Comissão de Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha apoia Autoeuropa
Autoeuropa inicia esta quinta-feira uma greve parcial de dois dias, que terá início com o turno das 15h20, mas a Comissão de Trabalhadores queria suspender a greve. Sindicatos não aceitaram.
A Comissão de Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha manifestou apoio à congénere portuguesa na tentativa de encontrar uma solução negocial com a administração da Autoeuropa para obter um aumento salarial extraordinário, para fazer face ao agravamento do custo de vida.
“Enquanto comissão de trabalhadores do grupo europeu e mundial, compreendemos as preocupações atuais dos trabalhadores e estamos convencidos de que estas podem ser resolvidas pela Comissão de Trabalhadores num diálogo construtivo com a empresa”, pode ler-se na carta enviada à estrutura liderada por Rogério Nogueira.
A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, inicia esta quinta-feira uma greve parcial de dois dias, que terá início com o turno das 15h20, mas a Comissão de Trabalhadores queria suspender a greve, já que a administração aceitou voltar a sentar-se à mesa das negociações no dia 25 de novembro. Uma abertura que os sindicatos dizem ser exclusivamente motivada pela tentativa de travar a greve e que, por isso, optaram por não a desconvocar.
Na mesma missiva, a Comissão de Trabalhadores do grupo europeu sublinhou compreender “as preocupações atuais dos trabalhadores” e garantem estar convencida “de que estas podem ser resolvidas pela Comissão de Trabalhadores num diálogo construtivo com a empresa”. “Do nosso ponto de vista, está é a forma correta de resolver cooperativamente os conflitos do nosso tempo e de encontrar para todas as partes envolvidas, os trabalhadores e a empresa, a melhor solução possível”, lê-se na carta assinada por Dariusz Dabrowski.
“Nesta altura entendemos que, estando aberta a porta do diálogo, não faz sentido manter a greve até ouvir a proposta da empresa para um aumento salarial extraordinário”, reforça ao ECO a Comissão de Trabalhadores através de uma declaração por escrito.
Os trabalhadores da Autoeuropa exigem um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, mas a empresa decidiu atribuir um prémio único de 400 euros, posição que levou os trabalhadores a decidirem avançar para a greve nos plenários realizados na semana passada.
Esta é a segunda paralisação por questões laborais em três décadas de atividade da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela. A primeira – excetuando as que ocorreram no âmbito de greves gerais a nível nacional – teve lugar a 30 de agosto de 2017, quando os trabalhadores cumpriram uma paralisação de um dia contra a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado, o que obrigou a uma paragem de toda a produção.
(Notícia atualizada às 12h09 com declaração da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa)
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