Sonae Sierra refinancia 50 milhões de euros na CGD com dívida sustentável

Gestora de centros comerciais da Sonae refinanciou junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD) um montante de 50 milhões de euros por via da emissão de obrigações ligadas a critérios de sustentabilidade.

A Sonae Sierra refinanciou parte da sua dívida através da emissão de green bonds, obrigações ligadas a critérios de sustentabilidade. Em causa está uma primeira operação de 50 milhões de euros fechada com a Caixa Geral de Depósitos e organizada pela CaixaBI.

Os dois critérios associados às novas obrigações são as emissões de CO2 da empresa e as taxas de reciclagem dos centros comerciais que detém, explica a Sonae Sierra num comunicado divulgado através da CMVM.

A holding, detida em 70% pelo grupo Sonae, assume o “objetivo de continuar a ligar a sua dívida corporativa a critérios de sustentabilidade”. Outras operações semelhantes estarão, assim, a caminho.

“Esta operação enquadra-se na evolução da estratégia de sustentabilidade da Sonae Sierra e é uma conquista que resulta do esforço do trabalho das nossas equipas. É uma forma de reforçar o nosso compromisso com a neutralidade carbónica até 2040 e o nosso alinhamento com um modelo de economia circular, em linha com as melhores práticas internacionais”, comenta o CFO da Sonae Sierra, Luís Mota Duarte, citado na mesma nota.

A Sonae Sierra detém 44 centros comerciais com uma área bruta locável de 2,3 milhões de m2 em 11 países, incluindo o Colombo, sendo ainda responsável pela gestão ou comercialização de 64 outros centros comerciais. Apesar de se assumir como a “primeira empresa do setor imobiliário em Portugal a emitir” green bonds, a empresa não revela no comunicado o juro que vai pagar nem a penalização que esta subjacente ao incumprimento dos critérios a que se propõe.

Na mesma nota, a Sonae Sierra aproveita para dar alguns dados sobre o caminho que tem feito em direção a uma operação mais sustentável. A empresa garante que “só em 2020, a implementação de medidas de gestão de energia, água e resíduos nos seus ativos tornou possível evitar 15 milhões de euros em custos operacionais”.

Em comparação com 2002, o consumo de eletricidade da Sonae Sierra caiu 66% e a percentagem de reciclagem de resíduos disparou 223%. “Desde 2003, o consumo de água diminuiu 32% e, desde 2005, as suas emissões de CO2 tiveram uma redução de 84%”, conclui o grupo.

Em outro comunicado à CMVM, a Sonae Sierra informa da amortização antecipada de um empréstimo obrigacionista. A empresa “procedeu, nesta data, à aquisição e amortização da totalidade das Obrigações por si emitidas, 500 obrigações próprias no valor de €30 milhões”, refere a nota.

(atualização às 22h02 com novo comunicado à CMVM)

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FMI corta previsão da Zona Euro para 3,9% em 2022

A nova variante, as pressões de preços e problemas nas cadeias de abastecimento levam o Fundo Monetário Internacional a rever em baixa as estimativas de crescimento económico em 2022.

A atualização do World Economic Outlook não traz boas notícias. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma maior desaceleração da economia em 2022, face às previsões de outubro, incluindo na Zona Euro. Alemanha e Espanha, dois dos principais parceiros económicos de Portugal, registam das maiores revisões em baixa do crescimento do PIB este ano. Entre as razões para este corte nas previsões está a nova variante, as pressões de preços e os problemas nas cadeias de abastecimento.

Na atualização do World Economic Outlook divulgada esta terça-feira, o FMI aponta para um crescimento do PIB da Zona Euro de 3,9% em 2022, menos quatro décimas do que na previsão anterior. A concretizar-se, esta expansão da economia europeia traduz-se numa travagem significativa face ao crescimento de 5,2% que se estima que se tenha registado em 2021.

O Fundo explica que no caso da Zona Euro são as “disrupções” da pandemia e os prolongados “constrangimentos” na oferta que estão a condicionar a recuperação da economia, após o choque da crise pandémica. Ainda assim, esta revisão dos números é inferior à registada nos EUA onde o crescimento da economia foi revisto em baixa em 1,2 pontos percentuais para 4% em 2022. Os EUA, em conjunto com a China, explicam a maioria da revisão em baixa do crescimento mundial de 4,9% para 4,4% em 2022.

Dentro da Zona Euro, maior revisão em baixa é protagonizada pela Alemanha, com o PIB a crescer 3,8%, menos oito décimas do que em outubro — de notar que a economia alemã só deverá ter recuperado 2,7% em 2021, um dos piores registos da União Europeia. Esta revisão maior do FMI no caso da Alemanha é justificada pela maior exposição da economia aos choques na cadeia de abastecimento.

