacionais encetadas, foi determinante para a evolução das receitas neste trimestre”. O crescimento trimestral de 16,5% nesta rubrica é um “impulso decisivo na trajetória deste indicador”, assegura.

Consumo com energia

Num trimestre, o segundo do ano, marcado pelos efeitos da guerra na Europa, as receitas da Altice Portugal no segmento do consumo “demonstraram um desempenho resiliente, fixando-se em 320,2 milhões de euros”, mais 5,4% face aos mesmos três meses de 2021. A empresa começa a ver resultados do lançamento de serviços de comercialização de energia, uma estratégia adotada em 2020.

O grupo confirma que o trimestre foi “potenciado também pelo crescimento da base de clientes únicos, que expandiu 1,1% nos últimos 12 meses, do incremento do ARPU [receita média por cliente] e do crescimento da base de clientes de energia e da receita associada, que representa atualmente cerca de 3% do total da receita do segmento consumo”. Essa receita com energia “duplicou” em termos homólogos.

“Neste trimestre de 2022, a Altice Portugal registou 42,8 mil adições líquidas nos serviços fixos e os clientes únicos do segmento consumo cresceram 18,2 mil durante os últimos 12 meses. O negócio móvel conseguiu 217,2 mil adições líquidas, das quais 68,3 mil em clientes pós-pagos neste trimestre. A alavanca fundamental foi a persistência do ritmo de adições, em combinação com a manutenção do churn [taxa de cancelamento] em níveis recorde”, explica a empresa.

Dito isto, na nota de imprensa, a Altice Portugal escreve que “o crescimento das receitas foi alcançado através de uma gestão muito dinâmica do ambiente de mercado, de forma a manter elevados padrões de serviço e atratividade comercial”. A operadora promete continuar a diversificar e a inovar na “oferta comercial” e a apostar “na categoria de experiência de utilização completa”. Neste trimestre, por exemplo, lançou um conjunto de pacotes de serviços a que chamou de Meo Care.

Quanto ao segmento dos serviços empresariais, as receitas da Altice Portugal nesta área cresceram 30,2%, para 321,6 milhões de euros, beneficiando do efeito da aquisição da Unisono em Espanha. Excluindo a compra, as receitas empresariais teriam crescido, ainda assim, 12,7%, atingindo 278,5 milhões.

Investimento recua no semestre

À semelhança dos concorrentes, a Altice Portugal também continua a desenvolver a rede 5G, que lançou no início deste ano, depois de adquirir licenças no leilão promovido pela Anacom. Mas, na primeira metade de 2022, o investimento foi menor do que no primeiro semestre de 2021, mesmo num contexto de escalada da inflação.

Entre janeiro e junho, a Altice Portugal investiu 225,2 milhões de euros, menos 1,4% do que os 228,4 milhões que terá investido no primeiro semestre de 2021, calculou o ECO com base nos números reportados pela empresa em ambos os períodos. Todavia, observando apenas o segundo trimestre, o investimento da Altice Portugal cresceu 4,5%, para 122,3 milhões.

Este investimento, explica a empresa, promoveu “o reforço na rede móvel, que registou uma penetração de 4G de 99,8 no trimestre”, enquanto a rede de fibra ótica no país passou a chegar a mais 59 mil casas, num total de 6,13 milhões (5,4 milhões através da rede da Fastfiber). “Em simultâneo, a Altice Portugal manteve a aposta na tecnologia 5G, que é progressivamente mais visível e utilizável”, acrescenta no comunicado.

Por fim, no segundo trimestre, a Altice Portugal abriu quatro novas Lojas Meo em “diferentes pontos do país”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gazprom cortou 20% do abastecimento de gás à Alemanha

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

As explicações de Moscovo sobre a redução de 20% (capacidade de envio) "não são realistas", disse o responsável pela Bundesnetzagentur, Klaus Muller, em declarações à rádio.

A empresa de gás russa Gazprom reduziu esta quarta-feira “por motivos técnicos” o abastecimento à Alemanha correspondente à quinta parte da capacidade do gasoduto Nord Stream, indicam os dados publicados no portal oficial da companhia.

A redução do fluxo de combustível russo começou às 9h00 em Moscovo (6h00 em Lisboa) e segundo as informações que constam do portal o volume diário de abastecimento à Alemanha, pelo Nord Stream, vai ser de 33 milhões de metros cúbicos.

