Mais de mil assinaturas contra prospeção e extração de minerais em duas aldeias de Pombal

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

“O impacto de uma exploração mineral é nocivo para qualquer população e o retorno é ilusório quando comparado com as consequências nefastas", avisam os folhetos distribuídos em Pombal.

Um total de 1.003 pessoas subscreveram dois abaixo-assinados contra “qualquer tipo de prospeção, pesquisa ou extração de depósitos de tripoli e outros minerais” nas localidades de Casal da Rola e Casais do Porto, no concelho de Pombal, distrito de Leiria.

Em dois folhetos informativos distribuídos entre a população das duas aldeias e enviados à agência Lusa, lê-se que a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em 15 de fevereiro, publicou um edital que “visa a prospeção e pesquisa de depósitos de minerais de tripoli e outros minerais associados por parte da empresa Clariant Ibérica Producción S.A.”.

Segundo os folhetos, ao ser permitida a prospeção e pesquisa, a “paz que reina” nas aldeias do Casal da Rola e Casais do Porto, na freguesia do Louriçal, “terá os dias contados”. “O impacto de uma exploração mineral é nocivo para qualquer população e o retorno é ilusório quando comparado com as consequências nefastas que resultam deste tipo de exploração (movimentação de terras, elevado tráfego de máquinas e camiões, poluição da água, ruído ambiental, poluição do ar, destruição da fauna e flora da nossa aldeia e desvalorização do património imobiliário dos terrenos adjacentes à pedreira)”, adianta o folheto.

Os documentos apelam aos proprietários dos terrenos para que não permitam que aquela ou outra empresa aceda àqueles e efetue “qualquer tipo de recolha/análise”. Além das assinaturas, estão contabilizadas cerca de 180 participações no portal https://participa.pt/.

Uma das subscritoras da iniciativa, Catarina Soares, explicou à Lusa que os abaixo-assinados foram hoje enviados a várias entidades, incluindo a DGEG, Procuradoria-geral da República e Agência Portuguesa do Ambiente, com conhecimento da Câmara e da Junta do Louriçal.

Segundo Catarina Soares, o que a preocupa mais é “o facto de ser uma multinacional e de ter um poder muito grande sobre as diferentes instituições”. “A partir do momento da autorização dos pedidos, a empresa pode avançar com o pedido de exploração e aí nós perdemos, automaticamente, o controlo da situação”, considerou Catarina Soares.

No portal Participa lê-se que está a decorrer na DGEG “a tramitação do pedido de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de tripoli e outros minerais associados”, encontrando-se “em aberto o período de consulta pública”, que termina hoje.

As memórias descritivas disponíveis no portal sobre os pedidos para Casal da Rola (área total de 19,47 quilómetros quadrados) e Casais do Porto (0,54 Kms2) referem que a empresa Clariant Ibérica Producción S.A., com sede em Espanha, é uma filial da Clariant International Ltd. (Suíça).

Através da sua Unidade de Negócio, “a Clariant é líder no fornecimento de produtos e soluções especializadas, baseadas em minerais argilosos e minerais sintéticos, cujo objetivo é melhorar os produtos e processos empregados em diversos setores”, referem os documentos.

Segundo a empresa, em Casal da Rola e em Casais do Porto “a ocupação habitacional, dentro da área do requerimento, é nula”, sendo que a maioria da área “encontra-se coberta por manchas de explorações florestais (…) e também por diversa vegetação rasteira”.

Quanto ao plano de trabalhos, fundamenta-se “no conhecimento geológico” das áreas pretendidas “e na existência [de] explorações mineiras nas formações geológicas que podem conter os depósitos de tripoli e minerais associados” e, “também, aos desenvolvimentos efetuados internamente”.

“Os trabalhos agora preconizados terão um caráter não invasivo”, assegura. A Clariant propõe para os dois pedidos uma licença de prospeção e pesquisa com uma validade inicial de dois anos, sendo o investimento global mínimo previsto para este período de quase cerca de 242 mil euros.

