5 coisas que vão marcar o dia

Esta terça-feira realiza-se a primeira sessão plenária da XV Legislatura. O INE vai divulgar os preços da habitação referentes ao quarto trimestre de 2021, enquanto o Eurostat mede o "pulso" ao IPC.

Esta terça-feira realiza-se a primeira sessão plenária da XV Legislatura. No plano económico, o Instituto Nacional de Estatística divulga os preços da habitação referentes ao quatro trimestre de 2021, ao passo que o Eurostat vai dar a conhecer a evolução do índice de preços no consumidor (IPC) no ano passado. Lá fora, a Rússia e Ucrânia deverão avançar com nova ronda de negociações.

Santos Silva deverá ser eleito presidente da AR

Esta terça-feira pelas 10h realiza-se a primeira sessão plenária da XV Legislatura, sendo que esta será a primeira reunião com a nova composição parlamentar: 120 deputados do PS, 77 deputados do PSD, 12 deputados do Chega, 8 deputados da Iniciativa Liberal, 6 deputados do PCP, 5 deputados do Bloco, uma deputada do PAN e um deputado do Livre. À tarde, é eleito o próximo presidente da Assembleia da República, com o PS a propor o nome de Augusto Santos Silva.

Como evolui o preço das rendas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar, esta terça-feira, os dados relativos às rendas da habitação a nível local, referentes ao quarto trimestre do ano passado, o que vai também permitir perceber a evolução durante o ano completo de 2021. Depois de uma subida de 11,5% no segundo trimestre, o ritmo de crescimento das rendas desacelerou no trimestre seguinte. Entre julho e setembro de 2021, as rendas aumentaram 7,4% para 6,08 euros por metro quadrado a nível nacional.

Eurostat divulga dados sobre inflação

O Eurostat, esta terça-feira, os dados relativos ao índice de preços no consumidor (IPC) na União Europeia (UE) e na Zona Euro em 2021. Em dezembro, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro acelerou para 5%, um novo recorde desde o início da série em 1997, ao passo que no conjunto da UE, a taxa chegou mesmo a 5,3%, também um máximo histórico, segundo o gabinete de estatísticas.

Qual é o impacto da Covid no uso de tecnologias por parte das empresas?

O Eurostat vai também divulgar dados relativos ao impacto da pandemia no recurso a tecnologias de informação (TIC) no setor empresarial, referentes a 2020. Recorde-se que a pandemia veio acelerar a aposta das empresas nas ferramentas digitais, nomeadamente no comércio eletrónico. Segundo os dados do gabinete de estatísticas, no ano passado 22% das empresas da União Europeia (UE) venderam produtos ou serviços na internet, sendo que, para 19% delas, pelo menos 1% da faturação total vinha do canal online.

Rússia e Ucrânia deverão avançar com nova ronda de negociações

A nova ronda de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia poderá ter início esta terça-feira de manhã em Istambul, na Turquia, segundo adiantou fonte oficial do Kremlin. A informação foi também confirmada pelo presidente ucraniano, sendo que o objetivo principal destas negociações continua a ser um acordo para um cessar-fogo e agilizar a ajuda humanitária no terreno. A 10 de março, as delegações dos dois países já se tinham reunido em Antália, na Turquia, contudo, o encontro não teve resultados concretos.

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Atelier que produz para a Louis Vuitton sobe 5,1% salários. Atepeli está a recrutar 300

No passado a Atepeli atingiu mil colaboradores nos três ateliers de marroquinaria em Ponte de Lima, Penafiel e Santa Maria da Feira.

A Atepeli aumentou este ano em 5,1% o salário mínimo de entrada, para 720 euros, e em 3% os trabalhadores em funções operacionais. O atelier, que produz componentes de marroquinaria para marcas de luxo como a Louis Vuitton, fechou no ano passado com mil colaboradores. Este ano quer recrutar 300 artesãos.

“Pretendemos integrar até ao final do ano mais 300 colaboradores distribuídos pelos três ateliers, das quais já preenchemos 25% até ao momento e como objetivo do primeiro trimestre”, revela Rui Moreira, general manager da Atepeli, à Pessoas. Estas oportunidades destinam-se essencialmente a artesãos (operadores de produção). As demais estão relacionadas com as nossas áreas técnicas, nas quais se incluem perfis de engenharia, financeira, recursos humanos, por exemplo”, detalha o responsável.

Num momento em que se discute a escassez de talento para diversos setores da economia, a empresa, que no ano passado atingiu os mil colaboradores nos três ateliers — Ponte de Lima, Penafiel e Santa Maria da Feira –, tem vindo a adotar estratégias para ultrapassar a escassez de mão de obra, envolvendo-se com a comunidade local, quer seja através do contacto com instituições públicas e privadas — do IEFP, aos Gabinetes de Inserção Profissional, escolas básicas, secundárias e profissionais, universidades, passando pela câmara de comércio e indústria luso-francesa — quer em eventos de cariz lúdico e solidário promovidos por IPSS e outras entidades locais.

