Prejuízos da CP encolhem 31% em 2021, com “fortes constrangimentos” de tesouraria

Transportadora ferroviária assume "fortes constrangimentos" de tesouraria em 2021 e aguarda reestruturação da dívida. Greves prejudicam comboios realizados e obras atrasam horas de chegada do Alfa.

Os resultados da CP continuaram nos carris dos prejuízos em 2021. No último ano, a transportadora ferroviária pública registou resultados negativos de 65,6 milhões de euros. Ainda assim, o desempenho melhorou 31% face a 2020: no primeiro ano da pandemia, a empresa tinha ficado com perdas de 95,4 milhões de euros. O desempenho financeiro da transportadora, contudo, deveria ter sido menos negativo, refere o relatório e contas do ano passado, divulgado no início desta semana.

No Plano de Atividades e Orçamento para 2021, estava previsto que os prejuízos da CP tivessem sido de 16,5 milhões de euros. O atraso da entrada, na conta bancária da empresa, do acerto de compensações financeiras relativo a 2020 ajudar a justificar a diferença entre a expectativa e a realidade.

“O resultado líquido de 2021 foi de -65,6 milhões de euros, cerca de 49 milhões de euros pior que o previsto. Para esse desvio contribuiu, fundamentalmente, o facto de o acerto das compensações financeiras pelas obrigações de serviço público prestadas em 2020 aguardar visto do Tribunal de Contas”, refere o documento. O montante do acerto de contas é de 80,9 milhões de euros e foi aprovado no Conselho de Ministros de 11 de novembro de 2021.

Só em subsídios de exploração, a CP deveria ter recebido um total de 158,38 milhões de euros; na realidade, entraram na conta 89,39 milhões de euros, menos 69 milhões de euros.

As receitas de tráfego da CP subiram para 172 milhões de euros, mais 4,6% do montante inicialmente previsto, por causa do “desvio da procura” e das “comparticipações extraordinárias recebidas no âmbito do programa de apoio à redução tarifária”. Em 2021, a empresa transportou 99,1 milhões de passageiros, mais 14% do que em 2020 e acima dos 94 milhões de utentes inicialmente previstos.

Greves diminuem comboios

As greves dos trabalhadores da CP e dos funcionários da Infraestruturas de Portugal (gestora da rede ferroviária nacional) diminuíram o número de comboios realizados durante o ano passado. O índice de regularidade baixou de 99,2% para 98%, ou seja, 2% de todos os comboios programados ficaram por realizar, por conta das paralisações.

O serviço internacional – reduzido ao comboio Celta, entre Porto e Vigo, registou o pior desempenho, com 95,8% de regularidade – o que compara com os 98% do ano anterior. O segundo pior comportamento verificou-se nos comboios suburbanos de Aveiro, com 97,1% – menos 2,3 pontos percentuais face a 2020.

Em sentido contrário, os comboios mais frequentes circularam nos serviços suburbanos que servem os distritos de Braga e de Guimarães, com 98,7%, menos 0,9 pontos percentuais face a 2020.

Alfa com 30% de atraso

Em média, as composições da CP chegaram a horas ao destino em 87,3% das viagens, numa melhoria de 1,2 pontos percentuais na comparação com 2020. É considerado como pontual o comboio que tem atrasos de três ou menos minutos no serviço suburbano e de cinco ou menos minutos em deslocações regionais e de longo curso.

O comboio Celta apenas foi pontual em 36,4% das viagens – ainda assim, melhor do que os 34,8% de 2020.

Também no longo curso, o Intercidades chegou mais vezes a horas em 2021 do que o Alfa Pendular: 75,6% para o Intercidades e 71,9% para o Alfa Pendular, serviço de topo da transportadora. Em 2020, o Alfa Pendular tinha sido pontual em 76,7% das viagens; no Intercidades, isso tinha acontecido em 74,6% das ocasiões.

Os atrasos são justificados com as “limitações de velocidade” impostas na rede ferroviária nacional, gerida pela IP.

Os comboios mais pontuais de 2021 foram os da Linha de Cascais, com 91,7%, apesar do decréscimo de 2,5 pontos percentuais na comparação com 2020.

A melhoria da pontualidade registou-se, sobretudo, nos comboios regionais e nos comboios suburbanos entre Porto e Marco de Canaveses, por causa da conclusão da eletrificação da Linha do Minho e da reabertura do troço Covilhã-Guarda, na Linha da Beira Baixa.

