TAP diz que até às 11h00 operou 41 dos 119 voos previstos para hoje

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

TAP operou os 41 voos previstos até às 11h, do total de 119 programados. PCP questionou o Governo se sabe da tentativa de coação de tripulantes por parte da administração.

A TAP operou os 41 voos previstos até às 11h, do total de 119 programados para esta sexta-feira, o segundo dia de greve dos tripulantes de cabina, de acordo com a última atualização da companhia aérea portuguesa.

Devido à greve convocada para quinta e sexta-feira pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), a TAP está a operar com serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral e pelos seus parceiros.

Dos 30 voos de serviços mínimos determinados para esta sexta-feira, a TAP diz que “já operou os nove previstos”, sendo que “apenas um voo para a Praia foi cancelado, mas devido a falta de passageiros”.

Segundo a companhia, na quinta-feira, o primeiro dia da greve, “foram feitos todos os 148 voos previstos, sendo 64 de serviços mínimos”.

Afirmando que “lamenta profundamente esta situação, que prejudica os clientes, a companhia e o país”, a TAP garante que “continua, como sempre, disponível para negociar com o SNPVAC, bem como com todos os sindicatos”.

A este propósito, salienta que “aceitou nove das 14 propostas do sindicato e pediu que a sua assembleia geral fosse antecipada para evitar o impacto na operação da companhia”.

“O aviso de greve dos tripulantes de cabina levou a TAP a cancelar 360 voos, uma decisão tomada tendo como prioridade a proteção dos clientes”, sustenta, afirmando que “pediu atempadamente aos seus passageiros para que remarcassem os seus voos voluntariamente” e que “todos os passageiros puderam pedir a remarcação ou um reembolso”.

Pedindo “desculpa a todos os passageiros”, a companhia assegura que “tudo está a fazer para minimizar o impacto” da greve e “agradece o profissionalismo de todos os tripulantes de cabina incluídos nos serviços mínimos, bem como os esforços de todos os trabalhadores da TAP envolvidos nesta operação”.

Os tripulantes de cabina da TAP cumprem esta sexta-feira o segundo de dois dias de greve, convocada pelo SNPVAC, por falta de acordo nas negociações do novo Acordo de Empresa (AE). Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.

Na moção votada na assembleia geral de associados, na terça-feira, o SNPVAC considera que “a TAP preferiu ‘pagar para ver’ os efeitos da greve, ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou”.

Por sua vez, a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse lamentar a decisão do sindicato, manifestando-se disponível para tentar encontrar soluções que evitem mais disrupções.

A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do AE, no âmbito do plano de reestruturação. A TAP propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas.

Descontentes, os tripulantes da TAP, em assembleia geral de emergência do SNPVAC, a 3 de novembro, decidiram avançar com uma greve nos dias 8 e 9 de dezembro, bem como “recusar liminarmente a proposta de novo acordo de empresa” apresentada pela companhia aérea, que consideram “absolutamente inaceitável e manifestamente redutora”.

Os tripulantes querem que o atual AE seja o ponto de partida e base para qualquer negociação futura.

PCP questiona se Governo sabe de tentativa de coação de tripulantes por parte da administração

O PCP questionou esta sexta-feira o Governo sobre uma alegada tentativa de coação por parte da administração da TAP para dissuadir tripulantes que planeavam fazer greve entre quinta e sexta-feira.

Numa pergunta endereçada ao ministro das Infraestruturas, através do parlamento, o PCP questiona se Pedro Nuno Santos tem conhecimento de que “a administração da TAP enviou uma mensagem de correio eletrónico aos tripulantes de cabine, dias antes da greve decretada para 08 e 09 de dezembro, onde solicitava que os trabalhadores nomeados para um serviço de assistência nos dias da greve informassem se iriam fazer greve”.

A bancada comunista pergunta ao executivo se considera “plausível e aceitável” que a administração da companhia aérea tente “coagir os trabalhadores” e se a tentativa de condicionar a adesão à greve coloca “em causa o direito constitucional”.

O PCP quer também saber se o Governo pondera “intervir junto da administração da TAP” para “impedir tais práticas”.

Os comunistas denunciam que a mensagem enviada pela administração da TAP pedia uma resposta dos tripulantes “até às 22h” de 7 de janeiro, véspera do início da greve, “e caso não houvesse resposta, iria assumir que o trabalhador estaria em greve”.

“O direito à greve é um direito constitucional dos trabalhadores e o seu exercício não requer informação à empresa pelo trabalhador”, sustenta a bancada comunista, advertindo que é “urgente reverter” as “tentativas de intimidação e o prolongamento dos cortes nos salários e direitos dos trabalhadores da TAP”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concorrência dá “luz verde” a operação de concentração Sonae/Nos

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

Autoridade da Concorrência adotou "uma decisão de não oposição" na operação de concentração Sonae/Nos, a qual tinha sido notificada há cerca de um mês.

A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou esta sexta-feira que adotou “uma decisão de não oposição” na operação de concentração Sonae/Nos, a qual tinha sido notificada há cerca de um mês.

