Ministro da Economia reúne-se com jovens ativistas na terça-feira

  • Lusa
  • 14 Novembro 2022

António Costa Silva receberá os ativistas no ministério esta terça-feira às 17:00. A principal reivindicação dos estudantes é o fim dos combustíveis fósseis até 2030.

O ministro da Economia, António Costa Silva, vai reunir-se na terça-feira com os jovens ativistas que se têm manifestado para exigir o fim dos combustíveis fósseis e a sua demissão, avançou fonte oficial do ministério. Segundo a fonte do Ministério da Economia e do Mar, o ministro António Costa Silva receberá os ativistas no ministério, num encontro marcado para as 17:00 de terça-feira.

Ao longo da última semana, jovens ativistas promoveram um protesto que passou pela ocupação de escolas secundárias e faculdades em Lisboa a apelar à preservação do planeta. A principal reivindicação dos estudantes é o fim dos combustíveis fósseis até 2030, mas os estudantes manifestam-se também contra o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, que em maio afirmou não ter preconceitos contra projetos de exploração de gás.

No sábado, durante uma marcha pelo clima, dezenas de manifestantes invadiram um edifício em Lisboa onde decorria um evento privado onde estava António Costa Silva, que mais tarde considerou a manifestação “absolutamente legítima”.

Em declarações à Lusa, António Costa Silva mostrou-se solidário com os movimentos climáticos e disse que nos últimos 20 anos não foi apologista de maior uso do petróleo, manifestando disponibilidade para se reunir com os ativistas. Após as declarações do ministro, os jovens ativistas climáticos convidaram-no, no domingo, a visitar a ocupação no Liceu Camões, em Lisboa, e assistir a uma palestra.

Já esta segunda, o ministério tinha dito à Lusa que iria contactar os estudantes para organizar uma reunião e mais tarde uma das porta-vozes da Greve Climática Estudantil, por detrás do protesto integrado no movimento internacional “End Fossil: Occupy!”, disse à agência Lusa que o movimento fora contactado pelo Ministério da Economia e do Mar.

Esta segunda, os estudantes fecharam a cadeado o Liceu Camões, em Lisboa, mas aceitaram que a escola retome o normal funcionamento na terça-feira, anunciou o diretor da escola secundária, informação entretanto confirmada pelo movimento.

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Alemanha nacionaliza antiga Gazprom Germania para evitar insolvência

Depois da Uniper, o governo de Sholz avança com a nacionalização da SEFE, antiga Gazprom Germania. Alemanha vai assumir participação total da energética e conceder um empréstimo de 13 mil milhões.

Depois da nacionalização da Uniper, o governo alemão vai nacionalizar a importadora de gás SEFE (Securing Energy for Europe), a antiga Gazprom Germania, numa tentativa de proteger a gigante do risco de insolvência.

De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira pelo ministro da Economia Robert Habeck, o governo alemão vai assumir uma participação total da energética e conceder um empréstimo de 13 mil milhões de dólares. Segundo o governante, a medida foi necessária perante o sobre-endividamento da SEFE e a ameaça de insolvência que, juntos, colocavam “em risco a segurança de abastecimento na Alemanha”, cita a Bloomberg as declarações do governante.

A decisão surge depois de no sábado passado, 12 de outubro, a Comissão Europeia ter aprovado uma ajuda de 225,6 milhões de euros destinada à SEFE para salvaguardar a segurança energética do país.

Este é o segundo resgate da Alemanha num espaço de dois meses. Em setembro, o governo confirmou a nacionalização da Uniper, a maior importadora de gás do país, e injetou oito mil milhões de euros para estabilizar a operação isto numa altura, em que a estatal russa Gazprom deixara de enviar gás para a Alemanha e, como resultado, os preços no mercado subiram. Foi considerado o maior resgate financeiro da história do país.

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Conversas com Energia. Preservação do ambiente também passa pelos rios

  • Capital Verde
  • 14 Novembro 2022

Jose Sá Fernandes, ex-vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Lisboa, recordou o papel fundamental que os rios tiveram para o desenvolvimento da sociedade no Conversas com Energia.

Não existe preservação do ambiente, sem que a água seja, também, protegida. Esse foi o principal apelo do ex-vereador do Ambiente, Clima e Energia da Câmara Municipal de Lisboa durante a sua intervenção na última sessão do Conversas com Energia. Segundo, José Sá Fernandes, “o aspeto mais importante no ambiente, é a água”, não só pelos recursos que fornece à vida humana e animal, mas por ser, também, um “elemento que nos une”.

Perante a exposição “Retroactivar” na Central Tejo, uma coprodução do MAAT e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, o ex-autarca referiu aos cerca de 40 estudantes da Escola Básica e Secundária de Ermesinde que, apesar de existir uma distância superior a 300 quilómetros entre e freguesia de Valongo e Lisboa, existe um “elemento que nos une: os rios”, neste caso, o rio Tejo e o rio Leça. “Ambos os lugares existem por causa do rio”, afirmou diante os alunos do 11º e 12º anos, presentes na sessão organizada pela Fundação EDP e da qual o ECO/Capital Verde é media partner.