“Os trabalhos de campo que serão realizados representam um impacto ambiental muito reduzido ou quase nulo”, com a empresa a comprometer-se a tomar “medidas de preservação da qualidade ambiental e de recuperação paisagística”.

À Lusa, a Câmara de Pombal fez saber que está a acompanhar estes processos, “atuando sempre para a salvaguarda e defesa das populações”, e explicou que a Clariant Ibérica Producción S.A. “terá obrigatoriamente de promover, na freguesia do Louriçal, pelo menos uma sessão pública de esclarecimento”.

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Wimbledon vai permitir tenistas não vacinados e Djokovic pode defender título

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

"Apesar de, naturalmente, encorajar” os atletas a vacinarem-se, “isso não será condição para se inscreverem e competirem” na prova, adiantou a organização do torneio.

O torneio de Wimbledon vai permitir a participação de jogadores que não estão vacinados contra o coronavírus, entre os quais o sérvio Novak Djokovic, líder do ranking mundial, anunciou esta terça-feira a organização do Grand Slam inglês.

Djokovic disputou apenas três torneios em 2022, uma vez que não está vacinado contra o vírus responsável pela pandemia de covid-19, tendo, inclusive, sido deportado e impedido de defender o título no Open da Austrália, mas poderá fazê-lo em Wimbledon, em junho.

Sally Bolton, diretora executiva do All England Club, organizador do torneio inglês em relva, disse que “apesar de, naturalmente, encorajar” os atletas a vacinarem-se, “isso não será condição para se inscreverem e competirem” na prova.

Djokovic será um dos beneficiados, uma vez que poderá defender o título conquistado no ano passado, na final frente ao italiano Matteo Berrettini, o sexto alcançado em Londres, após os triunfos em 2011, 2014, 2015, 2018 e 2019, e o 20.º Grand Slam da carreira.

O número um mundial, de 34 anos, igualou o recorde do suíço Roger Federer e do espanhol Rafael Nadal, mas o tenista natural de Manacor isolou-se no topo da lista de jogadores com mais títulos do Grand Slam ao vencer na Austrália, no início deste ano.

O sérvio recusou sempre a possibilidade de se vacinar contra o coronavírus, mesmo que isso implicasse a ausência em vários torneios, como sucedeu nos Masters 1.000 de Indian Wells e Miami, ambos nos Estados Unidos.

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Dinamarca suspende campanha de vacinação em massa

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

"Estamos numa boa posição. A primavera chegou e temos um bom controlo da epidemia", disse a autoridade de saúde do país.

A Dinamarca vai suspender temporariamente a sua campanha de vacinação em massa contra a covid-19, após ter levantado em 1 de fevereiro todas as restrições relacionadas com o novo coronavírus, anunciaram esta terça-feira as autoridades de saúde.

“Nós estamos numa boa posição. A primavera chegou e temos um bom controlo da epidemia, que parece estar a diminuir”, explicou, num comunicado, Bolette Søborg, uma das responsáveis da Agência de Saúde Dinamarquesa (SST). “É por isso que estamos a suspender o programa de vacinação em massa contra a covid-19”.

Esta decisão foi justificada pela alta cobertura vacinal (quase 81% dos 5,8 milhões de dinamarqueses receberam duas doses e 61,6% três doses da vacina) juntamente com indicadores animadores, nomeadamente as taxas de internamento estáveis, e a queda no número de novas infeções.

A campanha deve ser retomada posteriormente, mas permanecem disponíveis vacinas para quem ainda não foi imunizado. “Nós prevemos reabrir o programa de vacinação neste outono”, esclareceu Søborg.

Afetada pela onda da variante Ómicron do novo coronavírus em novembro, a Dinamarca intensificou a sua campanha de imunização e acelerou o acesso à dose de reforço da vacina aos cidadãos – acima dos cinco anos – antes de oferecer, em meados de janeiro, uma quarta dose aos mais vulneráveis.

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Glion e Les Roches querem talentos no turismo. Fazem ‘personal meetings’ até 29 de abril

Lisboa, Cascais e Porto são as cidades onde vão ter lugar estes encontros, que decorrem entre as 14h00 e as 18h00, organizados pelas escolas de hospitality.