“Em 6 de dezembro de 2022, o Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência (…) delibera adotar uma decisão de não oposição à presente operação de concentração”, lê-se na informação divulgada no site da entidade reguladora.

A operação de concentração em causa “consiste na aquisição, pela Sonae, SGPS, S.A., do controlo exclusivo negativo (de facto) sobre a Nos, SGPS, S.A., e, indiretamente, sobre a Nos Comunicações, S.A”, de acordo com a descrição do processo.

Há um mês, a AdC tinha informado que a Sonae SGPS tinha notificado a entidade da operação de concentração de empresas resultante do controlo exclusivo sobre a operadora de telecomunicações Nos e, indiretamente, sobre a Nos Comunicações.

A 28 de setembro, a Sonaecom deixou de ser acionista da ZOPT, que passou a ser totalmente detida pela Unitel International Holdings e Kento Holding Limited, sociedades controladas pela empresária angolana Isabel dos Santos.

Na altura, a Sonaecom sublinhou que tinha procedido “à resolução do acordo parassocial que regia as relações entre as acionistas da ZOPT”.

Na reunião da assembleia-geral da ZOPT foi decidido proceder à amortização da participação da Sonaecom e à restituição das prestações acessórias, “por contrapartida da entrega das ações representativas de 26,075% do capital social da Nos, que não se encontram oneradas e de uma importância em dinheiro”, referiu a Sonaecom, na altura.

Em agosto de 2020, na sequência do arresto de 26,075% do capital da Nos, decorrente de notícias sobre esquemas alegadamente fraudulentos que envolviam Isabel dos Santos, a Sonae formalizou um contrato de compra e venda com o BPI para comprar 7,38% da operadora de telecomunicações, adiantando, na altura, que quando a ZOPT fosse dissolvida passaria a deter 33,45% da empresa.

Na altura, a Sonaecom detinha 50% do capital social da ZOPT, que por sua vez era titular de uma participação de 52,15% da Nos. Por sua vez, a ZOPT era detida a 50% pela Sonaecom e a outra metade por Isabel dos Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um terço dos portugueses empregados trabalhavam em ciências e tecnologia em 2021

A percentagem é ligeiramente inferior ao valor médio apurado na União Europeia (34,8%), onde havia 117,2 milhões de pessoas em ciências e tecnologia.

Em Portugal, 1.716,4 milhões de pessoas empregadas estavam, no ano passado, a trabalhar na área de ciências e tecnologia (33,5%). A percentagem é ligeiramente inferior ao valor médio apurado na União Europeia (34,8%), onde, em 2021, havia 117,2 milhões de pessoas a trabalhar em ciências e tecnologia, revelam os dados publicados pelo Eurostat esta sexta-feira.

“Os números mais elevados de RHCT [recursos humanos em ciência e tecnologia] foram registados em algumas das regiões mais populosas da UE em 2021: Île-de-France (4,7 milhões) e Ródano-Alpes (2,1 milhões), em França; Comunidade de Madrid e Catalunha (ambas com 2,3 milhões) e Andaluzia (2 milhões), em Espanha; e Lombardia (2 milhões), em Itália”, lê-se na nota informativa.

Em Portugal, é na Área Metropolitana de Lisboa que existe a maior percentagem de profissionais deste ramo de atividade.

Analisando estes dados individualmente, por cada um dos países da UE, é no Luxemburgo, Suécia e Holanda que existem mais profissionais a trabalhar na área das ciências e tecnologias (56,2%, 45,5% e 45,3%, respetivamente).

Do lado oposto, a Roménia (23,1%), a Sérvia (23,6%) e a Grécia (24,6%) apresentam os valores mais baixos no que toca à empregabilidade neste setor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Importações do Brasil quase duplicam. País já o sétimo maior fornecedor de Portugal

Compra de bens ao Brasil aumentou 90,5% entre janeiro e outubro, puxada sobretudo pela importação de petróleo. País já é o segundo maior fornecedor fora da UE, atrás da China.

As importações do Brasil aumentaram 90,5% entre janeiro e outubro, face ao mesmo período do ano passado, atingindo 4.020 milhões de euros. Com um peso de 4,4% nas compras de bens ao exterior, o país é agora o sétimo principal fornecedor de Portugal.

O crescimento é explicado, em grande parte, pelo aumento de 84,5% na importação de combustíveis minerais, “devido essencialmente aos óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos”, assinala o INE nos dados sobre o comércio internacional divulgados esta terça-feira.

Com esta evolução, o Brasil salta para a sétima posição do ranking dos principais fornecedores a Portugal, sendo o segundo maior de fora da União Europeia, atrás da China. “Desde 2020, têm-se registado taxas de variação homóloga nas importações originárias do Brasil mais significativas do que as observadas no total das importações”, refere o INE. O que não será alheio ao facto de a Galp ter aumentado a produção de petróleo naquele país.