“Estas ações objetivam acima de tudo a visibilidade local, pretende-se dar a conhecer a Atepeli, a forma de estar no contexto de cada localização assim como a participação no crescimento e desenvolvimento de cada instituição que colaboramos ou realizamos projetos”, explica Rui Moreira.

“Quando vamos a uma universidade dar uma aula sobre um tema específico é uma oportunidade de participar no desenvolvimento de alunos e na relação ensino-mercado de trabalho, mas também uma partilha dos estágios que disponibilizamos e do resultado que podem obter ao participarem. As empresas de renome nacional ou de cariz tecnológico são à partida mais apetecíveis e atrativas para o início de carreira de profissionais, logo temos de promover o que fazemos e como fazemos para que seja possível a atração e procura dentro das nossas ofertas e no nosso setor de indústria“, concretiza.

A empresa investe ainda na formação. Só no ano passado realizaram mais de 50 mil horas, não só para a transmissão do saber técnico, como aulas de francês. “Há, em cada atelier, uma equipa de formadores dedicados responsáveis pela transmissão do savoir-faire e pelo acolhimento em chão de fábrica dos novos profissionais. Por outro lado, apostamos na formação das nossas chefias intermédias, através do programa Leadership Equation da Porto Business School, por exemplo”, destaca o general manager.

Salários sobem este ano

A companhia reforçou igualmente a comunicação interna, tendo criado um programa de referências com a atribuição de um prémio de 100 euros em cartão aos colaboradores e a abertura de oportunidades de carreira interna e exclusivas para os seus trabalhadores.

Os salários este ano também subiram. “Em 2022 salário base de entrada da Atepeli passou para os 720 euros — 15 euros acima do Salário Mínimo Nacional — tendo havido assim uma evolução de 5,11% face ao ano anterior, uma vez que que o salário mínimo da Atepeli já se encontrava nos 685 euros”, adianta Rui Moreira.

Além de esta revisão ao salário mínimo de entrada, no início deste ano a empresa aumentou “cerca de 3% todos os colaboradores em funções operacionais” e “ainda em janeiro procedemos ao aumento do subsídio de alimentação, em 1.30 euros dia, passando dos 4.70 euros para seis euros líquidos/dia e pagos em cartão”, enumera o general manager da Atepeli.

Já em fevereiro, decorrente do processo de avaliação de desempenho anual, a Atepeli realizou uma “revisão salarial por mérito (individual) tendo tido um impacto positivo e significativo na componente salarial“, adianta Rui Moreira, destacando que a companhia tem ainda implementado complemento adicional que premeia a assiduidade, aos quais estão associados seguros de saúde e de vida. “Anualmente, os nossos colaboradores têm um incremento salarial de 275 euros correspondente à sua assiduidade.

Os seguros de vida e de saúde fazem parte do pilar “Physical Well-being” do atelier, reforçado com programas de bem-estar e ginástica laboral diária. “Promovemos também a cultura de espaços de trabalho seguros e limpos com ações internas de mobilização das equipas nessas atividades”, diz.

A nível do bem-estar e saúde mental, a empresa tem uma Linha de Apoio Psicológica. “Uma parceria com uma entidade externa especializada que nos dá suporte, para onde os nossos colaboradores podem recorrer quer por telefone quer por videoconsulta ou mesmo por chat. Permitindo assim todo o apoio e mantendo a confidencialidade, assegurando o acompanhamento médico de qualquer profissional que o solicite, trabalhamos assim a prevenção na área dos riscos psicossociais”, assegura Rui Moreira.

Pilar a que se junta o “Social Well-being”. “Promovemos e mobilizamos os colaboradores para diversas contribuições sociais, como recentemente uma caminhada pelo IPO, a doação de diversos bens que articulamos com entidades locais, doações de sangue dentro dos nossos ateliês, diversas comemorações com ações durante o dia de trabalho (Carnaval, Halloween, Natal, Árvore dos Desejos, Dia internacional da Mulher, Oferta de Castanhas no S Martinho, gelados no verão, e muitas mais associadas às diversas épocas no ano), ações que permitem criar um forte espírito de equipa e humanizar cada vez mais as relações sociais.”

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783 milhões vs 65 milhões. Portugal goleia Macedónia do Norte em valor de mercado

A Seleção nacional entra em campo esta terça-feira para enfrentar a Macedónia do Norte, em jogo de acesso ao Mundial 2022. No entanto, em termos de valor de mercado, Portugal já goleou o adversário.

Portugal vai entrar no relvado do Estádio do Dragão esta terça-feira para enfrentar a Macedónia do Norte no derradeiro encontro de acesso ao tão desejado Campeonato do Mundo da FIFA, a realizar-se no Qatar no final do ano.

O vencedor da partida garante assim uma das três vagas europeias para o Mundial de 2022 e cujo sorteio da fase final está agendado já para esta sexta-feira.