A Glion e a Les Roches estão a promover a partir de hoje e até 29 de abril, sexta-feira, “personal meetings” para atrair futuros talentos para os setores da hotelaria e turismo. Lisboa, Cascais e Porto são as cidades onde vão ter lugar estes encontros, que decorrem entre as 14h00 e as 18h00.

“A importância da formação nos setores da hotelaria e turismo continua na ordem do dia. A Les Roches e a Glion orgulham-se do seu reconhecimento e prestígio internacional entre as várias comunidades sobretudo entre os recrutadores, o que garante uma mais-valia aos nossos alunos na busca pelo emprego dos sonhos”, refere Pedro Martins, responsável pelo recrutamento da Glion e Les Roches em Portugal.

“A reativação da hotelaria, turismo e luxo em termos globais e os desafios destes setores, continuam a criar oportunidades únicas e mais segmentadas”, acrescenta, citado em comunicado.

Estas one-to-one online meetings têm como objetivo apresentar as várias tipologias formativas em detalhe aos jovens portugueses que pretendem dar continuidade ao seu percurso académico a nível internacional, detalham as escolas do Grupo Sommet Education.

Com base na filosofia suíça de ensino, a Glion e a Les Roches procuram em Portugal alunos com um perfil internacional, que gostem de viajar, tenham bom nível de inglês e interesse pela indústria hoteleira. Os processos de admissão já estão a decorrer e há vagas disponíveis nos vários campus das duas instituições de ensino, nomeadamente Suíça e Espanha.

Os interessados podem obter todas as informações necessárias sobre o funcionamento das escolas, o método de ensino, as oportunidades de carreira e também esclarecer eventuais dúvidas sobre o próximo intake.

Os encontros individuais têm a duração de aproximadamente uma hora e devem ser agendados através do correio eletrónico ([email protected]).

Conheça o programa das “personal meetings”:

  • Lisboa: Hotel Myriad by Sana – 26 de abril
  • Cascais: Hotel Cascais Miragem Health & Spa – 27 e 28 de abril
  • Porto: Sheraton Porto Hotel & Spa – 29 de abril

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Frente Comum marca manifestação para 20 de maio

A concentração vai ocorrer na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, às 15 horas.

A Frente Comum vai avançar com uma manifestação a 20 de maio, anunciando na página oficial que será o dia de “Luta Nacional”. A concentração irá ocorrer na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, às 15 horas, sendo acompanhada de greves de 24 horas. O sindicato reivindica o aumento geral dos salários e dignificação das carreiras.

Nesta manifestação, os trabalhadores da Administração Pública vão também defender os serviços públicos, pedir a revogação do SIADAP e a correção da Tabela Remuneratória Única. A Frente Comum já entregou uma proposta reivindicativa ao primeiro-ministro a semana passada, que contempla estas questões.

O Governo já teve também as primeiras reuniões com os sindicatos da Função Pública na semana passada, mas o sentimento geral à saída foi de deceção, nomeadamente devido aos aumentos salariais deste ano. As estruturas sindicais defendem que o salário deverá ser atualizado face à inflação que se tem verificado, mas o Executivo mantém os 0,9% definidos já no ano passado.

Já para os próximos anos, o Governo comprometeu-se a retomar as atualizações anuais nos salários da Função Pública. No entanto, adiantou que a inflação não será o único indicador a ditar o valor. Fatores como a avaliação da natureza da inflação, o sucesso das medidas tomadas e a situação do país também vão pesar, segundo explicou a ministra da Presidência, que tem agora a tutela desta área.

(Notícia atualizada às 15h45)

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Ameaça de bomba obriga a evacuar prédio na Avenida da Liberdade em Lisboa

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

O edifício da empresa Generali Seguros, na Avenida da Liberdade, foi evacuado na tarde desta terça-feira, após a empresa ter recebido um telefonema com uma ameaça de bomba.