Depois dos combustíveis minerais e óleos brutos, que têm um peso de 60,3%, os bens agrícolas são o segundo produto mais importado, com um peso de 19,5%. Seguem-se os metais comuns (7,1%), a madeira e cortiça (4,6%) e os veículos de outro material de transporte (2%). Esta última categoria ocupava em 2021 a 11.ª posição, tendo crescido devido à importação de aeronaves.

As exportações de Portugal para o Brasil também aumentaram entre janeiro e outubro, registando um crescimento de 27,7% para os 759 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do total. O défice comercial do país com o Brasil foi de 3.261 milhões.

Crescimento das exportações desacelera para 21,1% em outubro

As exportações de bens continuaram a registar um forte crescimento homólogo em outubro, mas o ritmo abrandou face ao mês anterior, indicam os dados divulgados esta terça-feira pelo INE. O défice da balança comercial agravou-se, atingindo os 2,83 milhões de euros.

As vendas de bens ao exterior aumentaram 21,1% em outubro, em termos nominais (excluindo o impacto da subida de preços), um ritmo inferior aos 25% registados em setembro. As importações também travaram, mas continuam com taxas de crescimento mais elevadas que as exportações, subindo 26,2% face ao período homólogo, acima dos 30,4% registados em outubro. “Excluindo combustíveis e lubrificantes, as exportações e as importações aumentaram 19,4% e 25,2%, respetivamente (24,1% e 27,1%, em setembro)”, assinala o INE.

A variação dos índices de preços continua também a desacelerar, com aumentos homólogos de 14,5% nas exportações e de 14,2% nas importações, o que compara com 16,2% e 18,5% em setembro, respetivamente.

A crescer mantém-se o défice da balança comercial, que em outubro se agravou em 814 milhões em relação ao mesmo mês de 2021, para os 2,83 mil milhões. Sem combustíveis e lubrificantes o défice totalizou 1,98 mil milhões.

Olhando para o conjunto do trimestre, as exportações cresceram 25,5% e as importações aumentaram 34,7%, em termos homólogos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD acusa Santos Silva de vestir “camisola do PS” quanto ao projeto de referendo da eutanásia

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

PSD acusou o presidente da Assembleia da República de não ter agido de forma imparcial e com rapidez quanto ao projeto de referendo. Santos Silva rejeitou as “considerações excessivas” do partido.

O PSD acusou esta sexta-feira o presidente da Assembleia da República de não ter agido de forma imparcial e com rapidez quanto ao projeto de referendo sobre a eutanásia, dizendo que Santos Silva “parece não ter conseguido despir a camisola do PS”.

Na resposta, o presidente do Parlamento rejeitou as “considerações excessivas” da bancada do PSD e assegurou que agiu com “a máxima diligência” em todo o processo.

“Quanto à altura que o seu partido escolheu para usar este seu direito é uma decisão do seu partido”, acrescentou Santos Silva.

O incidente parlamentar aconteceu depois de ser anunciada no início da sessão plenária a decisão do presidente da Assembleia – já conhecida desde quarta-feira – de não admissão do projeto de resolução do PSD, que pedia um referendo sobre a despenalização da eutanásia, e que deu entrada no Parlamento na segunda-feira.

O PSD já anunciou o recurso para plenário da decisão de Santos Silva. O vice-presidente da bancada social-democrata Joaquim Pinto Moreira lamentou que esse recurso não pudesse ser debatido já esta sexta-feira, antes da votação final global do texto de substituição da eutanásia.

Num tom tenso e em que Santos Silva, por várias vezes, pediu licença para interromper Pinto Moreira – sem sucesso – o debate prolongou-se por quase meia hora, entre aplausos do PSD e protestos do PS, culminando com um “conselho de lealdade institucional” do deputado socialista Pedro Delgado Alves à bancada do PSD.

“Quando se está num buraco pare-se de cavar”, aconselhou o vice da bancada socialista.

Na opinião da bancada do PSD, Santos Silva “não agiu com a diligência devida”, com Pinto Moreira a alegar que o presidente do Parlamento deveria ter enviado o recurso social-democrata para a Comissão de Assuntos Constitucionais a tempo de ser discutido esta sexta-feira.

“Deve ser o primeiro defensor do respeito do regimento da Assembleia da República e creio que neste caso não respeitou as normas aplicáveis. Devo dizer, com toda a frontalidade, que o presidente da Assembleia da República é presidente de todos os grupos parlamentares com assento neste hemiciclo, não é o presidente do PS, tem de agir com neutralidade e imparcialidade”, criticou Pinto Moreira.

E o vice-presidente da bancada do PSD prosseguiu as acusações à segunda figura do Estado: “Lamento que, neste caso concreto, não tenha despido, parece não conseguir despir a camisola do PS”.

Na resposta, o presidente da Assembleia da República respondeu que, em todas as fases do processo, agiu com a “máxima diligência”, salientando que reuniu a conferência de líderes na quarta-feira, o mesmo dia em que recebeu a nota técnica dos serviços que apontavam para a não admissibilidade do mesmo (por se considerar uma renovação de uma iniciativa do Chega já rejeitada na atual sessão legislativa).

