Empresas de bebidas espirituosas consideram “irracional” subida da taxa em 4%

  • Lusa
  • 10 Outubro 2022

"Estamos muito descontentes com o Governo e, sobretudo, porque não achamos racional o aumento de 4% que foi efetuado para a categoria das espirituosas este ano em Portugal", critica setor.

O secretário-geral da Associação de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE) classificou esta segunda-feira de “irracional” o aumento de 4% da taxa e vai fazer uma ronda junto dos grupos parlamentares para apelar que esta subida não se concretize. O crescimento do consumo e uma atualização das taxas, de 4%, deverão resultar numa subida da receita do Imposto sobre o Álcool, Bebidas Alcoólicas e Bebidas Adicionadas de Açúcar (IABA) de 14 milhões de euros em 2023.

A proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) que o Governo entregou na Assembleia da República faz uma atualização de 4% das taxas de várias das bebidas sujeitas ao IABA. “Estamos muito descontentes com o Governo e, sobretudo, porque não achamos racional o aumento de 4% que foi efetuado para a categoria das espirituosas este ano em Portugal”, afirmou o secretário-geral da ANEBE.

Trata-se de uma “medida irracional”, disse o responsável, apontando que em 2022 o setor teve “um ano de recuperação económica depois da pandemia”, impulsionado pela “grande dinâmica” do turismo. “Os nossos produtores tiveram uma ótima capacidade de reação e vamos entregar ao Estado em agosto mais 36,1% face a igual mês de 2021”.

Além disso, apontou, nos primeiros seis meses do ano o setor não teve qualquer aumento de imposto – a subida de 1% só entrou em 01 de julho em vigor, o que “demonstra que é possível o Estado arrecadar mais sem aumentar o imposto especial de consumo”, argumentou João Vargas. A ANEBE pretende fazer uma ronda “por todos os grupos parlamentares e apelar para que, em sede de especialidade, algum partido ou partidos apresentem projetos de não aumentar”, rematou.

No relatório que acompanha a proposta orçamental, o Governo estima que o IABA, ao contrário de outros Impostos Especiais Sobre o Consumo, nomeadamente o ISP, deverá registar em 2023 um acréscimo de receita de 14 milhões de euros, sendo esta subida resultante da “combinação entre o crescimento do consumo privado e da procura interna no próximo ano e a atualização das taxas de imposto propostas”. O OE2023 vai ser debatido na generalidade no parlamento nos dias 26 e 27 de outubro, estando a votação final global do diploma da proposta do Governo marcada para 25 de novembro.

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Biden promete que o Presidente russo pagará pelos ataques de várias cidades da Ucrânia

  • Lusa
  • 10 Outubro 2022

"Esses ataques apenas reforçam o nosso compromisso com o povo da Ucrânia. Juntamente com os nossos aliados, continuaremos a impor sanções à Rússia", disse o presidente dos EUA.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou esta segunda-feira o bombardeamento maciço de várias cidades da Ucrânia e prometeu que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, será responsabilizado pelas “atrocidades” cometidas durante a guerra. “Os Estados Unidos condenam veementemente os ataques de mísseis russos de hoje na Ucrânia, incluindo em Kiev. Esses ataques mataram e feriram civis, além de destruir infraestruturas não militares”, criticou Biden, em comunicado.

O líder norte-americano, que transmitiu as condolências aos familiares das vítimas, considerou que esses atentados “demonstram mais uma vez a completa brutalidade da guerra ilegal de Putin contra o povo ucraniano”. “Esses ataques apenas reforçam o nosso compromisso com o povo da Ucrânia. Juntamente com os nossos aliados, continuaremos a impor sanções à Rússia, pela sua agressão, continuaremos a responsabilizar Putin e a Rússia pelas suas atrocidades e crimes de guerra, bem como a fornecer o apoio necessário à Ucrânia”, prometeu o Presidente dos EUA.