“E qual é a importância do rio?” questionou, recontando que outrora “o rio fornecia água para bebermos. Era algo básico porque nenhum de nós vive sem água”, e, ainda peixes que serviam como alimento “Há sete séculos, diziam que o rio Tejo era um sítio maravilhoso. Dois terços são peixe e um terço é água“, recontou o ex-vereador.

Mas essa realidade deixou de existir, devido aos elevados níveis de poluição provocados pelas sociedades que se foram desenvolvendo nas margens. “O homem, ao longo de sete séculos, foi estragando o rio. Chegámos a um ponto, há cerca de 20 anos, em que não existia peixe”, alertou, acrescentando que o mesmo fenómeno aconteceu com o rio Leça, que começou por ser uma fonte de alimento, mas que acabou por ficar, também, poluído.

Para contrariar essa degradação, José Sá Fernandes recordou que as entidades públicas tomaram ação, nomeadamente a Câmara Municipal de Lisboa. “As entidades públicas perceberam que não podiam continuar a tratar mal o rio, desde a nascente até à foz”, explicou, frisando que as águas dos esgotos passaram a ser tratadas nas Estações de Tratamento de Água antes de serem novamente devolvidas ao meio ambiente. “Para salvar o nosso rio temos que fazer qualquer coisa para não o prejudicar. Esse comportamento foi adotado noutras regiões, como Almada, Amora e Seixal, e hoje já aparecem golfinhos [no rio Tejo]”, contou.

O Conversas com Energia faz parte da segunda edição da iniciativa lançada pela Fundação EDP, projeto que já contou com a participação de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e a artista plástica, Joana Vasconcelos. Esta segunda edição decorre na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar, uma coprodução do Maat e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, patrocinada também pela ERP Portugal e pela Novo Verde.

Os oradores das próximas sessões serão Ricardo Neto, presidente da ERP Portugal e da Novo Verde; Vera Pinto Pereira, presidente da Fundação EDP; e Bernardo Corrêa de Barros, presidente do Turismo de Cascais e presidente da Sailors for the Sea, associação sem fins lucrativos dedicada à sustentabilidade dos oceanos e mares.

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Conferência Q-Day 2022: um dia de muitas lições sobre o futuro

  • ECO
  • 14 Novembro 2022

“Inovação a partir de dentro” foi o mote da 13.ª edição do Q-Day: eis o que importa saber sobre o encontro mais aguardado da área

Existem várias formas de falar sobre o futuro: há quem atire bitaites para o ar, há quem faça projeções certeiras sobre o dia que ainda não chegou, há quem preveja com mais ou menos propriedade para fazê-lo, mas o que muitas vezes falta é pensar o presente com vista a integrar as tendências do momento que constroem o nosso amanhã: é essa a proposta da Q-Day Conference, que há 13 anos acontece em Portugal.

Foram mais de 500 as pessoas que se juntaram, presencialmente e online, via live streaming, no Q-Day 2022, que decorreu no passado dia 21 de setembro em Lisboa, no auditório Emílio Rui Vilar, espaço da Culturgest. Mais do que destacar o futuro, os painéis de conferencistas convidados para partilhar a sua experiência e conhecimento revelaram o que pode ser feito já hoje, no presente. A partilha de boas práticas com vista a fomentar o talento dentro das empresas e organizações é o primeiro passo rumo ao sucesso.

A 13.ª edição da Q-Day Conference, evento anual organizado pela Quidgest – empresa tecnológica multinacional de origem portuguesa, aconteceu este ano sob o mote “Inovação a partir de dentro”. Pioneira na geração automática de software, a empresa reuniu ao longo de quatro painéis conferencistas que debateram aquelas que são as principais tendências desta área: o impacto da cultura da inovação no desenvolvimento económico e na competitividade das nações; o papel da transformação e da inteligência artificial na inovação; e casos de estudo que fomentam a inovação de dentro para fora, transformando as competências de cada colaborador em vantagens competitivas no mercado.

A conferência foi marcada pela sessão de abertura, conduzida em primeiro lugar por João Neves, Secretário de Estado da Economia. Segundo o político, “há um mundo por desbravar” e Portugal precisa de “multiplicar a sua capacidade de gerar conhecimento”, destacou, bem como desenvolver mais a sua Ciência, proteger as suas patentes e “cruzar essa produção de conhecimento com o valor económico”. Também David Xavier, Secretário-Geral da Presidência do Conselho de Ministros surpreendeu a audiência quando surgiu em palco dentro de uma caixa de papelão para ilustrar um dos pontos principais do seu discurso: antes de pensar fora da caixa, devíamos pensar “dentro da caixa”, porque é lá, no analógico, que continuam a estar os desafios e as pessoas, referiu.

Os convidados presentes nos quatro painéis, referências no setor público e empresarial, deram continuidade à agenda do dia, motivando o debate de ideias entre todos os participantes.