Mais 48 trabalhadores e horas extra

A CP terminou 2021 com um total de 3784 trabalhadores, mais 48 do que em 2020. Apesar de terem ingressado nos quadros 135 novos elementos, houve 87 saídas durante o último ano. Três em cada quatro retiradas da empresa deveram-se a reformas.

Nota ainda que mais de 10% do trabalho feito na CP é feito em horas extraordinárias, exercidas sobretudo pelos funcionários do departamento comercial e das operações. Revisores e maquinistas são duas das funções que mais trabalham para lá das horas regulares.

Resolver dívida histórica

Entre as perspetivas para 2022, a CP conta com o “saneamento da dívida histórica”, avaliada em 2,132 mil milhões de euros no final de 2021. Nesse pressuposto, e com a recuperação da procura e da atribuição das compensações ao abrigo do contrato de serviço público, “prevê-se que a CP passe a apresentar a curto prazo uma situação financeira equilibrada e sustentável”.

A transportadora apenas poderá reganhar a desejada autonomia caso seja concretizada a reestruturação de 80% da dívida histórica. Contudo, o ‘perdão’ de 1,815 mil milhões de euros depende da aprovação da Direção-Geral da Concorrência.

Portugal terá que provar que a dívida que é anulada é a que existia antes da liberalização do mercado, evitando uma ajuda de Estado. Praticamente toda a dívida histórica da empresa foi contraída em décadas anteriores por suborçamentação do Estado e que obrigou a transportadora a aumentar o passivo.

A empresa conta ainda transportar mais passageiros em 2022 do que no ano passado, embora a procura deverá “manter-se ainda significativamente abaixo do registado nos anos anteriores à pandemia”. Em 2019, houve 144,89 milhões de passageiros na CP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministra afasta para já máscara obrigatória e testes gratuitos em farmácias

  • Lusa
  • 18 Maio 2022

Portugal está numa “fase de autorresponsabilização”, disse Marta Temido, acrescentando que máscaras e testes gratuitos podem fazer sentido em "outra altura em termos de sazonalidade da infeção".

A ministra da Saúde admitiu esta quarta-feira que a evolução da pandemia de covid-19 venha a condicionar a atividade hospitalar programada e recusou para já o regresso de testes gratuitos nas farmácias e uso obrigatório de máscaras.

A ministra da Saúde, Marta Temido, falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de aniversário da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), que decorreu esta tarde no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, sublinhando que o país se encontra numa “fase de autorresponsabilização”, defendendo que os comportamentos individuais se devem adaptar à evolução da pandemia.

As projeções do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) apontam para que no final de maio o país possa atingir os 60 mil casos diários, referiu a ministra, mas voltar a comparticipar testes à covid-19 nas farmácias, uma decisão que nem precisa de aprovação em Conselho de Ministros, até poderá voltar a fazer sentido, mas não para já.

Poderá fazer [sentido], designadamente numa outra altura em termos de sazonalidade da infeção. Neste momento, aquilo que estamos a apostar é a prescrição através da linha de Saúde24. A linha de saúde24 tem tido constrangimentos, percebo que isso dificulte a expectativa das pessoas no acesso à linha, mas recordo que temos introduzido melhorias”, defendeu a ministra.

Marta Temido reconheceu os efeitos do aumento do número de casos, nomeadamente no aumento da pressão hospitalar, sobretudo no norte do país, e admitiu o condicionamento da atividade hospitalar programada, o que é “uma grande preocupação”.

“Sabemos que temos que combinar a resposta à covid-19 e aquilo que é também a expectativa social de um funcionamento o mais regular possível com a resposta às outras necessidades assistenciais. E sabemos que temos os nossos serviços sobre uma intensíssima pressão que merece naturalmente a nossa preocupação e o nosso acompanhamento e a nossa tentativa de reforço de mecanismos e por isso mesmo é que é preciso que todos façam a sua parte”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sporting de Braga encontra novo treinador na equipa B

Depois da saída de Carlos Carvalhal, bracarenses voltam a contar com Artur Jorge no comando técnico por duas épocas, depois de uma primeira passagem, na temporada de 2019/2020.

Artur Jorge é o novo treinador do Sporting de Braga. Este é o nome do substituto de Carlos Carvalhal no comando técnico dos arsenalistas, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira pela SAD do clube junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O contrato é de duas épocas, até à temporada de 2023/2024.

O Sporting de Braga foi buscar o novo treinador à equipa B. Na última época, Artur Jorge levou o Sporting de Braga B até à fase de subida da Liga 3, a terceira divisão do futebol nacional e anteriormente designada de 2.ª Divisão B.