Pouco antes, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tinha telefonado ao seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, para expressar o seu apoio, perante os ataques russos. Os bombardeamentos russos em larga escala lançados hoje contra várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, provocaram numerosas vítimas e a destruição de importantes infraestruturas, enquanto a população procura proteção em abrigos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa mensagem ao povo ucraniano, disse que os ataques em várias regiões da Ucrânia visam danificar as infraestruturas de energia e provocar baixas entre a população civil. A Rússia realizou estas iniciativas militares dois dias depois de um ataque numa ponte que liga a Crimeia à Rússia, pelo qual Moscovo acusa Kiev. O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou lançar novos ataques, se a Ucrânia insistir em cometer “ataques terroristas” contra a Rússia.

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Impostos sobre bebidas alcoólicas, tabaco e veículos são atualizados em 4%

A atualização das taxas de imposto destes produtos gerará uma receita adicional de 149 milhões de euros para os cofres do Estado, no próximo ano.

As taxas da generalidade dos Impostos Especiais de Consumo (IEC) serão atualizadas à taxa de inflação prevista para o próximo ano, de 4%. É o exemplo da taxa do Imposto sobre o Tabaco (IT) e o do Imposto sobre Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA), que gerarão uma receita adicional de 57 milhões e 14 milhões de euros, respetivamente, para os cofres do Estado.

Em relação ao IABA, o Governo revela que, entre 2020 e 2023, é expectável que “ocorra um decréscimo da despesa fiscal do Estado de 39,1%, fixando-se em 56,3 milhões de euros. A evolução esperada é justificada essencialmente pelo impacto do acréscimo previsto para a despesa fiscal associada à rubrica ´Álcool destinado a fins terapêuticos e sanitários’.”

À imagem do que sucede com a maioria dos IEC, também as taxas gerais do Imposto sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC) serão atualizadas à taxa de inflação estimada pelo governo para 2023. No caso do ISV, a atualização das taxas gerará uma receita fiscal adicional de 21 milhões de euros, mais 4,6% do que o estimado para este ano, muito por conta de um “acréscimo previsto de 17,3 milhões de euros das taxas preferenciais”, revela o governo na proposta do governo para o Orçamento de Estado para 2023 (OE 2023) apresentado hoje.

Também à boleia da taxa de inflação de 4% estará a taxa do Imposto Único de Circulação (IUC), que acrescentará mais 57 milhões de euros ao saldo orçamental do Estado para 2023, face ao estimado para este ano. No conjunto, os impostos associados ao setor automóvel serão responsáveis por uma receita fiscal adicional de 78 milhões de euros.

Fora da política de atualização dos IEC à taxa de 4% estará o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), com o governo a prever antes uma “redução em 206 milhões de euros (-7,2%) da receita do ISP, a qual decorre da redução das taxas aplicáveis sobre os combustíveis rodoviários.”

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Northcourt nomeia Ed Butler para responder aos desafios da indústria nuclear

  • ECO Seguros
  • 10 Outubro 2022

Northcourt, subsidiária do Optio Group e subscritora de risco nuclear internacional, anunciou que Ed Butler se junta numa capacidade consultiva, e não executiva.

Ed Butler, que desempenha a função de Chefe de Resiliência na Pool Re, juntou-se à Northcourt como consultor sénior para ajudar a elevar o perfil da MGA no setor dos seguros nucleares.

Ed Butler: “A indústria seguradora precisa de fazer corresponder a nova estratégia nuclear a uma cobertura inovadora e de longo prazo”.

A reportar ao presidente executivo da Optio, Matthew Fosh irá trabalhar com o chefe executivo da Northcourt, Alan Rickett, e com o consultor especializado em risco nuclear, Mark Tetley.

Butler continuará a apoiar a Northcourt na realização das suas ambições estratégicas, ao posicionar e otimizar o negócio para satisfazer as necessidades de mudança dos seus clientes nucleares numa altura de grandes mudanças para a indústria.

Após a sua carreira militar, na qual serviu como comandante de 22 SAS e comandante das Forças Britânicas no Afeganistão, Butler passou os últimos 14 anos em consultoria de risco comercial e resseguro de terrorismo. Ele traz para a Northcourt quase quatro décadas de experiência nos setores geopolítico, de inteligência, risco, resiliência, nuclear e seguros.