A proposta do primeiro painel “Fórmulas de sucesso para a Inovação a partir de dentro” propunha a exploração das “fórmulas mágicas” associadas ao sucesso: existem? Como medir o sucesso? A transformação digital, a modelação e a inteligência artificial têm um papel importante na inovação?

Para responder a estas questões subiu ao palco João Paulo Carvalho. O Co-fundador e Senior Partner da Quidgest falou de revolução digital, referindo que o futuro passa pelo aumento dos “produtores digitais”, os citizen developers ou business technologists, bem como os inovadores internos ou intraempreendedores, capazes de criar a inovação a partir de dentro. Também Hélder Sousa Silva, Presidente da Câmara Municipal de Mafra, partilhou com a audiência um caso de estudo de inovação aplicado à gestão educativa. Por seu turno, Gloria Guimaraes, Presidente do Ayo Group, referiu-se à inovação como “uma ação que agrega valor ao que já existe”, facilita e melhora os processos tanto para as pessoas que fazem essa inovação como para as que vão beneficiar dela.

Já Miguel Amado, Partner da EY, frisou que “Inovar por inovar não vale a pena”, explicando que é preciso evitar o “teatro da inovação”, prendendo-a aos fatores errados. Por fim, José Crespo Carvalho, Presidente da Comissão Executiva do ISCTE, abordou a importância da liderança organizacional, destacando que a prioridade passa por nos conhecermos a nós próprios e conhecermos os outros, para uma melhor gestão e compreensão do relacionamento interpessoal que está na base da criação da inovação.

O evento prosseguiu para o segundo painel do dia, “A Inovação a partir de dentro como força competitiva”, e neste ponto foram apresentados exemplos de organizações que mobilizam e otimizam a inovação a partir de dentro, transformando esse foco em vantagem competitiva sustentável.

Miguel Mira da Silva, Professor de Sistemas de Informação no Instituto Superior Técnico, mencionou que os alunos são um espelho da sociedade do futuro e que por aí podemos prever que aprender e trabalhar online é uma realidade sem volta atrás. O futuro é interativo, inclusivo, digital e vai acontecer fora de salas e escritórios. Já Inês Relvas, Chief Strategy Officer no Universo – Grupo SONAE, destacou o tema do sucesso. “O que nos trouxe 1 milhão de clientes no passado não é o que nos vai trazer 1 milhão de clientes no futuro”, partilhou a conferencista, sublinhando que “se fosse fácil inovar, todas as empresas seriam inovadoras”. Isabel Ventura, Digital Innovation and Deputy Director no Luz Saúde Group, partiu da sua experiência profissional, ao nível da inovação interna, para comentar os desafios na implementação de mudanças de alta velocidade.

O terceiro painel do dia, conduzido em inglês, “Innovation from within and from scratch”, foi uma lição importante acerca da criação de valor empresarial dentro das organizações a partir do zero. Jonathan Littman, Fundador da RedBridge Lisbon e co-autor de vários bestsellers, incluindo “The Ten Faces of Innovation” e “The Art of Innovation”, explicou que “A inovação é como as flores selvagens” e precisamos de “sair da nossa bolha” para fazer diferente e inovar. De seguida, Carolina Rendeiro, CEO e Fundadora da Connect2Global, referiu que a força de trabalho de hoje é cada vez mais multigeracional, multicultural e multidisciplinar e “nem todas as empresas estão preparadas para aceitar e incorporar esta realidade”. Luísa Baltazar, Fundadora da SOMA Services, explicou que, para se criar valor a partir do zero, primeiro será preciso encontrar o “market fit”, sob o risco de criarmos produtos que não têm outro destino que não o fracasso. Seguiu-se André Marquet, Cofundador da Beta-i e da PRODUCTIZED, que partilhou algumas técnicas úteis para qualquer empreendedor, nomeadamente a “5 whys technique”, usada para aferir se estamos perante “um problema real” e “uma solução adequada”. A encerrar o painel, Julian Herbstein, Managing Director & Investment Committee Member do CGN Private Equity Fund Management Beijing Co, identificou as três palavras-chave essenciais a “todos os inovadores que não são o Steve Jobs”: “Build, Measure and Learn”.

O quarto painel do dia, “Business technologists lead the Innovation from within”, debateu o futuro das profissões, a requalificação de competências e a democratização de ferramentas digitais. A apresentação de Chakib Rifi, Fundador da SGPP Europe, destacou que o papel do ser humano ganha hoje uma nova dimensão provocada pela crescente simbiose homem-máquina, que permite aos profissionais aperfeiçoar competências essenciais, como a liderança ou a programação, para fazer face a um futuro eminentemente digital e inteligente. Baseado na sua própria experiência profissional, George A. Polisner, Fundador da CivicWorks, confessou que o “medo é o maior obstáculo à inovação dentro das organizações” e pode sufocar as ideias e ações das equipas. A encerrar o painel, Alberto Carvalho, Superintendente Geral do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles, recordou como a pandemia foi um catalisador de mudança na educação a vários níveis.

