INE confirma. Portugal cresceu 6,7% em 2022

A economia portuguesa avançou 3,2% nos últimos três meses de 2022, uma ligeira revisão em alta face às estimativas provisórias do INE.

Portugal cresceu 6,7% em 2022, segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. O gabinete de estatística nacional confirma assim as estimativas provisórias que tinha feito para a economia portuguesa. No último trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 3,2%, número que foi ligeiramente revisto em alta.

O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no quarto trimestre, passando de 3,2 pontos percentuais (p.p.) no terceiro trimestre, para 1,9 p.p., verificando-se um crescimento menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento”, indica o INE.

A tendência também se verificou no exterior, sendo que o “contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, para 1,3 p.p. (1,6 p.p. no trimestre anterior), traduzindo a desaceleração das Exportações de Bens e Serviços, em volume, mais intensa
que a das Importações de Bens e Serviços”.

Já o crescimento do PIB no último trimestre foi revisto em alta, de 3,1% para 3,2%, devido à incorporação de nova informação pelo INE. No entanto, as revisões acabaram por não afetar o resultado anual.

Olhando para o conjunto do ano 2022, confirma-se então o crescimento de 6,7% do PIB em volume, o mais elevado desde 1987. A procura interna ajudou a impulsionar a economia, apesar do contributo ter sido inferior ao do ano anterior, com uma desaceleração do investimento. Já o contributo da procura externa líquida “passou a positivo em 2022”.

Mesmo assim, registou-se uma perda dos termos de troca em termos homólogos, no contexto internacional de elevada inflação. Em termos trimestrais, foi o sétimo trimestre consecutivo de perda neste indicador, que mede a relação entre o valor das importações e o valor das exportações.

No que diz respeito ao consumo privado, que acelerou ao crescer 5,7% em termos reais, é de destacar a recuperação da componente automóvel, após taxas negativas nos três anos anteriores. Por outro lado, o consumo público desacelerou em termos reais, registando uma taxa de variação de 2,4%. Já o investimento “aumentou 2,7% em termos reais em 2022, abrandando significativamente de 10,1% registado no ano anterior”.

O INE indica ainda que, em termos nominais, o PIB aumentou 11,5% em 2022, atingindo cerca de 239 mil milhões de euros.

Os dados estatísticos incluem também informação sobre o mercado de trabalho: “Em 2022, o emprego para o conjunto dos ramos de atividade (medido em número de indivíduos) registou um crescimento de 2,0%, após um aumento de 1,9% no ano anterior”. O emprego remunerado também aumentou.

Tendo em conta os indicadores do emprego e horas trabalhadas, é possível verificar que no ano passado, “a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 4,0% (2,9% em 2021), enquanto medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de horas trabalhadas passou de um crescimento de 1,7% em 2021 para 3,1% em 2022″.

Em termos trimestrais, a produtividade desacelerou nos últimos três meses do ano para 2,8% em termos homólogos, menos 0,6 p.p. que no trimestre anterior.

(Notícia atualizada às 11h55)

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Fevereiro traz novo abrandamento nos preços. Inflação alivia para 8,2%

Estimativa rápida do INE aponta para um novo abrandamento nos preços, pelo quarto mês consecutivo. Preços dos alimentos voltam a aumentar e os da energia a descer.

A inflação voltou a desacelerar em fevereiro, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), para 8,2%. É o quarto mês consecutivo de abrandamento. No entanto, os preços dos alimentos continuam a subir.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído, pelo quarto mês consecutivo, para 8,2% em fevereiro de 2023, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, precisa o gabinete de estatísticas nacional no comunicado.

O INE acabou por rever ligeiramente em alta a taxa de inflação em janeiro. Ao invés dos 8,3% inicialmente revelados, a inflação desacelerou para 8,4%, um abrandamento explicado sobretudo pela forte travagem nos preços na energia.