Frente a frente vão estar duas equipas com realidades bastante distintas uma da outra, tanto na componente desportiva como financeira. Em termos desportivos, a equipa das quinas tem no seu palmarés dois troféus (Campeonato Europeu em 2016 e Taça das Nações em 2019), e conta ainda com sete presenças em fases finais de Mundiais (1966, 1986, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018), enquanto do lado dos macedónios, não houve qualquer título conquistado e nenhuma presença em fases finais da prova em questão.

Valores dos plantéis demonstram (elevado) desnível entre seleções

No entanto, é quando olhamos para a parte financeira, mais concretamente para os valores de mercado de cada seleção, que se torna bastante notório o desnível existente entre ambas as equipas. De acordo com o site especializado Transfermarkt, Portugal, que se encontra em 8º lugar do ranking FIFA, está neste momento avaliado em 782,5 milhões de euros (não contém a avaliação de Rúben Dias, pois não fez parte desta convocatória devido a lesão).

Os jogadores portugueses que mais contribuíram para este valor foram Bruno Fernandes (Manchester United), avaliado em 90 milhões de euros, Bernardo Silva (Manchester City), 75 milhões de euros, e João Félix com um valor de mercado de 70 milhões de euros. A título de curiosidade, o capitão da Seleção nacional, Cristiano Ronaldo, está atualmente avaliado em 35 milhões de euros.

Ao contrário da avaliação estratosférica dada a Portugal, do lado da Macedónia do Norte, e segundo os dados disponibilizados pelo mesmo site, a realidade é bem diferente. A equipa orientada por Blagoja Milevski — 67º no ranking da FIFA — está avaliada em apenas 64,7 milhões de euros, ou seja, um valor 12 vezes mais baixo que da equipa das quinas.

Dados retirados do Transfermarkt.

Eljif Elmas (avaliado em 24 milhões de euros), Enis Bardhi (nove milhões de euros) e Arijan Ademi (sete milhões de euros) são os atletas mais valiosos deste plantel que irá enfrentar Portugal esta terça-feira.

Porém, será escusado dizer que não será um duelo fácil para o conjunto de Fernando Santos. Na passada semana, esta seleção da Macedónia do Norte surpreendeu tudo e todos ao eliminar nos instantes finais a Itália de Mancini (0x1), numa partida a contar para as meias-finais do playoff de apuramento para a competição.

Os números e o êxito desportivo estão do lado de Portugal, mas dentro das quatro linhas e num jogo desta importância tudo pode acontecer.

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Bancada parlamentar do PS perde 24 deputados para o Governo

Uma vez que os membros do Executivo não podem assumir lugares na AR, as escolhas de António Costa irão "desviar" 24 deputados que já tinham sido eleitos para a bancada socialista para o Governo.

O Governo já apresentou a lista dos 17 ministros e 38 secretários de Estado que compõem o XXIII Governo Constitucional, estando a tomada de posse prevista para a próxima quarta-feira. Tendo em conta que os membros do Executivo não podem assumir lugares na Assembleia da República, as escolhas de António Costa irão “desviar” 24 deputados (contando com o próprio primeiro-ministro) que já tinham sido eleitos para a bancada socialista para cargos executivos, segundo o balanço feito pelo ECO. Contas feitas, representa um em cada cinco do total dos 120 eleitos (20%) pelo PS.

De acordo com os resultados oficiais divulgados no site da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o PS ganhou as eleições legislativas com 41,37% dos votos (2.301.887), tendo eleito 120 deputados, contra os 72 parlamentares eleitos pelos sociais-democratas. Deste modo, sob a liderança de António Costa, os socialistas alcançaram a segunda maioria absoluta da sua história, depois da conseguida por José Sócrates em 2005.

A lista dos deputados eleitos pela bancada parlamentar do PS (à exceção dos parlamentares eleitos pelo círculo da Europa) já era conhecida ainda antes de o primeiro-ministro ter divulgado a nova composição do Governo. Contudo, e tendo em conta que os membros do Governo não podem acumular funções executivas com a função de deputados na Assembleia da República, a nova orgânica do Executivo vai obrigar a mexidas na lista dos eleitos originais.

Neste contexto, a bancada socialista vai “perder” 24 deputados, que vão desempenhar cargos executivos, dos quais o próprio primeiro-ministro (que tinha sido eleito como o número 1 pelo círculo de Lisboa), 12 para assumirem cargos de ministro e os restantes 11 para assumirem funções de secretários de Estado, de acordo com o balanço feito pelo ECO.

No que toca às 12 personalidades que vão desempenhar pastas ministeriais, perdendo, deste modo o estatuto de deputados, o maior número de perdas acontece no círculo de Lisboa. Em causa está a saída de Fernando Medina (que vai ser Ministro das Finanças), Duarte Cordeiro (Ministro do Ambiente e Ação Climática) e Mariana Vieira da Silva (que continua como Ministra da Presidência). Segue-se o círculo Setúbal, para o qual tinham sido eleitos João Gomes Cravinho (que transita para Ministro dos Negócios Estrangeiros), bem como Ana Catarina Mendes (que após mais de duas décadas como deputada vai agora ser Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares).