No encerramento deste último painel do Q-Day, falou ainda João Nobre, Growth Manager na Quidgest, que deixou nota positiva sobre a existência de uma “nova geração de inovadores internos capacitados para criar soluções digitais” com a ajuda de ferramentas como o Genio, uma plataforma ágil para geração automática de software.

Um dos pontos altos da 13.ª edição da Q-Day Conference foi sem dúvida a entrega dos 12 prémios de Co-Inovação, que reconheceram os projetos dos clientes e parceiros da Quidgest que estão na vanguarda da tecnologia em áreas como Transformação Digital (IEFP), Agilidade (IMPIC), Inovação Contínua (NAOS), Clientes com História (Instituto Hidrográfico e ICNF), Comunidade Genio (Marinha Portuguesa), Privacidade Digital (Lusoponte) ou Desporto (IPDJ). A nível internacional, foram reconhecidos os parceiros EY (Europa), Baker Tilly (LATAM) e SGPP Europe (Formação Genio).

A próxima edição da Q-Day – a 14.ª, regressa no próximo ano, com um novo tema atual e pertinente. Se não conseguiu acompanhar o evento, fique a saber que a gravação integral está disponível no canal de YouTube da Quidgest. Pode também assistir ao vídeo com os melhores momentos da Conferência Q-Day 2022.

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Chefes da diplomacia da UE aprovam sanções a 29 pessoas e 3 entidades por repressão aos protestos no Irão

  • Lusa
  • 14 Novembro 2022

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE avançaram com sanções contra responsáveis iranianos, na sequência da detenção e da morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, em setembro.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) adotaram esta segunda-feira novas sanções contra os responsáveis pela repressão aos protestos no Irão, depois da morte de uma jovem iraniana, abrangendo 29 indivíduos e três entidades.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros adotaram novas sanções contra 29 indivíduos e três entidades no Irão devido ao seu papel na morte de Mahsa Amini e na resposta violenta às manifestações em curso”, anunciou a presidência checa do Conselho da UE numa publicação na rede social Twitter.

No dia em que os chefes da diplomacia da UE se reúnem em Bruxelas, a presidência semestral rotativa assumida pela República Checa acrescenta que “a decisão entra em vigor após a sua publicação no Jornal Oficial”.

A decisão foi adotada pelos 27 num Conselho de Negócios Estrangeiros que englobará, na terça-feira, uma reunião ao nível de ministros da Defesa da UE, e segue-se à aprovação, em meados de outubro, de sanções contra responsáveis iranianos, na sequência da detenção e da morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, em meados de setembro em Teerão.

O Irão tem sido palco de protestos desde a morte desta jovem, que foi violentamente agredida e detida pela política da moralidade por infringir o rígido código de vestuário feminino, porque embora envergasse o ‘hijab’ (véu islâmico), este deixava ver parte do seu cabelo.

Os chefes de diplomacia aprovaram, assim, o acordo político já alcançado ao nível de embaixadores dos 27 relativamente a um reforço das sanções ao Irão, com a ampliação da lista de pessoas e entidades alvo de medidas restritivas, para incluir responsáveis pela violenta repressão de protestos pacíficos.

No domingo, um tribunal de Teerão condenou pela primeira vez à morte uma pessoa acusada de participar nos “motins”, considerando-a culpada por “ter incendiado um edifício governamental, por perturbar a ordem pública, por atos de reunião e conspiração para cometer um crime contra a segurança nacional, e por ser inimigo de Deus”.

No mesmo dia, a Justiça iraniana acusou 440 pessoas pela participação nos protestos, considerando culpados 276 dos acusados, o que os obriga a ir a julgamento. As autoridades iranianas não referiram o número total de detidos nem mortos no país, mas a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo, estima que haja 326 mortos.

Depois da reunião de hoje, o Conselho de Negócios Estrangeiros da UE terá uma segunda sessão na terça-feira, mas na vertente de Defesa, na qual os ministros titulares desta pasta – entre os quais a ministra Helena Carreiras – discutirão também a situação na Ucrânia, e na qual participará o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

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Bezos promete doar maior parte da fortuna de 124 mil milhões de dólares em vida

Jeff Bezos, o fundador da Amazon, anunciou esta segunda-feira que planeia doar a maior parte da sua fortuna para financiar o combate às alterações climáticas e às clivagens políticas e sociais.

O fundador da Amazon, Jezz Bezos, anunciou esta segunda-feira que pretende doar em vida a maior parte da sua fortuna, atualmente avaliada em cerca de 124 mil milhões de dólares.

Numa entrevista à CNN, o multimilionário explicou que os donativos terão como objetivo o combate às alterações climáticas e o apoio a pessoas que consigam unir a humanidade face às profundas clivagens políticas e sociais que existem atualmente.

Bezos não partilhou detalhes adicionais sobre o plano, mas foi a primeira vez que o dono da Amazon se pronunciou quanto a uma doação para caridade. O anúncio surge depois de o multimilionário ser criticado por não assinar o Giving Pledge, um compromisso por parte das pessoas mais ricas do mundo em como vão doar parte da sua riqueza.