Uma travagem que se voltou a verificar em fevereiro, por contraponto ao aumento dos preços dos alimentos que também se voltou a verificar. “O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá acelerado para uma variação de 7,2% (7,0% no mês precedente)”, diz o INE. Este indicador voltou assim a subir, depois de em janeiro ter registado um recuo pela primeira vez desde setembro de 2021.

“Estima-se que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá diminuído para 2% (taxa inferior em 5,1 p.p. face ao mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá acelerado para 20,1% (18,5% em janeiro)”, precisa o instituto, que dará os dados finais a 10 de março. A subida dos preços dos alimentos em janeiro já tinha sido superior em 0,9 pontos percentuais face à registada em dezembro.

O abrandamento dos preços da energia resulta, em grande medida, da descida dos preços da eletricidade. Esta foi a explicação apontada pelo INE no destaque final de janeiro, quando o índice relativo aos produtos energéticos diminuiu, pela terceira vez consecutiva, para 7,1%, depois de no mês anterior se ter fixado em 20,8% no mês precedente. Um abrandamento mais abrupto face ao agora registado em fevereiro.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que permite as comparações com os restantes Estados-membros, “terá registado uma variação homóloga de 8,6%”, ou seja exatamente a mesma do mês anterior. Recorde-se que, em janeiro, a inflação na zona euro abrandou para 8,6% — ou seja Portugal estava perfeitamente alinhado — e na União Europeia para 10%.

(Notícia atualizada)

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Sonae recruta 94 jovens talentos para futuros líderes. Programa Contacto abre inscrições

Nesta 38.ª edição abriu o maior número de vagas de sempre. Candidatos selecionados "terão remuneração acima da média".

O grupo Sonae volta a abrir até 24 de março as candidaturas para o Programa Contacto. Procura 94 jovens talentos para formar “futuros líderes” das empresas da Sonae e Sonae Arauco. É o maior número de vagas desde o arranque do programa, na sua 38.ª edição.

“Queremos estar ao lado dos jovens e contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. O Programa Contacto proporciona uma experiência diferenciadora desenhada para promover o seu crescimento enquanto futuros líderes, tirando partido do nosso ecossistema e dando acesso a experiências diversas e enriquecedoras. A Sonae está comprometida com a melhoria da qualidade do emprego jovem em Portugal e, como tal, este ano temos um número recorde de oportunidades em aberto, com condições que valorizam os jovens em início de carreira. Estamos entusiasmados por contar com o contributo de todos para nos desafiarem e fazerem a diferença”, afirma João Günther Amaral, membro da Comissão Executiva da Sonae, citado em comunicado.

O grupo procura finalistas e recém-graduados de licenciaturas e mestrados das várias áreas de formação, nomeadamente Tecnologias de Informação, Computação, Engenharias, Matemática, Estatística, Análise de Dados, Gestão, Economia, Finanças, Marketing, Comunicação, entre outras.

Os interessados devem registar-se no site da empresa até 24 de março. Os candidatos irão participar num conjunto de provas online gamificadas, que avaliam a sua correspondência ao perfil pretendido para o Programa e aos valores do grupo.

“São valorizados perfis com espírito empreendedor e grande vontade de aprender e de criar impacto, bem como características como a curiosidade, criatividade, pensamento analítico e espírito colaborativo.”

A fase de assessment dos candidatos decorre em abril, passando por pitch interviews online – com a realização de apresentações a um painel de jurados da Sonae –, seguida do meet-up & final interview – um dia dedicado a networking e entrevistas em formato presencial na sede da Sonae –, e por fim o match, ou seja, a seleção de oportunidades com base nas preferências dos candidatos e business leaders, que participam no processo de escolha.

Os desafios decorrem em áreas como o retalho alimentar, a eletrónica, os serviços financeiros e a indústria. A entrada dos jovens talentos selecionados ocorre em maio ou setembro, consoante a sua disponibilidade e os projetos em que forem inseridos. Os candidatos selecionados “terão remuneração acima da média”.

Os jovens têm acesso a formação, contam com o acompanhamento dos business leaders, bem como da equipa do Programa Contacto, no final do programa, têm a “oportunidade de prosseguir a sua carreira nas empresas Sonae.”