De acordo com a agência federal de redes alemã (Bundesbetzagentur), o corte que se verifica a partir de hoje é uma “estratégia de guerra” por parte de Moscovo e rejeitou a justificação técnica referida pela Gazprom.

As explicações de Moscovo sobre a redução de 20% (capacidade de envio) “não são realistas”, disse o responsável pela Bundesnetzagentur, Klaus Muller, em declarações à rádio Deustchlandfunk.

A autoridade alemã confirmou esta quarta-feira de manhã que se verifica a redução esperada e que corresponde “a metade” do que estava a ser abastecido nos últimos meses. Em concreto, estão a fluir desde as 6h00 (hora de Lisboa), 1,28 metros cúbicos de gás por hora, tal como tinha anunciado a Gazprom que justifica a redução com trabalhos de manutenção assim como falhas numa turbina.

O corte ocorre depois de o serviço ter sido retomado na semana passada, após 10 dias de interrupção total devido, segundo Moscovo, a serviços de manutenção. O chanceler alemão, Olaf Scholz e o ministro da Economia, Robert Habeck, disseram que “não há obstáculos” de ordem técnica para que se verifica o fluxo regular de gás russo através do Nord Stream.

Habeck tem acusado Moscovo de utilizar o abastecimento de gás como “arma de guerra”. No passado mês de fevereiro, quando começou a nova campanha militar da Rússia contra a Ucrânia, o abastecimento russo correspondia a 55% do total das importações de gás que a Alemanha recebia, um valor que no final de junho baixou para 26%.

Habeck mantém o objetivo de conseguir até ao dia 1 de novembro o armazenamento de 95% dos depósitos para garantir segurança energética durante o próximo inverno. Atualmente, os depósitos alemães encontram-se com 64,4% da capacidade, de acordo com o governo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Águas do Norte investe 5,7 milhões para reforçar abastecimento em Arcossó e Vila Chã

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Águas do Norte vai investir 5,7 milhões de euros para reforçar abastecimento de água às comunidades de Arcossó e Vila Chã, no distrito de Vila Real.

A Águas do Norte vai aplicar cerca de 5,7 milhões de euros para reforçar o abastecimento de água às populações através dos sistemas de Arcossó e Vila Chã, no distrito de Vila Real, foi esta terça-feira anunciado.

O Governo revelou, na semana passada, novas medidas de combate à seca que contemplam, para o distrito de Vila Real, uma obra de ligação ao sistema do Alto Rabagão ao sistema do Arcossó e o prolongamento do Pinhão ao sistema adutor de Vila Chã.

Contactada pela agência Lusa, a Águas do Norte, concessionária do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal, precisou que o investimento envolvido nestas duas obras ronda os 5,7 milhões de euros.

De acordo com a empresa, a ligação entre os sistemas de abastecimento de água do Alto Rabagão e de Arcossó, no município de Chaves, “tem como objetivo o incremento da resiliência global do sistema, permitindo, no limite, o abastecimento integral do sistema de Arcossó através de uma origem de elevado volume de armazenamento (albufeira do Alto Rabagão)”.

A obra já está em curso e consiste na execução de uma conduta adutora gravítica, de interligação entre os sistemas de abastecimento de água do Alto Rabagão e de Arcossó, numa extensão aproximada de 6,3 quilómetros, com início na zona de Vila Verde da Raia e fim na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Arcossó, em Chaves, com um custo de 1,55 milhões de euros.

Depois, acrescentou, será feita a ligação entre os sistemas de abastecimento de água do Pinhão (rio) e de Vila Chã, nos municípios de Vila Real, Sabrosa e Alijó, uma empreitada que tem um preço base de 4,2 milhões de euros.

A obra inclui a instalação de uma conduta adutora numa extensão aproximada de 15 quilómetros, com início na ETA do Pinhão (Vila Real) e fim na zona do Pópulo (Alijó), e permitirá o abastecimento parcial da população servida pelo sistema de Vila Chã através do sistema do Pinhão.

De acordo com a empresa, a albufeira do Pinhão possui uma origem com maior volume de armazenamento comparativamente com a albufeira da barragem de Vila Chã, em Alijó.

A Águas do Norte anunciou ainda que, no âmbito do aumento na capacidade de fornecimento de água em “alta aos municípios de Alijó e de Murça, tem em curso diversos trabalhos de reabilitação do sistema do Crueiro, no concelho de Murça, no valor total de cerca de 700 mil euros.

