Associações acusam celuloses de ilegalidade em reflorestação em Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 4 Agosto 2022

Ambientalistas da Quercus e Acréscimo acusaram a Celpa, onde estão integradas empresas como a Navigator e a Altri, de plantar eucaliptos em 4,6 hectares que estariam destinados a medronheiros.

As associações ambientalistas Quercus e Acréscimo denunciaram esta quinta-feira uma alegada ilegalidade num projeto de reflorestação em Pedrógão Grande promovido pela Celpa (Associação da Indústria Papeleira), onde terão sido plantados eucaliptos em área destinada a medronheiros.

O caso foi avançado pelo semanário Jornal de Leiria, com as duas associações a acusarem a Celpa, onde estão integradas empresas como a Navigator e a Altri, de plantar eucaliptos em 4,6 hectares que estariam destinados a medronheiros, num projeto de rearborização intitulado “ReNascer Pedrógão”.

Esta quinta-feira, a Celpa afirmou, em comunicado, que não é “formalmente responsável pela manutenção das áreas em causa”, mas que solicitou ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) que “desenvolva os procedimentos que considere necessários” para que a área abrangida seja “novamente espelho da legalidade que se impõe”.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Quercus e a Acréscimo afirmaram que se depararam, após visita no início de julho ao terreno, com uma parcela aprovada pelo ICNF em setembro de 2020 para a instalação de medronheiro, mas que estava ocupada por eucaliptal. Para as duas associações, trata-se de uma “situação de evidente ilegalidade, reflexo de um projeto que foi adulterado na sua execução”.

“Neste e em núcleos adjacentes, a Quercus e a Acréscimo constataram que, na anunciada intervenção na construção e beneficiação de caminhos e aceiros, tendo em vista uma ‘maior resiliência aos incêndios’, os eucaliptos só não se visualizam nas faixas de rodagem. Foram plantados até aos limites de caminhos e aceiros”, salientam. Na nota de imprensa, apontam ainda para os fortes impactos decorrentes da mobilização dos solos para a construção de terraços na margem direita do rio Zêzere produz “um significativo acréscimo do risco de erosão”.

“Esta injustificável mobilização do solo ocorreu em plena Reserva Ecológica Nacional e no enquadramento do Plano de Ordenamento das Albufeiras de Cabril, Bouçã e Santa Luzia”, criticam. O projeto foi feito em parceria com a Câmara Municipal de Pedrógão Grande, a Associação dos Produtores e Proprietários Florestais (APFlor) e a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG).

A Celpa encarou com “surpresa e indignação” a informação de “que podem existir no terreno pontuais incumprimentos decorrentes da instalação do programa”, defendendo que, “se alguma característica do projeto foi alterada após a sua plantação”, essa deve ser “de imediato reposta”.

Na nota de imprensa, a Celpa, que designa o programa de “Replantar Pedrógão” (no passado apelidou-o de “ReNascer Pedrógão”), salienta que a iniciativa nasceu da “necessidade de devolver a vida à floresta e a esperança à população de Pedrógão Grande”, após os grandes incêndios de 2017. De acordo com a Celpa, já foram rearborizados cerca de 130 hectares de floresta, com a utilização de espécies como o pinheiro-bravo, o eucalipto, o medronheiro ou o carvalho, e construídos 54 quilómetros de caminhos e aceiros.

“Determinada em contribuir para uma melhor floresta, a Celpa também vai, a partir de dia 8 de agosto, iniciar um processo interno de identificação minuciosa de toda a área já intervencionada e eventualmente caracterizar as situações que forem encontradas e que não cumpram os requisitos legais que fizemos questão de cumprir desde a primeira hora”, realçou. A agência Lusa tentou obter esclarecimentos junto do ICNF, mas sem sucesso até ao momento.

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Food Delivery Brands atinge 323,5 milhões no 2º trimestre do ano

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2022

Food Delivery Brands, um grupo internacional de entrega de pizzas, superou as receitas que tinha antes da pandemia no 2º trimestre de 2022. A empresa chegou aos 323,5 milhões nos últimos 3 meses.

O grupo Food Delivery Brands, uma empresa de restauração líder em entrega de pizzas em 33 países, apresentou os seus resultados financeiros para o segundo trimestre de 2022, que mostram que o grupo atingiu os 323,5 milhões de euros em vendas nesse período (mais 20,4% do que no mesmo período de 2021), noticia a Servimedia.

Estes resultados confirmam a evolução positiva do negócio, uma vez que excederam em 5,4% os resultados de vendas em cadeia alcançados no mesmo período de 2019, antes da pandemia. Aliás, nos primeiros seis meses do ano, as vendas do grupo chegaram aos 620 milhões de euros, um aumento de 18,7% em relação ao ano anterior (+14,4% a taxas de câmbio constantes).