Matthew Fosh declarou estar “entusiasmado por receber Ed num momento tão crucial para a indústria nuclear”. Disse ainda que o especialista irá “desempenhar um papel fundamental nos planos governamentais globais para descarbonizar as suas economias e atingir metas ambiciosas de net zero. A Northcourt está viva tanto para os desafios como para a necessidade da indústria nuclear internacional de soluções atenciosas, criativas e inovadoras. A nomeação de Ed é em grande medida um sinal da intenção de Northcourt de ser um corredor da frente nisso e um poderoso potenciador do futuro da indústria nuclear”.

Butler afirmou que está “motivado por me juntar à Northcourt como consultor sénior e ajudar a construir o seu alcance e a desenvolver novas capacidades”.

Este é um momento importante para a indústria nuclear, uma vez que o Reino Unido se compromete a um vasto programa de investimento tanto em reatores de grande escala como em reatores modulares pequenos e avançados.

“A indústria de seguros precisa de fazer corresponder a Nova Estratégia Nuclear com uma cobertura inovadora e a longo prazo que proporcione ao Reino Unido uma capacidade de energia limpa sustentável e segura”, declarou Ed Butler.

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PPP do Hospital de Cascais vai custar 561,2 milhões de euros

PPP do Hospital de Cascais foi adjudicada aos espanhóis da Ribera Salud. Contrato para a gestão clínica do estabelecimento hospitalar estende-se por oito anos.

O contrato adjudicado aos espanhóis da Ribera Salud para a parceria público-privada (PPP) do Hospital de Cascais tem o valor líquido de 561,2 milhões de euros, revela a proposta de Orçamento do Estado para 2023 entregue no Parlamento esta segunda-feira. Os encargos plurianuais já estão contemplados nas despesas no OE.

“No que respeita à parceria clínica com o Hospital de Cascais, tendo presente a adjudicação do novo contrato para a gestão clínica do estabelecimento hospitalar, por oito anos, ao parceiro privado Ribera Salud, S.A. (contrato com um VAL [valor atual líquido] de 561,2 milhões de euros), foi considerada a estimativa de encargos plurianuais em conformidade, para o período de 2023 a 2031“, lê-se no relatório.

Este valor do contrato é calculado com referência a 31 de dezembro de 2018, sinaliza o Governo. Foi em maio de 2020 que o Governo deu a autorização para o lançamento de um concurso público internacional para esta PPP. No ano passado, o processo para a nova PPP em Cascais começou a avançar, mas a gestora, a Lusíadas Saúde, acabou por desistir de concorrer ao concurso porque a proposta do Estado “não garante sustentabilidade financeira”, argumentou a empresa na altura.

Na corrida mantiveram-se os espanhóis da Ribera Salud, que na altura consideraram que o modelo financeiro proposto pelo Estado português é “adequado”, e que acabaram por ser os escolhidos.

O Ribera Salud é um grupo hospitalar espanhol, sedeado em Valência, cuja atividade se centra precisamente em parcerias público-privadas e é detido pela Centene e pelo Banco Sabadell. Entretanto, o grupo está em processo de compra por parte da Vivalto Santé, o grupo francês que quer comprar a Lusíadas Saúde. A aquisição foi avançada pela própria Centene em comunicado.

Quanto aos encargos do Estado com esta PPP, o relatório não apresenta a previsão discriminada por hospital, mas as projeções para as parcerias da área da saúde apontam para custos de 172 milhões de euros em 2022, 156 milhões em 2023, 150 milhões em 2024 e 153 milhões em 2025.

Este hospital terá também mudanças no próximo ano no que diz respeito ao edifício, estando prevista uma expansão. O Governo prevê um “encargo de 12 milhões de euros, a realizar em 2023, com as obras de ampliação do Hospital de Cascais”.

Proposta da Mota-Engil para Hospital de Lisboa Oriental é de 257 milhões de euros

O relatório conhecido esta segunda-feira confirma também o VAL previsto para a PPP do Hospital de Lisboa Oriental, que foi adjudicada ao consórcio liderado pela Mota-Engil: é de 257,7 milhões de euros.