Ainda no plano ministerial há também mexidas no círculo de Braga (dado que José Luís Pereira Carneiro vai Ministro da Administração Interna), no círculo de Leiria (Catarina Sarmento e Castro vai ser Ministra da Justiça), no círculo da Guarda (Ana Mendes Godinho vai continuar como Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), em Coimbra (Marta Temido continua como Ministra da Saúde), no círculo de Aveiro (Pedro Nuno Santos mantém-se como Ministro das Infraestruturas e Habitação), no círculo de Castelo Branco (Ana Abrunhosa continua como Ministra da Coesão Territorial), bem como no círculo de Santarém (Maria do Céu Antunes mantém-se como Ministra da Agricultura).

Já no que toca às personalidades escolhidas por António Costa para desempenhar as funções de secretários de Estado a tendência é semelhante, com o círculo de Lisboa e do Porto a registarem o maior número de mexidas. No que toca aos círculo de Lisboa os seguintes governantes pedem o estatuto de deputados: Ana Sofia Antunes (escolhida para secretária de Estado da Inclusão), Maria de Fátima Fonseca (secretária de Estado da Saúde) e João Galamba (secretário de Estado do Ambiente e da Energia). No que diz respeito ao círculo do Porto também Eduardo Pinheiro (secretário de Estado do Planeamento), Maria Isabel Oneto (secretária de Estado da Administração Interna) e João Paulo Correia (secretário de Estado da Juventude e do Desporto) transitam para o Governo, deixando para trás o lugar de deputados.

Neste âmbito há ainda mexidas no círculo de Setúbal, dado que António Mendonça Mendes vai continuar como secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, no círculo de Viana do Castelo (José Costa desempenha funções de secretário de Estado do Mar e Marina Gonçalves de secretária de Estado da Habitação), no círculo de Leiria (António Lacerda Sales continua como secretário de Estado Adjunto e da Saúde), bem como em Castelo Branco (João Catarino desempenha funções de secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas).

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Preço do gasóleo ultrapassa o preço da gasolina. Porquê?

O que explica que o preço do gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, tenha acelerado mais do que o da gasolina a ponto de ficar mais caro?

Com a escalada dos preços do brent devido às incertezas no abastecimento de petróleo nos mercados globais, o preço dos combustíveis voltou a subir esta segunda-feira: o litro de gasóleo subiu 16,4 cêntimos, já com o apoio de 1,3 cêntimos no ISP anunciado pelo Governo, e o da gasolina seis cêntimos, sem alterações no ISP. Subidas que levaram o diesel a custar 2,011 euros por litro e a gasolina 1,987 euros por litro, assumindo os preços médios em Portugal Continental.

Mas o que explica que o preço do gasóleo, o combustível mais usado em Portugal (77% do consumo total), tenha acelerado mais do que o da gasolina a ponto de ficar mais caro? A guerra na Ucrânia.

A Rússia produz sobretudo gasóleo na sua indústria refinadora”, explica ao ECO fonte do setor; e como a maior parte das empresas “cortou com a compra de produtos petrolíferos provenientes da Rússia, isso determinou uma redução do lado da oferta, tendo-se mantido o nível da procura, o que dita um aumento dos preços”.

Mas há outro fator a pesar negativamente nesta equação: o VGO. O vácuo é uma das componentes utilizadas no fabrico de gasóleo, para o tornar mais leve já que este hidrocarboneto tem mais hidrogénio e menos carbono. Ora, a Rússia é responsável por metade da produção mundial deste produto e, perante a suspensão dos fornecimentos russos, há uma escassez no mercado.

A estes dois fatores específicos juntam-se a cotação do brent, que serve de referência ao mercado europeu, que tem sofrido fortes oscilações decorrentes do nervosismo dos mercados e dos receios de rutura de stocks, mas também da cotação do euro face ao dólar, que pode agravar mais as subidas de preços. Mas ambos os motivos pesam nas subidas semanais dos preços da gasolina e do gasóleo.

A gasolina subiu durante 14 semanas consecutivas e o gasóleo 11 semanas, um movimento interrompido na semana passada, e já entretanto retomado esta semana, muito alimentado pelos receios de um possível embargo da União Europeia ao petróleo e gás russos como sanção a Moscovo pela invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro. A eventualidade de ter de encontrar alternativa ao fornecimento de 2,5 mil milhões de barris diários colocou uma enorme pressão nas cotações ao longo da semana.

A Galp foi uma das empresas que cortou com o fornecimento russo. A decisão foi tomada a 2 de março. “A Galp repudia a agressão russa contra o povo da Ucrânia”, por isso, “o conselho de administração da Galp decidiu suspender quaisquer novas aquisições de produtos petrolíferos provenientes, quer da Rússia, quer de empresas russas”, avançou a empresa em comunicado ao mercado, admitindo que a medida pudesse “ter impacto na refinaria de Sines e na sua contribuição financeira”.