Esta será a segunda passagem de Artur Jorge pela equipa principal do Sporting de Braga. Na época de 2019/2020, Artur Jorge substituiu Custódio Castro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Munich Re e Real inovam na subscrição digital de seguros Vida

  • ECO Seguros
  • 18 Maio 2022

A solução de subscrição da gigante alemã quer agilizar a tarefa dos mediadores de seguros de Vida e melhorar a experiência do cliente durante o processo de contratação.

A Real Vida Seguros e a Munich Re lançaram uma nova solução de subscrição digital, com base em tecnologia desenvolvida por Munich Re Automation Solutions, provedora da resseguradora alemã de soluções para o novo negócio digital, incluindo o processo de subscrição e a análise de dados indispensável para a indústria de seguros de Vida.

Otimistas quanto à solução: Paul Donnelly, Vice Presidente executivo da Munich Re e Mário Campino, Vice Presidente da Real Vida.

Com esta nova solução tecnológica “prática e inovadora” segundo a Munich Re, os mediadores da Real Vida podem oferecer aos seus clientes, “um processo de subscrição mais ágil de acordo com os tempos atuais” diz a empresa.

A implementação desta ferramenta permitirá aos mediadores reduzir significativamente o número de propostas não concretizadas durante o processo de venda. Para além da tecnologia, a equipa da Munich Re em Espanha vai manter e melhorar as diretrizes de subscrição necessárias à gestão da venda digital dos seguros de Vida da companhia.

“O sucesso desta parceria com a Munich Re, que é um player líder do setor a nível mundial, é mais um importante passo na aproximação, facilitação e criação de valor, para todos os intervenientes dos processos de negócio do sector segurador vida / risco”, diz Mário Campino, Vice-Presidente e CFO da Real Vida. O gestor acrescenta que será um processo “desde a seguradora, à integração, atualização tecnológica e melhoria de serviço até ao canal mediação e até aos nossos clientes finais, que serão os maiores beneficiários do ganho de eficiência captado”, conclui.

Já Paul Donnelly, Vice Presidente executivo da EMEA de Munich Re Automation Solutions, explica que “esta aliança afirma a nossa posição como a principal opção para as empresas que desejam acelerar as suas capacidades de subscrição automatizada de seguros de Vida”. Para este gestor “a Real Vida está proporcionar um excelente serviço aos seus mediadores, impulsionada pela tecnologia, sendo considerada como uma empresa pioneira”.

A Real Vida, tinha sido reconhecida em 2020 pela ANI (Agência Nacional de Inovação) com a atribuição de incentivos fiscais ao projecto de “Subscrição e Emissão Online de Produtos de Seguros de Ramo Vida e Acidentes Pessoais com certificação Digital”, indicando já nessa altura o caminho que agora se concretizou.

Pelo lado mais operacional, a opinião de Daniel Rodriguez Gonzalez, diretor executivo de Markets & Clients Ibéria da Munich Re, assegura estar comprometido com o apoio continuado a partir do escritório da Munich Re em Madrid, com toda a nossa experiência em subscrição e sinistros. “Estamos empenhados em proporcionar ótimas experiências de utilização aos clientes Vida e um elevado nível de qualidade de subscrição”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRO.VAR quer regresso do uso obrigatório de máscaras nos restaurantes

  • Lusa
  • 18 Maio 2022

Devido à exposição dos trabalhadores da restauração, a PRO.VAR defende "o regresso ao uso obrigatório das máscaras".

A PRO.VAR – Associação Nacional de Restaurantes quer a reposição da obrigatoriedade do uso das máscaras no interior dos estabelecimentos para clientes e trabalhadores, invocando, para tal, a “enorme pressão nos hospitais” provocada pelo aumento das infeções do novo coronavírus.

Em comunicado, a associação citou as declarações desta quarta do diretor de urgências de medicina interna do Hospital S. João, Nélson Pereira, quando referiu que a “situação é grave” e que chegam “às 08:00 de cada dia sem nenhuma vaga no hospital”, para avançar com a reivindicação.

A PRO.VAR entende que este é o momento do regresso das máscaras no interior dos estabelecimentos”, lê-se na nota de imprensa. Para os responsáveis, o “coronavírus não vai desaparecer” e “as novas vagas serão frequentes”, defendendo, por isso, a necessidade de “aprender a viver com ele” antes de insistirem serem “os números que refletem a enorme pressão nos hospitais”, continuando a citar os profissionais de saúde para escrever que algumas unidades de saúde “estão a atingir o limite”.