Uma ameaça de bomba obrigou esta terça-feira à tarde à evacuação do edifício da empresa Generali Seguros, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, disse à agência Lusa fonte do Comando Metropolitano da PSP.

O alerta para o incidente foi dado às 12h35, após a empresa ter recebido um telefonema com uma ameaça de bomba, encontrando-se ainda a PSP no local a inspecionar o edifício, segundo adiantou à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

“Inicialmente foi evacuado apenas o piso 0 e o 1, como medida preventiva, mas pelas 14h30 decidiu-se evacuar todo o edifício. São cerca de 15 pisos”, acrescentou a mesma fonte.

As autoridades encontraram no primeiro piso do edifício um conjunto de pacotes “de origem desconhecida”, tendo sido chamada uma equipa de inativação de engenhos explosivos.

No local encontram-se também elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

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Tribunal de Contas lança em maio portal da fiscalização prévia de contratos públicos

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

Tribunal de Contas lança portal da fiscalização prévia e concomitante dos contratos públicos, tornando os processos mais céleres, reforçando a transparência, e reduzindo custos, diz José Tavares.

O Tribunal de Contas vai lançar em maio o portal da fiscalização prévia e concomitante dos contratos públicos, um “passo “significativo para tornar os processos mais céleres e transparentes e poupar recursos, segundo o presidente da instituição.

A prestação de contas de cerca de 6.500 entidades do Estado e das Regiões Autónomas ao Tribunal de Contas (TdC) por já era feita digitalmente através de um portal que, numa segunda fase apresentada esta terça-feira, e que tem início em 2 de maio, vai agora abranger a fiscalização prévia e a fiscalização concomitante.

“Hoje é um dia muito especial na vida do Tribunal de Contas, em que damos um passo significativo na transição digital, dando sentido útil às tecnologias de informação, em que também não esquecemos a inteligência artificial”, afirmou o presidente do TdC, José Tavares, precisando que, numa terceira fase, ainda sem data anunciada, “seguir-se-á a função de julgamento dos processos de efetivação de responsabilidades financeiras”.

O TdC recebe por ano entre 2.000 a 4.000 contratos para fiscalização prévia e fiscalização concomitante, para os quais a plataforma vai, a partir de maio, abrir a porta.

O presidente do TdC destacou, como benefícios deste alargamento em maio, “tornar mais célere os processos” de análise do tribunal e permitir uma interação das entidades que remetem os contratos com o próprio tribunal, permitindo-lhes ainda acompanhar na plataforma os respetivos processos.

“A transparência também fica mais forte”, destacou José Tavares, salientando ainda a redução de custos e de recursos como benefícios do lançamento do portal da fiscalização prévia e da fiscalização concomitante.

“É um passo estrutural na transição digital” do Tribunal de Contas, frisou o presidente da instituição, salientando os ganhos de eficiência e de eficácia da digitalização.

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Mesmo com a guerra, rating de Portugal deve melhorar em 2022 e 2023, segundo o Governo. Acompanhe aqui

Fernando Medina arrancou o debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2022. "Não posso dizer que as pessoas não têm perda de poder de compra", disse o ministro.

O novo ministro das Finanças teve esta terça-feira a sua primeira prova de fogo na Assembleia da República numa audição parlamentar para discutir a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022). O tema da inflação e dos salários, a carga fiscal e a preocupação com o crescimento económico foram os temas a marcar o confronto com os deputados. Tanto à esquerda como à direita há quem peça um aumento salarial ao ritmo da taxa de inflação para evitar a perda de compra que o Governo admite que vai haver. “Não posso dizer que as pessoas não têm perda de poder de compra“, admitiu Fernando Medina perante a insistência dos deputados.

Na sua primeira intervenção, o ministro das Finanças reconheceu o “aumento dos preços pesa já sobre os orçamentos familiares e empresariais” e força o aumento das taxas de juro por parte do banco central. Perante este cenário incerto e instável, este é um “Orçamento de mitigação da inflação e dos seus efeitos”, classificou. “Este é um Orçamento que responde ao presente e protege o nosso futuro“, concluiu.

