Nasdaq continua em baixa após maior queda mensal desde 2008
Wall Street abriu esta segunda-feira em terreno negativo. Os índices continuam em queda, prolongando as fortes perdas registadas na passada sexta-feira e no conjunto do mês de abril.
Os três principais índices norte-americanos arrancaram uma nova semana em baixa. Após fortes perdas na semana passada, as cotadas dos EUA continuam a negociar no vermelho esta segunda-feira, com os investidores focados na reunião desta quarta-feira da Fed em que se espera um aumento dos juros diretores. A expectativa é que o aumento seja de 50 pontos, o dobro dos 25 pontos habituais.
Wall Street registou as maiores perdas diárias na passada sexta-feira desde 2020, altura do impacto inicial da pandemia. Neste arranque da nova sessão, o Dow Jones desce 0,39% para os 32.849,09 e o S&P 500 cede 0,42% para os 4.114,75 pontos. O Dow Jones e o S&P 500 registaram em abril a maior queda mensal (-4,9% e -8,8%, respetivamente) desde março de 2020, quando a Covid-19 surgiu.
O índice tecnológico está a desvalorizar 0,35% para os 12.291,38 pontos. O Nasdaq registou a sua maior queda mensal desde 2008 em abril (-13,26%), em resultado da pressão da política monetária da Reserva Federal norte-americana, acompanhada pela aceleração da taxa de inflação nos EUA e Europa assim como pelos lucros de algumas das maiores tecnológicas abaixo do esperado.
Entre as cotadas que estão a perder valor esta segunda-feira está a Tesla, com uma queda de 1,6%, assim como a Amazon, com uma descida de 2,7%. A Amazon perdeu mais de 10% na passada sexta-feira. A Apple também desvaloriza após se conhecer que a Comissão Europeia acusou a empresa de abusar da sua posição dominante com o Apple Pay, o que poderá levar a uma multa.
Em contraciclo está a Activision Blizzard, a inventora do jogo “Call of Duty”, cujas ações sobem mais de 2% após Warren Buffet, dono da Berkshire Hathaway, ter anunciado durante a convenção anual de Omaha este fim de semana que comprou 9,5% do capital da empresa.
A expectativa dos analistas é que a Fed avance esta quarta-feira com um aumento dos juros diretores de 50 pontos base — uma tendência ascendente que deverá manter-se nas próximas reuniões — para tentar acalmar a taxa de inflação nos EUA. As palavras de Jerome Powell, presidente da Fed, na conferência de imprensa desta reunião serão ouvidas com especial interesse para identificar pistas sobre mais subidas de juros ou sobre a redução do balanço da Fed (ativos, nomeadamente dívida pública, adquiridos nos últimos anos de expansão monetária).
Até agora, o S&P 500 caiu 13,3% em 2022, naquela que é sua queda de quatro meses no início de um ano mais acentuada desde 1939. A subida dos juros das obrigações soberanas, o conflito na Ucrânia e as restrições na China relacionadas com a pandemia, as quais têm impacto nas cadeias de valor globais, são os fatores por detrás desse desempenho negativo.
Ainda assim, a época de resultados tem sido melhor do que o esperado com 80,4% das 275 cotadas que já anunciaram lucros a superar as estimativas dos analistas, segundo os dados da Reuters/Refinitiv. Esta semana é a vez de empresas como a Pfizer, Moderna, Starbucks, Advanced Micro Devices e Kellogg apresentarem resultados.
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