Um dos impactos decorre precisamente do VGO, “uma das matérias-primas utilizadas para a produção de gasóleo na Refinaria de Sines”. A empresa de Paula Amorim explicava que estava “a desenvolver planos para obter o VGO através de fornecedores alternativos, ou para operar a refinaria a um ritmo limitado, embora assegurando sempre o fornecimento de gasóleo ao mercado português”. Estes fornecedores alternativos estão no Médio Oriente e na Europa, explicou fonte da empresa. A Galp produzia VGO na refinaria de Matosinhos, embora em pequenas quantidades.

O fornecimento de gasóleo ao mercado português está assegurado, frisa a Galp, até porque, como explicava o mesmo comunicado do início do mês “as cargas de produtos petrolíferos com origem na Rússia já adquiridas e atualmente em trânsito serão recebidas e descarregadas”.

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Costa falha meta de investimento público em 2021, mas supera pela primeira vez o último ano de Passos

Em 2021, o investimento público voltou a não ser executado totalmente, ficando abaixo do esperado na última estimativa. Porém, este foi o ano em que Costa superou o nível herdado de Passos Coelho.

Em 2021, o Governo executou menos investimento público do que tinha previsto tanto no Orçamento original como na última estimativa feita em outubro do ano passado. Apesar de ter falhado a meta, o que tem sido comum desde 2016, António Costa conseguiu finalmente atingir (e ultrapassar) o nível herdado de Passos Coelho: o investimento público atingiu os 2,5% do PIB em 2021, acima dos 2,3% alcançados em 2015 pelo Governo PSD/CDS.

Ano após ano, desde 2016, que o atual Governo não conseguiu superar o investimento público do último ano de Passos Coelho, quando medido em percentagem do PIB — em milhões de euros a ultrapassagem aconteceu em 2020. Tal chegou a estar previsto para 2019, no último ano do primeiro Governo de Costa, mas não aconteceu. Com o choque da pandemia, a previsão do último Programa de Estabilidade apontava para 2021.

É certo que o investimento público tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, após um mínimo histórico em 2016, mas sem conseguir ver o seu peso no PIB chegar aos 2,3% registados em 2015. Aconteceu agora em 2021 com o investimento público a crescer significativamente acima (+19%) do PIB nominal (+5,7%): o nível chegou aos 2,5% no ano passado, após 2,2% em 2020. Será quase seis anos depois de tomar posse que o primeiro-ministro pode dizer que, em percentagem do PIB, o Estado investiu mais do que no último ano do seu antecessor.

Foram executados 5.296,8 milhões de euros de investimento público em 2021, abaixo dos 6.019 milhões de euros (2,9% do PIB) previstos no Orçamento do Estado para 2021 e abaixo dos 5.668 milhões de euros (2,7% do PIB) previstos no OE2022 (que atualizou em outubro os números de 2021) que viria a ser chumbado. Estes números já contam com o impulso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cuja primeira tranche foi recebida em agosto de 2021. A segunda virá agora em maio deste ano.

Investimento público superou em 2021 o de Passos

Fonte: Dados do Instituto Nacional de Estatística (até 2021, inclusive) e previsões do Governo inscritas no Programa de Estabilidade 2022-2026.

O Programa de Estabilidade 2022-2026 que foi divulgado esta segunda-feira pela Assembleia da República mostra como o PRR vai acelerar a execução do investimento público nos próximos anos, dado que Portugal corre o risco de perder as subvenções caso não aproveite o dinheiro nos prazos previstos. Em concreto, o PRR acresce ao investimento público 0,5% do PIB em 2022, 0,6% em 2023 e 2024, 0,5% em 2025 e 0,1% em 2026.

O objetivo é ter o investimento público a pesar 3,2% do PIB em 2022, 3,6% em 2023, 3,7% em 2024 e 2025 e 3,3% em 2026. A concretizarem-se, estes serão os níveis de investimento público em percentagem do PIB mais elevados desde 2010 (5,3%), o ano em que o Governo de José Sócrates colocou o pé no acelerador da despesa pública para executar uma política orçamental contracíclica face ao impacto da crise financeira.

Desde o início que o Governo de António Costa tem prometido crescimentos avultados do investimento público, mas a execução orçamental mostra resultados abaixo da ambição, levando o peso deste indicador no PIB a não aumentar tanto quanto o estimado. Os governantes justificam a menor execução com a burocracia e a demora habitual deste tipo de investimentos entre a decisão e a concretização, entre outros motivos.

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Wall Street fecha a subir em sessão de altos e baixos

  • Lusa
  • 28 Março 2022

No arranque da semana, o Dow Jones valorizou 0,27%, o S&P 500 avançou 0,71% e o Nasdaq subiu 1,31%.

A bolsa nova-iorquina encerrou esta segunda-feira em alta uma sessão de altos e baixos, com os investidores preocupados, designadamente com a situação decorrente da invasão russa da Ucrânia e o confinamento em Xangai.

Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 0,27%, para os 34.955,89 pontos, o alargado S&P 500 progrediu 0,71%, para as unidades, e o tecnológico Nasdaq subiu 1,31%, para as 14.354,90.

A praça bolsista manteve assim a tendência de alta que mantém há duas semanas, apesar de ter começado de forma hesitante e com o Dow e o S&P500 a evoluírem com perdas ao longo do dia.