Estamos preocupados, pois os restaurantes sempre privilegiaram a segurança e querem manter a confiança em alta. Por outro lado, os trabalhadores do setor da restauração durante o seu período de trabalho, estão muito expostos a uma grande circulação de pessoas, por essa razão defendemos o regresso ao uso obrigatório das máscaras para os clientes e trabalhadores”, prossegue o comunicado.

Enfatizando que a “preocupação existe por questões de saúde pública, mas também pela necessidade de assegurar que toda a equipe de trabalho não sofra baixas”, revelam que a “escassez de trabalhadores nos restaurantes é hoje uma realidade e qualquer elemento que fique em isolamento causa grandes constrangimentos ao normal funcionamento do mesmo”.

São inúmeros os restaurantes que estão a reportar esta preocupação, alguns acabam por fechar, por falta de pessoal, seja de cozinha ou de sala”, acrescenta a PRO.VAR que desvenda a recusa de “muitos dos colaboradores” do uso da máscara “apesar da recomendação por parte da entidade patronal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Musk diz que ESG é “um esquema escandaloso” após exclusão de Tesla do índice

O CEO da Tesla defende que a pontuação ESG de uma empresa mede o nível de conformidade dos negócios com a "agenda da esquerda".

Elon Musk não ficou contente com a exclusão da Tesla de um índice S&P Global que segue as empresas tendo em conta os padrões ambientais, sociais e de governança, conhecidos como os indicadores ESG. O CEO da fabricante de veículos elétricos defendeu que os critérios ESG são “um esquema escandaloso”.

Numa série de tweets, Musk expressou o seu descontentamento pelo facto de a Tesla não ter sido incluída numa lista que coloca a petrolífera Exxon no top 10, apontando que o ESG é um “esquema escandaloso”, reiterando depois que foi transformado numa arma por “falsos guerreiros da justiça social”.

Do lado dos responsáveis pelo índice S&P 500 ESG, foram citadas preocupações relacionadas às condições de trabalho na Tesla como uma das razões para a exclusão da empresa, de acordo com a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês), referindo-se a notícias de discriminação racial e más condições de trabalho numa das fábricas.

Por sua vez, o líder da Tesla reiterou que o S&P Global Ratings, responsável por compilar o índice, “perdeu sua integridade” e disse que “ataques políticos” contra si próprio “vão aumentar dramaticamente nos próximos meses”.

Neste tema, Musk partilhou ainda uma imagem onde diz que a pontuação ESG de uma empresa mede o nível ao qual o negócio está em conformidade com a “agenda da esquerda”. Isto “apesar de a Tesla fazer mais pelo meio ambiente do que qualquer outra empresa”, acrescenta o empresário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Moedas diz que é fundamental avançar já com novo aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 18 Maio 2022

“Obviamente que durante muitos anos teremos ‘Portela+1’, mas para mim a posição é clara”, disse o autarca, que criticou ainda a morosidade do SEF no aeroporto de Lisboa.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), defendeu esta quarta-feira a necessidade da construção de um novo aeroporto, independentemente da localização, considerando que tal será “fundamental” para fazer face à retoma da atividade turística. “Aeroporto já. Nós precisamos de um aeroporto. Se ele é num sítio ou noutro, isso deve ser uma decisão técnica, mas o aeroporto tem de avançar para bem de todos”, afirmou o autarca.

Carlos Moedas falava durante um almoço promovido pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), numa intervenção em que abordou também alguns desafios do setor. “Obviamente que durante muitos anos teremos ‘Portela+1’, mas para mim a posição é clara”, sublinhou.

As declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa surgiram em resposta às preocupações levantadas pelo presidente da AHP, Bernardo Trindade, que alertou para o facto de os hotéis poderem perder clientes devido aos atrasos no processo de construção do novo aeroporto, numa altura em que foi lançado o concurso público para a realização da avaliação ambiental estratégica da futura solução aeroportuária.

O concurso público internacional para a realização da avaliação ambiental estratégica de Lisboa foi lançado pelo Governo em outubro de 2021. Nessa altura, o então secretário de Estado Adjunto das Comunicações, Hugo Santos Mendes, adiantou que a avaliação ambiental estratégica das três hipóteses de localização do novo aeroporto de Lisboa deverá ser entregue em 2023.

Atualmente, em cima da mesa estão três hipóteses: aeroporto Humberto Delgado (principal), com o aeroporto do Montijo (complementar), aeroporto do Montijo (principal), com o aeroporto Humberto Delgado (complementar) e uma infraestrutura localizada no Campo de Tiro de Alcochete.