Pelo PSD, foi Duarte Pacheco, coordenador do PSD na COF, a arrancar com as perguntas. “Este não é o Orçamento que o país precisa. É um mau Orçamento“, começou por dizer, criticando o Governo por “navegar à vista sem rumo e sem uma rota bem definida”. “Não responder aos problemas estruturais” da economia portuguesa, como a produtividade e competitividade de Portugal, notou, referindo que isso é necessário para ter folga para as respostas sociais e para reduzir a dívida pública.

Os deputados do Chega, da Iniciativa Liberal, do PCP e do Bloco de Esquerda também insistiram com o ministro das Finanças para dizer qual será a perda de poder de compra dos portugueses, em particular dos funcionários públicos, cujo salário depende da decisão do Governo. Medina fugiu à questão, mas admitiu, tal como já tinha dito anteriormente, que as medidas de mitigação não vão compensar totalmente o aumento dos preços.

O que foi transversal a toda a audição foi o tema da redução do défice e do endividamento público. Fernando Medina reconheceu que a dívida pública é um “calcanhar de Aquiles” que o país tem, principalmente em tempos conturbados. “Não considero que se deva menorizar o objetivo de redução do défice orçamental”, sublinhou, argumentando que é preciso preparar o país para uma eventual crise no futuro. Mais tarde, João Nuno Mendes, secretário do Tesouro, disse que a expectativa do Governo é que haja melhorias do rating de Portugal em 2022 e 2023 graças às “contas certas”, depois de em fevereiro o ex-ministro das Finanças, João Leão, ter admitido que a guerra era um “desafio adicional” a essa expectativa.

Releia aqui a audição de Fernando Medina na comissão de orçamento e finanças (COF):

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Twitter cai quase 2% um dia após aceitar proposta de compra de Musk

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Abril 2022

A rede social acompanha as perdas de Wall Street, cujos principais índices estão em queda de quase 1%. Investidores aguardam pelos resultados trimestrais de gigantes tecnológicas.

Wall Street iniciou a sessão desta terça-feira em terreno negativo, enquanto os investidores aguardam pelos resultados das gigantes tecnológicas que serão anunciados esta semana numa altura em que o mercado enfrenta uma escalada da inflação e um abrandamento do crescimento económico global.

Neste cenário, o S&P 500 cai 0,61%, para 4.270,07 pontos, o tecnológico Nasdaq cede 0,80%, para 12.900,58 pontos, e o industrial Dow Jones recua 0,71%, para 33.807,09 pontos.

Esta semana, a atenção dos investidores estará centrada no setor tecnológico, uma vez que muitas das maiores empresas tecnológicas – incluindo Microsoft, Alphabet, Meta, Apple e Amazon – irão anunciar resultados trimestrais. Por enquanto, Microsoft, Apple e Amazon contabilizam perdas de até 2% na segunda sessão da semana.

Já o Twitter, um dia após ter aceitado a proposta de compra do empresário Elon Musk no valor de 44 mil milhões de dólares (cerca de 41 mil milhões de euros), está a cair 1,92% na bolsa de Nova Iorque, para 50,70 dólares.

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Altri quer instalar nova “biofábrica” em Lugo. Tem 750 milhões para investir

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

Lugo é "localização ideal" para biofábrica de fibras para têxtil, num investimento de 750 milhões de euros por parte da empresa. Capacidade de produção deverá ascender a 200 mil toneladas/ano.

A Altri considera a província espanhola de Lugo, na Galiza, a localização ideal para a sua futura fábrica de fibras sustentáveis para o têxtil e que o investimento será de cerca de 750 milhões de euros, anunciou a empresa esta terça-feira.

“A Altri sinaliza que a localização ideal para a biofábrica de produção de fibras naturais seria no município de Palas de Rei, na Comarca de A Ulloa, província de Lugo, na Região Autónoma da Galiza. Um marco importante no desenvolvimento do estudo do plano estratégico do projeto, que poderia atingir cerca de 750 milhões de euros de investimento”, lê-se na informação divulgada pela Altri.