O Ebitda ajustado no primeiro semestre atingiu 16 milhões de euros, valor que acaba por estar alinhado com os 16,2 milhões de euros que o grupo alcançou no mesmo período de 2021, apesar do ambiente marcado pela incerteza e a inflação nos mercados em que a empresa opera.

A liquidez do grupo no final de junho de 2022 ascendia a 36,4 milhões de euros, antes do pagamento de juros para a primeira metade de 2022. Ao nível dos mercados, em Espanha e Portugal, onde a empresa relançou a marca Telepizza, as vendas no primeiro semestre do ano foram 10,9% superiores às do mesmo período do ano anterior.

Na América Latina, as vendas em cadeia no H1 2022 aumentaram 28,8% em comparação com o mesmo período em 2021 (+19,5% a uma taxa de câmbio constante). Embora os efeitos da inflação e da guerra na Ucrânia tenham sido menos relevantes do que na Europa, registaram-se alguns protestos específicos, como no caso do Equador, que tiveram um impacto temporário e ligeiro nas vendas na região.

No México, o grupo está a desenvolver uma estratégia de crescimento para consolidar a marca Pizza Hut no país. Esta estratégia resultou na abertura, em junho, de uma nova fábrica de massa em Querétaro, com um investimento de mais de 7,5 milhões de dólares, que irá fornecer os estabelecimentos da Pizza Hut no México, bem como a exportação para franchisados na América Central e nas Caraíbas.

Desenvolvimento de negócios

No total, o grupo encerrou o segundo semestre de 2022 com 91 aberturas em comparação com o mesmo período do ano anterior e tem agora 2350 lojas em funcionamento em todo o mundo.

Ainda assim, a Food Delivery Brand continua a investir para reforçar a capacidade operacional e industrial do grupo a nível mundial no segundo trimestre de 2022. A nova fábrica no México, em funcionamento desde junho, junta-se às quatro fábricas em Espanha, Colômbia, Chile e Equador.

Os resultados da empresa continuaram a ter um bom desempenho no segundo trimestre e são apoiados pelo bom desempenho da Telepizza no mercado ibérico, o crescimento da marca Apache Pizza na Irlanda e a consolidação da operação Pizza Hut na América Latina.

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Europa a menos de 10% de atingir níveis de armazenamento de gás necessários para o inverno

Dados da Gas Infrastructure Europe revelam que a 2 de julho o bloco europeu registava níveis de armazenamento de gás na ordem dos 70,54%. Meta para 1 de novembro é de 80%.

Os países europeus estão em vias de atingir os níveis de armazenamento de gás necessários para o inverno. De acordo com os dados da Gas Infrastructure Europe (GIE), divulgados esta quinta-feira, e citados pela Reuters, os níveis de armazenamento de gás na Europa situaram-se nos 70,54% na passada terça-feira, 2 de agosto, superando a média de cinco anos de 70,32%. Os níveis também não ficaram longe da média de 10 anos, que ronda os 71,40%. Feitas as contas, estes valores aproximam-se da meta de armazenamento de gás de 80% até ao próximo dia 1 de novembro.

Os dados sugerem que o bloco europeu terá conseguido resistir às pressões da Rússia, numa altura em que o principal gasoduto que envia gás natural para o continente através da Alemanha, o Nord Stream 1, envia fluxos reduzidos de gás tendo obrigado à Comissão Europeia a adotar um plano de poupança energética. O executivo comunitário pediu que os 27 Estados-membros reunissem esforços para que o consumo de gás natural no bloco fosse reduzido em 15% até março de 2023, isto depois de vários países da UE terem adotado planos de emergência de forma a assegurar que o fornecimento de energia não fosse comprometido.

De acordo com a agência, os 27 Estados-membros conseguiram aumentar o armazenamento de gás de forma constante através da redução da procura, da reativação de algumas centrais a carvão, como na Alemanha ou na Aústria, e do aumento das importações de gás natural liquefeito (GNL). Segundo a consultora Independent Chemical & Energy Market Intelligence, a União Europeia importou 21,36 milhões de toneladas de GNL no primeiro semestre de 2022, acima dos 8,21 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Em junho, pela primeira vez na história, o GNL dos Estados Unidos terá contribuído com mais fornecimento de gás para a Europa do que o gás da Rússia.

No entanto, apesar de estar no caminho certo para cumprir as metas de armazenamento, os analistas consultados pela Reuters alertam que a dependência da Europa do gás russo está longe de terminar. “A Europa continua dependente de duas coisas: do quão frio será o inverno e da evolução dos fluxos de gás russo na primavera. A incerteza de ambos provavelmente irá manter os preços sustentados, mesmo que os stocks continuem a aumentar nos próximos meses”, explica Giovanni Staunovo, analista de petróleo do UBS.