No caso de Espanha, o crescimento do PIB é revisto em baixa para 5,8%, menos seis décimas do que em outubro, o que ainda assim representa uma aceleração face aos 4,9% que se estima que tenha crescido em 2021. A economia espanhola, tal como a portuguesa, está mais atrasada na retoma do que outras economias europeias, principalmente por causa da maior exposição ao setor turístico.

Recuando às previsões de outubro, o FMI, que não atualiza agora a projeção para Portugal, via o PIB português a crescer 5,1% em 2022, após um crescimento de 4,4% em 2021. Para 2023 a expectativa era de uma forte desaceleração para uma expansão de 2,5%.

Gita Gopinath, vice-diretora-geral do FMI e ex-economista-chefe do Fundo, explica num texto do World Economic Outlook que a desaceleração do crescimento económico é um fenómeno mundial e tal deve-se às disrupções das cadeias de valor mundiais, a uma taxa de inflação mais elevada, a uma dívida em níveis recorde e a uma incerteza persistente. A expectativa do Fundo é que a Ómicron continue a fazer estragos durante o primeiro trimestre deste ano, mas que depois irá desvanecer.

Para 2023, o FMI revê em alta o crescimento económico mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Zona Euro. Curiosamente é em Espanha onde a diferença é maior com uma revisão em alta de 1,2 pontos percentuais para um crescimento do PIB espanhol de 3,8% em 2023, o maior entre as economias avançadas, o que poderá ser uma boa notícia para Portugal dada a dependência à economia espanhola.

Neste momento, à entrada do terceiro ano da pandemia, o FMI calcula que, em termos económicos, a crise pandémica vá provocar perdas na ordem dos 13,8 biliões de dólares até 2024, quando comparado com as previsões pré-pandemia. Porém, há diferenças significativas entre economias avançadas e as em desenvolvimento ou emergentes: as primeiras deverão retomar os níveis pré-pandemia em 2022 ao passo que as segundas demorarão muito mais tempo.

Além disso, o Fundo nota que havia mais 70 milhões de pessoas a viver em pobreza extrema em 2021, em comparação com o que se esperaria numa situação sem pandemia, o que atrasa o progresso da redução da pobreza “em vários anos”.

Inflação deve desacelerar, mas política monetária tem de tirar o pé do acelerador

O FMI admite que foi forçado a rever em alta as previsões da evolução da taxa de inflação em 2022 tanto nas economias avançadas como nas restantes, dado que as “elevadas pressões nos preços vão persistir durante mais tempo”.

Porém, o Fundo também diz que os preços da energia e dos alimentos deverão desacelerar ao longo deste ano, acreditando nos mercados de futuros. Além disso, “assumindo que as expectativas da inflação mantêm-se ancoradas, espera-se que a inflação deverá fraquejar em 2023“. Ou seja, desde que os agentes económicos continuem a acreditar que os bancos centrais conseguem controlar a inflação, os preços deverão acalmar, como mostra o gráfico.

Assim, o FMI espera que o “extraordinário” apoio da política monetária na Zona Euro e no Japão deverá manter-se, ainda que numa versão mais light, até que a recuperação económica seja mais sólida. Já nos Estados Unidos o mais provável é que os estímulos monetários sejam retirados gradualmente uma vez que a retoma norte-americana está mais avançada e, por isso, as taxas de juro deverão voltar a níveis mais elevados.

A diferença entre os Estados Unidos e a Zona Euro é visível nos dados da inflação examinados pelo FMI. Na economia norte-americana a pressão nos preços já não é apenas na energia, mas mais ampla, abrangendo outros bens e serviços. Já na economia europeia a energia continua a ser a componente que dá um contributo maior. Estas dinâmicas poderão explicar as diferentes decisões de política monetária nos dois lados do Atlântico.

A recomendação do próprio FMI está em linha com o que a Fed e o Banco Central Europeu indicaram que vão fazer em 2022: às economias onde a inflação é generalizada e a retoma é forte recomenda que a política monetária se normalize; às economias onde a inflação core (inflação subjacente) se mantenha moderada, a política monetária pode continuar acomodatícia.

Contudo, o Fundo admite que há incerteza à volta da evolução futura da inflação, principalmente por causa das disrupções nas cadeias de abastecimento, na volatilidade do preço da energia e nas pressões inflacionistas nos salários em certos setores.

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Efacec ganha contrato de 30 milhões para modernizar rede de transmissão de energia espanhola

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Janeiro 2022

A Red Eléctrica de España (REE) escolheu a Efacec para modernizar a rede de transmissão de energia espanhola, tendo celebrado contratos de mais de 30 milhões de euros até 2024.