Outra das questões abordadas por Carlos Moedas, e que também surgiu na sequência de preocupações manifestadas pelo presidente da AHP, foi a falta de efetivos dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no Aeroporto Humberto Delgado, situação que gera filas de espera de três e quatro horas para entrar em Lisboa.

Vocês podem ter os melhores hotéis, as melhores empresas do mundo, mas se as pessoas estiverem três e quatro horas para entrar em Lisboa essas pessoas não vão voltar. É uma responsabilidade nossa de alertar o Governo e ser resolvida rapidamente. Nós não podemos ter o aeroporto nestas condições que são vergonhosas para qualquer estrangeiro que chega”, criticou. O SEF revelou esta quarta que está a preparar um plano para os postos de fronteiras nos aeroportos durante o período de maior fluxo de passageiros, entre julho e setembro.

Durante a sua intervenção, Carlos Moedas fez também críticas a algumas medidas aprovadas pelos partidos da oposição na Câmara de Lisboa que, no seu entendimento, prejudicam a atividade turística na capital, nomeadamente a suspensão de novos registos de alojamento local, o chumbo da proposta para a construção de um hotel no antigo convento das Mónicas e as mudanças no trânsito da cidade.

Sou um político que vai trabalhar no sentido da estabilidade, mas não o posso fazer sozinho. Não o posso fazer quando tenho na própria Câmara Municipal vereadores que decidem proibir de um dia para o outro o alojamento local, não percebendo que o proibindo haja uma corrida às licenças de alojamento local nesse próprio dia”, observou.

Em causa está a decisão de “suspensão imediata” da autorização de novos registos de estabelecimentos de alojamento local, por um prazo de seis meses, que pode ser renovado por igual período, “até à entrada em vigor da alteração ao Regulamento Municipal do Alojamento Local”.

Apresentada pelos vereadores do PS e do Livre na Câmara de Lisboa, em novembro de 2021, a proposta foi aprovada pelo executivo camarário em 15 de dezembro, com nove votos a favor (cinco vereadores do PS, dois do PCP, um do Livre e um da vereadora independente Paula Marques, eleita pela coligação PS/Livre), a abstenção da vereadora do BE e sete votos contra dos eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que governa a cidade sem maioria absoluta.

Relativamente ao antigo Convento das Mónicas, a oposição camarária chumbou o projeto de arquitetura, rejeitando a mudança do uso de habitação para o uso de turismo, para instalação de um hotel. Mais recentemente, os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa votaram uma proposta para eliminar o trânsito automóvel na Avenida da Liberdade todos os domingos e feriados e reduzir em 10 quilómetros/hora (km/h) a velocidade máxima permitida atualmente em toda a cidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedrógão Grande: Ministério Público pede condenação de nove dos 11 arguidos

  • Lusa
  • 18 Maio 2022

O Ministério Público pediu a absolvição do presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu e a condenação de nove arguidos por responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande.

O Ministério Público (MP) pediu esta quarta-feira, nas alegações finais do julgamento para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, a condenação de nove dos 11 arguidos.

“Finda a produção de prova, o Ministério Público, em sede de alegações finais, pugnou pela condenação de nove dos 11 arguidos e relativamente à maior parte dos crimes que lhes são imputados em sede de pronúncia/acusação, atentas as naturais vicissitudes inerentes à dinâmica da prova”, referiu a Procuradoria da República da Comarca de Leiria, numa informação colocada no seu sítio na Internet.

Nas alegações, sem pedir a absolvição, a procuradora da República Ana Mexia considerou que o arguido José Geria, funcionário da antiga EDP (atual E-REDES), deve ser “julgado de acordo com a prova produzida”. No caso do presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, a magistrada do MP pediu a sua absolvição dos dois crimes de homicídio e um de ofensa à integridade física grave, todos por negligência, considerando que “não foi a falta de gestão de combustíveis que determinou a morte destas vítimas”, porquanto “as chamas não as atingiram”. Quanto aos restantes nove arguidos, o MP pediu a condenação.

No que diz respeito ao ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves, assim como ao antigo vice-presidente do município José Graça e à então responsável do Gabinete Florestal da autarquia, Margarida Gonçalves, Ana Mexia entende que devem ser condenados “na pena única que corresponde às elevadas necessidades de prevenção” por seis crimes de homicídio por negligência e nos demais absolvidos.