Criado em 1986 com o objetivo de recrutar jovens talentos de elevado potencial para as empresas grupo, o Programa nesta 38.ª edição abriu o maior número de vagas de sempre. No ano passado, tinha recebido 85 jovens talentos no programa.

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Taxas Euribor sobem em todos os prazos para novos máximos de mais de 14 anos

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

A taxa Euribor subiu a três, seis e 12 meses para novos máximos de mais de 14 anos e terminam fevereiro com a taxa média nos três prazos a subir mais de 0,19 pontos percentuais face a janeiro.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, seis e 12 meses para novos máximos de mais de 14 anos e terminam fevereiro com a taxa média nos três prazos a subir mais de 0,19 pontos percentuais face a janeiro.

A taxa Euribor média em fevereiro subiu para 2,640% a três meses, 3,135% a seis meses e 3,534% a 12 meses, que traduzem acréscimos face a janeiro de 0,286 pontos, 0,271 pontos e 0,196 pontos, respetivamente.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 3,725%, mais 0,045 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também avançou esta terça-feira, para 3,290%, mais 0,048 pontos do que na segunda-feira e um novo máximo desde dezembro de 2008. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu, ao ser fixada em 2,744%, mais 0,028 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho deste ano (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, a 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.

A 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Ordens Profissionais: “Não vamos desistir”, diz bastonário dos médicos

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu que o CNOP deve encontrar "outras alternativas" para contestar a nova lei das ordens profissionais, que o Tribunal Constitucional declarou constitucional.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, defendeu que o Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP) deve encontrar “outras alternativas” para contestar a nova lei das ordens profissionais, que o Tribunal Constitucional declarou esta segunda-feira constitucional.

“Vamos manter, obviamente, esta união, vamos caminhar juntos nessa situação e vamos ter de encontrar outras alternativas para contestar a legislação” que altera a regulação das ordens profissionais, adiantou à agência Lusa o bastonário Miguel Guimarães.

A Ordem dos Médicos “estará atenta” a esta situação, assegurou Miguel Guimarães, ao adiantar que o presidente do CNOP, António Mendonça, “irá seguramente fazer uma reunião brevemente” para decidir os “passos seguintes” sobre esta matéria.

Não vamos obviamente desistir, independentemente da posição que foi tornada pública pelo Tribunal Constitucional”, assegurou o bastonário dos médicos, para quem com a nova lei, ao nível da autorregulação, as “ordens perdem a essência daquilo para que foram criadas”.

O Tribunal Constitucional (TC) declarou esta segunda-feira constitucional a lei que altera a regulação das ordens profissionais, por não encontrar nenhum desrespeito de princípios ou normas constitucionais.

“O Tribunal Constitucional não considerou desrespeitados quaisquer princípios ou normas constitucionais, não se pronunciando consequentemente no sentido da inconstitucionalidade de nenhuma das disposições fiscalizadas”, disse o presidente do TC, João Caupers.

O presidente do TC leu em sessão pública no Palácio Ratton, sede deste tribunal superior, em Lisboa, a decisão do coletivo de juízes que valida a alteração legislativa promovida pelo Governo e que foi remetida para fiscalização preventiva do TC a pedido do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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Marcelo diz que promulgará “imediatamente” diploma das ordens após receber decisão do TC

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

O Presidente da República assegurou que irá promulgar o diploma das ordens profissionais "imediatamente" após receber a comunicação do TC, que considerou ter dado razão ao Governo.

O Presidente da República assegurou na segunda-feira que irá promulgar o diploma das ordens profissionais “imediatamente” após receber a comunicação do Tribunal Constitucional, que considerou ter dado razão ao Governo e à “maioria do parlamento” quanto a este novo regime jurídico.