Santos Silva realçou que permitiu até ao PSD que fizesse, em plenário na quarta-feira, o anúncio oral de que pretendia recorrer da sua decisão de não admissão e proferiu no mesmo dia o despacho, tendo recebido hoje o recurso escrito do PSD, que já enviou para a 1.ª Comissão, pelo que será debatido no próximo plenário.

“Se posso ser acusado de alguma coisa é de atropelar o processo no afã de o tornar o mais rápido possível”, disse.

Quanto ao conteúdo da decisão, também contestado pelo PSD, Santos Silva salientou que, no passado já foram admitidas iniciativas com teor idêntico de outras já rejeitadas “com a unanimidade em conferência de líderes”, nomeadamente com iniciativas do Governo e de partidos sobre o IVA, considerando-se que se alteraram as circunstâncias devido ao aumento da inflação.

“Neste caso, sabe que vários grupos parlamentares, representando três quintos dos deputados desta casa, se opuseram a este entendimento”, salientou.

O PS, pelo vice-presidente da bancada Pedro Delgado Alves, pediu também a palavra para apoiar a visão do presidente do Parlamento de que atuou com a máxima rapidez, considerando “grave que o PSD queira recorrer à 27.ª hora” a um referendo para “tentar provocar o adiamento de uma votação”.

“Ainda que o seu projeto fosse admitido, não podia ser agendado para hoje”, defendeu, levando a um pedido de defesa da honra de Pinto Moreira, que argumentou que o PSD só agora pediu o referendo por o processo legislativo só ter ficado “estabilizado” na semana passada em Comissão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gasoduto ibérico vai custar 2,5 mil milhões e ficará concluído em 2030

O corredor de energia "verde" que vai transportar hidrogénio da Península Ibérica para a Europa, através de França, deverá custar até 2,5 mil milhões de euros. Governos querem obra concluída em 2030.

Portugal, Espanha e França vão formalizar a candidatura do H2Med a Projeto de Interesse Comum Europeu na próxima semana, de forma a alcançar parte do financiamento necessário para concretizar a construção do gasoduto ibérico. De acordo com os dados preliminares avançados pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, a obra poderá custar até 2,5 mil milhões de euros e deverá ficar concluída em 2030.

Demos mais um passo para a concretização do acordo político firmado em outubro, entre Portugal, Espanha e França. Com este passo, acrescentamos mais uma fonte de energia produzida na Península Ibérica, a par das interconexões elétricas acordadas”, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa conjunta, entre Emmanuel Macron, Pedro Sánchez, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, à margem da 9.ª Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, em Alicante.

Segundo o líder espanhol, o H2Med será “o primeiro grande corredor de hidrogénio da União Europeia”, e ficará operacional já no final da década, estando previsto ter a capacidade de transportar 10% do consumo de hidrogénio anual (ou dois milhões de toneladas) na União Europeia. O governante afirma que o investimento no gasoduto que ligará Celorico da Beira a Zamora (CelZa), por terra, e Barcelona a Marselha (BarMar), por mar, poderá ascender aos 2,5 mil milhões de euros sendo que o objetivo é avançar com uma candidatura a fundos europeus.

Assim, no próximo dia 15 de dezembro, Portugal, Espanha e França irão submeter o corredor de “energia verde” como Projeto de Interesse Comum Europeu pretendendo desta forma garantir até 50% do financiamento necessário para o projeto.

Recorde-se que o gasoduto submarino foi proposto a 20 de outubro como um substituto para o projeto de MidCat que ligava a Península Ibérica à Europa através dos Pirenéus. O projeto tinha sido defendido por Espanha e Portugal, mas fortemente contestado por França que alegava motivos de impacto ambiental.

Agora com a ligação via marítima, Emmanuel Macron considera que o H2Med é “coerente” com a estratégia que França defende e que assenta em três objetivos: redução de emissões e eliminação dos combustíveis fósseis; eletrificação do país e do continente europeu; e aposta na inovação

O H2Med responde a esses objetivos. Permite-nos ter uma tecnologia para o futuro”, referiu o presidente, não fechando a porta à criação de ligações terceiras.

Para a presidente da Comissão Europeia, o BarMar é um projeto que vai em linha com as ambições do bloco europeu que pretende, até 2030, produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio verde, e importar outros 10 mil milhões no mesmo período.

“Hoje recebemos este acordo entre Portugal, Espanha e França porque vai na direção certa. A Península Ibérica está preparada para se tornar num hub de energia. Isto é apenas o início, mas é um início muito promissor“, afirmou von der Leyen durante a conferência de imprensa.

Notícia atualizada às 12h15 com mais informações

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Passos Coelho sugere compromisso dos partidos para reverter lei da eutanásia

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

O ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho apelou aos partidos contra a despenalização da eutanásia que se comprometam de forma transparente a reverter a lei no futuro, caso venham a ter maioria na AR.

O ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho apelou aos partidos contra a despenalização da eutanásia que se comprometam de forma transparente a reverter a lei no futuro, caso venham a ter maioria no Parlamento.

Num artigo de opinião no Observador, publicado na quinta-feira, véspera da votação da lei esta sexta-feira, na Assembleia da República, o ex-primeiro-ministro social-democrata (2011-2015) afirma ainda não compreender que um partido — sem se referir diretamente ao PSD — não tome uma posição de fundo sobre o tema.

“Mais do que esperar por uma decisão do Tribunal Constitucional”, se o Presidente da República suscitar a questão, Passos Coelho quer que os partidos que “estão contra esta ‘revolução’ de organização da eutanásia se comprometam transparentemente em lutar pela sua revogação” caso venham a lograr conquistar uma maioria de deputados no futuro.

“Era bom que se soubesse que haverá quem não se conforma nem desiste de, no futuro próximo, pôr em cima da mesa a reversão da decisão que o parlamento se prepara para tomar, como numa democracia madura”, escreve Passos Coelho, que é contra a despenalização da morte assistida e o diploma que será hoje votado por ser “radical”, lê-se no texto.

Sem se referir diretamente ao PSD, o antigo presidente social-democrata não contesta a decisão do partido de dar liberdade de voto nesta matéria aos deputados por se tratar de “uma questão de consciência individual”.

No entanto, acrescenta, “uma coisa é aceitar a objeção de consciência neste tipo de decisão, outra é afirmar que não se tem uma conceção destas matérias enquanto partido e deixar que sejam os deputados por si mesmos a decidir o que a sua consciência indicar”.

O texto sobre a despenalização da morte medicamente assistida é apreciado esta sexta-feira em votação final global no Parlamento, um tema que atravessou três legislaturas e já contou com dois vetos presidenciais.

A iniciativa que vai a plenário na Assembleia da República tem por base projetos de lei do PS, Iniciativa Liberal, BE e PAN, e foi aprovada na especialidade na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias esta quarta-feira, depois de três adiamentos.

Chega e PCP posicionam-se contra a matéria, e Iniciativa Liberal, BE, PAN e Livre a favor. O PSD já anunciou que dará liberdade de voto aos seus deputados – nesta que é a primeira vez em que a matéria irá a votação sob a presidência do partido de Luís Montenegro e do grupo parlamentar de Joaquim Miranda Sarmento.

Na anterior legislatura, a despenalização em certas condições da morte medicamente assistida, alterando o Código Penal, reuniu maioria alargada no parlamento, mas foi alvo de dois vetos do Presidente da República: uma primeira vez após o chumbo do Tribunal Constitucional, na sequência de um pedido de fiscalização de Marcelo Rebelo de Sousa. Numa segunda vez, o decreto foi de novo rejeitado pelo Presidente depois de um veto político.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Custos de construção desaceleram em outubro

Índice de Preços da Construção subiu 12,5% em outubro, mas ritmo desacelerou. Foram registadas desacelerações no aumento dos preços dos materiais e no custo da mão-de-obra.

Os custos de construção de habitação nova voltaram a subir em outubro, mas há sinais de que a pressão pode estar a aliviar. Não só o ritmo da subida se aligeirou face a setembro, como foram registadas desacelerações no aumento dos preços dos materiais e no custo da mão-de-obra.

O Índice de Custos de Construção de Habitação Nova, medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), subiu 12,5% em outubro face a outubro de 2021. É, todavia, uma taxa de crescimento inferior em 0,8 pontos percentuais (p.p.) à observada no passado mês de setembro, mostram os dados.

A contribuir para o alívio nos custos estiveram as componentes dos materiais e da mão-de-obra. Os preços dos materiais subiram 17,2% face a 2021, mas desaceleraram 1,3 pontos percentuais face a setembro. Já o custo do trabalho aumentou 5,9%, uma taxa inferior em 0,2 pontos percentuais.

O custo dos materiais contribuiu com 10 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (10,8 p.p. em setembro) e a componente mão-de-obra manteve a sua contribuição de 2,5 p.p., tal como no mês anterior, refere o INE.

Entre os materiais que mais influenciaram esta variação estão os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos dos preços de cerca de 70%. O cimento, o betão pronto, o gasóleo, as madeiras e derivados de madeira, as obras de carpintaria, os mármores e produtos de mármore, os aglomerados e ladrilhos de cortiça e o consumo de produtos energéticos apresentaram crescimentos homólogos superiores a 20%.

(Notícia atualizada às 11h33 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Combustíveis voltam a descer. Gasóleo baixa 9,5 cêntimos e gasolina sete na próxima semana

Na segunda-feira, quando for abastecer a sua viatura deverá passar a pagar 1,548 euros por litro de gasóleo simples e 1,582 euros por litro de gasolina simples 95.

As boas notícias estão de volta. Na próxima semana, quando for abastecer o carro, vai voltar a encontrar preços mais baixos. O gasóleo vai descer 9,5 cêntimos e a gasolina sete cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado. O diesel acumula, assim, oito semanas consecutivas de quedas, num total de 40,6 cêntimos.