A estes arguidos estão imputados sete crimes de homicídio e quatro de ofensa à integridade física, alguns dos quais graves, todos por negligência.

Para o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera Fernando Lopes, o MP pediu a sua absolvição de seis crimes de homicídio e um de ofensa à integridade física, todos por negligência. Segundo a magistrada do MP Ana Mexia, no caso destas seis mortes, embora não havendo gestão das faixas de combustível no local onde foram encontradas as vítimas, esta “não foi a causa da morte”.

No que se refere aos restantes quatro homicídios por negligência que são imputados ao antigo autarca de Castanheira de Pera, a procuradora da República pediu a condenação, em pena única”, ficando em aberto a suspensão, atento o número mais reduzido de crimes que considera ter ficado provado em tribunal.

De acordo com o MP, o caminho municipal onde foram encontradas estas vítimas, embora pertencente ao concelho de Pedrógão Grande, era a Câmara de Castanheira de Pera que tinha a responsabilidade de gestão e, assim, da limpeza.

Ao comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, julgado por 63 crimes de homicídio e 44 de ofensa à integridade física, 12 dos quais graves, todos por negligência, foi pedida a condenação por estes crimes “numa pena de prisão efetiva, superior a cinco anos, atendendo à culpa e às elevadas necessidades de prevenção geral e especial que se fazem sentir”.

Para o outro funcionário da antiga EDP em julgamento, Casimiro Pedro, que responde pelos mesmos crimes do comandante dos bombeiros, foi igualmente pedida prisão efetiva.

Prisão efetiva foi também defendida para os três funcionários da Ascendi – José Revés, Rogério Mota e Ugo Berardinelli -, cuja atuação foi considerada omissa no que considerou ser o seu dever de providenciar pela gestão das faixas de combustível na Estrada Nacional 236-1.

A subconcessão rodoviária do Pinhal Interior, que integrava a Estrada Nacional 236-1 que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, estava adjudicada à Ascendi Pinhal Interior.

Ainda na informação colocada no site, a Procuradoria da República da Comarca de Leiria reconheceu que “a matéria, de facto e de direito, levada a julgamento, apresenta uma complexidade e singularidade que são inéditas no país”.

Em causa neste julgamento estão crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns dos quais graves. No processo, o Ministério Público contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Beneficiários de seguros de saúde aumentaram 90% nos últimos 16 anos

  • ECO Seguros
  • 18 Maio 2022

Estudo da Marktest indica que mais de 3 milhões de portugueses dispõem de um seguro de saúde, quase o dobro de há 16 anos. Desde 2015 mais 1 milhão de pessoas aderiram a este benefício e ao seu custo.

De acordo com dados do estudo Basef Seguros, realizado pela empresa de estudos de mercado Marktest, para o acumulado do ano 2021, 3 milhões e 87 mil portugueses possuem ou beneficiam de seguro de saúde, um valor que corresponde a 34.3% do universo composto pelos residentes em Portugal com 15 e mais anos.

O Basef Seguros é um estudo que se realiza há já 20 anos de existência cujo universo é constituído por 8.988.000 indivíduos com 15 ou mais anos, residentes em Portugal, do qual resultam 14.400 entrevistas anuais.

Analisando a sua evolução, os dados do estudo indicam que nos últimos 16 anos, o número de beneficiários de seguros de saúde aumentou 90%, correspondendo hoje a 34,3% da população portuguesa.

Os dados do Basef mostram ainda que a posse deste seguro é bastante diversa entre a população, mostrando comportamentos heterogéneos entre as classes sociais, idade e regiões.

Os indivíduos pertencentes à classe social alta e média alta têm uma taxa de posse de seguro de saúde cerca de 2 vezes superior à dos indivíduos das classes média baixa e baixa.

Por idades, observa-se que os indivíduos entre os 25 e os 34 anos e entre os 35 e os 44 anos apresentam uma taxa de posse de seguro bastante acima da média (respetivamente, 44.4% e 43.8%) baixando com o aumento da idade, até à taxa de posse de 21.3% nos indivíduos com mais de 64 anos.

Analisando os dados por região, verifica-se que a percentagem de posse mais elevada deste tipo de produto regista-se na Grande Lisboa, com 43.5%, um valor muito acima do observado entre os residentes no Interior Norte, onde não ultrapassa os 26.3%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fisco já liquidou 3,2 milhões de declarações de IRS. Reembolsos atingem 1.853 milhões de euros

Cerca de 1,9 milhões de declarações levaram a reembolsos aos contribuintes até agora, cujo montante totaliza os 1.853 milhões de euros.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) já liquidou 3,2 milhões de declarações de IRS, sendo que destas, quase 1,9 milhões levaram a reembolsos aos contribuintes. Até esta quarta-feira, o Fisco já devolveu 1.853 milhões de euros em IRS, segundo o balanço mais recente feito pelo Ministério das Finanças.