Em declarações aos jornalistas no final de uma cerimónia no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o seu pedido de fiscalização prévio de constitucionalidade se deveu à mesma razão de sempre: “certeza e segurança”. “Havia 18 ou 19 ordens profissionais que entendiam que o diploma era muito inconstitucional, o Governo entendia o contrário, tal como a maioria da Assembleia da República, nada como o TC clarificar isso”, disse.

Para o chefe de Estado, a decisão do TC “significa que deu luz verde à maioria do parlamento e ao Governo para fazer a intervenção pretendida em termos do novo regime” das ordens profissionais. “Isso significa que, chegada a comunicação do TC, eu promulgo imediatamente o diploma”, garantiu.

Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência em 1 de fevereiro, lia-se que, “tendo em atenção a certeza e a segurança jurídicas, o Presidente da República decidiu submeter a fiscalização preventiva de constitucionalidade pelo Tribunal Constitucional, o decreto da Assembleia da República que altera a legislação relativa às associações profissionais e o acesso a certas profissões reguladas”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que este diploma “suscita dúvidas relativamente ao respeito de princípios como os da igualdade e da proporcionalidade, da garantia de exercício de certos direitos, da autorregulação e democraticidade das associações profissionais, todos previstos na Constituição da República Portuguesa”.

Este decreto foi aprovado em votação final global em 22 de dezembro, com favoráveis de PS, Iniciativa Liberal e PAN, votos contra de PSD, Chega e PCP e abstenções de BE e Livre. O texto final do decreto, apresentado pela Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, teve origem em projetos de lei do PS e do PAN.

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Após decisão do TC sobre lei das Ordens, notários iniciam processo de alteração de estatutos

Após a decisão do Tribunal Constitucional sobre a lei das Ordens Profissionais, a Ordem dos Notários vai iniciar o processo interno de alteração dos Estatutos.

A Ordem dos Notários (ON) vai iniciar o processo interno de alteração dos Estatutos após a decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre a lei das Ordens Profissionais. Jorge Batista da Silva, bastonário da ON, sublinha que quer garantir a “defesa do interesse público, intrínseco à função de notário, cuja natureza pública não deve ser colocada em causa”.

“Conhecida a decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre o pedido de fiscalização da constitucionalidade de algumas normas constantes do decreto da Assembleia da República (AR) que altera a legislação relativa às associações profissionais, os notários portugueses darão início a um processo interno de discussão e aprovação de uma proposta de alteração aos estatutos da Ordem dos Notários que seja conforme às alterações à Lei das Associações Públicas Profissionais”, referem em comunicado.

A Ordem dos Notários sublinha que estão disponíveis para trabalhar com o Governo e com a AR “num novo diploma regulatório que permita a prestação de mais e melhores serviços a cidadãos e empresas” e que garanta “a defesa do interesse público, intrínseco à função de notário, cuja natureza pública não deve ser colocada em causa“, disse Jorge Batista da Silva.

Na segunda-feira, dia 27 de fevereiro, o TC pronunciou-se pela constitucionalidade sobre a Lei das Ordens Profissionais, que altera o regime jurídico das associações públicas profissionais, por “não considerar desrespeitados” quaisquer princípios ou normas constitucionais. O pedido de fiscalização preventiva foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa no dia 1 de fevereiro.

“O Plenário do Tribunal Constitucional pronunciou-se na sessão sobre o pedido de fiscalização preventiva do Presidente da República, que pretende reforçar a salvaguarda do interesse público, a autonomia e a independência da regulação e a promoção do acesso a certas atividades profissionais, introduzindo alterações em diversas normas da Lei n.º 2013, de 10 de janeiro. O Presidente da República fundou o seu pedido na possibilidade de algumas das alterações sofrerem do vício de inconstitucionalidade material, por ofenderem os princípios da igualdade e proporcionalidade, a garantia do exercício de direitos políticos e o princípio da autorregulação das ordens profissionais”, sublinhou o TC em comunicado.

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Portugal quer mecanismo ibérico para UE, mas Bruxelas lembra riscos e diferentes realidades

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

Portugal defende a criação de uma "cláusula de emergência" semelhante ao mecanismo ibérico limitador do preço do gás na eletricidade. Bruxelas lembra riscos e diferentes realidades no bloco.

