Bónus da CEO da TAP permitia “aliviar um pouco mais os cortes” a funcionários
Tripulantes criticam bónus de dois milhões a que a presidente executiva terá direito caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação e lembram promessas feitas para o cancelamento da greve.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse que o bónus a que a presidente executiva terá direito caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação permitiria “aliviar um pouco mais os cortes” aos trabalhadores.
Numa nota aos associados, o sindicato destacou que os dois milhões de euros, noticiados no domingo pelo Correio da Manhã, “permitiriam acabar com a existência de tripulantes com ‘meio per diem’, e consequentemente atenuar a rigidez financeira imposta aos trabalhadores do grupo TAP, assim como aliviar um pouco mais os cortes” a que são sujeitos.
“É de lamentar ficarmos a saber pela comunicação social que a CEO [presidente executiva, Christine Ourmières-Widener] da TAP terá um prémio de dois milhões de euros se cumprir com os objetivos do plano de reestruturação, apesar dos trabalhadores da TAP e dos contribuintes portugueses continuarem a desconhecer o conteúdo desse plano”, salientou o sindicato.
O SNPVAC recordou ainda a administração “da sua comunicação interna de dia 19 de janeiro”, destacando que aguarda os 48 milhões de euros “prometidos aos trabalhadores do grupo TAP, que estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a greve”, prevista para entre 25 de janeiro e 31 de janeiro, que cancelaram.
“Como tal não ocorreu, aguardamos que a empresa venha a proceder ao prometido ‘alívio dos cortes salariais efetuados’, mediante o crescimento económico e operacional da TAP”, referiu, acrescentando que “não basta enaltecer os lucros históricos, é preciso saber recompensar os principais responsáveis por essa recuperação: os trabalhadores do grupo TAP”.
O sindicato questionou ainda, sobre a bónus, o porquê da CEO “não ter referido esse valor aquando da sua ida à Assembleia da República”, garantindo que se comprova “uma vez mais que não são os Acordos de Empresa os responsáveis pela situação financeira da TAP e que a ânsia da sua renovação não advém por serem antigos, mas por afastar, e muito, possíveis interessados e condicionar prováveis bónus da administração”.
“Exigimos uma gestão séria e transparente e reafirmamos que não somos contra prémios de gestão, mas sim contra uma gestão que apenas tem como objetivo atingir um prémio à custa dos cortes dos nossos salários, das nossas vidas e nossos direitos”, rematou.
A Lusa questionou a TAP sobre o bónus, que remeteu para as declarações da CEO no parlamento, afirmando que não tem “nada a acrescentar ao que ela disse na ocasião”. O Ministério da Infraestruturas, também contactado, ainda não respondeu.
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