Desta forma, contas feitas, o Fisco tem feito um reembolso médio de 975 euros. Já no que diz respeito às notas de cobrança, já foram emitidas cerca de 436 mil notas, “num total de cerca de 332 milhões de euros, sendo as restantes nulas (não havendo lugar a reembolso ou nota de cobrança)”, lê-se no comunicado do gabinete de Fernando Medina.

“Até agora, foram entregues mais de 3,8 milhões de declarações de IRS pelos contribuintes, sendo que 39% foram submetidas através do IRS Automático (preenchimento automático dos dados da declaração por parte da AT, através das informações comunicadas de forma automática às Finanças) e 61% foram submetidas de forma manual”, adiantam também as Finanças.

No total, é expectável que sejam entregues mais de seis milhões de declarações de IRS, tendo em conta o número fixado em 2021. Os contribuintes têm até ao final de junho para o fazer, mas muitos procuram acelerar este processo, obtendo mais rapidamente o reembolso, caso exista lugar a tal.

A entrega da declaração de IRS em 2022, referente aos rendimentos auferidos em 2021, é feita exclusivamente através do Portal das Finanças. Os contribuintes podem também recorrer à linha de apoio da AT (217 206 707) ou às vagas de atendimento por marcação para apoio no preenchimento.

(Notícia atualizada às 18h30)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cuatrecasas assessora Infinitas Learning na compra da LeYa em Portugal e Moçambique

A operação envolveu uma equipa interdisciplinar de advogados liderada por Mariana Norton dos Reis, sócia coordenadora da área de Societário e M&A da Cuatrecasas.

A Cuatrecasas assessorou o grupo pan-europeu Infinitas Learning na aquisição da LeYa S.A., grupo editorial no qual se integram várias editoras de língua portuguesa e que gere as operações em Portugal e Moçambique. As operações da LeYa Global (holding do Grupo LeYa) no Brasil e em Angola não foram incluídas neste acordo.

A Infinitas Learning é uma editora líder na oferta de soluções educativas digitais e em papel, nos Países Baixos, na Bélgica e na Suécia, e alcança mais de cinco milhões de alunos com os seus produtos e serviços, desde o primeiro ciclo até ao ensino superior.

A operação envolveu uma equipa interdisciplinar de advogados liderada por Mariana Norton dos Reis, sócia coordenadora da área de Societário e M&A da Cuatrecasas, com o apoio de Marta Pereira da Silva e Francisco Martins Caetano, consultora e associado sénior da mesma área, e que envolveu especialistas das áreas de Bancário & Financeiro, Direito da Concorrência, Propriedade Intelectual e TMT, Seguros, Laboral, Fiscal e Compliance.

A aquisição da LeYa é um passo importante para a expansão do hub tecnológico em Portugal da Infinitas Learning.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae lucra 42 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022

Grupo liderado por Cláudia Azevedo regista vendas recorde de 1.700 milhões de euros até março, reduz a dívida e valoriza o portefólio, conseguindo “ultrapassar os desafios” provocados pela guerra.

A Sonae reportou um resultado líquido atribuível a acionistas no valor de 42 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, que justifica com o “forte desempenho operacional e a atividade de gestão do portefólio”. Nos primeiros três meses de 2021, que coincidiram com um período de confinamento em vários países, incluindo em Portugal, o grupo nortenho tinha lucrado apenas um milhão de euros.

Entre janeiro e março, o volume de negócios consolidado ascendeu a um novo valor recorde de 1,7 mil milhões de euros na sequência de um crescimento homólogo de 5%, puxado sobretudo pela MC (alimentar) e pela Zeitreel (moda), com o EBITDA a aumentar 17%, para 149 milhões de euros. A dívida líquida diminuiu quase 600 milhões, enquanto o valor líquido do portefólio valorizou 65 milhões face a dezembro, atingindo os 4,1 mil milhões de euros.

“Estes resultados foram conseguidos num contexto muito desafiante, marcado pela invasão russa à Ucrânia. Apesar de a Sonae não estar direta e materialmente exposta a estes países, os nossos negócios sentiram já os efeitos indiretos do conflito, nomeadamente através do aumento dos preços da energia, da inflação generalizada e dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento, tendo conseguido ultrapassar estes desafios”, sublinha a CEO Cláudia Azevedo, numa nota publicada na CMVM.