A Red Eléctrica de España (REE), a empresa que faz a gestão da rede energética em Espanha, escolheu a Efacec para modernizar a rede de transmissão de energia. Os contratos entre as duas empresas, num valor superior a 30 milhões de euros, incluem o fornecimento até 2024 de mais de 20 transformadores de potência para subestações da rede de transmissão de 400 quilovolts (kV) em Espanha Peninsular e na rede de 245 kV nas Ilhas Canárias.

Em comunicado, a Efacec afirma que “este fornecimento será efetuado até 2024 ao abrigo de contratos estabelecidos no último semestre, no valor de mais de 30 milhões de euros”. Estes projetos reforçam a presença da empresa portuguesa no mercado espanhol, onde já está presente há quase 30 anos, com mais de 25.000 MVA de transformadores em funcionamento em diversos serviços de utilidade pública.

Além disso, os contratos “renovam a confiança da REE”, dedica-se à transmissão de eletricidade, com uma rede de alta tensão de mais de 44.500 quilómetros e 700 subestações, “nas competências técnicas da Efacec, particularmente na tecnologia de transformadores Shell”, acrescenta a empresa portuguesa no comunicado.

Citado no mesmo comunicado, o administrador executivo, com o pelouro comercial da Efacec, Michael Silva, afirma que estes contratos “consolidam e reforçam” a estreita colaboração da empresa com o mercado espanhol, “em particular, com o Operador Espanhol de Transmissão e Sistema”. “É com grande satisfação que estamos a desenvolver este projeto que atesta a confiança da Red Eléctrica de España na Efacec e na excelência das nossas soluções técnicas”, acrescenta.

Este é mais um contrato que a Efacec conseguiu assegurar num momento de forte incerteza e perturbações. A empresa arrancou o ano praticamente parada, como avançou o Público, apesar de ter assegurado um empréstimo de 45 milhões de euros, com garantias de Estado. As expectativas estavam voltadas para a conclusão do processo de reprivatização da empresa. O primeiro-ministro, em entrevista ao Observador, anunciou que a proposta da DST, a única que estava sobre a mesa, era inaceitável, confirmando assim a notícia do ECO, de que o Executivo optou por deixar cair, para já, a venda da empresa. No entanto, esta segunda-feira, o ministro da Economia, citado pelo Jornal Económico, garantiu que as negociações prosseguem e que “ainda não foi tomada qualquer decisão”.

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Governo altera orientações para circuito financeiro do PRR

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

Governo altera pela primeira vez, desde setembro de 2021, orientações para o circuito financeiro aplicável ao PRR, que deve ser adaptado ao perfil expectável de fluxos de caixa no início dos projetos.

O Governo alterou a regra geral para a contratualização dos financiamentos e pagamentos no âmbito dos empréstimos do PRR, para passar a ser tomado em consideração o perfil expectável dos fluxos de caixa na fase inicial dos projetos.

Importa tomar em consideração o perfil expectável dos fluxos de caixa na fase inicial dos projetos que serão financiados pelos empréstimos previstos no Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), tendo também em consideração a dimensão dos custos de conservação extraordinária que estarão associados a alguns projetos”, lê-se na portaria publicada terça-feira em suplemento do Diário da República e que entrou esta terça-feira em vigor.

O diploma altera pela primeira vez a portaria, em vigor desde setembro de 2021, que estabeleceu as orientações específicas relativas ao circuito financeiro aplicável ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a regra geral para a contratualização dos financiamentos e pagamentos no âmbito dos empréstimos deste instrumento.

O diploma mantém que a Direção Geral do Tesouro e Finanças disponibiliza o financiamento aos beneficiários diretos ou intermediários do PRR, através de contratos de empréstimo em termos compatíveis com a satisfação do serviço da dívida e integral cumprimento do plano de reembolso do empréstimo contraído pelo Estado Português junto da União Europeia, acrescentando que isto acontece “sem prejuízo” do disposto no número seguinte.

O plano de reembolso dos empréstimos, e respetivos encargos financeiros, referidos no número anterior pode ser adaptado de modo a tomar em consideração o perfil expectável dos fluxos de caixa na fase inicial dos projetos que o respetivo empréstimo visa financiar ou para ter em consideração a dimensão dos custos de conservação extraordinária mediante aprovação do membro do Governo da área das finanças”, lê-se na portaria.

As orientações específicas relativas ao circuito financeiro dos apoios do PRR, no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, recebidos da União Europeia a título de empréstimos, foram definidas por portaria em setembro do ano passado.

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Rio diz “não” ao Chega e acusa PS de “intoxicar a opinião pública”

O presidente do PSD repete que não fará um acordo com o Chega, dando preferência ao CDS e à IL e admite até o PAN. Rio acusa Costa de "intoxicar a opinião pública" e de estar aos "ziguezagues".