O concurso público “tendente à celebração do contrato de concessão referente à parceria público-privada para a conceção, projeto, construção, financiamento, conservação, manutenção e exploração do Hospital de Lisboa Oriental” foi adjudicado ao consórcio constituído pelas sociedades comerciais Hygeia – Edifícios Hospitalares, SGPS, S.A., InfraRed Infrastructure V Investments Limited, Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A., Mota-Engil Europa, S.A., e Manvia – Manutenção e Exploração de Instalações de Construção, S.A.

“Encontra-se atualmente a correr o prazo para a apresentação dos documentos de habilitação pelo agrupamento vencedor”, indica o Executivo no documento, sinalizando que “o contrato terá uma duração de 30 anos, tendo a proposta vencedora apresentado um VAL de 257,7 milhões de euros”.

Neste relatório, “tendo em consideração a fase em que se encontra este processo, os encargos relativos a esta parceria não foram considerados na previsão dos encargos plurianuais com as PPP“.

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Munich Re evita projetos de gás e petróleo

  • ECO Seguros
  • 10 Outubro 2022

A resseguradora deixará de segurar novos projectos de combustíveis fósseis e infraestruturas relacionadas. É a sua contribuição para alcançar os objectivos estabelecidos no Acordo Climáticos de Paris.

A Munich Re estabeleceu a data limite de 1 de abril para deixar de investir e segurar novos projetos de petróleo e gás, anunciou na quinta-feira a resseguradora. A decisão engloba projetos onde a produção ainda não começou até ao final deste ano. A decisão aplica-se igualmente a novas infraestruturas de transporte e armazenamento de petróleo de longa distância (midstream) e a novas centrais elétricas alimentadas a petróleo.

A Munich Re gerou CAGR nos ganhos subjacentes de 9,1%, de acordo com os analistas do Berenberg.

A Munich Re é um dos principais grupos seguradores que aderiram à Aliança de Seguros Net-Zero e se comprometeram a atingir emissões net-zero até 2050. Ao fazê-lo, as empresas querem alinhar as suas atividades com um limite de aquecimento global a 1,5 graus. Os vários signatários da iniciativa, incluindo a Axa, Allianz e Swiss Re, introduziram restrições às transações de petróleo e gás.

As seguradoras e resseguradoras estão entre os maiores prejudicados pelas alterações climáticas, uma vez que o aumento da temperatura global exacerba as catástrofes naturais, desde incêndios florestais a inundações, causando milhares de milhões de dólares em perdas de seguros.

Também a partir de abril, a Munich Re planeia suspender novos investimentos diretos em empresas de petróleo e gás puro.

A Munique Re pretende ainda pôr fim a novos investimentos diretos em empresas de petróleo e gás puro. A partir de 2025, o grupo exigirá “um compromisso credível” de emissões líquidas zero de gases com efeito de estufa até 2050 por parte das empresas em que investe, incluindo os correspondentes objetivos de curto e médio prazo.

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Marsh Portugal celebra 55 anos e reporta diretamente à Europa

  • ECO Seguros
  • 10 Outubro 2022

A Marsh Portugal passa a reportar diretamente à divisão da Europa Continental numa altura em que celebra o aniversário dos 55 anos no país.

A Marsh, líder em corretagem de seguros e consultoria de riscos, e parte do Grupo Marsh McLennan, vai passar a reportar diretamente à divisão da Europa Continental na mesma altura em que comemora 55 anos de atividade em Portugal.

Rodrigo Simões de Almeida integra o Comité Executivo da Marsh na Europa, acumulando a função com a direção executiva da Marsh e da Mercer em Portugal.Hugo Amaral/ECO

Com uma equipa de 100 profissionais distribuídos pelos escritórios de Lisboa e do Porto, a firma acaba de ver o seu desempenho reconhecido a nível global, autonomizando-se da região ibérica.

Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh Portugal, declarou que “mais do que uma simples celebração, assumimos este momento como mais um marco importante na trajetória positiva que temos vindo a desenvolver, só possível com uma equipa motivada, alinhada e que privilegia uma postura de proximidade e de parceria com os clientes. Disse ainda que “ambicionamos fazer ainda mais e melhor pelos nossos clientes e reforçar o posicionamento da Marsh, e do Grupo Marsh McLennan, enquanto parceiro com as soluções certas para os desafios presentes e futuros das organizações”.