As declarações do multimilionário foram prestadas numa entrevista de 20 minutos concedida na sua residência, na cidade norte-americana de Washington DC. Ao lado da sua companheira, Lauren Sánchez, o casal admitiu que se encontra a desenvolver “a capacidade” para doar este dinheiro.

Esta também foi a primeira vez que o casal concedeu uma entrevista conjunta desde que se juntou em 2019, tendo como objetivo destacar o prémio Bezos Courage and Civility Award, que foi entregue este ano à cantora Dolly Parton.

(Notícia atualizada às 14h55)

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CCA assina parceria com a Unicorn Factory Lisboa

No âmbito desta parceria, a CCA irá acompanhar e apoiar o desenvolvimento das startups e scaling ups através dos vários programas e iniciativas criadas pela Unicorn Factory Lisboa.

A CCA Law Firm oficializou a parceria com a Unicorn Factory Lisboa, uma iniciativa que pretende incentivar a inovação, reter talento e apoiar novas ideias, garantindo um acompanhamento personalizado às empresas em todas as etapas decrescimento. No âmbito desta parceria, a CCA irá acompanhar e apoiar o desenvolvimento das startups e scaling ups através dos vários programas e iniciativas criadas pela Unicorn Factory Lisboa.

“É indiscutível a presença da CCA Law Firm neste ecossistema, ao longo da última década, apoiando os seus vários players. Parceiros oficiais desde 2020, a CCA Law Firm tem apoiado a Startup Lisboa, em vários programas, nomeadamente, dando apoio, numa fase inicial, a empreendedores e startups que pretendam deslocar-se para Portugal através do programa Launch in Lisbon, da Startup Lisboa”, explicam em comunicado.

A Unicorn Factory Lisboa é uma plataforma de programas e de hubs que se inspira nas melhores práticas internacionais e que procura um desenvolvimento sustentável e eficiente dos processos. Este projeto pretende apoiar em quatro principais áreas, na incubação de startups, nos programas de “crescimento” para scaleups, no apoio “soft landing” para startups e scaleups internacionais e nos hubs de inovação.

“Na CCA temos uma cultura muito voltada para o futuro e para a inovação, que pretende ajudar as organizações a conseguir as melhores soluções. Fazia todo o sentido que nos associássemos à Unicorn Factory Lisboa, que em tudo reflete o nosso posicionamento”, sublinhou Domingos Cruz, managing partner da CCA.

A CCA Law Firm junta-se, assim, à Unicorn Factory Lisboa, associando-se ao programa Soft Landing que tem, por objetivo, conferir todas as ferramentas, recursos e informação às empresas internacionais que se queiram mudar ou expandir para Lisboa.

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Ikea vai pagar bónus de salário e meio a todos os trabalhadores em Portugal

Prémio, equivalente a um salário e meio, será pago em dezembro e resulta dos resultados positivos que a empresa sueca alcançou no ano fiscal de 2022, como forma de apoio no contexto da inflação.

A Ikea Portugal vai pagar um bónus de salário e meio a todos os trabalhadores no mês de dezembro, anunciou a empresa sueca esta segunda-feira, detalhando que o prémio “resulta de uma distribuição dos resultados obtidos no ano fiscal de 2022”, num “momento de maior dificuldade económica”.

É uma das três medidas anunciadas pela Ikea, numa altura em que a inflação tem disparado, mas em que a empresa viu as vendas crescerem 19,5% face ao ano anterior, para um total de 552 milhões de euros. “O excelente desempenho que tivemos só foi possível graças ao esforço coletivo de todos, superando as metas pré-estabelecidas”, diz Ricardo Pereira, deputy country manager da Ikea Portugal, citado em comunicado.

Além disso, a empresa sueca vai reforçar globalmente o fundo social no valor de dez milhões de euros para apoiar os colaboradores em situações mais sensíveis ao nível financeiro. “Este valor será distribuído de forma equitativa pelos diversos mercados”, lê-se. Em Portugal, este fundo irá reforçar o programa CÖNTIGO que, desde 2019, apoia colaboradores que enfrentam desafios de saúde e/ou financeiros.

A terceira medida, pensada para “ajudar a mitigar o aumento dos preços da energia e alimentação”, prevê a duplicação do desconto de colaborador nas compras Ikea numa seleção de produtos que permitem a poupança de energia e em produtos da Mercearia Sueca. Também em outubro, o subsídio de alimentação passou de 4,55 euros para seis euros diários líquidos para um colaborador a tempo inteiro.

“Na Ikea, e em linha com os nossos valores, queremos estar ao lado das pessoas num momento de maior dificuldade económica, provocado pela inflação e pelos efeitos da guerra na economia europeia. Queremos que os nossos colaboradores saibam que existe uma rede de apoio para os ajudar caso necessitem“, diz Cláudio Valente, People & Culture Manager da Ikea Portugal.