O candidato social-democrata a primeiro-ministro volta a afastar a hipótese de uma negociação com o Chega caso o PSD vença as eleições sem maioria absoluta. Nesse caso, Rui Rio negociará com o CDS e a Iniciativa Liberal e admite até incluir o PAN, apesar de reconhecer que será difícil. Em relação ao PS, o PSD acusa António Costa de “intoxicar a opinião pública” ao colar o PSD ao Chega e de estar aos “ziguezagues” sobre o pós-eleições.

Em entrevista à Rádio Renascença esta terça-feira, Rio garantiu, como tem dito ao longo do último mês, que uma solução governativa à direita “não pode” incluir o partido de André Ventura. “Não está rigorosamente mais nada em cima da mesa. Portanto, é não”, assegurou, referindo que os que perderem as eleições têm de estar disponíveis para dialogar para viabilizar o Governo do partido vencedor.

Esta segunda-feira, em entrevista à Antena 1, Rio deu a entender, como já tinha sugerido nos debates, que não irá negociar um acordo com o Chega nem levar o partido para o Governo, mas admitiu fazer o que muitos à direita disseram que deveria ter sido a estratégia nos Açores (onde já existe um acordo formal parlamentar com o Chega): apresentar o programa do Governo e, caso haja uma moção de censura, deixar ao critério do Chega viabilizar ou não o Governo PSD.

“O que quer que faça? Que peça ao presidente da Assembleia da República para os deputados do Chega não votarem e saírem da sala na altura de votar um qualquer documento de relevo, como uma moção de confiança, ou um Orçamento do Estado?”, disse nessa entrevista, explicando que se o PSD ganhar “os deputados do Chega têm de ver se viabilizam um Governo do PSD — que poderá ser com a IL e o CDS, ou não, logo vemos o resultado — ou se não viabiliza e vai juntar os seus votos ao Bloco de Esquerda e o PCP, contra o Governo”.

Esta terça-feira, Rio aproveitou para reforçar o ataque a Costa pelo que tem dito sobre este assunto: “Ele deseja tanto trazer o Chega para o plano político que está sempre a dizer que o PSD vai chamar [o Chega]. Eu digo não, ele diz que sim. Só se trocarmos de posições, vem ele para líder do PSD e fala ele pelo PSD. Quem fala pelo PSD? Sou eu e outros dirigentes, que estamos sempre a dizer a mesma coisa”, afirmou à Renascença.

E na eventualidade de bastarem os votos do CDS, IL e PAN? Rio admite negociar com o PAN, mas considera ser difícil porque tem posições demasiado “fundamentalistas”. “Numa negociação, se o PAN puser em cima da mesa aspetos fundamentalistas, quer ligado ao ambiente, à agricultara ou aos animais, não é possível”, disse, argumentando que numa negociação os partidos têm de pôr em cima da mesa “coisas sensatas”. “Não devo pôr em cima da mesa coisas que eu sei que do outro lado é impossível de aceitar”, acrescenta.

Sobre os socialistas, Rio nota que há um “ziguezague” na posição sobre o pós-eleições, dizendo não saber “em que acreditar” sobre o que Costa vai fazer. “Sei uma coisa: é que voltamos a ter em cima da mesa a probabilidade de uma geringonça, agora até mais com o BE do que com o PCP. Os eleitores têm de pensar que votar no PS e em António Costa tem uma altíssima probabilidade de voltar a ter uma geringonça, eventualmente, com o BE ativo dentro do Governo”, afirmou o social-democrata.

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Caima investe 40 milhões para atingir neutralidade carbónica na produção

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

A biorefinaria do grupo Altri, que produz fibras celulósicas para a indústria têxtil, garante que vai ser a primeira unidade do setor a nível ibérico a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis.

A Caima, que produz fibras celulósicas para a indústria têxtil, vai investir 40 milhões de euros na construção de uma caldeira de biomassa e abandonar os combustíveis fósseis em todo o seu processo de produção.

Em comunicado, a biorefinaria do grupo Altri indica que com este investimento pretende “garantir uma total autonomia energética de fontes exclusivamente renováveis, tornando-se desta forma na primeira empresa ibérica do seu setor a atingir este marco histórico”.

“Este objetivo será materializado na concretização do projeto Caima Go Green e prevê que a nova central a biomassa funcione em articulação com a central existente da GreenVolt, substituindo — com aumento da capacidade — a caldeira a biomassa existente”, adianta a empresa.

O investimento de 40 milhões de euros necessário para esta nova central, que é um dos maiores anunciados para o Interior do país, vai assim permitir à Caima ser a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica e uma das primeiras na Europa a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis.

A empresa prevê que a nova central a biomassa esteja concluída até ao final de 2024. A energia produzida a partir de resíduos florestais permitirá responder à totalidade das necessidades de energia térmica da fábrica localizada em Constância e, em particular, de novos projetos de inovação, tornando possível também a produção de especialidades de valor acrescentado.