Portugal defende, aquando da reforma do mercado elétrico da União Europeia (UE), a criação de uma “cláusula de emergência” semelhante ao mecanismo ibérico limitador do preço do gás na eletricidade, mas Bruxelas lembra riscos e diferentes realidades energéticas.

Numa altura em que a Comissão Europeia ultima a sua proposta legal de reforma do mercado da eletricidade para permitir melhor acesso a energias renováveis de menor custo e preços mais estáveis a longo prazo, o Governo português defendeu, numa posição submetida ao executivo comunitário em consulta pública, que “para além do funcionamento regular do mercado, há uma necessidade de enquadrar a extrema volatilidade do mercado”.

“Uma solução seria prever uma cláusula de emergência”, apontou o executivo no documento de trabalho a que a Lusa teve acesso, salientando que “a prática provou que a colocação de um limite máximo nos preços de mercado provou ser eficaz”, isto é, o mecanismo ibérico, que a seu ver tem tido “resultados muito positivos”.

“O desenvolvimento de uma cláusula de emergência compatível com o mercado da UE, desencadeada em circunstâncias excecionais e sob um processo de decisão transparente, assegura proteção contra a extrema volatilidade do mercado, sem comprometer o funcionamento adequado – e muito necessário – do mercado em tempos regulares”, insistiu Lisboa na posição submetida a Bruxelas em meados de fevereiro.

“Tal cláusula reforçaria a confiança dos intervenientes no mercado e dos consumidores”, adiantou.

Questionado pela Lusa, um alto funcionário da Comissão Europeia vincou que “a medida espanhola e portuguesa para baixar os preços da eletricidade durante a crise energética foi considerada justificada pelas circunstâncias particulares do mercado grossista de eletricidade ibérico”, dada a “limitada capacidade de interligação da Península Ibérica, a elevada exposição dos consumidores aos preços grossistas da eletricidade, bem como a elevada influência do gás na fixação dos preços” da luz.

Porém, “os Estados-membros da UE são muito diversos no que diz respeito aos seus mix energéticos, ligações e sistemas de energia”, assinalou o responsável, recordando que, numa recente análise, o executivo comunitário realçou “riscos relacionados com este tipo de medidas ao nível da UE, incluindo o de aumentar a procura de gás e aumentar a exportação de eletricidade subsidiada para países vizinhos não pertencentes à UE”, como Reino Unido ou Suíça.

Além disso, a Comissão Europeia já adotou “várias medidas que têm um impacto de facto no acoplamento dos preços do gás e da eletricidade […] como o limite de receitas infra marginal que visa lucros excessivos da produção de energia e redireciona as receitas para os utilizadores finais que são geradas quando o sinal do preço do gás cria preços elevados no mercado da eletricidade”, lembrou ainda o alto funcionário da instituição, falando num “instrumento concebido para ajudar os consumidores de energia sem criar os sinais errados sobre a procura de gás”.

Em janeiro deste ano, a Comissão Europeia lançou uma consulta pública, entretanto concluída, sobre a reforma da conceção do mercado de eletricidade da UE, que visa melhor proteger os consumidores da excessiva volatilidade dos preços, facilitar o seu acesso a energia segura proveniente de fontes limpas e tornar o mercado mais resiliente. Bruxelas deve apresentar a sua proposta sobre a matéria em meados de março.

Na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede. Na UE, tem havido consenso de que este atual modelo de fixação de preços marginais é o mais eficiente, mas a acentuada crise energética, exacerbada pela guerra da Ucrânia, tem motivado discussão.

Bruxelas em contacto com Lisboa e Madrid para prolongar o mecanismo ibérico

A Comissão Europeia está “em contacto” com autoridades espanholas e portuguesas para prolongar, após maio, o prazo de funcionamento do mecanismo ibérico que limita o preço do gás na produção de eletricidade, aguardando notificações de Portugal e Espanha.