(Notícia atualizada às 14h52 com mais informação)

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OPEP reduz estimativa de consumo mundial de petróleo até fim de 2023

  • Lusa
  • 14 Novembro 2022

Cartel baixou a estimativa do consumo mundial de petróleo até ao fim de 2023 em pelo menos 200 mil barris por dia, devido à guerra na Ucrânia e aos confinamentos na China.

A OPEP baixou a estimativa do consumo mundial de petróleo até ao fim de 2023 em menos 200.000 barris por dia, devido ao impacto económico da invasão da Ucrânia pela Rússia e aos confinamentos na China.

No relatório mensal, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) estima que a procura de “ouro negro” será em média de 99,57 milhões de barris por dia, este ano, mais 2,43% do que no ano passado, mas menos 100.000 barris por dia do que o calculado há um mês.

A OPEP também reduziu em mais 100.000 barris por dia a previsão de crescimento para 2023 e agora coloca-o em 2,24 milhões de barris por dia (2,25%) – em vez dos 2,34 milhões de barris por dia previstos em outubro – de modo a que o consumo seja em média de 101,82 milhões de barris por dia no próximo ano ou menos 200 milhões de barris por dia do que o esperado.

A continuação da estratégia “zero-Covid-19” da China, com as repetidas restrições severas à mobilidade para combater quaisquer surtos do novo coronavírus, é uma das razões para a revisão em baixa. O documento atribui-o também a “incertezas geopolíticas contínuas (a guerra na Ucrânia) e ao enfraquecimento das atividades económicas”.

No entanto, os peritos da OPEP deixaram inalterado o crescimento económico global para 2022 e 2023, em 2,7% e 2,5% respetivamente, nos quais baseia as suas estimativas, embora alerte para um elevado grau de “incerteza”.

O aumento da procura de petróleo este ano será partilhado igualmente entre nações industrializadas agrupadas na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e países não-OCDE, mas será muito diferente em 2023.

De acordo com a visão apresentada esta segunda-feira, o aumento anual de 1,3 milhões de barris que a OCDE irá apresentar em 2022, com o consumo total de petróleo a 46,1 milhões de barris, cairá para 0,3 milhões de barris por dia no próximo ano, elevando a procura para 46,5 mbd.

Em contraste, para os países não pertencentes à OPEP, a organização prevê que a procura adicional irá aumentar de 1,3 milhões de barris por dia este ano (o mesmo que na região da OCDE) para 1,9 milhões de barris por dia em 2023, levando estas nações a queimar um total de 55,4 milhões de barris por dia. Este forte crescimento será liderado pela China e pela Índia, observa o relatório.

Apesar das incertezas, a OPEP espera “um aumento constante da procura de combustíveis industriais e de transportes, apoiado por uma possível recuperação da atividade económica” nas grandes economias.

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Metyis expande-se com novos escritórios em França e Itália

  • Servimedia
  • 14 Novembro 2022

A Metyis vai alargar a sua presença na Europa com a abertura de dois novos escritórios em França e Itália. Além dos 15 escritórios que já tem, a empresa pretende expandir-se para mais 10 países.

A Metyis, uma nova empresa de consultoria estratégica de negócios, está a reforçar a sua posição no mercado europeu com a abertura de novas divisões em França e Itália, noticia a Servimedia. A empresa pretende impulsionar a sua estratégia de crescimento global com novos escritórios para além dos seus 15 escritórios em mais de 10 países.

As filiais nos territórios europeus irão incorporar seis novos parceiros à empresa, de forma a consolidar a sua presença num mercado chave e reforçar a experiência da Metyis em consultoria e execução estratégica, e Data & analytics, com um claro enfoque na inovação e digitalização.

“Estamos muito orgulhosos de ter connosco os nossos seis novos parceiros, uma vez que eles trazem uma experiência significativa e conhecimentos profundos em dados, tecnologia, design e estratégia. Os novos escritórios não só nos ajudarão a construir e fazer crescer a nossa firma em Itália e França, mas também se juntarão ao resto dos sócios e diretores da Metyis para construir e fortalecer a nossa firma a nível global“, afirmou Yogen Singh, sócio principal e membro do Conselho de Administração da Metyis.

Em Itália, o novo escritório Metyis, que abriu em Setembro, está localizado em Milão e será dirigido por Sasha Wijeyesekera e Paolo Pellegrini, dois novos sócios que vão trazer uma vasta experiência profissional para melhorar o posicionamento da empresa no território.

Devido à sua especialização em estratégia e transformação digital e marketing orientado por dados, Sasha Wijeyesekera tornou-se o responsável por liderar a filial italiana. Antes de se juntar à Metyis, esteve envolvido no sucesso de Jakala, uma das empresas de consultoria de crescimento mais rápido na UE.

Paolo Pellegrini fornecerá a sua experiência multissetorial na utilização de análise de dados e Inteligência Artificial para otimizar o desempenho das empresas e ajudá-las a gerar novos modelos de negócio. Na sua carreira, Paolo tem sido fundamental no lançamento de duas empresas de consultoria de gestão em Itália, e tem sido recentemente responsável por novas ofertas centradas na tecnologia de dados para grandes grupos internacionais.