Rodrigo Simões de Almeida sublinhou que as pessoas formam o grande pilar da atividade da Marsh. “Acreditamos profundamente na máxima de que o bem-estar interno se reflete na qualidade do trabalho que oferecemos aos nossos clientes. Existe um enorme espírito de união e de equipa, e prova disso são os nossos fortes níveis de retenção de talento”, acrescentou o CEO.

Para marcar os 55 anos de atividade em Portugal, a Marsh decidiu brindar a sua comunidade interna e os seus clientes, com a organização de eventos sunsets especiais, em Lisboa e no Porto, durante o mês de setembro.

O desempenho positivo da operação em Portugal, marcada por variações positivas no crescimento da operação ano após ano, mesmo durante o período de maior desafio trazido pelas contingências da pandemia de Covid-19, posiciona a Marsh Portugal como uma das subsidiárias em evidência no mercado europeu.

Presente em Portugal desde 1967, a Marsh é uma das empresas de referência no mercado da corretagem de seguros e consultoria de riscos.

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Governo dos Açores assina cedência dos estaleiros da Madalena à Tecnovia

  • Lusa
  • 10 Outubro 2022

Governo dos Açores assina, esta semana, durante a visita estatutária à ilha do Pico, o contrato de cedência dos estaleiros navais da Madalena, que passam a ser geridos pela empresa Tecnovia.

“Vamos fazer a dinamização dos estaleiros, concretizando aquele que era o compromisso, que estava em banho-maria por parte da região, da entrega a uma empresa privada e o que vamos fazer, no quadro desta visita estatutária, é a respetiva assinatura e entrega, criando dinâmicas que sejam complementares”. Foi desta forma que o presidente do executivo, José Manuel Bolieiro, se referiu à assinatura que decorre, durante esta semana, do contrato de cedência dos estaleiros navais da Madalena que passam a ser geridos pela empresa Tecnovia.

O governante, que esteve reunido com o presidente e vereadores da Câmara da Madalena, lembrou que a exploração dos estaleiros navais da Madalena por parte de privados pode gerar uma oferta que valoriza não apenas a ilha do Pico, mas também as restantes ilhas do triângulo (Faial e São Jorge).

A privatização dos estaleiros navais da Madalena do Pico, até agora geridos pela empresa pública Naval Canal, não é a solução preconizada pelo presidente da Câmara da Madalena, José António Soares, que entende que aquela infraestrutura devia ter continuado na esfera pública.

“Não foi essa a decisão que o Governo anterior tomou. Alienou a uma empresa privada. Agora, só esperamos que, efetivamente, sejam feitas as obras necessárias e que os estaleiros correspondam aquilo que desejamos, para a Madalena e para o Pico, e que acaba também por ser um complemento à ilha do Faial”, frisou o autarca.

As forças vivas do Pico defendem também a criação de uma unidade hospitalar conjunta Faial/Pico, com a instalação de um polo na Madalena, com uma oferta de cuidados de saúde diferenciada, mas o Governo, não se compromete, para já, com essa solução. “O investimento em ilhas sem hospital tem sido uma prioridade do Governo, para garantir alguma estabilidade às pessoas, fazendo o que é possível com os meios financeiros que temos”, explicou o chefe do executivo, adiantando que “o Governo não fecha portas as soluções criativas, no limite da razoabilidade do que é a despesa orçamental”.

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Pagamentos em atraso na saúde disparam 442 milhões em 2022

As entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde representam 96% do aumento de dívidas por pagar há mais de 90 dias na Administração Central.

O Ministério da Saúde chegou a agosto deste ano com um volume de pagamentos em atraso de 564,3 milhões de euros, o que representa um aumento expressivo de 442 milhões de euros face ao registado no final de 2021 (122,7 milhões de euros).

Estes números constam da proposta de Orçamento do Estado para 2023, que foi entregue pelo ministro das Finanças no Parlamento esta segunda-feira. O Governo atualiza a evolução dos pagamentos em atraso na Administração Central, dando conta que é no setor da Saúde que estão concentrados os maiores volumes e onde a situação se está a degradar este ano.

Os pagamentos em atraso da Administração Central fixaram-se em 609,6 milhões de euros em agosto de 2022, uma subida de 458,5 milhões de euros face a dezembro de 2021. A Saúde representava mais de 96% deste aumento de dívidas por pagar há mais de 90 dias.