De acordo com a empresa, a empreitada que permitiu a ligação entre os sistemas de abastecimento água de Sambade e da Camba, no município de Alfândega da Fé, distrito de Bragança, foi executada em 2010 no âmbito deste sistema multimunicipal.

“Esta ligação permite que alguns lugares dos concelhos de Alfândega da Fé, de Macedo de Cavaleiros e de Mogadouro, anteriormente abastecidos exclusivamente pelo sistema de Camba, passassem a ser também abastecidos pelo sistema de Sambade, mantendo-se o sistema da Camba como sistema redundante”, explicou.

No entanto, tendo “em consideração não só o atual contexto de seca extrema que o país atravessa, e particularmente esta região, como também a situação crítica de armazenamento na albufeira de Sambade, a Águas do Norte “reativou o sistema de abastecimento de água de Camba, sendo os lugares em causa novamente abastecidos a partir deste sistema”.

Desta forma, precisou, “procede-se à redução do volume de água captada na albufeira de Sambade, garantido assim uma maior disponibilidade hídrica nesta origem”.

A empresa referiu também que, de modo a melhorar a operacionalização e a gestão de algumas das 16 barragens que se encontram integradas no sistema multimunicipal, no ano de 2020 procedeu à reabilitação das barragens de Camba, no município de Alfândega da Fé, e de Arroio, Palameiro, Salgueiral e Vale Ferreiros, todas localizadas no município de Torre de Moncorvo.

Por outro lado, disse que estão adjudicadas e em curso as reabilitações das barragens da Queimadela, no município de Fafe, e do Sôrdo, em Vila Real, que incluem a reativação dos sistemas de observação e monitorização de segurança, a operacionalidade dos sistemas de controlo e a implementação de sistemas de descarga de caudais ecológicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundo Antler abre em Lisboa e Madrid para fazer mais de 30 investimentos até 2023

Sérgio Massano (sócio e diretor de expansão da Antler) e Ricardo Batista (diretor, ex-Glovo e Lola Market) são os primeiros membros da equipa ibérica deste fundo de capital de risco norueguês.

O fundo de capital de risco norueguês Antler inicia a sua atividade na Península Ibérica, com a abertura de escritórios em Lisboa e Madrid. Quer, até 2023, realizar mais de 30 investimentos ibéricos. Os portugueses Sérgio Massano (sócio e diretor de expansão da Antler) e Ricardo Batista (diretor, ex-Glovo e Lola Market) são os primeiros membros da equipa ibérica.

“O modelo da Antler é distinto porque somos uma venture capital muito prática, que está envolvida com os fundadores desde o início e queremos aplicar isso à realidade ibérica, tirando partido da qualidade do talento e de inovação que cresceu exponencialmente nos últimos anos em Portugal e Espanha. Queremos, agora, ajudar a converter esse conhecimento em produtos e empresas com um impacto transformador na economia e sociedade”, diz Sérgio Massano, citado em comunicado.

A entrada simultânea da Antler em Portugal e Espanha visa criar uma “infraestrutura comum de apoio a empreendedores”, maximizando “o potencial destes dois hubs tecnológicos, que têm tido dos crescimentos mais rápidos na Europa e começam a ter um impacto transformacional nas economias locais”. No ano passado, as startups com ADN português angariarem 1.400 milhões de euros de investimento, enquanto Espanha, que conta com onze unicórnios, angariou 4.300 milhões de euros em 2021, destaca o fundo.

“O investimento em startups em Portugal e Espanha representa apenas 27% e 67%, respetivamente, da média do investimento de capital de risco na UE em percentagem do PIB, o que significa que ainda há muito a fazer para atrair mais investimento para potenciar o talento que existe nos dois países”, destaca o diretor de expansão da Antler.

O investimento em startups em Portugal e Espanha representa apenas 27% e 67%, respetivamente, da média do investimento de capital de risco na EU em percentagem do PIB, o que significa que ainda há muito a fazer para atrair mais investimento para potenciar o talento que existe nos dois países.

Sérgio Massano

Sócio e diretor de expansão da Antler

 

“É esta oportunidade que a Antler pretende aproveitar”, acrescenta Ricardo Batista. O profissional, até recentemente ligado à Glovo, destaca o facto de o modelo da Antler ter permitido apoiar mais de 3.500 empreendedores em 21 centros empresariais em todo o mundo, dos quais apenas oito eram portugueses e 27 espanhóis. Dos projetos apoiados, 34% têm uma mulher como cofundadora e em cerca de metade o cargo de CEO é ocupado por uma mulher.