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Petróleo cai 3% para níveis abaixo da pré-guerra

  • ECO
  • 4 Agosto 2022

Risco de uma recessão nos EUA e na Europa afunda os preços do barril. Brent caiu para valores abaixo do dia 24 de fevereiro, que marcou o início da invasão da Rússia na Ucrânia.

Os preços do petróleo estão em forte queda esta quinta-feira, com o barril de Brent a cair para 93,50 dólares, o valor mais baixo desde 21 de fevereiro, antes de a Rússia ter iniciado a invasão na Ucrânia três dias depois, atirando as cotações do “ouro negro” para máximos de vários anos.

Em Londres, os futuros do Brent cedem 3% para 93,90 dólares, enquanto o WTI negociado em Nova Iorque cai 2,6% para 88,29 dólares por barril.

Petróleo em queda

A pressionar os preços do petróleo está o avolumar dos receios de uma recessão nos EUA e na Europa e também com a política de zero casos de Covid-19 na China, o maior importador mundial de crude.

Por outro lado, nos EUA, os stocks de crude aumentaram inesperadamente na semana passada, sinalizando um recuo da procura no maior consumidor mundial, contribuindo para a descida da cotação da matéria-prima.

Quebrar a barreira dos 90 dólares é uma possibilidade real e é realmente notável tendo em conta a escassez do mercado e a margem reduzida de aliviar esse aperto”, referiu Craig Erlam, analista da Oanda. “Mas o tema da recessão está a ficar mais evidente e deverá tornar-se uma realidade, e isso irá resolver algum do desequilíbrio do mercado”, acrescentou.

Esta quinta-feira, o Banco de Inglaterra subiu os juros em 50 pontos base, no maior agravamento das taxas em 27 anos, para travar a escalada da inflação, e avisou que a economia britânica vai deslizar para uma recessão no final do ano.

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Plano de eficiência no consumo de energia com 48 candidaturas aprovadas no valor de 23 milhões

Foram aprovadas 48 candidaturas de 31 entidades no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, que visa promover a poupança nos consumos de energia elétrica e de gás natural.

Foram aprovadas 48 candidaturas à sétima edição do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia (PPEC), traduzindo-se num investimento total de 23 milhões de euros. A iniciativa promovida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tem como objetivo promover a poupança nos consumos de energia elétrica e de gás natural.

“Numa conjuntura de aumento dos preços de energia e das preocupações ao nível da segurança de abastecimento, a eficiência energética tem atualmente um papel fulcral”, informa o comunicado da entidade liderada por Pedro Verdelho. “O PPEC é assim um programa de apoio e incentivo à implementação de medidas para melhorar a eficiência no consumo de energia elétrica e de gás, nos diferentes segmentos de consumidores”.

Ao todo, foram submetidas 75 candidaturas: 30 para medidas tangíveis, que visam a instalação de equipamentos com um nível de eficiência superior ao standard de mercado, e 45 para medidas intangíveis, ou seja, medidas de disseminação de informação acerca de boas práticas no uso eficiente de energia, com o objetivo de promover mudanças de comportamento dos consumidores.

Assim, foram aprovadas 48 medidas de 31 entidades, com um investimento total em eficiência energética de 23 milhões de euros, dos quais 15,1 milhões de euros serão financiados pelo PPEC.

Segundo a ERSE, “os benefícios sociais que se perspetivam alcançar com a implementação das medidas aprovadas, 45,8 milhões de euros, são muito superiores aos custos financiados pelo PPEC, 15,1 milhões de euros”. Os efeitos benéficos das medidas permanecerão até 2043, representando cerca de 879 gigawatts por hora (GWh) de consumo evitado acumulado, acrescenta o regulador.

Na mesma nota, a entidade revela que, desde 2007, foram realizadas seis edições do PPEC com uma execução plurianual e, segundo as contas, o rácio benefício-custo dessas edições é 12,5 vezes superior ao custo, “o que revela que, a aposta em mecanismos competitivos da natureza do PPEC e o investimento em medidas de eficiência energética, proporcionam ganhos ao setor energético que superam os custos suportados”. As poupanças acumuladas, 9,9 terawatts por hora (TWh), correspondem ao consumo anual de 4,8 milhões de famílias, enquanto as emissões de dióxido de carbono evitadas (3,7 milhões de toneladas) representam cerca de 29% das emissões anuais do parque automóvel de passageiros em circulação em Portugal.

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Litoral alentejano quer soluções do Governo para falta de habitação

  • Lusa
  • 4 Agosto 2022

Câmara de Santiago do Cacém pede ao Governo soluções para a falta de habitação no litoral alentejano e alega que autarquias não têm condições financeiras para a construção à escala necessária.