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,548 euros por litro de gasóleo simples e 1,582 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na última segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras.

No entanto, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento. E ainda podem sofrer ajustamentos para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial, mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras.

Estes preços já têm em conta a nova revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento do preço dos combustíveis, que são atualizadas no início de cada mês. Assim, durante o mês de dezembro, o efeito de mecanismo de compensação aplicado em dezembro levou, na prática, a um agravamento da carga fiscal, que sobe 4,8 cêntimos no litro de gasóleo e 2,9 cêntimos no de gasolina face a novembro. Uma opção duramente criticada pelos partidos da oposição que gostariam de ver o Executivo a optar por não reduzir os descontos do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) em dezembro.

Apesar dos receios iniciais, os preços acabaram por mexer menos de um cêntimo esta semana, por via da queda mais significativa dos preços do brent.

Mas, com as descidas previstas para a próxima semana, é preciso recuar a 10 de janeiro para encontrar o litro de diesel mais barato (1,541 euros) e no caso da gasolina à semana de 3 de maio de 2021 quando o valor foi exatamente o mesmo (1,582 euros, na semana anterior, de 26 de abril, tinha sido de 1,581 euros).

Esta sexta-feira, os preços do brent, que serve de referência para o mercado europeu, sobem 0,42%, para 76,47 dólares por barril. Mas, o brent está abaixo dos 80 dólares por barril há vários dias somando dias de perdas, devido aos receios de abrandamento da economia chinesa.

Evolução do preço do Brent em Londres

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Será o vinho capaz de unir pessoas?

  • BRANDS' ECO
  • 9 Dezembro 2022

Natal é sinónimo de união e foi com o espírito desta quadra que a MWA decidiu mostrar de que forma o vinho pode ajudar a unir pessoas. Cláudio Martins, CEO da MWA, explica ao ECO como o fazer.

A consultora internacional de vinhos Martins Wine Advisor (MWA) lançou um vídeo de natal para celebrar a quadra, no qual juntou todas as pessoas que fazem parte da empresa e que trabalham o ano inteiro com o propósito de promover o vinho, mais concretamente o vinho português. A música “Dar e Receber”, que acompanha o vídeo, é um original de Luís Taborda, Rui Miguel, Ricardo Almeida, Susana Ferreira e Tozé Novais, criada especificamente para esta ideia.

O objetivo desta iniciativa é mostrar que o vinho também é sinónimo de união no natal. “Queriamos ligar todos os nossos parceiros, de diferentes projetos, de norte a sul do país, e mostrar que estamos todos ligados em redor do vinho. Queremos trazer um sorriso a todos, muita alegria e a sensação de dever cumprido, depois de mais um ano de obstáculos e momentos bons e outros menos bons”, afirmou Cláudio Martins, CEO da MWA.

Em entrevista ao ECO, o responsável pela consultora de vinhos detalhou quais foram esses “momentos bons e menos bons”, destacou a importância de promover o vinho português e ainda explicou de que forma é que o vinho consegue promover a tal união entre pessoas que o vídeo destaca. Veja abaixo a entrevista e o vídeo.

Este foi um ano bom para a indústria dos vinhos?

O facto de termos voltado à normalidade (depois de estarmos todos fechados em casa por causa da Covid19) fez com que o setor dos vinhos voltasse aos tempos de glória em algumas categorias, nomeadamente a dos preços médio – alto e alto, promovida pelo facto de o vinho ser o refúgio de alguns/muitos turistas e investidores, o que faz com que os restaurantes de patamar mais elevados continuem a encher e com dificuldade em marcar mesa e, por conseguinte, os vinhos selecionados acabam por ser sempre de preços mais altos. Além disso, muitos portugueses e estrangeiros começaram a colecionar vinhos em casa e a desenvolver boas garrafeiras privadas.

Quais foram os maiores desafios e como os ultrapassaram?

Os custos, a logística, a desunião e alguma crítica desconstrutiva. Devemos e podemos ser mais e melhores, se não olharmos para o lado com desdém, precisamos de nos unir para alavancar um produto que tem tanto prestígio como o vinho e é muitas das vezes o nosso porta estandarte fora das portas.

Enquanto consultora na área dos vinhos, a MWA tem diversos parceiros, de norte a sul do país, que estão ligados em redor do vinho. O que vos motiva?

A MWA tem diversos parceiros nacionais e internacionais. Motiva-nos a paixão pelo vinho, um produto tão nobre, com tantas pessoas envolvidas e tantas histórias para contar. Motiva-nos o convívio, a partilha, a entrega, o dar, o fazer sempre mais e melhor. Motiva-nos a procura de relíquias, de saberes e de experiências. Motiva-nos a entreajuda, a elaboração de projetos que nos tocam como é o caso da Humanwinety. Motiva-nos não saber desistir, mesmo em dias de mais adversidades, e motiva-nos a paciência, pelo menos a paciência que os meus colegas e equipa têm todos os dias para me aturar.

Qual a importância de promover vinho português?