Comparando os valores de agosto deste ano com o mesmo mês de 2021, o aumento é menos pronunciado. Os pagamentos em atraso na Saúde aumentaram 153,5 milhões de euros neste período de 12 meses, o que o Governo justifica com a “evolução das entidades integradas no Serviço Nacional de Saúde”. Segundo a mesma fonte, “nos restantes programas orçamentais não se verificaram variações significativas ao nível dos pagamentos em atraso”.

A uma larga distância da Saúde, a Cultura surge em segundo na lista dos ministérios com volume mais elevado de pagamentos em atraso. Totalizavam 23,1 milhões de euros em agosto, um aumento de 1,5 milhões de euros face ao final de 2021.

Para fazer face ao problema das dívidas na Saúde, o Acordo de Rendimentos assinado entre o governo e os parceiros sociais prevê a injeção de 1.500 milhões de euros para um plano de pagamento de dívidas de saúde em três anos, no âmbito dos hospitais EPE.

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Tribunal da Concorrência aponta “incoerência” à CMVM pela demora do processo do BES

  • Lusa
  • 10 Outubro 2022

O Tribunal, em Santarém, lembrou que recebeu o processo oito anos depois da prática dos factos.

O Tribunal da Concorrência apontou “incoerência” à CMVM no caso do prospeto do aumento de capital do BES em maio de 2014, pelo tempo que o processo demorou até chegar ao tribunal, apesar da gravidade das infrações.

Na sentença dos recursos às coimas de 2,8 milhões de euros aplicadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a Ricardo Salgado e aos ex-administradores Amílcar Morais Pires, Rui Silveira, Joaquim Goes e José Manuel Espírito Santo, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, lembrou que recebeu o processo oito anos depois da prática dos factos.

Reconhecendo que o ex-presidente e antigos administradores do BES condenados pela CMVM no caso do prospeto do aumento de capital de maio de 2014 não contribuíram para a “iminência” da prescrição dos autos (26 de novembro próximo), a juíza Mariana Gomes Machado salienta que, no caso destes autos, a CMVM “acompanhou, no quadro das suas competências próprias, a tarefa de aumento de capital”.

“Teve, por isso e por si, acesso à documentação que suporta parte da infração e quanto àquela cuja obtenção dependeu de terceiros a mesma foi-lhe facultada em 09 de agosto de 2016, pelo DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]. Não obstante, os autos surgem para apreciação judicial deste Tribunal, (apenas) em 2022 e apenas a seis meses da prescrição”, escreveu.

A juíza afirma que foram esgotadas na fase administrativa “todas as causas de suspensão da prescrição”, incluindo as decorrentes da legislação aprovada no quadro da pandemia da covid-19. A apreciação crítica do comportamento da CMVM surgiu na ponderação da sanção a aplicar a José Manuel Espírito Santo, o qual viu a coima aplicada pelo regulador dos mercados, no valor de 500.000 euros, passar a mera admoestação.

Mariana Machado teve em conta a situação de saúde em que se encontra José Manuel Espírito Santo, o facto de “ter publicamente assumido responsabilidade institucional pelas condutas que conduziram à resolução do BES”, o que “o distancia significativamente dos demais”. Acrescentou o tempo decorrido desde a prática dos factos, “corolário da atuação adjetiva” da CMVM, o que mitiga “muito expressivamente” as necessidades de prevenção especial.

Este arguido teve, ainda, a seu favor o facto de as testemunhas que apresentou terem sido as “únicas que revelaram sentido crítico”, com os seus depoimentos a contribuírem para a descoberta da verdade e o conhecimento histórico dos factos em causa nestes autos, disse. Na decisão comunicada aos recorrentes, Mariana Machado considerou provados todos os factos de que vinham condenados pela CMVM, à exceção do relativo à obrigatoriedade de incluir no prospeto informação sobre a Rioforte.

No caso de Ricardo Salgado, a juíza Mariana Gomes Machado salientou a sua posição de liderança e visão porventura única que tinha de todo o universo Espírito Santo e lembrou as várias decisões do TCRS já transitadas em julgado nas quais foi condenado, nomeadamente, por gestão ruinosa.