Os nossos negócios sentiram já os efeitos indiretos do conflito, nomeadamente através do aumento dos preços da energia, da inflação generalizada e dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento.

Cláudia Azevedo

CEO da Sonae

A gestora promete que o grupo sediado na Maia vai continuar “focado em servir os clientes em todos os mercados e em preparar o portefólio de investimentos para o futuro”. “Independentemente da evolução da economia global e dos mercados financeiros, com o nosso grupo de negócios, a nossa sólida situação financeira e a competência das nossas equipas, estamos bem posicionados para atravessar este ciclo de incerteza, continuar a reforçar as nossas posições competitivas e aproveitar oportunidades que se nos apresentem”, acrescenta.

Nos últimos 12 meses, o grupo controlado pela Efanor, a holding da família Azevedo que vai ser transformada em Sociedade Anónima Europeia, investiu 516 milhões de euros, com 110 milhões de euros a serem gastos em aquisições só nos primeiros três meses deste ano. A maior fatia (83,5 milhões) foi direcionada para a compra de uma participação adicional de 10% na Sierra, passando a deter 90% da empresa dedicada ao setor imobiliário, que no final do ano passado abriu um novo capítulo na gestão e na estratégia.

Continente ganha quota de mercado

A análise por unidades de negócio revela um crescimento de 3,8% no retalho alimentar (2,2% na base comparável de lojas), com a dona do Continente a registar vendas próximas dos 1,3 mil milhões de euros e a reclamar que “[continuou] a ganhar quota de mercado, beneficiando de melhores níveis de perceção dos clientes”.

Já a Worten, num “contexto desfavorável do mercado de eletrónica e da reorganização da oferta em Espanha Continental”, sofreu uma contração de 4,1%. Faturou 261 milhões de euros num trimestre em que comprou os outros 50% do marketplace Dott, que pertenciam aos CTT — serviço que acaba de ser integrado no portal da Worten.

Após dois anos “desafiantes”, com a pandemia de Covid-19 a impor várias semanas de encerramento dos centros comerciais, a Sierra conseguiu registar melhorias nos indicadores-chave de desempenho operacional, que “continuaram a convergir para níveis pré-pandemia”. A dona do Colombo ou do NorteShopping triplicou o lucro para 9,8 milhões de euros e registou uma valorização de 5,1% dos ativos, para 972 milhões de euros.

Já o negócio da moda, em que explora as marcas MO, Salsa, Zippy e Losan, logrou retomar ao nível pré-pandemia no arranque deste ano, com vendas de 96 milhões de euros. Um desempenho “particularmente positivo”, argumenta a Sonae, considerando que nestes meses iniciais de 2022 foi adiada a época de saldos em Portugal, houve pressões na cadeia de abastecimento com a greve dos motoristas de camiões espanhóis e uma queda na confiança dos consumidores depois do início da guerra na Ucrânia, na última semana de fevereiro.

No segmento desportivo, a ISRG (Iberian Sports Retail Group), joint-venture da Sonae com a JD Sports que detém a marca SportZone, cresceu 66% e reforçou o peso no online de 15,7% para 21,1% sobretudo devido à aquisição da Deporvillage. Nos serviços financeiros (Universo), assente em vários segmentos de negócio, como compras, transferências e crédito pessoal, aumentou a produção em 23%, para 257 milhões. E diz ter conquistado 96 mil novos clientes face ao primeiro trimestre de 2021, chegando no final de março aos 989 mil.

Muito ativa na atividade de gestão de portefólio continuou a Bright Pixel (antiga Sonae IM), que no final do primeiro trimestre atingiu um capital investido no portefólio ativo de 159 milhões de euros. Destaque para a saída do capital da ciValue e para a distribuição da Armilar Ventures Partners III, na sequência da venda da Safetypay, que representaram um encaixe de perto de 40 milhões; e para dois novos investimentos: na plataforma de avaliação de produtos Experify e na Hackuity, startup que atua na área de prevenção de ciberataques.

Finalmente, a Nos registou um volume de negócios de 373 milhões de euros até março (+10,6% em termos homólogos), impulsionada pelos segmentos de media e entretenimento (+71,1%) e de telecomunicações (9%), “com um contributo positivo das subscrições de serviços móveis, das soluções de serviços para o segmento de B2B e das receitas de roaming devido a menos restrições de viagens”. Lucrou mais 35% no trimestre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.