O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, no distrito de Setúbal, defendeu, esta quinta-feira, que é necessário encontrar soluções, entre o Governo e as autarquias, para responder à falta de habitação no litoral alentejano.

“Estou a defender que é necessário avaliar esta situação [para que], entre o Governo e as autarquias, sejam encontradas soluções, porque as câmaras municipais não têm condições financeiras para a construção de habitação à escala que é necessária”, alertou, em declarações à agência Lusa.

O autarca disse que os municípios “querem ser parte da solução” e deu como exemplo o concelho de Santiago do Cacém, “que tem terrenos municipais” que podem ser “um primeiro ponto para a resolução do problema”.

Para isso, tem de haver “linhas de financiamento, seja para construção, seja para a reabilitação, tal como está a haver para o [programa] 1.º Direito”, que permitam dar respostas em termos habitacionais, reforçou.

No seu entender, os investimentos anunciados para o complexo industrial e portuário de Sines, concelho vizinho de Santiago do Cacém, conduzirão a um “aumento brutal da necessidade de habitação”, uma vez que vão “atrair milhares de trabalhadores” que irão recorrer “ao mercado de arrendamento”.

Esta “é uma matéria que nos preocupa bastante, porque atinge também a população do nosso concelho, nomeadamente os jovens que querem emancipar-se, vão ao mercado de arrendamento e não há casas para eles”, advertiu.

Por isso, defendeu que, em matéria de habitação, deve “haver um olhar para esta região” do litoral alentejano, que engloba os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines (Setúbal) e Odemira, no distrito de Beja.

Apesar de não ter um diagnóstico no terreno que permita apontar o número de fogos necessários para fazer face ao aumento previsto da população, Álvaro Beijinha, reconheceu que o mesmo estaria sempre “desatualizado”.

“Para aquilo que são as necessidades, não temos [esse diagnóstico] feito e, se o fizéssemos hoje, amanhã já estaria desatualizado”, considerou o autarca, tendo em conta “aquilo que está a acontecer já” e “o que se perspetiva que venha a acontecer num futuro próximo” nesta região.

Por outro lado, alertou, esta situação vai também agravar “o problema crónico” de falta de habitação para a fixação de profissionais de saúde no litoral alentejano.

“É algo muito preocupante não só para os profissionais de saúde, mas para a população em geral, porque, além dos fortes investimentos previstos, também [assistimos] ao crescimento muito significativo do setor do turismo”, argumentou.

A “especulação imobiliária tem vindo a subir bastante, nomeadamente no mercado de arrendamento, que praticamente não existe e o pouco que existe” é disponibilizado “a preços absolutamente incomportáveis para enfermeiros e até para os próprios médicos”, concluiu.

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Despacho sobre faturas da Endesa é legal mas há riscos para o Estado e empresa

Violação do contrato ou atraso nos pagamentos são duas situações em que a Endesa pode processar o Estado. Já o Governo pode resolver os contratos se Endesa não respeitar condições.

A decisão do Governo de proceder à validação das faturas da Endesa antes de as pagar não suscita dúvidas quanto à sua legalidade. Ao ECO/Capital Verde, João Macedo Vitorino garante que “o próprio despacho invoca o artigo da Constituição e os diplomas que permitem o primeiro-ministro emitir aquele” documento e que por isso “está dentro dos limites da lei”.

No entanto, os juristas ouvidos pelo ECO/Capital Verde alertam que os contratos celebrados entre as duas entidades devem ser cumpridos por ambas as partes, e isso inclui também o cumprimento do prazo de pagamento das faturas por parte do Estado. Ou seja, o Governo pode, sim, ativar um mecanismo que obrigue a que as faturas sejam validadas pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, antes de estas serem pagas, mas não pode exceder o período máximo de 30 dias previsto na lei para o pagamento das mesmas. Caso seja ultrapassado, a Endesa tem direito a pedir uma indemnização ao Estado.

Segundo José Luís Moreira da Silva, sócio da SRS Advogados, a Diretiva n.º 2011/7/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, exige que o pagamento não possa demorar mais do que 30 dias ou no máximo 60 dias, incluindo quaisquer mecanismos de verificação de faturas (estes não podem demorar mais de 30 dias). Isto “significa que se forem ultrapassados estes prazos, a Endesa passa a ter direito a juros de mora e a poder resolver o contrato caso o montante em dívida exceda 25% do valor total do contrato ou estejam em dívida já seis meses, sem contar com pedidos indemnizatórios”, explica o advogado.

A questão que se impõe agora é: quanto tempo levará ao secretário de Estado a validar essas faturas? João Macedo Vitorino antecipa que o “novo procedimento burocrático vai ocupar muito tempo” ao gabinete de João Galamba. “A Secretaria da Energia é uma secretaria que nos tempos recentes tem tido imenso trabalho. É o setor estratégico com mais encargos neste momento e mais desafios para satisfazer. Vai ter de arranjar meios e pessoas para validar estas faturas”, aponta o sócio fundador da firma de advogados Macedo Vitorino.