Gestora global de fundos de venture capital, a Antler apoia a criação, desenvolvimento e crescimento de startups e investe em empreendedores desde a fase de formação de equipa ou, em alguns casos, na etapa de formação da ideia.

Criada em 2017 pelo norueguês Magnus Grimeland, atual CEO, a venture capital conta com uma base alargada de investidores, desde os fundos soberanos dinamarquês e norueguês até ao cofundador do Facebook, Eduardo Saverin.

Hoje está presente em seis continentes, com investimentos em mais de 500 empresas, operando em mais de 30 setores — incluindo inteligência artificial, robótica, drones, fintech, proptech e healthtech –, com fundadores de 70 nacionalidades.

Até 2030, a Antler pretende investir em mais de 6.400 empresas, promover a criação de mais de 210 mil postos de trabalho, contribuindo com 34 mil milhões de euros para o PIB mundial e apoiando mais de um milhão de empreendedores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro do Deutsche Bank aumenta 32% no primeiro semestre. É o melhor resultado desde 2011

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Receitas líquidas aumentam 4% entre janeiro e junho, e provisões para crédito malparado sobem 264,5%, para 525 milhões de euros. Resultado é o mais elevado desde primiero semestre de 2011.

O Deutsche Bank obteve um lucro líquido atribuído de 2.106 milhões de euros até junho, mais 32% face aos 1.600 milhões de euros homólogos, refletindo o aumento das receitas e redução de custos, apesar do aumento das provisões.

O Deutsche Bank informou esta quarta-feira que as receitas líquidas aumentaram 4% entre janeiro e junho, para 13.977 milhões de euros.

Naquele período, o maior banco comercial privado na Alemanha aumentou as provisões para crédito malparado para 525 milhões de euros (+264,5%), devido às previsões de quebra do crescimento económico.

Apesar das provisões constituídas, o Deutsche Bank alcançou no primeiro semestre o resultado após impostos mais elevado desde 2011, de 2.400 milhões de euros.

“Com o maior lucro semestral desde 2011, voltámos a mostrar que conseguimos crescer e aumentar o lucro num ambiente desafiante”, disse o presidente executivo (CEO) do Deutsche Bank, Christian Sewing, durante a apresentação dos resultados, afirmando-se muito satisfeito com o progresso na banca corporativa e na banca comercial.

Numa carta dirigida aos trabalhadores do banco, Sewing expressou, contudo, preocupação com “o fornecimento de energia, em particular a escassez de gás, o aumento da inflação e a ameaça de recessão em muitas regiões”.

No final de junho, o Deutsche Bank tinha um rácio de capital sobre os ativos ponderados pelo risco CET1 de 13% no final de junho (que compara com 12,8% no primeiro trimestre e 13,2% há um ano).

Já o rácio de eficiência melhorou no segundo trimestre para 73% (78% em junho de 2021).

O Deutsche Bank confirmou ainda as previsões de receitas para este ano de 26.000 a 27.000 milhões de euros, apesar da deterioração do ambiente macroeconómico no segundo trimestre, antecipando um segundo semestre mais desafiante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal tem a terceira maior queda da taxa de poupança na UE

Eurostat revela ainda que, no primeiro trimestre de 2022, o consumo real per capita das famílias baixou 0,6% na Zona Euro e que o rendimento real dos agregados familiares recuou 0,5%.

A taxa de poupança na Zona Euro aumentou 1,8% na Zona Euro e 1,7% na União Europeia (UE) no primeiro trimestre de 2022, o que representa uma subida de 0,1 e 0,2 pontos percentuais, face ao trimestre anterior. Os dados divulgados esta quarta-feira indicam ainda que Portugal teve a terceira maior queda na taxa de poupança entre os Estados-membros.

“No primeiro trimestre de 2022, a taxa de poupança aumentou 0,1 pontos percentuais (p.p.) na Zona Euro e 0,2 p.p. na UE, em comparação com o trimestre anterior”, sinaliza o gabinete de estatísticas europeu. No quarto trimestre de 2021 estava em 14,9% na Zona Euro e em 14,4% na UE.

Num contexto de guerra na Ucrânia e de subida da taxa de inflação, o Eurostat refere ainda que a taxa de poupança das famílias aumentou em sete dos 14 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, sendo que até março os maiores aumentos foram observados na Dinamarca (+5,1 p.p), Bélgica (+2,9 p.p) e Finlândia (+1,2 p.p).