Depois de muitos anos a viver fora, era frustrante para mim não ver o nosso vinho bem representado em cafés, bares, restaurantes, hotéis, etc… Então este passou a ser um dos nossos objetivos de trabalho, e direi de vida em termos pessoais. É importante divulgar. Somos tão bons naquilo que fazemos e por vezes temos tanto medo em demonstrar isso, mas porquê? Quando temos ‘a faca, o queijo e o vinho na mão’, produtos icónicos, de qualidade, com muito valor, pessoas extraordinárias cheias de vontade e com enorme profissionalismo, um país com uma diversidade imensa de norte a sul, este a oeste, é importante promover o vinho português e tudo o que gira à volta do mesmo.

O vinho consegue mesmo unir pessoas?

O vinho consegue fazer tanta coisa, quando bebido moderadamente claro (risos), o vinho junta pessoas, um bom copo de vinho (ou garrafa) ajuda a relaxar, a que a conversa flua, a que as histórias sejam contadas com alegria… Eu, por exemplo, não consigo abrir uma garrafa de vinho e beber sozinho, não me interessa isso. O convívio e a partilha são tão importantes, tão importantes como é o vinho que está dentro da garrafa, ou do garrafão, sim, porque podemos perfeitamente estar a beber um vinho duvidoso de qualidade, mas se a companhia for boa não nos importamos com a qualidade do vinho… Quer dizer, tem dias.

Estamos numa época de dar e receber, mas sou apologista que o devíamos ser em todos os meses e dias do ano, precisamos mais uns dos outros, precisamos de mais paz, amor, amizade, afetos, carinhos, abraços, precisamos muitos abraços, e se as condições climatéricas adversas não continuarem a brincar connosco vamos com certeza precisar de mais bons vinhos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor a três meses supera 2% pela primeira vez desde 2009

Taxas usadas nos empréstimos da casa continuam a subir. Euribor a três meses, usada em 30% dos contratos, ultrapassou agora a barreira dos 2% pela primeira vez em quase 14 anos.

As taxas usadas nos empréstimos à habitação continuam a subir e a dar dores de cabeça às famílias que têm de pagar a casa ao banco. A Euribor a três ultrapassou esta sexta-feira a barreira dos 2%, o que acontece pela primeira vez em quase 14 anos, atingindo 2,005%, refletindo o agravamento do preço do dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE).

A subida das Euribor tem impacto direto na prestação mensal da casa dos contratos com taxa variável – que representa mais de 90% do mercado de crédito à habitação em Portugal. No caso da Euribor a três meses, é usada como indexante em 30% dos contratos – a segunda mais usada, atrás da Euribor a seis meses.

Desde o início do ano que estas taxas interbancárias – calculadas nos empréstimos que os bancos fazem entre si e que são amplamente utilizadas nos contratos financeiros – estão a subir, acompanhando o aperto da política monetária do BCE, que já aumentou as taxas diretoras em 200 pontos base desde julho num esforço para controlar a inflação galopante. A próxima reunião está marcada para próxima semana, dia 15 de dezembro, e em cima da mesa está novo aumento, de 50 pontos ou 75 pontos base.

Durante muito tempo, as Euribor negociaram em valores negativos, à boleia dos juros baixos do banco central, que tentava animar a economia e evitar um cenário de deflação. Mas o contexto virou completamente após a pandemia, com os primeiros sinais da escalada da inflação a surgir de um choque de oferta com os problemas nas cadeias de distribuição e, depois com a guerra da Rússia na Ucrânia.

Euribor em máximos desde 2009

Fonte: Reuters

Progressivamente, as Euribor foram deixando o terreno negativo com o passar dos meses: primeiro foi a taxa a 12 meses em abril, que está esta sexta-feira nos 2,861%. Depois foi a taxa a seis meses em junho, que avançou hoje para 2,466, de acordo com os dados divulgados pela agência Lusa. Em julho foi a Euribor a três meses regressar a valores positivos: no espaço de pouco mais de quatro meses saltou de valores negativos para atingir os 2%.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, é expectável que a prestação média da casa suba mais de 90 euros até final do próximo ano, tendo em conta a perspetiva do mercado de subida das Euribor para 3%.

Para mitigar o impacto da subida dos encargos com a casa, o Governo anunciou medidas que visam agilizar o processo de renegociação do contrato com o banco para evitar situações de incumprimento que podem levar, em último caso, a despejos.

A Euribor é a taxa de referência baseada na média dos juros praticados por um conjunto de 52 bancos da Zona Euro, nos empréstimos que fazem entre si no chamado mercado interbancário, num determinado prazo (uma semana, um mês, três meses seis meses e 12 meses).

O ECO preparou um simulador para calcular a prestação da casa. Faça as contas para o seu caso.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o artigo no browser.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apenas um em cada quatro cargos de direção é ocupado por uma mulher

As mulheres continuam a enfrentar a desigualdade na progressão de carreira. São elas que mais valorizam o trabalho remoto, mas a razão transcende a flexibilidade.