“A Comissão está em contacto com as autoridades espanholas e portuguesas em relação ao prolongamento da medida destinada a reduzir os preços grossistas da eletricidade no mercado ibérico através da redução dos custos de produção das centrais elétricas alimentadas a combustíveis fósseis”, indica fonte oficial do executivo comunitário em resposta escrita à agência Lusa.

Questionada sobre a prorrogação, após maio deste ano, do mecanismo excecional e temporário de ajustamento dos custos de produção de energia elétrica na formação do preço de mercado da eletricidade no referencial grossista do mercado ibérico de eletricidade, a Comissão Europeia afirma à Lusa que, “em geral, cabe ao Estado-membro avaliar se uma medida específica envolve auxílios estatais”.

“Se uma medida constituir um auxílio estatal na aceção da legislação da UE, deve ser notificada pelo Estado-membro em causa à Comissão para avaliação, antes de qualquer concessão de auxílio aos beneficiários, a menos que esteja abrangida por isenções por categoria”, acrescenta a instituição.

Escusando-se a “tecer mais comentários sobre o conteúdo destes contactos, nem condicionar a sua duração ou resultado”, a fonte oficial garante que o executivo comunitário “está bem ciente das dificuldades causadas pela atual crise energética resultante do ataque injustificado da Rússia à Ucrânia”, estando por isso “disponível para avaliar urgentemente a compatibilidade das medidas de emergência neste contexto”.

Já outra fonte ligada ao processo explicou à Lusa que as autoridades espanholas e portuguesas “ainda não notificaram formalmente à Comissão a prorrogação da medida”.

Em vigor até ao final de maio próximo, este instrumento foi solicitado a Bruxelas por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético na Península Ibérica, com limitada capacidade de interligação ao resto da UE.

Questionado pela Lusa, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática assinala que, após o acordo político alcançado em janeiro passado entre Lisboa e Madrid para prolongamento deste mecanismo ibérico, os dois governos “prosseguem o trabalho conjunto e com a Comissão Europeia com o objetivo de estender a vigência […] para lá do seu horizonte temporal inicial, de maio de 2023”.

“Refira-se que, entre 15 de junho de 2022 e 31 de janeiro de 2023, esta medida gerou um benefício líquido superior a 570 milhões de euros e uma redução do preço final no mercado grossista de 43,78 €/MWh”, destaca a tutela na informação enviada à Lusa, falando numa “redução de 19% no preço que ocorreria sem a aplicação da medida”.

Já fonte do Governo espanhol adianta à Lusa que não existe para já uma previsão de quando é que o pedido formal será enviado à Comissão Europeia, garantindo contudo que Portugal e Espanha o irão submeter “ao mesmo tempo”

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Ordem dos Advogados discorda do TC sobre lei das Ordens Profissionais e vai avaliar medidas a adotar

A Ordem dos Advogados discordou da decisão do Tribunal Constitucional que considerou a Lei das Ordens Profissionais constitucional e referiu que irá analisar a decisão.

Após o Tribunal Constitucional (TC) ter considerado, por unanimidade, que a lei das Associações Públicas é constitucional, a Ordem dos Advogados (OA) discordou da decisão e referiu que irá analisar a decisão e avaliar quais as melhores medidas a adotar.

“A OA não deixa de manifestar desde já a sua discordância em relação ao referido Acórdão do Tribunal Constitucional, na medida em que é nosso entendimento que este diploma legal é atentatório do Estado de Direito, da autorregulação das associações públicas profissionais, bem como da defesa do interesse público”, referem numa publicação do Facebook.

A OA vai agora analisar a decisão proferida do Tribunal Constitucional e “no âmbito do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP) reunirá com todas as Ordens Profissionais para decidir quanto às medidas a adotar”.

Na segunda-feira, dia 27 de fevereiro, o TC pronunciou-se pela constitucionalidade sobre a Lei das Ordens Profissionais, que altera o regime jurídico das associações públicas profissionais, por “não considerar desrespeitados” quaisquer princípios ou normas constitucionais. O pedido de fiscalização preventiva foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa no dia 1 de fevereiro.