Por outro lado, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de poupança recuou em sete Estados-membros, sendo que as maiores quedas foram registadas na Áustria (-5,2 p.p), em Espanha (-2.1 p.p) e em Portugal (-1,4 p.p).

Taxa de investimento das famílias aumenta na Zona Euro e UE

Ao mesmo tempo, o Eurostat salienta ainda, que, no primeiro trimestre de 2022, a taxa de investimento das famílias aumentou 0,5 pontos percentuais na Zona Euro, bem como na UE, fixando-se em 10,2% e 9,8%, respetivamente.

Neste âmbito, a taxa de investimento das famílias “aumentou em oito Estados membros manteve-se estável em três e diminuiu noutros três“, adianta o gabinete de Estatísticas. A Alemanha e a Dinamarca registaram as maiores subidas nas taxas de investimento das famílias até março, impulsionadas pelo elevado “crescimento da formação bruta de capital fixo das famílias”. Em contrapartida, Polónia, Hungria e Bélgica registaram quedas devido ao facto de o “de a formação de capital fixo ter crescido a um ritmo inferior ao do rendimento disponível bruto das famílias”.

Consumo e rendimento das famílias cai na Zona Euro no primeiro trimestre

O consumo real per capita das famílias caiu 0,6% no primeiro trimestre deste ano na Zona Euro, após um decréscimo de 0,9% no trimestre anterior, revela o Eurostat. Já na UE, o consumo real per capita das famílias recuou 0,8% entre janeiro e março deste ano, após um decréscimo da mesma magnitude no trimestre anterior.

Quanto ao rendimento real dos agregados familiares recuou 0,5% na Zona Euro, depois de uma queda de 0,7% no quarto trimestre de 2021.

No que toca ao disponível bruto das famílias (ajustado sazonalmente), aumentou 1,8% na Zona Euro e 1,7% na UE entre janeiro e março deste ano, com o Eurostat a justificar este aumento com a “grande contribuição positiva da remuneração dos empregados”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Avaliação bancária das casas regista maior subida de sempre e atinge novo recorde em junho

Valor das casas atribuído pelos bancos nos pedidos de crédito para compra de habitação registou maior salto de sempre em junho, atingindo um recorde de 1.407 euros.

O valor das casas calculado pelos bancos na hora de conceder empréstimos para a aquisição de habitação registou em junho o maior salto de sempre: disparou 27 euros no mês passado para 1.407 euros por metro quadro, naquele que também é o registo mais elevado desde janeiro de 2011, quando começa a série do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O valor médio da avaliação bancária tem como base inquéritos aos bancos no âmbito da concessão de crédito à habitação às famílias.

Desde agosto do ano passado que a avaliação bancária das casas se mantém em forte alta, ou seja, está a subir há quase um ano, o que demonstra a confiança das instituições financeiras nos empréstimos para a compra de habitação, isto apesar do novo contexto de turbulência de alta inflação, guerra na Ucrânia, aperto dos juros do Banco Central Europeu (BCE) e ameaça de uma recessão.

Com estes valores, uma casa com 100 metros quadrados estará avaliada pelos bancos em 140.700 euros em termos médios nacionais (e por referência), havendo diferenças de valores de região para região.

O valor atribuído pelos bancos tem acompanhado a trajetória de valorização das casas nas transações nos últimos anos — geralmente, a avaliação dos bancos é feita acima do preço a que as habitações são efetivamente vendidas — e também o aumento dos financiamentos para a aquisição de casa — havendo mais procura, os preços tendem a subir.

A subida dos custos das matérias-primas, nomeadamente para construção e obras nas casas, também poderá ajudar a explicar a evolução da avaliação dos bancos.

Avaliação das casas continua a subir

Fonte: INE

Com a única exceção a ser a Região Autónoma dos Açores (-7 euros), todas as outras regiões registaram subidas mensais, com os maiores avanços a serem observados no Algarve (+55 euros para 1.895 euros por metro quadrado) e Lisboa (+41 euros para 1.870 euros).

A região Norte teve um aumento de 25 euros e a Madeira de 24 euros, passando para avaliações de 1.200 e 1.360 euros por metro quadrado, respetivamente. No Alentejo e Centro, as subidas foram de 14 e sete euros.

Por tipologia de habitação, a avaliação média bancária das moradias no país subiu 16 euros para 1.122 euros por metro quadrado, e os apartamentos dispararam 34 euros para 1.563 euros por metro quadrado.

(Notícia atualizada às 11h46)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.