Trabalhadores da Autoeuropa chumbam proposta de aumento salarial de 5,2%
O Não venceu com 51,9% dos votos e o Sim perdeu com 47,2%. De acordo com o comunicado da comissão de trabalhadores a abstenção foi de 22,9%.
Os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa chumbaram a proposta de aumento salarial de 5,2%, com efeitos já a partir de dezembro, negociada entre a comissão de trabalhadores e a gestão da empresa, apurou o ECO.
A comissão de trabalhadores da Autoeuropa tinha acordado com a administração da fábrica de Palmela no final de novembro um aumento salarial extraordinário de 3,2%, que acrescia aos 2% já acordados, a partir de dezembro. Mas a proposta, que se somava ao aumento de 2% previsto para janeiro de 2023, tinha de ser aprovada pelos trabalhadores da empresa em referendos que se realizaram a 4 e 5 de dezembro. O ‘Não’ venceu com 2.007 votos contra, enquanto se contabilizaram 1.826 votos a favor. Ou seja, o ‘Não’ venceu com 51,9% dos votos e o ‘Sim’ registou 47,2%. De acordo com o comunicado da comissão de trabalhadores, a abstenção foi de 22,9%.
Ou seja, os trabalhadores chumbaram uma proposta que permitiria a quem ganhou 1.148,50 euros em janeiro — a que acresceram 287,13 euros de subsídio de turno — um aumento para 1.208,50 euros mais 302,13 euros de subsídio a partir de dezembro, num aumento global de 75 euros.
A comissão de trabalhadores vai agora reunir “em breve” para analisar os resultados do referendo. Já os sindicatos vão marcar vários plenários de trabalhadores na próxima semana (terça e quarta-feira) para ouvirem o que pensam. Segundo uma nota do Site-Sul publicada esta segunda-feira, a “proposta da administração é insuficiente”.
Antes das negociações, a comissão de trabalhadores pedia um aumento de 5% em dezembro com retroativos a julho e uma nova atualização em janeiro do próximo ano, que tivesse em conta os valores da inflação deste ano e o acordo laboral. Por sua vez, a administração da Autoeuropa comprometeu-se a pagar um prémio extraordinário de 400 euros a todos os trabalhadores no vencimento de dezembro.
A guerra de números
Os trabalhadores decidiram avançar com uma greve parcial a 17 e 18 de novembro, apesar de a administração ter aceitado regressar à mesa das negociações a 25 de novembro. Uma abertura que os sindicatos alegavam ser apenas uma tentativa de desmobilização da greve, mas que para a comissão de trabalhadores era razão suficiente para desconvocar o pré-aviso de greve.
A greve não foi desconvocada, mas foi motivo de uma guerra de números. A administração anunciou que a adesão total foi de 37% e que o volume de produção planeado para aqueles dias não foi afetado. Mas os sindicatos garantem que “nos períodos de paragem não saiu um único carro no final da linha de produção na área da montagem final”.
Segundo o Site Sul, “a adesão rondou 75%, maioritariamente nos trabalhadores da produção e outras áreas, nos dois dias de greve”. Durante as horas da greve, segundo o sindicato, a empresa esteve a “recuperar carros que estavam parqueados com falta de peças” e no final “deu-os como saídos da linha de montagem (carros de produção) de modo a poder dizer que atingiu o objetivo de produção diária”.
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