A nova central vai ainda aumentar a capacidade de produção de energia elétrica, permitindo injetar mais energia verde na rede, adianta a empresa. A caldeira passará a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis, promovendo-se a utilização de energias a partir de fontes renováveis, mas também a recolha e valorização de emissões gasosas industriais.

O CEO da Altri diz que “este é um passo importante para a Caima, não só por permitir um reforço da produção de fibras celulósicas e de novos projetos de inovação, mas principalmente pela aposta feita numa unidade que passará a ser totalmente verde, gerando energia para toda a unidade, mas também para disponibilizar à rede”.

“Este investimento vem sublinhar a estratégia de sustentabilidade da Altri, permitindo acelerar o cumprimento dos objetivos inscritos no Compromisso 2030 do grupo”, acrescenta José de Pina, citado no mesmo comunicado de imprensa.

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CDU quer “libertar” redução dos passes da dependência do Orçamento do Estado

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

João Ferreira defende a necessidade de “libertar” a redução dos passes da dependência dos Orçamentos.

O dirigente comunista João Ferreira viajou esta terça-feira de manhã de elétrico entre a Praça da Figueira e o Cais do Sodré, em Lisboa, e defendeu a necessidade de “libertar” a redução dos passes da dependência dos Orçamentos.

Passavam poucos minutos das 10:00, quando João Ferreira, recuperado da covid-19, chegou à paragem da Praça da Figueira para subir a bordo do elétrico 15E, que faz a ligação entre esta praça e Algés. A deputada comunista e ‘número dois’ da CDU pelo círculo eleitoral de Lisboa, Alma Rivera, já estava com o passe na mão, preparada para entrar, acompanhada pela deputada do PEV e ‘número quatro’, Mariana Silva.

O percurso foi curto e quando saiu no Cais do Sodré João Ferreira disse que fez a viagem para demonstrar que a “conquista” da redução tarifária dos passes sociais – 30 euros para um dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e 40 para toda a AML – teve “um impacto tremendo” na vida de milhares de pessoas. No entanto, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e antigo eurodeputado considerou que ainda é possível ir mais longe.

“É necessário dar-lhe um caráter permanente [à redução do preço dos passes]. Até agora tem sido fruto de um programa de apoio à redução tarifária, que tem sido discutido todos os anos, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado. Precisamos de libertar o passe social intermodal destas contingências de uma discussão anual”, sustentou.

A CDU propõe também a redução do preço do passe metropolitano para os 30 euros, eliminando a distinção que há atualmente entre quem viagem em apenas um dos concelhos da AML e quem percorre todos, e a gratuitidade até aos 18 anos.

Questionado sobre esta medidas estar circunscrita às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e algumas comunidades intermunicipais, o dirigente comunista respondeu que “é necessário que todo o país seja coberto” por estas medidas, mas adaptada às diferentes realidades nos transportes públicos.

Sem grande espaço para críticas a outras forças políticas na intervenção que fez, João Ferreira não deixou de apontar o dedo a PS e à direita pelo que considerou ser uma resistência “durante 20 anos” em aceitar esta redução tarifária. No final, o antigo eurodeputado comunista disse que “pela “elevação nas campanhas eleitorais” e para priorizar o esclarecimento da população não iria “trazer” um animal de estimação para a campanha, assunto que disse ser “dispensável”.

João Ferreira está durante o dia de hoje a substituir o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que deverá regressar na quarta-feira, depois de uma recuperação de cerca de duas semanas a uma operação de urgência à carótida interna esquerda.

Era suposto ter sido o também vereador da oposição na Câmara de Lisboa a participar nas ações de campanha que contavam com a participação de Jerónimo de Sousa desde o início, mas João Ferreira ficou infetado com o SARS-CoV-2 e o líder parlamentar comunista, João Oliveira, desempenhou essa função até à última segunda-feira. A campanha da CDU foi-se revezando entre dois “Joões”, mas será Jerónimo de Sousa a finalizar a ‘volta’ da CDU.

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45% das empresas deram prejuízo no primeiro ano da pandemia

Dados do Banco de Portugal confirmam o aumento de empresas em potencial situação de risco, sobretudo no Algarve, Madeira e região de Lisboa. Negócios da zona Centro continuam a ser os mais lucrativos.

Quase metade (45%) das empresas portuguesas apresentaram resultados líquidos negativos em 2020, muito acima do nível pré-pandemia: 36,9% em 2019. Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a percentagem de empresas nesta situação aumentou em todas as regiões do país.

Ainda assim, as estatísticas confirmam que o Algarve (52,2%) e a Madeira (52,5%) foram as zonas mais fustigadas pela pandemia de Covid-19, com mais de metade das empresas a apresentarem prejuízos em 2020, seguidas daquelas sediadas na Área Metropolitana de Lisboa (49,1%). Apesar da subida de seis pontos em termos homólogos, os negócios da zona Centro (38, 8%) continuaram a ser os menos fustigados nos resultados.