Mas o incumprimento dos prazos de pagamento não é o único risco para o Governo. Na verdade, existem mais duas situações em que a Endesa pode processar o Estado na sequência deste despacho, revela o especialista da SRS Advogados. Uma delas seria se o próprio despacho assinado pelo primeiro-ministro António Costa violar as regras fixadas no contrato de fornecimento, pois, “isso pode dar lugar à resolução do contrato pela Endesa, com um pedido indemnizatório pelos danos sofridos”, argumenta, “desde logo pelas vantagens económicas que a Endesa esperava licitamente obter com a execução normal do contrato”.

Já num terceiro cenário, em que a energética espanhola aceite uma alteração aos contratos assinados, a Endesa pode “considerar que existiu uma alteração anormal e imprevisível das circunstâncias que tornou o contrato mais caro, podendo a partir daí pedir um reequilíbrio económico e financeiro do contrato“, indica a mesma fonte.

Por outras palavras, esclarece José Luís Moreira da Silva, “a Endesa pode processar cada uma das entidades públicas com quem contratou se tiver motivos para resolver o contrato (por violação do contrato ou por atraso nos pagamentos) ou para pedir um reequilíbrio económico e financeiro com base neste despacho (por o contrato ficar mais caro)“.

Porém, da parte do primeiro-ministro já foi dada a garantia, em declarações ao Observador, de que o despacho sobre a Endesa é “preventivo” e “não altera contratos”. O objetivo, conta a mesma publicação, é sobretudo dar um sinal a empresas para que verifiquem as faturas da Endesa, tal como o Estado fará a partir de agora.

Mas mesmo que o despacho não configure uma modificação unilateral do contrato, fonte jurídica explicou ao ECO/Capital Verde que “pode haver uma questão de violação do princípio da igualdade” já que apenas as faturas da Endesa parecem estar a ser alvo de escrutínio prévio. Caso se venha a registar um aumento de preços, que a próprio Endesa já afastou, e “se outras energéticas tiverem o mesmo nível de aumento dos preços e não estiverem sujeitas ao mesmo procedimento de aprovação de faturas, então a Endesa pode impugnar a validade deste despacho nos tribunais administrativos”, defendeu a mesma fonte.

Marcelo garante que despacho não tem “eficácia externa”

O Presidente da República já reagiu ao despacho emitido pelo Governo e garantiu que o mesmo “não tem eficácia externa a não ser política”.

“O senhor primeiro-ministro assinou um despacho interno sobre um procedimento administrativo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas. “Não tem a ver com contratos e rescisão de contratos. Não tem eficácia externa a não ser política”, disse.

Ao ECO/Capital Verde, fonte jurídica explicou que o despacho assinado por António Costa “é muito dificilmente impugnável porque não tem eficácia externa“, uma vez que não “produz efeitos direta e imediatamente na esfera jurídica da Endesa“. Ou seja, o documento, apenas tem repercussões sobre “o plano de organização interna do Estado português” não comprometendo a operação da entidade energética ou dos seus contratos.

“Se deste mecanismo centralizador decorreram atuações que depois se externalizam no plano de cada um dos contratos e que a Endesa repute como ilegais aí sim tem à sua disposição meios judiciais para reagir, mas tenho dúvidas sobre a suscetibilidade de ir impugnar direta e imediatamente este despacho”, sublinha a mesma fonte.

Quanto às declarações do presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, o Chefe de Estado considera ter sido “um comportamento estranho daquela entidade”, acrescentando não ter sido “a ideia mais brilhante do mundo suscitar questões sobre uma matéria tão sensível”.

“Práticas especulativas” deixariam entidades públicas resolver contrato

O despacho publicado pelo Governo no início da semana, na sequência das declarações do presidente da Endesa, Nuno Ribeiro Silva, sobre um possível aumento na ordem dos 40% no preço da fatura da eletricidade já este mês, é aparentemente inédito. João Macedo Vitorino admite não ter memória de alguma vez o Estado ter tomado semelhante ação contra uma empresa em Portugal.

Mas para o advogado, é importante relembrar que a Endesa não avançou com nenhum aumento no preço da energia que fornece, apenas alertou que tal poderia acontecer num futuro próximo na sequência do mecanismo ibérico. “Se me perguntar se os fundamentos que a lei prevê para tomar este tipo de medidas ocorrem neste tipo de circunstância? Aí diria que não. Não há nenhuma fatura que tenha sido emitida pela Endesa com esse acréscimo de preço. O que aconteceu foi uma declaração por parte do presidente a dizer que estava a contar com que no futuro existisse um aumento de até 40% nos preços. Foi o que ele disse”, frisa o fundador da Macedo Vitorino.