Mas na segunda metade do dia, os investidores avançaram para as compras, deixando de lado as preocupações com o avanço do novo coronavírus na China, que provocou novos confinamentos em cidades como Xangai, e a falta de progressos para um cessar-fogo na Ucrânia.

No início da sessão, a situação no mercado obrigacionista criou preocupação, uma vez que os rendimentos de alguns títulos a curto e médio prazo superaram os de longo prazo, o que em alguns casos é considerado sinal de recessão.

Essa situação foi alterada rapidamente e a diferença de rendimento da dívida pública dos EUA a dois e a 10 anos, que concentram as atenções dos analistas, normalizou, o que levou os operadores a desvalorizarem a situação.

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Tribunal da Relação decide sobre distribuição manual da Operação Marquês em 3 de maio

  • Lusa
  • 28 Março 2022

A data foi fixada esta terça-feira pelo juiz desembargador Jorge Antunes.

A decisão do debate instrutório que opõe o ex-primeiro-ministro José Sócrates ao juiz Carlos Alexandre no caso relativo à distribuição manual do processo Operação Marquês vai ser conhecida em 3 de maio.

A data foi fixada esta terça-feira pelo juiz desembargador Jorge Antunes, no debate instrutório no Tribunal da Relação de Lisboa que terá ainda uma segunda sessão, de conclusão, em 22 de abril, pelas 14:30.

Nessa sessão as defesas de Carlos Alexandre e da outra arguida neste processo, a escrivã Maria Teresa Santos, terão oportunidade de apresentar a sua argumentação face à alteração não substancial dos factos anunciada pelo juiz desembargador, relativa a elementos de prova do processo, remetidos pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM).

O debate instrutório deste caso decorre no TRL, depois de Pedro Delille, advogado do antigo primeiro-ministro José Sócrates, ter pedido a abertura da instrução, o que foi deferido em 11 de fevereiro.

O juiz desembargador Jorge Antunes confirmou então a constituição de Carlos Alexandre e Maria Teresa Santos como arguidos na distribuição do inquérito da Operação Marquês, em 2014.

Em causa neste debate instrutório estão alegados crimes de abuso de poder, falsificação de funcionário e denegação de justiça.

O pedido de abertura de instrução de José Sócrates ocorreu depois de o Ministério Público (MP) ter arquivado o inquérito sobre esta matéria. Antes, também o Conselho Superior de Magistratura (CSM) havia realizado um processo de averiguações e um procedimento de inquérito que culminaram igualmente em arquivamento.

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ERSE avança com 5.º leilão extraordinário de Produção em Regime Especial

  • Lusa
  • 28 Março 2022

O leilão, decidido para mitigar os riscos para o funcionamento do mercado elétrico, decorre no dia 4 de abril, admitindo-se a submissão de ofertas até às 17:00.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou esta segunda-feira o 5.º leilão extraordinário para a colocação de energia adquirida pelo Comercializador de Último Recurso (CUR) a produtores em regime especial (PRE). Em comunicado, a ERSE adianta que o leilão decorre no dia 4 de abril, admitindo-se a submissão de ofertas até às 17:00.

Os leilões extraordinários foram decididos pela ERSE como uma medida para mitigar os riscos para o funcionamento do mercado elétrico decorrentes dos elevados preços e volatilidade nos mercados grossistas, tanto no mercado português, como na generalidade dos mercados europeus.

Os aumentos de preços da eletricidade que afetam uma grande parte da Europa devem-se, entre outros fatores, à subida do preço do gás nos mercados internacionais, que é utilizado em centrais elétricas de ciclo combinado e que fixa o preço de mercado na maioria das vezes do dia, e ao aumento do preço dos direitos de emissão de dióxido de carbono (CO2), que se agravou desde fevereiro com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Comissão Europeia comprometeu-se esta segunda a analisar “sem demora” as propostas que forem apresentadas por Portugal e Espanha mediante aval dado pelos líderes europeus para exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.

“Não creio que possamos dar-lhe um prazo exato, porque obviamente, como sempre, o tempo de que precisamos depende dos detalhes das medidas que nos são submetidas, mas é óbvio que a Comissão compreende perfeitamente e a urgência da situação para os consumidores espanhóis [e portugueses] e iremos certamente analisar as propostas sem demora”, declarou o porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer.

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Governos devem ser cautelosos com mexidas no Mibel, avisam produtores de energia fóssil e renovável

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa, que tem várias centrais a gás na Península Ibérica, diz que é complicado mexer nas regras do Mibel, enquando a APREN não quer "danos nem distorções".

Fonte oficial da Endesa tinha já admitido ao ECO que a solução que Portugal e Espanha estão a trabalhar com a Comissão Europeia para travar os preços da eletricidade no mercado grossista “deve envolver um limite aplicável a todas as utilizações de gás, e não apenas às instalações de ciclo combinado”.

A elétrica espanhola rejeita como medida nociva assim qualquer intervenção estatal nos preços do gás, e muito menos a imposição de limites ao valor pelo qual podem vender em mercado a sua energia, apurou o ECO.