Confirmando o aumento da percentagem de empresas em potencial situação de risco, o BdP mostra igualmente um decréscimo de 7,6% para 5,9% na rendibilidade do ativo neste período marcado pelo surgimento da Covid-19. Pela dependência do alojamento e da restauração, a redução foi mais expressiva nas sociedades algarvias e madeirenses e menos acentuada no Centro (7,63%) e no Norte (7,15%), que mantiveram em 2020 os valores mais elevados no comparativo entre o lucro e os ativos, em termos líquidos.

Nesta nota estatística em que o banco central passa a publicar indicadores económico-financeiros regionais sobre a atividade das sociedades não financeiras, 15 das 25 zonas (NUTS III) em que divide o país apresentam uma rendibilidade negativa no setor do alojamento e da restauração, embora todas tenham registado “reduções expressivas”. Pelo contrário, o mesmo indicador para a construção teve um “ligeiro aumento” em 2020, foi positivo em todas as regiões e até subiu em dez delas.

Outro ponto analisado pelo BdP foi a autonomia financeira das empresas (medida pelo peso do capital próprio no balanço), que aumentou de 36,5% em 2019 para 38,1% em 2020. O maior reforço dos capitais próprios aconteceu na região de Lisboa (de 32,5% para 34,8%) e as maiores reduções no Algarve e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, embora a região madeirense continue a ser a que apresenta o valor mais elevado (43,1%) para este indicador a nível nacional.

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Bruxelas exclui prolongamento da suspensão das regras de disciplina orçamental

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

Questionados sobre o prolongamento da cláusula de escape do PEC até 2023, face à desaceleração da economia, Valdis Dombrovskis e Paolo Gentiloni afastaram tal cenário. "Só em caso de choque brutal".

A Comissão Europeia excluiu a possibilidade de prolongar além de 2022 a suspensão das regras de disciplina orçamental inscritas no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), apesar de reconhecer que a recuperação económica europeia “perdeu momentum” em dezembro.

Num debate com deputados das comissões de Assuntos Económicos e de Emprego do Parlamento Europeu, em Bruxelas, o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis e o comissário da Economia, Paolo Gentiloni, questionados sobre a possibilidade de a cláusula de escape do PEC continuar ativada mais um ano, em 2023, face à desaceleração da retoma económica na Europa, afastaram tal cenário, ressalvando que tal só sucederia em caso de um novo “choque brutal”, que não está no horizonte.

Dombrovskis, vice-presidente com a pasta de «Uma Economia ao Serviço das Pessoas», sublinhou que “as condições para a ativação da cláusula de escape são muito claras”, ao permitirem um desvio temporário das metas inscritas no PEC, designadamente ao nível do défice e da dívida, “numa situação de crise generalizada causada por uma grave recessão económica”, quer na zona euro, quer na UE, o que, notou, não é atualmente o caso.

Também Gentiloni notou que o ritmo de recuperação económica na Europa “perdeu momentum em dezembro”, e as perspetivas hoje não são tão animadoras quanto eram no outono passado, sobretudo devido ao agravamento da situação pandémica da covid-19 com o surgimento da variante Ómicron e também ao aumento da inflação motivado sobretudo pelos preços da energia, mas vincou que, ainda assim, a recuperação prossegue, pelo que a resposta não deve passar por um prolongamento da suspensão das regras de disciplina orçamental.

Temos de garantir certeza e clareza aos governos através das futuras regras de disciplina orçamental, e não através do adiamento da [desativação da] cláusula. Temos de arranjar formas de racionalizar as nossas regras orçamentais”, disse o comissário italiano.

Em contrapartida, os dois responsáveis do executivo comunitário admitiram que a incerteza continua e, afirmando-se conscientes de que poderá levar algum tempo até a Europa alcançar um acordo sobre a reforma das suas regras de governação económica, até pela morosidade na entrada em vigor de nova legislação, adiantaram que a Comissão irá antes emitir “orientações de interpretação” das regras do PEC para o “período de transição”, muito focadas numa leitura “flexível” do pacto de disciplina orçamental “num contexto pós-crise”.

Também hoje, e falando igualmente perante o Parlamento Europeu para apresentar as prioridades da presidência francesa do Conselho da UE no corrente semestre, o ministro da Economia e das Finanças francês, Bruno Le Maire, considerou que não é necessário manter suspensas as regras comunitárias de controlo do défice e da dívida além do final de 2022.

“Acredito que a Ómicron terá um impacto limitado sobre o crescimento, pelo que não há razões para manter a cláusula de salvaguarda além de 01 de janeiro de 2023”, declarou.