“O Plenário do Tribunal Constitucional pronunciou-se na sessão sobre o pedido de fiscalização preventiva do Presidente da República, que pretende reforçar a salvaguarda do interesse público, a autonomia e a independência da regulação e a promoção do acesso a certas atividades profissionais, introduzindo alterações em diversas normas da Lei n.º 2013, de 10 de janeiro. O Presidente da República fundou o seu pedido na possibilidade de algumas das alterações sofrerem do vício de inconstitucionalidade material, por ofenderem os princípios da igualdade e proporcionalidade, a garantia do exercício de direitos políticos e o princípio da autorregulação das ordens profissionais”, sublinhou o TC em comunicado.

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Selectra quer quadruplicar equipa no escritório de Portugal até final do ano

No ano passado, a comparadora de tarifas abriu o seu primeiro escritório em Portugal, localizado em Lisboa.

Depois de, em 2022, ter aberto o seu primeiro escritório em Portugal e contratado 48 especialistas para a equipa de Lisboa, a Selectra tem planos ambiciosos para o mercado português. Até ao final do ano, a comparadora de tarifas pretende alcançar a meta dos 200 colaboradores no escritório nacional, quadruplicando o atual número de profissionais, sabe o ECO Pessoas.

“A cidade de Lisboa e os portugueses têm um potencial incalculável e, acreditamos que qualquer projeto que se inicie aqui, acabará certamente por ser líder de mercado. Por isso, para nós fazia todo o sentido termos escritórios em Portugal, principalmente porque já estamos presentes neste mercado há sete anos”, comenta Gonzalo Lahera, CEO da Selectra.

O perfil mais procurado é, sem dúvida, o de comercial. Atualmente, estão quatro vagas em aberto para comerciais e uma para chefe que equipa da área de telecomunicações.

Os interessados podem consultar as vagas através deste link ou enviar o seu currículo através de endereço eletrónio (cv.portugal@selectra.com).

Fundada em França em 2007 e com atividade aberta em Portugal desde 2016, a empresa tem cerca de 150 trabalhadores a trabalhar para o mercado português, sendo que 48 estão no escritório de Lisboa e os restantes encontram-se nos escritórios de Madrid e Sevilha. Opera atualmente em 16 países como especialista na gestão e redução de faturas, tanto de particulares como empresas.

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APREN e ADENE querem menos preços voláteis e mais interligações no mercado elétrico da UE

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

APREN e ADENE defendem que, na reforma do mercado elétrico da União Europeia, a Comissão Europeia deve apostar em preços estáveis e em mais interligações energéticas.

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e a Agência para a Energia (ADENE) defendem que, na reforma do mercado elétrico da União Europeia (UE), a Comissão Europeia deve apostar em preços estáveis e em mais interligações energéticas.

A posição é transmitida à Lusa no dia em que os ministros da Energia da UE se reúnem e dias antes de o executivo comunitário apresentar a sua proposta sobre esta reforma do mercado europeu de eletricidade, com o presidente da direção da APREN, Pedro Amaral Jorge, a indicar que as prioridades de Bruxelas devem ser “o aumento da previsibilidade dos preços para os consumidores, permitir aos consumidores – empresariais e domésticos – a possibilidade de contratar a compra de eletricidade a médio e longo prazo e a redução da intensidade da volatilidade dos preços”.

“Estas medidas só serão possíveis recorrendo à incorporação massiva de renováveis na produção de eletricidade acompanhada de regulamentação para remunerar o armazenamento e a oferta de flexibilidade ao sistema elétrico nacional por parte das diferentes tipologias de consumidores“, vinca Pedro Amaral Jorge.

O responsável da APREN diz esperar que a proposta de Bruxelas preveja, para isso, “o aumento da incorporação de energia renovável na produção de eletricidade, que crie mecanismos que incentivem cada vez mais a eletrificação dos consumos com base renovável, que defina uma estratégia e mecanismo para que o armazenamento de energia seja remunerado e ainda que crie as regras fundamentais para a intervenção do consumidor de eletricidade nos mecanismos de flexibilidade”.