Esta segunda-feira, à margem da apresentação do estudo sobre o “Impacto da eletricidade de origem renovável no preço suportado pelo consumidor em 2021”, elaborado pela consultora Deloitte para a APREN, Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa em Portugal, voltou a frisar que “será complicado porque haverá sempre uma intervenção nas regras de mercado”.

“Ainda não se sabe em que termos é que vai ser. Nem os próprios membros do Governo sabem que extensão isto vai ter, porque há muitas questões técnicas. Têm de trabalhar primeiro com a UE, depois internamente, e por certo haverá também consultas com os operadores relevantes no mercado e só depois veremos qual é o desenho final, porque há muitos cenários. A intervenção pode ser mais mais marcante ou mais soft, e a cascata de impactos não está nada clara”, disse em declarações ao ECO.

Questionado sobre se os produtores de energia elétrica em centrais a gás vão ficar prejudicados, Ribeiro da Silva diz que “depende”. “Se pagarem o diferencial de preço não, mas há outros condicionantes, caso seja imposto um limite no mercado europeu do gás (nos índices TTF, por exemplo). Alguns países queriam isso, mas aí, se não formos além de um certo preço, os fornecedores vão vender a outros países que pagam mais”.

E rematou: “Há muitos aspetos que ainda não estão estudados e testados. Vamos ver como é que acaba por ficar. Há muitos cenários. E ainda falta a fase implementação. Já ouvi responsáveis espanhóis dizer que podia demorar até seis semanas só para estudar o novo modelo de mercado grossista de eletricidade”.

A Endesa tem 5 centrais em Espanha (2.400 MW) e outra participada em 50% (Elecgas) em Portugal (800 MW). Já a EDP, que ainda não se quis pronunciar sobre o assunto, tem duas centrais a gás em Portugal e uma em Espanha.

Renováveis não querem danos nem distorções no Mibel

Do lado das renováveis, o presidente da APREN disse aos jornalistas no final da apresentação do Estudo que a solução para reduzir os preços da energia, que os Governos português e espanhol vão propor a Bruxelas, deve ser a que provocar “menos danos e não distorça” a concorrência.

“Temos hoje um mercado de eletricidade marginalista, que funciona de acordo com um conjunto de regras. Se eu amputar uma das variáveis, não sei se esse mercado continua a funcionar. Não sei se limitar os preços resolve a formação do preço. Os governos vão ter me implementar as medidas e ver como as renováveis reagem. O que eu sei é que as renováveis vão ter os mesmos custos de produção, vão continuar a entregar a eletricidade mais barata do que qualquer alternativa fóssil”, frisou.

A APREN sabe que há, pelo menos, oito medidas possíveis em cima da mesa, como por exemplo comprar gás de forma conjunta a nível ibérico e subsidiar a compra do gás para a produção de eletricidade.

“Eu acho que essas propostas vão ter que defender as famílias e os consumidores, temos é que arranjar a solução que tenha menos danos e não distorça nada do ponto de vista de concorrência de mercado”, defendeu, garantindo não ter conhecimento de que medida está a ser a preparada, mas qualquer que seja, apontou, deve garantir que não há “taxação excessiva das empresas”.

“Quando se faz isto em termos médios é sempre muito perigoso, ou seja, começar a ter-se a ideia de que isto gera lucros monstruosos, que não geram, porque os lucros não estão nos produtores de eletricidade, estão no comercializador de último recurso, que, neste caso, é o Estado”, apontou o responsável da associação.

Na comunicação ‘REPower EU”, a Comissão Europeia admitiu a possibilidade de limitar os preços dos produtores de eletricidade no mercado grossista.

“Outra das opções que há é não aumentar o preço do gás acima de um determinado limite para a produção de eletricidade na componente de gás natural nas centrais de ciclo combinado”, lembrou Pedro Amaral Jorge.

Seja qual for a proposta, para o responsável “não há nenhuma solução alternativa a não ser” a autossuficiência energética do país, “com as vantagens que isso pode vir a ter até do ponto de vista de captação de outros investimentos”.

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Política energética “pode pôr em causa objetivo da reindustrialização”, diz presidente da Imperial

  • Lusa
  • 28 Março 2022

“As energias renováveis são intermitentes e só se tornam do ponto de vista económico relevantes quando for possível o armazenamento em soluções de baterias”, referiu Manuela Tavares de Sousa.

A política energética a seguir por Portugal pode “colocar em causa o grande objetivo que é a reindustrialização”, disse esta segunda-feira a presidente do conselho de administração da Imperial, Manuela Tavares de Sousa.

Durante um debate, no evento ‘Encontros fora da Caixa’, organizado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) que decorreu no Porto, a gestora indicou que “a questão do custo energia elétrica é crucial”, numa altura em que os preços elevados estão a colocar problemas às empresas.