A cláusula de escape, ou de salvaguarda, do PEC, que suspende temporariamente as regras de disciplina em matérias como o défice e a dívida pública, foi ativada em março de 2020, para permitir aos Estados-membros reagirem rapidamente e adotarem medidas de urgência para mitigar o impacto económico e social sem precedentes da crise da covid-19, estando prevista a sua desativação em 2023.

As regras do PEC exigem que a dívida pública dos Estados-membros não supere os 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e impõe um défice abaixo da fasquia dos 3%.

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Inspeção instaurou 41 processos de inquérito por irregularidades nas vacinas

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

IGAS instaurou no ano passado 41 processos de inquérito, 6 de fiscalização, e 8 processos de esclarecimento, a 272 entidades, por indícios de comportamentos inadequados na vacinação contra a covid-19.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou, no ano passado, 41 processos de inquérito e seis de fiscalização, na sequência da investigação realizada a 272 entidades no âmbito do plano de vacinação contra a Covid-19, anunciou o organismo.

No início do processo de vacinação em Portugal, surgiram casos de vacinação indevida que levaram a IGAS a instaurar, no dia 28 de janeiro em 2021, um processo de inspeção à implementação da primeira fase deste plano para verificar o cumprimento das normas e orientações aplicáveis à administração da vacina contra a Covid-19.

Na altura, a IGAS adiantou que a inspeção iria abranger, nesta fase, as cinco administrações regionais de saúde, os hospitais, os centros hospitalares e as unidades locais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, bem como algumas entidades que integram os serviços centrais do Ministério da Saúde.

A inspeção assentou em três vertentes: critérios de seleção das pessoas a vacinar dentro dos grupos prioritários, procedimentos de gestão das doses excedentes e medidas preventivas do desperdício.

Os resultados da inspeção foram agora publicados na ‘newsletter’ da IGAS e indicam que, no total, foram investigadas 272 entidades e unidades de saúde dos setores público, privado e social, e elaborados 10 relatórios semanais (intercalares) e um relatório global.

Na sequência desta inspeção foram instaurados oito processos de esclarecimento, 41 processos de inquérito e seis processos de fiscalização

Ainda sobre este tema, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde instaurou oito processos de inspeção para verificar as condições da rede de frio de outros tantos centros de vacinação contra a Covid-19.

Nestes oito processos, foram emitidas 53 recomendações, refere o organismo.

A IGAS destaca duas recomendações, uma das quais visou assegurar que “a verificação diária da monitorização contínua da temperatura interna dos equipamentos de frio no centro de vacinação permite o registo sistemático e a identificação dos desvios em tempo útil, mediante o estabelecimento de parâmetros que garantam uma análise imediata dos incidentes detetados com reporte aos serviços farmacêuticos responsáveis pela rede frio das vacinas”.

A outra recomendação visa “assegurar que os limites máximos e mínimos definidos no data logger [registo de dados] do centro de vacinação para identificação de desvios de temperatura estão em conformidade com os limites estabelecidos nas normas da Direção-Geral da Saúde e nos procedimentos internos (entre 2ºC e 8ºC)”.

A IGAS afirma que, com esta atuação, “assegurou que o processo de vacinação, na primeira fase (onde as pessoas eram vacinadas por grupos prioritários), era executado de forma transparente, depois de terem surgido diversos indícios de comportamentos inadequados que criaram nos cidadãos alguma falta de confiança nas autoridades de saúde”.

Nas inspeções às condições da rede de frio das vacinas, a IGAS procurou assegurar “uma boa utilização dos recursos públicos e a segurança das pessoas vacinadas”.

As irregularidades no processo de vacinação resultaram na demissão do coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação, Francisco Ramos, que foi substituído no cargo pelo vice-almirante Gouveia e Melo.

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Pfizer inicia ensaio clínico em humanos da vacina adaptada à Ómicron

A Pfizer começou esta terça-feira a testar em humanos a vacina que está a desenvolver contra a Covid mais adaptada à variante Ómicron. Estudo envolve adultos entre os 18 e os 55 anos.

A farmacêutica norte-americana Pfizer iniciou os ensaios clínicos em humanos da vacina que está a desenvolver contra a Covid mais adaptada à variante Ómicron, avança o The Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês).

Segundo a farmacêutica norte-americana um dos voluntários já recebeu a vacina. A Pfizer revelou ainda que arrancou com as inscrições de voluntários adultos entre os 18 e os 55 anos nos EUA e na África do Sul, por forma a prosseguir com os ensaios clínicos que vão servir para atestar a segurança e eficácia da vacina se for administrada como vacinação primária ou dose de reforço.