Questionado sobre se o Estado pode resolver contratos com base naquilo que chamou de “ameaças de práticas especulativas”, o sócio da SRS Advogados garante que não, explicando que são precisas “que as práticas especulativas realmente existam”.

“As entidades públicas poderão resolver o contrato se a Endesa violar as suas obrigações, designadamente em relação ao preço porque se obrigou a fornecer energia”, explica José Luís Moreira da Silva.

“A Endesa, como qualquer outro prestador de serviços não pode exagerar no preço da fatura”, sublinhou ao ECO/Capital Verde outro advogado que preferiu não ser identificado. “O Estado ou as entidades publicas podem reagir: demonstrando-se que a fatura não tem cobertura contratual, o Estado tem um prazo para a entidade pública, antes de proceder ao pagamento, analisar a regularidade da faturação. Quando a fatura está irregular, o que pode acontecer por uma multiplicidade de razões, deve comunicar isso ao fornecedor que verificará ou não da razão da entidade pública e corrigirá a faturação. Se não corrigir o Estado não paga e fornecedor vai ter de resolver o problema em tribunal, ou em tribunal arbitral se houver uma convenção de arbitragem nesse contrato”, acrescenta.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) já afirmou estar atenta ao comportamento dos comercializadores de eletricidade na sequência desta polémica. O regulador também já admitiu a aplicação de coimas àqueles que cobrarem valores muito acima das tarifas reguladas ou das tarifas transitórias fixadas pela ERSE, ao cliente final. Tal como aponta o advogado, a coima pode chegar até aos “10% do respetivo volume de negócios realizado no exercício imediatamente anterior à decisão final condenatória proferida pela ERSE.”

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Marcelo pede resistência à pressão imobiliária nos terrenos da Jornada Mundial da Juventude

  • Lusa
  • 4 Agosto 2022

O Presidente da República antecipa "pressão imobiliária" nos terrenos que irão receber a Jornada Mundial da Juventude em 2023.

O Presidente da República advertiu esta quinta-feira o Governo e os autarcas de Lisboa e Loures que têm de resistir à “pressão imobiliária” sobre os espaços que vão receber a Jornada Mundial da Juventude. Marcelo Rebelo de Sousa visitou durante a manhã os terrenos à beira Tejo, entre Lisboa e Loures, por onde se prevê que passem centenas de milhares de católicos na Jornada Mundial da Juventude, de 1 a 6 de agosto de 2023.

Acompanhado pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, pelos presidentes das câmaras municipais de Lisboa, Carlos Moedas, e Loures, Ricardo Leão, e pelo bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, o chefe de Estado caminhou pelo terreno ainda esburacado e acidentado.

Depois da Jornada Mundial da Juventude o objetivo é deixar “um legado”, nas palavras de Américo Aguiar, para as populações de Lisboa e Loures e converter o espaço num enorme parque. E a fitar os quilómetros de terreno, o Presidente da República dirigiu-se a Ricardo Leão com um aviso: “Não deixe construir aqui, ó presidente”.

Virando-se para a governante e para o autarca de Lisboa acrescentou: “Vai ser uma pressão imobiliária… Isto aqui é uma maravilha”. “Não vai acontecer”, respondeu Ana Catarina Mendes. O presidente da Câmara de Loures acrescentou que depois da Jornada Mundial da Juventude este vai ser um espaço de “fruição da população” e vai ter, entrou outros, “equipamentos desportivos”. “Pronto, assim está bem”, retorquiu o Presidente da República.

É a segunda vez que o chefe de Estado vai verificar em que ponto estão as obras nestes terrenos e prometeu voltar uma terceira ainda este ano “para controlar”. “É uma obra complexa”, reconheceu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, mas incorpora uma ideia “de futuro”.

A jornada não se esgota, nem se pode esgotar, como aposta nacional naqueles dias, por muito importantes que sejam na vida de milhões de pessoas. Aqui fica, pela primeira vez depois de uma Jornada Mundial da Juventude, uma obra para a comunidade, para a de Loures, para a de Lisboa. A ponte pedonal, o passeio pedonal, os parques, uma realidade que não existia. E fica em termos de qualidade de vida para as futuras gerações”, completou.

Ainda a visita ia a meio e o Presidente da República já tinha planos feitos. O primeiro: acampar neste espaço no dia anterior ao início da Jornada Mundial da Juventude, convite que estendeu ao bispo auxiliar de Lisboa e aos autarcas das duas cidades. O segundo: “Já estou a pensar em dar um mergulho”.

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Namíbia, Arábia Saudita e Palau investem em turismo sustentável

  • Servimedia
  • 4 Agosto 2022

Há diferentes projetos ecológicos a serem desenvolvidos pela Namíbia, pela Arábia Saudita e pelo Palau. Os três países estão empenhados no desenvolvimento do turismo sustentável.