De acordo com a empresa, a fábrica de fibras sustentáveis para o setor têxtil no noroeste da Península Ibérica, a construir de raiz, teria capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano.

A Altri considera que a localização no centro geográfico da Galiza “poderá originar um novo polo de dinamização económica” e que “obedeceu a estritos critérios técnicos, nomeadamente ambientais, hídricos, orográficos, proximidade da floresta e acesso a vias de comunicação”.

A fábrica poderá ocupar um espaço superior a 200 hectares, referindo a Altri que já garantiu acesso aos terrenos necessários para a construção da infraestrutura industrial, depois de um processo de avaliação em 46 localizações na Galiza.

A Altri quer que a fábrica venha a ter capacidade de produzir anualmente cerca de 200.000 toneladas de fibras têxteis de base celulósica, arrancando inicialmente com a produção de aproximadamente 60 mil toneladas de lyocell, o que, segundo a empresa, se enquadra “no programa ‘Next Generation EU’ e no Plano Nacional de Recuperação e Resiliência Espanhol, no contexto do Proyecto de Gestión Sostenible de los Bosques Gallegos”.

A Altri anunciou este projeto em outubro na sequência da assinatura de um Memorando de Entendimento com a Sociedade para o Desenvolvimento de Proxectos Estratéxicos de Galicia (Impulsa) “para estudar em exclusivo e no contexto de uma parceria, a construção de uma biounidade industrial de raiz, equipada com as melhores tecnologias disponíveis a nível mundial, na região autonómica da Galiza”.

A Impulsa é um consórcio público-privado de direito espanhol, formado por entidades internacionais com sede na Galiza, denominado Sociedade para o Desenvolvimento de Proxectos Estratéxicos de Galicia, S.L que tem como principal objetivo desenvolver os projetos estratégicos da Galiza. Os acionistas da Impulsa são a Xunta (40%), Abanca (38%), Reganosa (12%) e Sogama (10%).

Os lucros da Altri quintuplicaram em 2021, atingindo 123,7 milhões de euros, face aos 24,7 milhões de euros obtidos em 2020, tendo a empresa referido, aquando da divulgação dos resultados, que “o desempenho financeiro foi fortemente impactado pelo recorde de produção de fibras celulósicas, mas também pelo aumento das vendas, num período marcado pela alta dos preços da pasta nos mercados internacionais”. Ainda em 2021, as receitas totais do grupo Altri atingiram os 793,4 milhões de euros em 2021, um crescimento de 38% face a 2020.

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Subida dos combustíveis mais do que duplica procura por elétricos no Standvirtual

Procura por automóveis elétricos em março disparou 147% (65% nos elétricos premium) em termos homólogos, um mês marcado pelo início da guerra e pela escalada dos preços dos combustíveis.

O Standvirtual, uma plataforma para compra e venda de automóveis, registou um aumento de 147% na procura por veículos elétricos em março, bem como de 65% nos elétricos premium, em comparação com o período homólogo de 2021.

Este aumento significativo no interesse dos consumidores deu-se num mês marcado pela escalada dos preços da gasolina e do gasóleo, por causa do início da guerra na Ucrânia, tendo mesmo sido superior à registada em fevereiro.

Apesar da subida na procura, a oferta registou um crescimento bem mais modesto, entre 2% e 5%, consoante a gama de veículo elétrico em análise.

Em linha com um crescimento verificado nos meses anteriores, Nuno Castel-Branco, diretor geral do Standvirtual, comenta que “esta procura cresce nos elétricos usados, mas também nos novos, devido aos receios relacionados com a duração das baterias”.

Já a procura geral de veículos no Standvirtual registou quebras de 8%, enquanto a oferta afundou 17% em março, face ao mesmo mês de 2021. Em comparação, no mês de fevereiro, a quebra na procura foi de 4%, e de 12% na oferta de veículos.

Paralelamente ao aumento da procura de elétricos, em março, está a descida na procura por veículos a diesel e gasolina, com quebras de 25% e 12%, respetivamente. Ainda assim, os combustíveis fósseis continuam a ser a tipologia mais procurada, com o gasóleo a representar 58% da procura, e a gasolina 28%. Em ambos os casos, a procura situa-se abaixo da oferta disponível.