O objetivo é contar com a participação de até 615 voluntários que tenham concluído o esquema vacinal primário entre três a seis meses antes do ensaio clínico, outros 600 que já tenham recebido a dose de reforço entre três a seis meses antes e outros 200 que ainda não tenham recebido qualquer vacina. Neste último caso, os voluntários vão receber duas doses da vacina dirigida à Ómicron com três semanas de intervalo e uma terceira dose seis meses depois.

Os resultados iniciais deste estudo deverão ser divulgados durante o primeiro semestre deste ano, sendo que, caso os ensaios clínicos corram bem, a farmacêutica norte-americana espera iniciar o pedido de autorização para a administração de uso de emergência ao regulador dos EUA e começar a distribuir as primeiras doses já em março, revelou o CEO da Pfizer.

Recorde-se que ainda não há nada científicos suficientes para aferir se uma quarta dose da vacina contra a Covid-19, mais adaptada à variante Ómicron será mesmo necessária. Não obstante, em dezembro o primeiro-ministro revelou que Portugal já iniciou o processo de aquisição de vacinas caso se venha a verificar necessário, no âmbito da aquisição conjunta da UE.

Caso esta vacina seja necessária, o consórcio Pfizer/BioNTech esperam produzir quatro mil milhões de doses de vacinas ainda este ano. “Permanecer vigilantes contra o vírus exige que identifiquemos novas abordagens para que as pessoas mantenham um alto nível de proteção, e acreditamos que o desenvolvimento e a investigação de vacinas baseadas em variantes, como esta, são essenciais para trabalhar nesse objetivo”, afirmou Kathrin Jansen, responsável pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, citada pelo mesmo jornal.

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Ómicron sobrevive mais tempo em plástico e na pele do que variantes anteriores

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Janeiro 2022

Um estudo japonês revelou que o tempo médio de sobrevivência da variante Ómicron é de 193,5 horas em superfícies plásticas, enquanto na pele humana é uma média de 21,1 horas.

A variante Ómicron pode sobreviver mais tempo do que as estirpes anteriores de Covid-19 em superfícies de plástico e na pele humana, segundo testes laboratoriais realizados por investigadores japoneses, avança a Reuters (conteúdo em inglês).

Os investigadores japoneses descobriram que a Ómicron tem uma elevada “estabilidade ambiental” (capacidade de permanecer infecciosa), o que pode ter contribuído para a sua rápida propagação e, consequentemente, para a substituição da Delta pela Ómicron como variante dominante.

Em superfícies plásticas, o tempo médio de sobrevivência do vírus original foi de 56 horas e das variantes Alfa, Beta, Gama e Delta foi, respetivamente, de 191,3 horas, 156,6 horas, 59,3 horas e 114,0 horas, face a um tempo médio de 193,5 horas para a Ómicron.

Já em amostras de pele de cadáveres, o tempo médio de sobrevivência foi de 8,6 horas para o vírus original, 19,6 horas para a variante Alfa, 19,1 horas para a Beta, 11,0 horas para a Gama, 16,8 horas para a Delta e 21,1 horas para a Ómicron.

Na pele, todas as variantes foram completamente inativadas depois de 15 segundos de exposição a higienizadores de mãos à base de álcool, o que levou os investigadores a concluir que “é altamente recomendável que as atuais práticas para o controlo de infeções por Covid-19 (higiene das mãos) utilizem desinfetantes como proposto pela Organização Mundial de Saúde”.

Esfregaço nasal é mais eficaz para detetar vírus em teste rápido de antigénio

Um estudo realizado por investigadores da cidade norte-americana de São Francisco concluiu que os testes rápidos de antigénio de esfregaço nasal são a melhor forma de detetar a infeção por Covid-19, em vez daqueles em que o esfregaço é feito na garganta ou na bochecha.

Numa altura em que a Ómicron era responsável por quase todas as infeções por SARS-CoV-2 em São Francisco, os investigadores da cidade testaram 731 pessoas com o teste rápido de antigénio BinaxNOW. O esfregaço nasal “detetou mais de 95% das pessoas com os níveis mais elevados do vírus, disse Diane Havlir, da Universidade da Califórnia.

Em 115 das pessoas que testaram positivo a partir do teste PCR, a equipa de investigação comparou os resultados do BinaxNOW utilizando amostras de esfregaço nasal e da garganta e verificou que os esfregaços de garganta detetaram cerca de 40% menos casos do que os esfregaços do nariz.

Um outro estudo, feito em Espanha, concluiu que o esfregaço do interior da bochecha também é muito menos fiável do que o esfregaço nasal para a deteção da Covid-19. “Estes dados apoiam a utilização do teste BinaxNOW a partir de esfregaços nasais, tal como indicado na embalagem”, disse Diane Havlir, acrescentando que é recomendável a repetição do teste rápido para aqueles que testaram negativo com o BinaxNOW e que têm sintomas ou estiveram expostos a uma pessoa infetada.

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