A desigualdade de género no mercado de trabalho mantém-se e as mulheres continuam a enfrentar uma situação de desigualdade na progressão profissional. Um dos maiores obstáculos no caminho para a liderança encontra-se ao nível dos cargos de gestão, onde por cada 100 homens que ascendem a manager, apenas 87 mulheres são promovidas para a mesma posição. Como resultado, os homens superam, significativamente, as mulheres em cargos de direção e, nos cargos de topo (os chamados c-suite), apenas um em cada quatro lugares é ocupado por uma mulher, revela o estudo “Women in the Workplace 2022”, elaborado pela McKinsey &Company e pela LeanIn.Org.

“Se as empresas não agirem, não vão perder apenas as suas gestoras, mas correm também o risco de perder a próxima geração de talentos, tanto homens como mulheres. Os jovens dão cada vez mais importância ao trabalho inserido numa cultura equitativa, inclusiva e solidária”, alerta Amaia Noguera, sócia da McKinsey & Company, citada em comunicado.

O estudo da consultora conclui que o facto de ser mulher, bem como de ser mãe, impacta de forma negativa no momento de uma possível progressão de carreira, numa promoção ou aumento salarial. No último ano, 29% das mulheres pensaram em reduzir o seu horário de trabalho, aceitar um cargo menos exigente ou até mesmo deixar de trabalhar, contra 22% dos homens.

Além disso, 37% das executivas afirmam ter tido um colega de trabalho que conseguiu obter algum reconhecimento profissional. Uma percentagem que compara com os 27% de executivos que puderam dizer o mesmo em relação às suas colegas do sexo feminino.

Líderes mulheres dão mais valor ao trabalho remoto. Mas razão transcende a flexibilidade

Outro aspeto destacado pelo estudo é a flexibilidade. Para uma em cada duas mulheres (49%) é um dos três aspetos mais importantes quando decidem mudar ou permanecer numa empresa, em comparação com 34% dos líderes masculinos. Além disso, dois terços das mulheres com menos de 30 anos dizem que estariam mais interessadas em ascender na carreira se vissem os seus líderes a ter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Entre a força de trabalho, a maioria dos colaboradores também prefere trabalhar à distância, pelo menos uma parte do tempo. No caso das mulheres, apenas uma em cada 10 quer trabalhar a maior parte do tempo no formato presencial. Contudo, a razão vai para além da flexibilidade. Motivo? As mulheres que trabalham remotamente, pelo menos uma parte do tempo, relatam sofrer menos microagressões e ter uma maior segurança psicológica. Isto é especialmente pronunciado para mulheres de outras etnias, comunidade LGBTQI+ e mulheres com algum tipo de deficiência.

“No entanto, não existe uma única fórmula de formato de trabalho válida para todos”, recorda a consultora. Oferecer a oportunidade de escolher o formato em que os funcionários desejam trabalhar – seja remoto, presencial ou híbrido – é fundamental. “Os profissionais que têm essa escolha geralmente ficam menos esgotados, mais felizes nos seus trabalhos e muito menos propensos a deixar as suas empresas”, esclarece.

Se as empresas não agirem, não vão perder apenas as suas gestoras, mas correm também o risco de perder a próxima geração de talentos, tanto homens como mulheres. Os jovens dão cada vez mais importância ao trabalho inserido numa cultura equitativa, inclusiva e solidária.

Amaia Noguera

Sócia da McKinsey & Company

Também a maioria dos responsáveis de RH afirma que oferecer opções de trabalho flexíveis ajudou a diversificar e a reter os seus talentos. Ainda assim, apontam que estas novas formas de trabalho podem também trazer inconvenientes. Um dos aspetos que gera preocupação é o facto de os colaboradores que trabalham remotamente poderem sentir-se menos conectados com as suas equipas. Além disso, a distância impõe maiores exigências de gestão aos diretores.

Por outro lado, é possível que os colaboradores que trabalham maioritariamente a partir de casa, com maior probabilidade de serem mulheres, tenham menos oportunidades de reconhecimento e promoção, alerta a McKinsey & Company.

“Assim, o trabalho remoto ou híbrido, as modalidades preferidas das mulheres, pode dar uma trégua aos preconceitos, mas não pode ser considerado um substituto para a mudança substancial que deve ocorrer no ambiente de trabalho. Por um lado, é positivo que as mulheres sofram menos microagressões quando trabalham remotamente, mas, por outro lado, como destaca o relatório, o facto de sofrerem essas agressões é profundamente problemático. Independentemente de onde trabalhem, as mulheres merecem sentir-se valorizadas e incluídas.”

“Por este motivo, as empresas não podem fazer do teletrabalho ou do trabalho híbrido uma solução, mas devem investir na criação de uma cultura verdadeiramente inclusiva”, defende a consultora.

O estudo da McKinsey & Company foi realizado nos Estados Unidos e Canadá e envolveu mais de 400 mil trabalhadores de um total de 333 organizações que, no seu conjunto, empregam mais de 12 milhões de pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.