À expansão no mercado italiano, Metyis acrescentou a aquisição de Southpigalle, uma boutique de design e tecnologia em Paris, com significativa experiência em dados, tecnologia, design e estratégia. Com esta adição, a consultora acrescenta quatro novos parceiros com vasta experiência em estratégia e execução digital que estão alinhados com a cultura empresarial, valores e abordagem centrada no cliente da multinacional holandesa.

A equipa francesa será acompanhada por Olivier de Cointet, um consultor com um forte historial em consultoria estratégica. Por sua vez, Olivier será acompanhado por Louis de Cointet, um especialista em TI e dados com uma sólida experiência de mais de 20 anos em consultoria estratégica. Aos dois juntar-se-á o empresário Henri d’Anterroches, conhecido por lançar vários negócios digitais e tecnológicos e com vasta experiência no serviço de marcas de comércio eletrónico, luxo e TI de renome. Toda a equipa será acompanhada pela Pascal Plat, com 25 anos de experiência de TI em projetos multidisciplinares de conceção de software e implementação de soluções.

Este passo estratégico em França e Itália consolida a trajetória global da Metyis e reforça o seu posicionamento como uma consultoria estratégica com uma clara missão internacional. Com esta incorporação, a multinacional consolida o seu crescimento e fortalece o seu pessoal com equipas de colaboração e com uma qualificação de qualidade para ajudar os seus clientes a destacarem-se num mercado cada vez mais competitivo.

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Administração da TAP diz que atual AE “torna impossível” que tripulantes voem 900 horas/ano

  • Lusa
  • 14 Novembro 2022

Administração da TAP aplaude que SNPVAC considere “possível e desejável” que estes voem 900 horas por ano mas ressalva que Acordo de Empresa tem de ser revisto visto estar “desajustado e desadequado”.

A Comissão Executiva da TAP aplaudiu esta segunda-feira que o sindicato dos tripulantes considere “possível e desejável” que estes voem 900 horas por ano, mas salientou que tal implica “rever” cláusulas no Acordo de Empresa que atualmente o “tornam impossível”.

“A TAP regozija-se por verificar que o SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil] também entende que é possível e desejável que os tripulantes de cabina possam voar 900 horas por ano”, sustenta a administração liderada por Christine Ourmières-Widener numa mensagem enviada esta segunda-feira a estes trabalhadores, a que a agência Lusa teve acesso.

A Comissão Executiva salienta, contudo, que “a realidade […] é que existem muitas cláusulas no Acordo de Empresa [AE] e no RUPT (Regulamento de Utilização e Prestação de Trabalho) em vigor que tornam impossível que isso aconteça na prática”.

“É precisamente para rever esse tipo de cláusulas e permitir que os tripulantes da TAP possam efetivamente voar tanto quanto os seus colegas da maioria das companhias com que a TAP concorre diretamente que a empresa abriu as negociações com o SNPVAC tendo em vista a celebração de um novo Acordo de Empresa. Acreditamos que o acordo será alcançado através do diálogo e que a versão final será diferente da proposta inicial de base que a TAP apresentou”, sustenta.

Citando dados deste ano, a administração da TAP diz que, na realidade, “10% dos tripulantes da companhia fazem menos de 66 horas de voo por ano, 25% fazem menos de 427 horas, 50% fazem menos de 584 horas e apenas 25% fazem mais de 667 horas de voo por ano“.

“E isto não é assim devido a falhas de gestão, mas sim porque o AE e o RUPT que dele decorre são totalmente desajustados e desadequados à realidade operacional da companhia”, refere, considerando que “isto não é surpreendente num acordo assinado em 2006 e nunca revisto”.

Em causa estão, segundo a Comissão Executiva, “cláusulas como a que limita o Período de Serviço de Voo (PSV) a 06:30 [seis horas e trinta minutos] quando se verifica o despertar em período crítico fora da base, a que diz que a realização de quatro setores no mesmo dia obriga a folga, independentemente do tempo trabalhado, ou as que obrigam a folga obrigatória após voo de longo curso ou após voo noturno”.

De acordo com a administração, estas cláusulas “retiram, na prática, a possibilidade de planear os tempos de trabalho de modo a que todo o PNC [pessoal navegante comercial] tenha horas de voo anuais semelhantes e leva à disparidade de tempos de trabalho indicadas”.

“Na verdade, o AE e o RUPT em vigor na TAP obrigam a períodos de descanso e a dias sem atividade bem acima do limite regulado pelo regulamento europeu”, argumenta, acrescentando que “estes problemas são agravados por índices muito elevados de absentismo, sobretudo em períodos de pico de operação, durante os quais um grupo pequeno de tripulantes trabalham muito e muitos tripulantes voam menos horas do que seria necessário e desejável”.