A juíza frisou que, apesar das condenações, Ricardo Salgado não tomou qualquer diligência para o pagamento voluntário das coimas que lhe foram aplicadas, estando inclusivamente em curso um processo de execução, para obtenção coerciva da coima devida.

“Em nenhum daqueles autos, mormente no que respeita ao desvio de fundos e atos dolosos de gestão ruinosa do BES, assumiu qualquer posição adjetiva que inculque no Tribunal a possibilidade de formular um juízo fundado de prognose positivo. Isto é, não dispõe o Tribunal de qualquer facto que milite em favor do Recorrente [Ricardo Salgado] e permita considerar atenuadas as necessidades de prevenção especial”, lê-se na sentença.

“Inexiste, pois, fundamento lógico-racional para, em face da circunstância de encimar a instituição Grupo BES e atenta a postura adjetiva que invariavelmente assumiu, considerar mitigadas as necessidades de prevenção especial”, acrescentou.

Por outro lado, afirmou que a situação de saúde invocada pelos seus mandatários não se colocava à data dos factos (2014), pelo que não releva a responsabilidade da sua atuação, nem impede “a compreensão do sentido e alcance” da decisão hoje proferida, “nem tão pouco ao pagamento voluntário da coima”. Além da coima única de 950.000 euros pela prática dolosa de quatro contraordenações, Salgado viu-lhe ser aplicada a pena acessória de inibição do exercício de funções em instituições financeiras por um período de quatro anos.

Neste processo, em que a CMVM aplicou multas que totalizaram 2,8 milhões de euros, Ricardo Salgado pedia a impugnação da coima de um milhão de euros, Amílcar Morais Pires de 600.000 euros, Rui Silveira de 400.000 euros, Joaquim Goes de 300.000 e José Manuel Espírito Santo de 500.000 euros.

Em causa está a qualidade da informação contida no prospeto do aumento de capital do BES de maio de 2014, bem como operações ocorridas até junho (período aberto a investidores interessados) que a CMVM considera que deveriam ter originado adendas ao documento.

Segundo a CMVM, os arguidos sabiam que o prospeto omitia informação relevante para os investidores, nomeadamente, a exposição à Espírito Santo Finantial Group e à carteira de crédito do BESA e operações realizadas no período, como novos financiamentos à ESFG, as cartas de conforto à Venezuela e o financiamento à Rioforte, que deveriam ter originado adendas.

Tendo caído a infração relativa à Rioforte, cujo risco Mariana Machado disse ter sido mitigado pela colaterização imposta pelo Banco de Portugal, o TCRS decidiu pela suspensão em 20%, por dois anos, da execução dos valores das coimas aplicadas a Morais Pires (500.000 euros), a Joaquim Goes (250.000 euros) e a Rui Silveira (400.000 euros), tendo sido este o único que não viu o valor global da coima reduzido.

Quanto a Morais Pires, o TCRS condenou a gravidade da sua atuação, mas salientou o facto de estar a pagar faseadamente as coimas a que já foi condenado, “o que traduz uma conduta de aceitação da autoridade dos Tribunais e de conformação com a ordem normativa vigente”.

A sentença refere, por outro lado, que, durante o julgamento, “embora não tenha confessado os factos, o que traduz o exercício de uma prerrogativa jusfundamental que não pode merecer (e não merece) censura, [Morais Pires] reconheceu a sua envolvência nos mesmos, apenas rejeitando – com acerto, diga-se – ‘ser mais responsável’ do que os outros Recorrentes”.

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Municípios satisfeitos com promessa do Governo em transferir 104 milhões que reivindicam há anos

Associação Nacional de Municípios Portugueses satisfeita com anúncio do Governo em transferir 104 milhões de euros para as autarquias; uma verba há muito reivindicada.

“Esta regularização do Fundo Social Municipal [FSM], no valor de 104 milhões de euros, vem ao encontro do que a associação reivindica há muito e das exigências que apresentámos no âmbito do Orçamento do Estado para 2023, que, de forma efetiva, terá de ir mais longe para garantir que as autarquias locais tenham condições para cumprirem as suas competências, mantendo as suas contas em ordem”, afirma a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro.