As energias renováveis são intermitentes e só se tornam do ponto de vista económico relevantes quando for possível o armazenamento em soluções de baterias”, referiu. “Hoje em Portugal e em outros países da Europa, como a Alemanha, é extraordinariamente crítica a política energética que se vai seguir porque pode estar em causa o grande objetivo que é a reindustrialização”, alertou.

A presidente da Imperial avisou que se o custo de energia for pouco competitivo, as empresas portuguesas não vão conseguir acompanhar a concorrência. Para Manuela Tavares de Sousa, tendo em conta a pouca dimensão do mercado nacional, o caminho das empresas “tem de ser pela via da inovação e competitividade e internacionalização”, indicando que, no volume de negócios da imperial o mercado externo pesa cerca de 25%, mas que nos próximos dois a três anos poderá crescer para 40% a 50%.

Para a gestora, este caminho pode ser facilitado pela “diplomacia económica”, referindo que a “marca Portugal ainda não é conhecida e o Estado português tem de promover essa diplomacia, através de campanhas de comunicação”. A Imperial investiu cerca de 25 milhões de euros nos últimos dez anos, revelou ainda, referindo que a empresa tem um balanço sólido que lhe permite obter estes valores.

No mesmo painel, João Fernando Rocha, administrador da Prio Energy, disse que “não há soluções únicas” para o problema da descarbonização. “Vamos ter soluções diversas que se vão ajustar à mobilidade” e destacou o papel do hidrogénio nestas questões.

“Apenas 40% dos consumos são por viaturas ligeiras de passageiros. Os 60% dos pesados o elétrico vai chegar mais devagar. Para não termos de fazer investimentos doidos, achamos que o hidrogénio tem uma palavra a dizer”, referiu ainda.

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Filmes segurados pela Allianz tinham 31 nomeações para Oscar

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2022

Cinco de 10 filmes nomeados aos prémios Oscar deste ano foram segurados pela AGCS, a companhia da Allianz para riscos especiais. Só os prémios das produções de Hollywood valem 500 milhões por ano.

Os filmes que este ano receberam cobertura de seguro da Allianz Global Corporate & Specialty acumularam 31 indicações ao Oscar, revelou a companhia em comunicado, revelando que cobriu cinco de um total de 10 nomeações na categoria ‘Melhor Filme”.

A AGCS tem fornecido coberturas para inúmeras produções, “desde comédias silenciosas como The Keystone Cops até a magia visual dos filmes de Harry Potter e Marvel” . Além destes, a AGCS segurou todos os filmes de James Bond até hoje, Allianz, incluindo No Time To Die, que teve três nomeações para Oscars este ano. A AGCS tem ainda no seu currículo os milharais de Iowa do filme Field of Dreams e os tesouros do Louvre em O Código Da Vinci.

Michael Furtschegger, Diretor Global de Entretenimento da AGCS, refere que “a ligação da AGCS à indústria cinematográfica remonta a 1900 aos filmes de Charlie Chaplin. Desde então, trabalhamos com cineastas para nos adaptarmos às mudanças. Efeitos visuais, mais acrobacias elaboradas, locais mais expostos são agora uma parte importante da experiência cinematográfica e exigem subscrição especializada e expertise em avaliação de risco”, afirma o gestor.

Em 2021 a AGCS, gerou 5% das receitas globais de prémios de 9,5 mil milhões de euros (2021) no negócio do entretenimento e considera-se mais do que a preferida para filmes de grande sucesso. “Também asseguramos milhares de filmes artísticos e independentes, programas de televisão e documentários, bem como comerciais, fotografia e pós-produção”, explica Furtschegger.

A indústria do cinema, obteve as receitas mundiais de bilheteira de 21,4 mil milhões de USD, um aumento de 78% em relação a 2020, mas ainda menos da metade da média de 41,3 mil milhões de USD nos três anos pré-pandemia, prevendo a AGCS que o setor não deve retornar aos níveis pré-pandémicos antes de 2023.

A seguradora releva a grande consequência da pandemia, os cinemas do mundo fecharam. As novas tecnologias e o crescimento dos serviços de streaming mudaram a forma como os filmes são vistos. Como resultado, diz a AGCS, cinco dos 10 filmes indicados a Melhor Filme foram lançamentos apenas de streaming ou híbridos com estreia no mesmo dia em streaming e cinemas no mesmo dia) e apenas cinco produções foram lançamentos apenas para cinema.

“Em grande parte devido ao surgimento dos portais de streaming, as produções cinematográficas multiplicaram, o que implica em grandes oportunidades de crescimento para as seguradoras de entretenimento”, afirma Michael Furtschegger.

Dependendo do género do filme, das coberturas, franquias e outros fatores de risco, os prémios de seguro para uma produção cinematográfica podem variar de 0,7% a 1,5% do orçamento total. Com base nas estimativas da indústria, o maior mercado de seguros de filmes é Hollywood, com aproximadamente 400-500 milhões de USD em prémios de seguro anuais, seguido por produções do Reino Unido com aproximadamente 60-70 milhões de USD. A China com 45 milhões está em crescimento assim como a França e a Alemanha, cada uma com cerca de 25-30 milhões de dólares em prémios de mercado total.

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