Segundo sustenta a TAP, “se os tripulantes de cabina quiserem, com um Acordo de Empresa revisto e adequado que permita voar em média mais horas do que na atualidade, todos ganham, começando pelos próprios tripulantes, que poderão atingir níveis remuneratórios superiores aos que tinham mesmo antes dos cortes salariais decorrentes dos acordos de emergência”.

“Para se garantir o futuro da TAP, esta impossibilidade prática de realização de mais horas de voo tem de ser eliminada e os tripulantes são parte ativa da negociação para que se alcance um acordo em que todos possam ganhar”, reitera.

Afirmando-se convicta que, “com bom senso e com vontade de construir um novo futuro”, será possível, “em conjunto, criar um Acordo de Empresa mais moderno, mais claro e com ganhos de produtividade e remuneratórios, respetivamente para a TAP e os tripulantes”, a administração garante que “está, como sempre, aberta ao diálogo”.

Num comunicado divulgado no sábado, o SNPVAC acusou a TAP de desconhecer o atual AE, destacando que desde 2006 que os tripulantes da TAP “podem voar 900 horas por ano” e sustentando que “o facto de esse número não ser atingido se deve única e exclusivamente à incompetência na gestão mensal e diária dos tripulantes e da operação no geral”.

Este comunicado seguiu-se a declarações do administrador com o pelouro financeiro da TAP (CFO), Gonçalo Pires, que, em entrevista à Lusa, garantiu que “todos os tripulantes de cabine da TAP podem vir a ganhar mais do que ganhavam em 2019”, mas que para isso têm de “trabalhar mais”.

“Nós temos todos que ser mais produtivos, incluindo os tripulantes de cabine. Na British Airways podem trabalhar até 900 horas por ano. Porque é que na TAP só se pode trabalhar até 600?”, questionou.

Citando um estudo efetuado por uma consultora para a companhia, o gestor referiu que, “para as duas grandes categorias profissionais de tripulantes de cabine, na do comissário assistente na TAP ganham 25% mais, já depois dos cortes salariais, e no caso do topo da carreira, dos supervisores de cabine, 50% mais” do que na British Airways.

Na opinião do CFO da TAP, os atuais acordos “são antigos” e “fora de prazo”, sendo preciso ajustá-los “aos tempos modernos”.

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Mundial: “Não esquecemos os direitos humanos”, dizem Meo e Amnistia Internacional

O Meo e a Amninistia internacional lançam esta segunda-feira uma campanha para sensibilizar os portugueses para os Direitos Humanos. A criatividade é da Partners.

O Meo e a Amninistia internacional vão lançar esta segunda-feira uma campanha que pretende sensibilizar os portugueses para os pilares fundamentais da Humanidade: os Direitos Humanos. Os abusos generalizados no decorrer da preparação do Mundial do Qatar, enquanto país organizador da competição, tem sido palco de uma das maiores violações dos Direitos Humanos, um autêntico atentado à vida, à dignidade, à liberdade e segurança pessoal dos trabalhadores migrantes e das suas famílias, na construção de estádios e outras infraestruturas. Uma situação que constitui um óbvio desrespeito pelo artigo 4º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz a marca. “Não esquecemos os Direitos Humanos” é claim da campanha, assinada pela Partners.

“A violação dos direitos humanos, no contexto mundial tão delicado que vivemos, não se esgota no Qatar. A marca MEO que, desde 2018, assina “Humaniza-te”, tem um papel a desempenhar e não pode, nem deve, ficar indiferente. Somos patrocinadores da Seleção Portuguesa de Futebol com muito orgulho há mais de duas décadas e estaremos sempre ao lado dos nossos e em claro apoio da Equipa de todos os portugueses, por isto mesmo temos uma responsabilidade acrescida que não nos permite ignorar os acontecimentos e a violação dos Direitos Humanos”, diz citado em comunicado João Epifânio, CSO B2C da Altice Portugal.

A operadora convida então os portugueses a apoiar a Amnistia Internacional, “enquanto veículo de ajuda às famílias dos milhares de trabalhadores que viram as suas vidas e os seus direitos básicos recusados”. O donativo pode ser através do botão amarelo do comando MEO, através do 761 200 000, ou do site meo.pt/amnistia. Por cada euro doado pelos clientes, o MEO também doa um euro.

A campanha multimeios é lançada esta segunda-feira e vai estar no ar até 18 de dezembro. A camisola amarela, inspirada nos coletes usados pelos trabalhadores no Qatar, é a protagonista da campanha idealizada pela Partners. “Uma campanha que nasce nos pés de uma criança a dar toques numa bola de futebol e da esperança de um futuro melhor. Um futuro onde os direitos do ser humano são respeitados. Por todos. Independentemente da sua etnia, idade, género ou geografia. Uma criança que veste uma camisola amarela inspirada nos coletes dos trabalhadores do Catar. Uma camisola que, nas costas, traz gravado o artigo 4.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma camisola que presta tributo a todos os trabalhadores vitimados e suas famílias. Uma camisola que poderia ser vestida com orgulho por todos os que são adeptos dos Direitos Humanos”, diz a marca.

 

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