Esta foi a reação de Luísa Salgueiro ao anúncio do Governo relativo ao pagamento de valores em falta do FSM após sucessivas revindicações da ANMP nesse sentido. A também líder socialista da Câmara Municipal de Matosinhos considera que “o montante é devido aos municípios, por incumprimento da Lei das Finanças Locais nos anos de 2019, 2020 e 2021, nos quais ficaram em falta, respetivamente, 18, 35 e 51 milhões de euros do FSM, conforme a ANMP, pontualmente, identificou em cada Orçamento do Estado”.

Para a autarca socialista, “é fundamental que os 104 milhões de euros, que estão em dívida, dos últimos três anos do FSM, sejam liquidados para garantir que as contas municipais se mantêm equilibradas, sobretudo, porque se vive num contexto de aumento generalizado de preços, seja das matérias-primas, da energia, dos combustíveis ou dos próprios recursos humanos”.

Ainda recentemente o vice-presidente do Conselho Diretivo da ANMP, Ribau Esteves, exigiu “o cumprimento rigoroso da Lei das Finanças Locais que, em 2023, implica a transferência para os municípios de mais 219,73 milhões de euros face a 2022“. Esta reivindicação foi dada a conhecer após a reunião do Conselho Diretivo, na sede da ANMP, em Coimbra.

É fundamental que os 104 milhões de euros, que estão em dívida, dos últimos três anos do FSM, sejam liquidados para garantir que as contas municipais se mantêm equilibradas, sobretudo, porque vivemos num contexto de aumento generalizado de preços, seja das matérias-primas, da energia, dos combustíveis ou dos próprios recursos humanos.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

O também autarca da Câmara Municipal de Aveiro lembrou, na altura, o “acordo de compromisso” firmado com o Governo, que engloba a implementação de um conjunto de medidas nas áreas da Educação e da Saúde. “Essas medidas terão um impacto financeiro significativo nas contas dos municípios já no próximo ano, pelo que é fundamental que o OE para 2023 assegure os recursos financeiros necessários à implementação dessas medidas”, avançou o responsável.

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Público suspende jornalista Vítor Belanciano

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  • 10 Outubro 2022

A direção do Público suspendeu preventivamente e instaurou um processo disciplinar ao jornalista Vítor Belanciano. Em causa está a suspeita da prática, repetida, de plágio. 

A direção do Público suspendeu preventivamente e instaurou um processo disciplinar ao jornalista Vítor Belanciano. Em causa está a suspeita da prática, repetida, de plágio.

A suspensão do jornalista foi anunciada esta tarde, com uma nota da direção editorial publicada no site do jornal. “A Direção Editorial (DE) do PÚBLICO teve conhecimento neste fim de semana de novas situações que configuram a prática de plágio por um dos seus jornalistas. A mesma prática, com o mesmo jornalista, que tinha sido objeto de uma denúncia à DE e ao Provedor do Leitor, havia já sido reconhecida, lamentada e condenada. Em causa estava um texto publicado na edição de 18 de setembro, que plagiava de forma inequívoca um artigo do El País de 27 de julho“, escreve o Público. Este caso, denunciado por uma leitora, já tinha sido assumido pelo título como plágio.

“Esta crónica acusa um problema grave: o da repetição integral de partes de um artigo de Sergio C. Fanjul publicado no El País de 27 de julho”, pode ler-se junto ao artigo.

Agora, “as revelações do último fim de semana, com pelo menos dois outros casos fortemente indiciadores da prática de plágio, alteram a dimensão do problema. O que estava em causa, a possibilidade de um erro e o direito a uma segunda oportunidade, ficaram com esses novos casos irremediavelmente comprometidos. O que se acreditava ser uma falha deontológica incidental transformou-se num quadro de incumprimento reiterado dos deveres éticos de um jornalista”, prossegue o jornal liderado por Manuel Carvalho

“A suspeita de uma prática reiterada de plágio só se resolve com um indispensável processo para se apurarem todas as responsabilidades. E com um renovado pedido de desculpas aos nossos leitores por esta lamentável história ter acontecido nas páginas do nosso jornal”, conclui o Público.

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