A Namíbia, a Arábia Saudita e Palau estão empenhados no turismo sustentável e, para isso, estão a desenvolver diferentes projetos ecológicos que visam promover o bem-estar das pessoas e do planeta, noticia a Servimedia.

Na Namíbia, na região de Erongo-Kunene, a comunidade ≠Khoadi-//Hôas reservou 12 mil hectares para a conservação e para o turismo no Grootberg Lodge, um grupo de pequenas casas onde os turistas se poderão alojar e ficar a conviver com os habitantes locais.

Esta área é caracterizada pela diversidade da sua fauna e pelas diferentes possibilidades de descobrir o local sem danificar o ambiente. Além disso, o que também torna este local único é que as casas são 100% propriedade de uma organização de conservação, o que assegura que a estadia dos turistas é sustentável.

As receitas apoiam projetos e fundos de conservação, nos quais também entra, entre outras coisas, a educação de comunidades locais subdesenvolvidas.

Já no noroeste da Arábia Saudita, está o Al-Ula, o primeiro Património Mundial da Unesco no país. Este território de 22 mil quilómetros quadrados é a antiga ponte entre a Península Arábica e os países mediterrânicos, além de ser o último pedaço restante da história pré-islâmica da Arábia Saudita.

Atualmente esta ponte está aberta ao turismo com o projeto Afalula, que reúne a França e a região saudita para transformar Al-Ula num ponto de referência turístico para o desenvolvimento sustentável, com o objetivo de se centrar na preservação do ambiente e respeitar a sua história, património e populações locais.

Quanto ao arquipélago de Palau, no Pacífico Ocidental, este grupo de mais de 200 ilhas ganhou o ITB Earth Award em 2019, um reconhecimento que premeia o destino mais sustentável do mundo.

Palau esteve entre os primeiros lugares do mundo, em 2017, a inventar um sistema que reconhece os turistas que não deixam vestígios do seu tempo nas ilhas. Além disso, cada turista assina um “Palau Pledge” à chegada que o obriga a respeitar a natureza e o ambiente durante a sua estadia. A iniciativa assegura a proteção dos recifes de coral e da flora e fauna variadas do local.

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Corticeira Amorim paga 22 milhões ao Novobanco por terreno junto à Herdade de Rio Frio

Propriedade a sul do Tejo inclui conjunto de imóveis afetos à exploração florestal que são parte da antiga Herdade de Rio Frio. Corticeira Amorim continua a alargar área de plantação de sobreiros.

A Corticeira Amorim fechou esta quinta-feira um acordo com o Novobanco para a compra de um terreno com 1.855 hectares, contíguo à Herdade de Rio Frio, pelo valor total de 22,3 milhões de euros. Operação foi feita através da subsidiária Cold River’s Homestead.

De acordo com a informação enviada à CMVM, esta propriedade inclui um conjunto de imóveis afetos à exploração florestal que constituem uma parte da antiga Herdade de Rio Frio e que são contíguos às propriedades já detidas pelo grupo liderado por António Rios de Amorim.

“A Corticeira Amorim pretende melhorar a produtividade da atividade agroflorestal da Herdade de Rio Frio, designadamente através da implementação de adensamentos neste montado único. Esta aquisição permitirá alargar a área de intervenção [do grupo], com importantes ganhos de escala e de alavancagem operacional”, detalha.

Apontando a preservação do montado como um dos objetivos estratégicos, o grupo nortenho que no primeiro semestre registou lucros de 48 milhões de euros (+20,6% do que no período homólogo) assume ainda que quer “continuar a sua participação ativa na intervenção em novas áreas de sobreiro através de compra de terrenos, arrendamento ou parcerias”.

Esta aquisição acontece menos de dois meses depois de a líder mundial no setor da cortiça ter passado a ser a única proprietária da Cold River’s Homestead, que abrange os concelhos de Alcochete e Palmela. Comprou, por 14,6 milhões de euros, 50% da participação detida pela Parvalorem – sociedade que herdou os ativos tóxicos do BPN –, um ano depois de ter ficado com a outra metade, que estava nas mãos do BCP.

A herdade tem uma área de 3.600 hectares, dos quais 2.600 hectares são sobreiros e cerca de 130 são vinha. Na propriedade realiza-se também produção de arroz e de gado. A Herdade de Rio Frio inclui ainda o Palácio de Rio Frio, num terreno ao lado, que estava nas mãos do Novo Banco.

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Amorim Luxury Group lança JNcQUOI Papier

Semestral e com uma tiragem de 900 exemplares, a revista "assume-se como o cartão de visita do grupo".