Procura de veículos no Standvirtual segundo o combustível:

Fonte: Standvirtual

O conjunto de carros elétricos, híbridos a gasolina e híbridos a diesel representam em março cerca de 15% da procura, e 12% da oferta, avançou também a plataforma.

No que respeita ao segmento e marca, a procura de março cresceu 22% nos pequenos citadinos e 4% nos utilitários, mas desceu em todos os restantes segmentos face ao ano passado. Os monovolumes tiveram quebras de 30%, fazendo desta categoria a que registou o maior recuo.

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Comissão Europeia aprova proposta ibérica para limitar preços do gás natural

Portugal e Espanha chegaram a um "acordo político" com Bruxelas para limitar o gás natural no mercado ibérico a um preço médio de 50 euros por MWh, por cerca de 12 meses.

Os governos de Portugal e Espanha chegaram a acordo com a Comissão Europeia em torno da proposta conjunta que visa limitar os preços do gás natural, que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por MWh, durante um ano. A informação foi avançada por responsáveis dos dois países numa conferência de imprensa, onde Portugal se faz representar pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.

“Portugal e Espanha tiveram hoje [terça-feira] um acordo político com a Comissão Europeia depois de semanas muito intensas de trabalho e que exigiram um trabalho técnico muito difícil, mas que permitiram avanços muito significativos e um resultado muito satisfatório para aquilo que era o nosso objetivo”, anunciou o ministro.

Este passo vai permitir “materializar o acordo conseguido no Conselho Europeu” de 25 de março. Traduz-se, por isso, “na existência de um mecanismo” que vai permitir aos dois países “desassociar a formação do preço da eletricidade na Península Ibérica daquilo que é o preço do gás”, explicou o governante.

O mecanismo, negociado por Lisboa e Madrid com a Comissão Europeia, terá a duração de “cerca de 12 meses”, disse Duarte Cordeiro, sendo possível “fixar um preço médio de cerca de 50 euros por MWh [megawatt-hora]”, um valor acima dos 30 euros por MWh que propunham os dois governos.

Numa fase inicial, o preço será fixado “em cerca de 40 euros”, detalhou ainda o ministro, sendo que a vice-presidente do Governo espanhol responsável pela Transição Ecológica, Teresa Ribera, notou que o MWh de gás natural está a cotar esta terça-feira em torno dos 90 euros.

Na mesma conferência de imprensa, Duarte Cordeiro defendeu que o acordo “permite proteger os consumidores que estavam expostos ao mercado e vem reforçar essa proteção”. “Todos os consumidores serão beneficiados, sem que nenhum saia prejudicado”, apontou o ministro. “Portanto, a nossa avaliação é que, assim que entrar em vigor, todos os consumidores expostos beneficiarão”, rematou.

Os preços da eletricidade no mercado ibérico são influenciados pelos preços do gás natural nas centrais a ciclo combinado, que recorrem a este combustível para a geração elétrica. Ora, Portugal em concreto já não produz eletricidade a partir do carvão e a energia renovável — sobretudo a eólica, solar e hídrica — é intermitente, pelo que estas centrais ajudam a colmatar as necessidades. Além do preço do gás, a luz acaba por ser também influenciada pelos preços das licenças de CO2.

Aos jornalistas, Duarte Cordeiro reconheceu que, nos últimos dias, não tem sido o gás natural a marcar o preço da eletricidade no mercado grossista. No entanto, avisou que, a partir do momento em que seja o gás a marcar o preço, os preços da luz voltarão a ser “elevadíssimos”, isto se não for acionado o referido mecanismo de limitação.

Esta terça-feira, a Bloomberg noticiou que está prevista uma descida das temperaturas na Europa, o que poderá voltar a impulsionar os preços do gás natural, por causa da subida da procura. O gás natural é também usado em alguns países da Europa para aquecimento das habitações.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h45)

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