Economia cresceu 6,7% em 2022, abaixo do previsto pelo Governo
Após a subida de 5,5% em 2021, a economia portuguesa acelerou no ano passado, crescendo 6,7%, o melhor desempenho em 35 anos, apesar da guerra e do contexto de escalada da inflação e dos juros.
A economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, o melhor ano desde 1987, acelerando após o crescimento de 5,5% registado em 2021, e isto apesar do contexto desfavorável da guerra na Ucrânia e de abrandamento global devido às pressões da inflação e da alta dos juros. Ainda assim, este desempenho ficou ligeiramente abaixo dos 6,8% previstos pelo Governo, que tinha revisto as previsões para PIB em alta no final do ano passado, após as novas projeções do Banco de Portugal.
Os números constam da estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta terça-feira. “No conjunto do ano 2022, o PIB registou um crescimento de 6,7% em volume, o mais elevado desde 1987, após o aumento de 5,5% em 2021 que se seguiu à diminuição histórica de 8,3% em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia na atividade económica”, aponta o gabinete de estatísticas.
Os economistas ouvidos pelo ECO apontavam para uma subida do PIB na ordem dos 6,7% no ano passado, que ficou marcado pela invasão da Rússia na Ucrânia a 24 de fevereiro, com impacto na subida dos preços da energia e dos alimentos, e ainda pelo aperto monetário dos bancos centrais em todo o mundo para controlar a inflação recorde, que levou a um abrandamento da economia global.
O INE explica que tanto a procura interna como a procura externa ajudaram a atividade económica a superar o ambiente interno e externo mais desafiante. A procura interna “apresentou um contributo positivo expressivo para a variação anual do PIB, mas inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento”, adianta. Já o contributo da procura externa líquida voltou a ser positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021, “tendo-se registado uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações”, acrescenta.
O Governo chegou a incluir uma previsão de crescimento de 6,5% em 2022 no Orçamento do Estado para este ano, mas acabou por rever os números em alta no final do ano passado, seguindo as estimativas do banco central liderado por Mário Centeno, que apontavam para uma subida de 6,8%, depois dos últimos dois trimestres “fortes”, nas palavras do ministro das Finanças, Fernando Medina, na altura.
O governante revelava ainda que Portugal tinha escapado a uma recessão no final do ano e os números do INE confirmam cenário, embora denotando um travão: o PIB cresceu 0,2% no quarto trimestre em comparação com o trimestre anterior, em linha com as previsões dos economistas ouvidos pelo ECO.
Em termos homólogos, o PIB registou um crescimento de 3,4% no quarto trimestre, desacelerando face aos 4,9% do trimestre anterior, devido ao abrandamento do consumo privado e à redução do investimento, enquanto as vendas ao exterior desaceleraram mais do que as compras ao exterior.
Os resultados detalhados das contas nacionais serão divulgados no próximo dia 28 de fevereiro de 2023.
(Notícia atualizada às 9h58)
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