Chama-se JNcQUOI Papier e é a nova revista do Amorim Luxury Group. Semestral e com uma tiragem de 900 exemplares, a revista “assume-se como o cartão de visita do grupo e o reflexo das tendências culturais e sociais que também estão no seu core: art meets fashion, fashion meets food, food meets lifestyle, lifestyle meets urban culture”.

Dirigida por Ricardo Preto, que ingressou no grupo no final do ano passado como diretor criativo, a JNcQUOI Papier tem como conselheiro editorial Manuel Dias Coelho, profissional que lançou a Vogue em Portugal e também liderou as revistas GQ e a Máxima.

No primeiro número o verão é protagonista, com editoriais e artigos de lifestyle que remetem para a praia e o calor. O artista plástico Pedro Cabrita Reis e a atriz Beatriz Batarda são dois dos entrevistados. Com cerca de 130 páginas impressas em papel reciclado, a JNcQUOI Papier – Edição 1 vai ser distribuída junto dos membros e top clientes JNcQUOI e nos espaços Fashion Clinic. Será também possível aceder a alguns conteúdos subscrevendo a newsletter JNcQUOI.

O lançamento está a ser comunicado através de cartazes espalhados por Lisboa.

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Silos desabam no 2º aniversário da tragédia no porto de Beirute

  • Lusa
  • 4 Agosto 2022

O colapso aconteceu menos de uma hora antes de centenas de pessoas se reunirem do lado de fora das instalações do porto para marcar o segundo aniversário da explosão.

Quatro torres de cereais desabaram esta quinta-feira no porto de Beirute, pouco antes da chegada de centenas de pessoas que se manifestavam para exigir justiça pelos mais de 200 mortos na explosão registada no mesmo local há dois anos. O colapso aconteceu menos de uma hora antes de centenas de pessoas se reunirem do lado de fora das instalações do porto para marcar o 2º aniversário da explosão.

As autoridades já tinham evacuado a zona do porto no início desta semana – depois de uma secção inicial dos silos ter desmoronado no domingo – como medida de precaução, pelo que não há indicação de que alguém tenha ficado ferido. No domingo tinha desmoronado uma secção dos silos, na sequência de um incêndio que durou mais de uma semana e acabou por fermentar os cereais, inflamando-os.

Os manifestantes iam reunir-se no porto de Beirute para assinalar o segundo aniversário da explosão no porto da capital, que há dois anos provocou a morte de mais de 200 pessoas, feriu mais de 6.000 e destruiu bairros inteiros. Com 50 anos de existência e 48 metros de altura, os silos constituíam um símbolo da tragédia, já que eram a única estrutura local que permaneceu de pé depois da explosão.

Os manifestantes iniciaram, esta manhã, três marchas e tinham combinado reunir-se às 17:00 locais (15:00 em Lisboa) no porto marítimo da cidade. Um dos protestos partiu da sede dos bombeiros em Karantina, instalação adjacente ao porto, onde 10 membros da corporação morreram quando tentavam extinguir o incêndio que provocou a explosão.

Cerca de duzentas pessoas reuniram-se nestas instalações, algumas das quais vestiam roupas brancas com manchas de tinta vermelha para simbolizar o sangue derramado e outras empunhavam fotografias das vítimas ou bandeiras libanesas. Muitos dos manifestantes levavam cartazes com frases como “Até que nos encontremos novamente, continuaremos a lutar por justiça” ou “Precisamos de uma justiça com a mesma magnitude do desastre”.

A investigação da tragédia está suspensa desde dezembro passado, na sequência da última das mais de 25 petições apresentadas por ex-responsáveis de cargos elevados que são suspeitos no caso contra o juiz encarregado da investigação, cujo trabalho tem enfrentado recorrentes obstruções, segundo várias organizações de direitos humanos.

Organizações humanitárias e parentes das vítimas querem que seja feita uma investigação internacional, dada a falta de progressos da justiça libanesa e pediram ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que envie uma missão de investigação para Beirute.

As toneladas de nitrato de amónio que explodiram na cidade em agosto de 2020 estavam guardadas há vários anos num armazém portuário, sem quaisquer medidas de segurança, sendo que líderes como o Presidente libanês, Michel Aoun, e o então primeiro-ministro, Hasan Diab, reconheceram que sabiam da sua existência.

Depois de um ato emotivo no pátio do quartel-general dos bombeiros, a marcha partiu de Karantina, entre aplausos e ao som de tambores e trompetes, liderada por um carro de bombeiros e um carro ligeiro onde estava amarrada uma bandeira libanesa manchada de vermelho. Outra das marchas reuniu-se no centro da cidade, enquanto uma terceira começou, no início da tarde, em frente ao Palácio da Justiça e fez uma paragem na embaixada de França em Beirute para pedir apoio na sua luta por justiça.

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