Por seu lado, o presidente da ADENE, Nelson Lage, diz esperar que esta nova configuração do mercado de energia elétrica na UE seja “uma excelente oportunidade para Portugal avançar com novos projetos energéticos e novas rotas de distribuição de energia”.

“Há muito que a Península Ibérica está isolada do resto da Europa e esta reforma deverá permitir alterações substanciais nas interligações entre a Península e os outros Estados-membros da UE“, acrescenta.

Recordando o acordo político alcançado entre Portugal, Espanha e França para a criação de um Corredor de Energia Verde, desbloqueando medidas para aposta nas interconexões ibéricas com o resto da Europa, Nelson Lage salienta que “a concretização deste projeto pan-europeu poderia transformar a Península Ibérica num ‘hub’ líder de energia verde para toda a Europa, permitindo reduzir a dependência europeia do gás russo e contribuir para diversificar as fontes de energia no continente”.

“A reforma em curso deverá permitir a Portugal produzir e exportar hidrogénio verde, visto haver hoje no nosso país a tecnologia que nos permite apostar neste tipo de energia, contribuindo assim para o esforço europeu de acelerar a transição energética”, adianta.

Além disso, Nelson Lage diz esperar que, nesta reforma, seja possível “manter em vigor o mecanismo ibérico” limitador do preço do gás na eletricidade, bem como que na nova configuração se garanta “a estabilidade e previsibilidade” de preços e se crie “uma cláusula de salvaguarda que permita colocar um teto aos preços de forma a proteger os consumidores”.

Embora tanto a APREN como a ADENE reconheçam que estas serão negociações longas na UE, a primeira associação adianta à Lusa esperar que a reforma esteja “concluída até ao próximo ano”.

Bruxelas deve apresentar, em meados de março, a sua proposta sobre a reforma da conceção do mercado de eletricidade da UE, que visa melhor proteger os consumidores da excessiva volatilidade dos preços, facilitar o seu acesso a energia segura proveniente de fontes limpas e tornar o mercado mais resiliente.

Na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede.

Na UE, tem havido consenso de que este atual modelo de fixação de preços marginais é o mais eficiente, mas a acentuada crise energética, exacerbada pela guerra da Ucrânia, tem motivado discussão.

Uma vez que a UE tem vindo a depender das importações de combustíveis fósseis, nomeadamente do gás da Rússia, o atual contexto geopolítico levou a preços voláteis na eletricidade.

Desde meados de maio passado, está em vigor um mecanismo temporário para limitar o preço de gás na produção de eletricidade na Península Ibérica até final de maio de 2023.

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Inflação em França acelera para 6,2% em fevereiro

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2023

A inflação homóloga em França subiu para 6,2% em fevereiro, mais duas décimas do que em janeiro, principalmente devido à alimentação e serviços, segundo o instituto nacional de estatística francês.

A inflação homóloga em França acelerou para 6,2% em fevereiro, mais duas décimas do que em janeiro, principalmente devido à alimentação e serviços, segundo a primeira estimativa do indicador do instituto nacional de estatística francês (INSEE), divulgada esta terça-feira.

O aumento dos preços dos alimentos entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano é de 14,5%, em comparação com a subida homóloga de 13,3% registada em janeiro, disse o INSEE num comunicado. A diferença é particularmente acentuada para os produtos frescos, com um aumento de 14,2% em fevereiro, em comparação com 10,2% em janeiro.

O outro fator importante na aceleração da inflação são os serviços, com um aumento homólogo de 2,9% em fevereiro, contra 2,6% em janeiro.

No caso dos bens manufaturados, este aumento subiu para 4,6% em fevereiro, mais uma décima de ponto percentual do que no mês anterior.

Os preços da energia, por seu lado, subiram 14% nos doze meses até fevereiro, contra 16,3% em janeiro.

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